“estamos completamente mergulhados em um mundo de imagens…”

Com o advento da sociedade da comunicação, estamos completamente mergulhados em um mundo de imagens, que – atualmente – vão e vêm em uma velocidade nunca sequer concebida ou  vislumbrada, por mais visionários que fôssemos. Outdoors, TVs,  jornais, revistas, placas, faixas e etc.  nos oferecem pedaços do mundo, em recortes que mal disfarçam suas intenções, quase sempre relacionadas à venda de algo. Beleza, saúde, solidariedade, cidadania, amor, ódio… Não há nada que não se possa traduzir em imagens e nada que não se possa vender através delas.

Enxergar é uma forma de se apropriar do mundo e de se re-significar aquilo que nos rodeia. Mas como fazê-lo de forma própria e singular quando há uma profusão de profissionais da imagem, munidos de aparelhagens ultra-modernas e especializados em fazê-lo por nós? O ensaio abaixo, capturado a partir de um celular, é uma tentativa (tímida talvez, talvez ingênua) de se negar a pasteurização do olhar e o regramento do ato de se ver. São imagens que gritam.

Mardônio Parente