Adrielly Martins é uma das convidadas do Simpósio de Avaliação Psicológica

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No dia 25/05 o 3º Simpósio Tocantinense de Avaliação Psicológica irá contar com a psicóloga Adrielly Martins Porto Netto

Fonte: Arquivo Pessoal

O 3º Simpósio de Avalição Psicológica Tocantinense que ocorrerá do dia 25/05/22 irá abordar os mais diversos temas com a maior relevância para o mundo acadêmico e profissional, dentre eles está a Avaliação Psicológica no Contexto Hospitalar e os Impactos Sofridos pela Pandemia, que será ministrado pela Psicóloga Adrielly Martins Porto Netto, egressa do Curso de Psicologia do CEULP/ULBRA.

A acadêmica e estagiária do portal (En)Cena, Sandra Ramalho, conseguiu uma entrevista com a palestrante, onde obteve algumas exclusivas para este grandioso portal de notícias acadêmicas.

En(Cena) – Qual a sensação de retornar ao CEULP/ULBRA como egressa e palestrante referência na sua área?

Adrielly – Desde da época de acadêmica eu admiro o reconhecimento o carinho a colaboração e a confiança que o Ceulp tem nos seus egressos e hoje “voltar pra casa’ é um prazer, é uma honra e principalmente sendo referência na minha área de atuação tive a oportunidade de enquanto acadêmica aprender um pouco nos estágios que eu fiz em algumas disciplinas sobre a área hospitalar e estar hoje atuando de fato me faz muito agradecida por tudo o que o curso da Psicologia do Ceulp me proporcionou. Sinto-me feliz, grata, e muito esperançosa p poder proporcionar uma oficina bacana assim como eu tive a oportunidade de ter enquanto acadêmica.

En(Cena) – Há quanto tempo atua no mercado como psicóloga, qual são suas especialidades e áreas de atuação?

Adrielly – Formei na turma de 2019/2, e desde janeiro de 2020 já atuo profissionalmente. Inclusive, meu primeiro vínculo empregatício como Psicóloga, foi de coordenadora do SEPSI. Havia sido estagiária extracurricular de lá em 2016/17, e ao formar o CEULP já me acolheu muito bem. Porém, 3 meses depois, com a pandemia, tive a oportunidade de ser chamada para atuar como Psicóloga Hospitalar, pois a demanda cresceu exponencialmente. E desde então estou vinculada a Rede Medical, com Psicóloga Hospitalar, atuando diretamente nas unidades de terapia Intensiva e enfermarias. Faço pós-graduação em Cuidados Paliativos, tema riquíssimo na minha atuação na instituição. Já em 2021, apostei na carreira de Psicóloga Clínica também. E assim, venho atuando nessas duas áreas da psicologia.

En(Cena) – Um hospital é local de fortes emoções, lá muitas vezes é onde se inicia e encerra uma vida. Como a avaliação psicológica pode influenciar nesse ambiente de forma positiva?

Adrielly – Sempre digo que o olhar do psicólogo, a observação, a atenção, são algumas das principais ferramentas que o profissional da psicologia deve ter ao avaliar o paciente. Receber um diagnóstico, estar hospitalizado, isolado, e dependente de uma equipe, é reduzir a autonomia de uma pessoa. O paciente e seus familiares se sentem assim, impotentes diante dessas realidades. Encontramos aí uma das possibilidades da atuação do profissional, avaliar as queixas, as angústias, os sofrimentos, e as necessidades que eles demandam, e proporcionar um ambiente humanizado, de compreensão, de colaboração e com qualidade de vida.

En(Cena) – O papel desempenhado pelo psicológico que realiza a avaliação psicológica hospitalar repercute na dinâmica do hospital?

Adrielly – Sem dúvida. O psicólogo atua como mediador da tríade paciente-familiar-equipe. Na dinâmica hospitalar nenhum profissional deve atuar sozinho, pois todas as avaliações realizadas são importantes e repercutem na atuação dos demais integrantes da equipe. Inclusive, durante a rotina hospitalar, as avaliações realizadas devem ser discutidas durante reunião da equipe. Claro, mantendo a ética e respeitando as limitações das informações repassadas, mas sempre compartilhando informações relevantes para o tratamento.

En(Cena) – O que te levou a escolher este tema para apresentar no 3º Simpósio de Avaliação Psicológica Tocantinense?

Adrielly – É um assunto que julgo ser importante de discutirmos. A avaliação no contexto hospitalar ainda possui mitos, crenças e teorias que nem sempre favorecem. Minha ideia é desmistificar algumas delas e instigar mais colaboradores para essa área de atuação. Já o link com a pandemia que tive a ideia de trazer, é mostrar espaços que também podemos ocupar. Que no meio de uma crise mundial o nosso papel foi bastante relevante, e demandou muita criatividade para descobrirmos novos cenários de atuação. Espero que gostem, inclusive.

