(En)Cena – A Saúde Mental em Movimento

Vivemos em um campo de batalha contínua

O sentimento de se sentir sozinha vai além do sentimento de solidão. É uma combinação de desespero, vazio, turbilhão de sentimentos sem nexo, de dor. Não é sobre ter medo do escuro ou do que pode acontecer amanhã. É sobre você não saber o sentido da sua existência; é sobre não compreender aonde os valores e princípios foram abandonados pela sociedade; é sobre carregar nas suas costas a culpa de não estar fazendo algo para salvar o mundo, o seu mundo.

Sabe como é beber um iogurte e não sentir se o seu sabor é morango, coco ou pêssego? Pois é, o ato de não sentir o gosto da sua comida favorita maltrata. Não ter vontade de fazer o que pulava o muro de casa para fazer escondido dos seus pais. Não conseguir levantar da cama sentindo um cansaço nos outros que sem cessar pesa dentro do seu corpo.

Quantos gritos internos damos, sem ecoar um som se quer. Quantas vezes em um momento de desistir de tudo, você resolve tentar mais um pouco, mais um dia. Pedi a ajuda, mas as pessoas acreditam que você é forte o suficiente para passar por mais essa “fase”. Realmente sou forte, não sabem o que tenho que fazer para pelo menos abrir os olhos e saber que mais um dia chegou.

Fonte: https://goo.gl/sZTKAR

Onde está meu lar? Onde estão os médicos, os psicólogos, os psiquiatras? Onde eu estou? Já procurei ajuda, mas até agora tenho usado minha bateria reserva. Não sei da onde vem às lagrimas, muito menos aonde elas querem chegar. A única coisa que sei é que é a única coisa que trás alívios passageiros a minha alma.

Vivemos em um campo de batalha contínua, com monstros e sem armas para combater. Difícil matar algo que está dentro de nós. Queria poder alcançar com as mãos e arrancar de dentro de mim esse tumor chamado depressão.

Meu cérebro está cansado; meu corpo está cansado; quero apenas dormir, descansar. Sei que não seria a solução para tudo, será tão egoísmo meu pensar apenas por hoje em mim? Por quanto tempo coloquei as outras pessoas na frente de tudo. Sempre foram minha família, meus amigos, meus colegas de trabalho; agora quero cuidar de mim. Preciso dormir apenas isso.

Não quero publicações no meu facebook. Não quero flores no meu túmulo. Não quero lamentações. Todos os sentimentos por mim deveriam ser manifestados agora que preciso sentir algum valor na minha existência. Depois que minha matéria deixar de existir, apenas uma estatística serei, um numero. Ter significado na minha morte pela falha em vida.

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