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A queda do Twitter e seus impactos nas comunidades virtuais

Fonte: Reprodução/Twitter

A plataforma online Twitter foi fundada em 2006 na Califórnia, EUA, e era conhecida por seus memes, discussões e brigas virtuais, fofocas, fake news, e muito mais. Infelizmente a plataforma sofreu diversas modificações no decorrer dos anos, onde a maior das mudanças foi a venda da plataforma para o bilionário Elon Musk. A partir da venda que ocorreu em 2022, a rede social tornou-se cada vez mais populada por usuários com discursos repletos de ódio e preconceito, e a garantia que não seriam punidos pelo novo CEO da plataforma.

Esse foi o início de uma cadeia de reações, a internet dividida em suas opiniões e sem saber qual seria o destino da rede social. O clima se tornava cada vez mais pesado, já que a rede social era utilizada por muitos como um espaço pessoal, um local seguro para desabafar sobre o seu dia a dia e entrar em contato com outras comunidades e pessoas – e isso parecia não ser mais possível. Apesar de todas as mudanças que Elon Musk realizou na plataforma, deixando parte dos usuários insatisfeitos, a rede social ainda era popular, especialmente entre jovens.

À medida que mudanças eram implementadas, os posts que atingiam maior público eram em sua maioria robôs e spam, o que estava enfurecendo o público da rede social, que aos poucos migraram para outras plataformas sob o discurso de que “o twitter morreu faz tempo”. No entanto, foi a recente polêmica da plataforma (que agora assume o nome de “X”) que gerou repercussões na internet devido à falta de vigilância por parte de Elon Musk, que se recusava a restringir publicações com informações falsas. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, Alexandre de Moraes tentou persuadir Elon, já que o funcionamento e políticas da plataforma iam contra as leis do Brasil – o que Elon recusou a modificar.

Com a recusa de Elon, o ministro Alexandre de Moraes suspendeu as atividades da plataforma no Brasil, o que apesar de ter gerado burburinho entre internautas, já era algo esperado de acontecer eventualmente. Com a decisão de Alexandre, alguns usuários se viram passando por uma “desintoxicação” e desespero diante a possibilidade de estar isolado do resto do mundo devido a popularidade da plataforma, recorrendo a tentativa de adaptarem-se a outras redes sociais que possuem funções semelhantes – sem nenhum sucesso. Muitos relatam que seus perfis eram antigos, comparando com a “destruição da biblioteca de Alexandria”, além de temerem não conseguir manter contato com as amizades previamente feitas pela rede social.

Já não é de se estranhar que existam especialistas que se preocupam com os efeitos das redes sociais em geral, apontando que muitos usuários possam estar vivenciando a síndrome de “FOMO” (Fear Of Missing Out), que pode ser traduzida de modo literal como “medo de perder”. O FOMO seria o medo de perder atualizações ou notícias, sendo uma forma de ansiedade gerada pelo uso constante de mídias sociais.

Para finalizar, é importante sinalizar que outros internautas relatam estarem contentes com o fim das atividades no Brasil, relatando que a plataforma já não era mais um espaço seguro, além de não conseguirem se desvencilhar da rede social devido ao uso diário.  Alguns usuários já esperam que Elon se readapte e aplique as modificações necessárias para que ela volte a funcionar no país, o que pode vir a ser realidade, já que o número de usuários brasileiros faz uma grande diferença para o CEO.

 

Referências: 

MOURA, Débora Ferreira et al . Fear of missing out (FoMO), mídias sociais e ansiedade: Uma revisão sistemática. Psicol. Conoc. Soc.,  Montevideo ,  v. 11, n. 3, p. 99-114,    2021 .   Disponível em <link>. acessado em  28  set.  2024.  Epub 01-Dic-2021.  https://doi.org/10.26864/pcs.v11.n3.7.

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