En(Cena) – O Covid-19 mudou o comportamento social, com restrições, lockdowns, medidas de distanciamento e tantas outras situações que alterou a concepção do indivíduo perante a sociedade. No ambiente hospitalar, as medidas foram ainda mais restritivas, dado grande risco de contaminação. Como os impactos dessa pandemia podem ser descritos pelo viés psicológico?

Adrielly – Desencadeador de muitos traumas. Inúmeros e incontáveis. Não consigo mensurar os sofrimentos encontrados nesse cenário. As dores, as lutas, as perdas, foram singulares. É difícil até hoje de descrever a respeito. O distanciamento limitou nosso afeto, nosso humanismo, nossa responsabilidade afetiva. Fomos aproximados por telas quando o que mais precisávamos era de uma mão segurando a do outro. De um beijo na testa assegurando de que iria ficar “tudo bem”. Fomos impedidos de darmos notícias difíceis, seguidas de abraços, pois havia uma barreira de “proteção” chamada distância. Tivemos rituais de despedidas ineficazes. Esposas que não se despediram, filhos que não viram, famílias que não tiveram a oportunidade de ver a última vez o rosto de seus entes queridos. Lutos mal elaborados, despedidas não vivenciadas, histórias que ficaram pela metade.

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3º Simpósio de Avaliação Psicológica conta com oficina de Avaliação psicológica e o SUS

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No dia 25 de maio acontece o 3 simpósio de avaliação psicológica, que terá como seu local de encontro a Universidade Luterana de Palmas.

Como parte do simpósio acontecerá oficinas voltadas para diferentes contextos da avaliação psicológica, sendo um deles a oficina: Avaliação psicológica e o SUS . O evento contará com a presença da psicóloga  e egressa do SUS Lisandra Maciel de Sá, especialista em neuropsicologia, pelo instituto de pós-graduação-IPOG ,também residente em saúde da família  e comunidade no município de Palmas-TO.  A oficina em questão será ministrada na  sala 207 do bloco 4 (prédio do CEULP/ULBRA) com previsão de início às 14hs da tarde.

O tema  Avaliação psicológica e o SUS, tem entrado em evidência, pela busca de uma psicologia que vá além de uma profissão liberal, trazendo novas discussões da psicologia com outros campos de atuação e  de conhecimento .  Nesse sentido, de acordo com CFP(2019) a relação entre a Psicologia e a saúde no âmbito da Atenção Básica (AB) é profundamente nova; é uma área em formação, seja por cronologia— a portaria que define a atuação do Núcleo de Saúde da Família (NASF) foi publicada em 20082 — seja por assentar um modo efetivamente diferente de entender o lugar da(o) psicóloga(o) e sua relação com o trabalho.

Fonte: Arquivo Pessoal

A lógica curativo-individualista ainda deixa psicólogas(os) impotentes frente às expectativas de gestores, equipes multiprofissionais e usuários de receberem uma postura clínica de escuta protegida e individual, como atesta Perrella (2015), Leite, Andrade e Bosi (2013), Alexandre e Romagnoli (2017). Os currículos das graduações de Psicologia por muitas vezes não têm contribuído para a superação dessas dificuldades. Na pesquisa feita pelo CREPOP, os respondentes  identificaram os vazios curriculares quanto à inserção do profissional da Psicologia nas políticas públicas e em especial na saúde coletiva,  o que traz desafios a serem enfrentados no contexto da atenção básica do SUS, (CREPOP, 2019)

Diante a tal contexto para  acadêmicos de psicologia e profissionais da área, este evento se faz importante, proporcionando uma imersão de novos conhecimentos práticos, ao saber da avaliação psicológica e  o SUS,  identificando as possíveis formas de atuação. Ao  abranger o olhar para novas oportunidades, a oficina trará a relação que o campo da psicologia estabelece com a saúde coletiva, mostrando as construções do saber ao se pensar em um cuidado integral em saúde. Refletindo as relações teóricas e éticas na atuação da avaliação psicológica, sua ligação com o SUS e sobre  as possibilidades de fazer psicologia nesse contexto.

O simpósio também contará com Palestra de abertura e fechamento, mesas redondas, oficinas de avaliação psicológica e apresentações culturais. No dia 25 de maio de 2022 das 8h às 19h. As inscrições podem ser realizadas através do link.

REFERÊNCIA

Conselho Federal de Psicologia (Brasil). Referências técnicas para atuação de psicólogas(os) na atenção básica à saúde / Conselho Federal de Psicologia, Conselhos Regionais de Psicologia e Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas. 2. ed. Brasília : CFP, 2019. Disponivel em <https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2019/11/CFP_atencaoBasica-2.pdf> acesso em 06 de maio de 2022.

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Acadêmica de Psicologia é premiada no 13º concurso Marisa Decat Moura

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Diane Karen Lopes é estudante do décimo período do curso de Psicologia do Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP/ULBRA. Ingressou no ano de 2015 e ao longo da sua vida acadêmica tem desenvolvido o seu interesse pela pesquisa, tendo participado do Projeto de Iniciação Científica, da mesma instituição, onde o seu trabalho resultou em 2018 na premiação de primeiro lugar como Jovem Pesquisadora na área de ciências humanas na 18ª Jornada de Iniciação Científica, um evento que incentiva e valoriza a pesquisa no âmbito acadêmico.

Nessa fase final em que o estudante desenvolve o seu trabalho de conclusão de curso-TCC, Diane demonstrou interesse em dar continuidade ao seu viés de pesquisadora e como área de estudo escolheu a psicologia hospitalar, pois considera seguir para um mestrado logo após a sua graduação. Sob a orientação da professora doutora Renata Alves Bandeira realizou o seu trabalho voltado para o “adoecimento psíquico dos profissionais que prestam cuidados intensivos”, mas o objetivo era fazer desse estudo algo muito maior, que pudesse ser aplicado na realidade prática do contexto desses profissionais e publicado para fins de conhecimento e análise.

A estudante pesquisadora viu no XIII Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar (SBPH) ocorrido em 01 a 04 de setembro do corrente ano, a oportunidade de publicar a sua pesquisa, submetendo o seu trabalho ao concurso do 13º prêmio Marisa Decat Moura, sócia-fundadora da SBPH e homenageada do evento, em memória, que qualificava a inovação nos trabalhos científicos nessa área de atuação da psicologia.

Fonte: encurtador.com.br/hyGP8

O trabalho de Diane que inicialmente estava concorrendo à categoria pesquisador júnior do prêmio, que abrangia os acadêmicos ou com formação recente em psicologia, em análise da comissão para a classificação foi elevado à categoria sênior, que seria para psicólogos com maior tempo de formação, em razão da qualidade do estudo apresentado.

Diane Karen Lopes foi premiada em segundo lugar no 13º prêmio Marisa Decat Moura, que significa mais que uma menção honrosa e um valor em dinheiro, mas sim um reconhecimento por todo o empenho dessa estudante pesquisadora, que deu seus primeiros passos na academia, mas que segue em busca de mudanças na sua área de conhecimento que é a psicologia, por meio da pesquisa, de modo a contribuir para avanços e mudanças, no que se refere a prática do profissional psicólogo.

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Psicologia Hospitalar – Trabalhando com a subjetividade no processo de adoecimento

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A psicologia hospitalar é uma área de atuação da psicologia que busca entender e tratar o indivíduo e sua relação com o adoecimento, levando em conta os aspectos psicológicos que envolvem o adoecer sendo eles físicos, biológicos, psíquicos e subjetivos. O aspecto subjetivo pode ser expresso em sentimentos, pensamentos, falas e etc, o que pode reverberar em efeitos também nas suas relações com família, amigos íntimos e a equipe médica. A psicologia hospitalar fala sobre o adoecer subjetivo, tendo em vista que o biológico já está em evidência nos tratamentos de outras áreas da saúde como por exemplo a medicina e a enfermagem (TRUCHARTE; KNIJNIK; SEBASTIANI, 2003).

A psicologia hospitalar tem como seus clientes o paciente que está relacionado ao adoecimento, a família e os amigos íntimos desse indivíduo, e a equipe médica. O psicólogo hospitalar deve se atentar às demandas que podem surgir com o enfrentamento da doença no caso do indivíduo e de sua família, comportamentos alterados, emoções e sentimentos exacerbados, frustração, estresse, lidar com possíveis sequelas de tratamentos ou da doença, relacionamentos fragilizados e etc. Na equipe médica seu atendimento pode ocorrer em situações de sobrecarga, estresse ou mesmo sobre questões sobre como lidar com as escolhas do paciente ou de sua família. Ressalta-se ainda que o atendimento pode acontecer por uma solicitação ou quando o profissional perceber a necessidade de atender a alguma demanda (SIMONETTI, 2004).

Fonte: encurtador.com.br/fuzGN

O setting terapêutico do psicólogo hospitalar é dinâmico e exige manejo do profissional para lidar com as interferências e particularidades, pois o mesmo pode se encontrar em qualquer lugar dentro de um hospital, o atendimento ocorre quando necessário e no momento em que surge a demanda pois as mesmas são mutáveis e estão relacionadas aos acontecimentos ou a própria relação com a doença, levando em conta a necessidade por parte do paciente, família ou equipe médica. Preferencialmente o melhor horário para os atendimentos são durante o período vespertino devido a rotina hospitalar agitada durante a manhã, e respeitando o período de descanso e visitas à noite. A alta psicológica ocorre apenas quando não há mais demanda, ou quando o paciente recebe alta médica (SIMONETTI, 2004; TRUCHARTE; KNIJNIK; SEBASTIANI, 2003).

O adoecimento pode afetar o psicológico desencadeando doenças, inseguranças, medos, fragilidades, podendo também agravar situações que já estavam presentes como baixa auto-estima, depressão, ansiedade, crenças de valor. O campo psíquico também pode ser a causa da doença, como no caso das doenças psicossomáticas. Apesar disso, a doença também pode causar no psicológico a manutenção de pensamentos e enfrentamentos, pode tornar o indivíduo resiliente, e mudar seu modo de agir e suas perspectivas tanto nas suas relações, como sobre si e sua relação com todas as áreas da sua vida, e ser assim consequência de mudanças boas ou ruins (TRUCHARTE; KNIJNIK; SEBASTIANI, 2003).

O papel do profissional da psicologia hospitalar é auxiliar o indivíduo no processo do adoecimento, atendendo as demandas que surgem, podendo usar técnicas e estratégias a fim de promover a compreensão, o enfrentamento, ressignificar ou dar significados ao que se sente diante ao adoecer, trabalhando tanto com o sujeito como com as pessoas envolvidas nesse processo, com uma prática que evidencia o sujeito que está passando por um momento da sua vida e não o despersonaliza perante sua doença (SIMONETTI, 2004).

REFERÊNCIAS

SIMONETTI, A. Manual de Psicologia Hospitalar: O mapa da doença. Casa do Psicólogo, São Paulo, 2004.

TRUCHARTE, F.A.R.; KNIJNIK, R.B.; SEBASTIANI, R.W. Psicologia Hospitalar: Teoria e Prática. Augusto Angerami – Camon (org.), Pioneira Thomson Learning, São Paulo, 2003.

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Seis dias de atendimento: do socorro à alta

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Esse relato descreve a experiência mais traumática pela qual minha família passou: o meu marido (Andréia Nunes), caiu de uma altura de seis metros, no dia 22 de outubro de 2018, por volta das 11h40min, na região norte da cidade de Palmas -TO.

Fernando estava terminando um trabalho de manutenção de um ar condicionado em cima do telhado de um edifício quando, de repente, o telhado abriu debaixo de seus pés e ele caiu por esse buraco que foi aberto, quebrando o gesso, até cair em pé, de uma altura de 6 metros de altitude. Ao cair, outras pessoas que estavam no local, acionaram o serviço do corpo de bombeiro. Após 15 minutos, o resgate chegou e Fernando foi levado para o Hospital Geral de Palmas – (HGP).

Eu o esperava para o almoço, o qual ele não apareceu e nem avisou.  Mal sabia eu que horas depois seria informada, pela nossa filha, de que ele não foi almoçar porque havia caído de uma altura de seis metros e estava todo “quebrado” no pronto socorro do HGP. Quando recebi essa notícia, já era por volta das 15h e me locomovi de imediato ao HGP, me recordo muito bem da maca amarela.

Como relatado anteriormente, ao chegar na ambulância, Fernando deu entrada no Pronto Socorro e, após procedimento de internação, começaram os exames, iniciando com uma tomografia. Bem, tomografia feita e as surpresas dolorosas começaram: fraturas com esmagamento de calcâneo, fraturas com achatamento de uma vertebra e fraturas nas demais vertebras. Assim, foi internado em quatro setores: neurocirurgia, ortopedia, cirurgia geral e clínica. Na maioria do tempo estava sob efeito de fortes remédios para aguentar a dor e acabava dormindo. O medo de que ele ficasse paralítico foi tomando conta do meu ser e o choro insistia em permanecer. Era um misto de aflição, angústia, de pavor mesmo, mas eu não deixava ele perceber.

Fonte: encurtador.com.br/BGV24

Permanecemos no Pronto Socorro por 24hs, e por várias delas ele ficou em cima da maca amarela da ambulância do Corpo de Bombeiro, e eu em uma cadeira de “macarrão” emprestada, temporariamente, por uma acompanhante. Depois, conseguimos uma cama e a maca foi devolvida para a ambulância. Mesmo com os corredores lotados de pacientes em suas macas, os procedimentos eram feitos pelos médicos e guerreiros profissionais da enfermagem.

Em seguida fomos para outra internação, dessa vez na neurologia, até saber se ele iria fazer a cirurgia na coluna ou se o tratamento seria tradicional com uso de coletes e medicamentos. Então, permanecemos por mais quatro dias, seguindo com todos os protocolos e exames: dos mais simples, como medir a temperatura e a pressão arterial, aos mais complexos e de ponta, como a ressonância magnética e a tomografia computadorizadas.

O que mais me chamou a atenção no HGP foram os vários profissionais envolvidos no seu atendimento – equipe multiprofissional: a assistente social que nos acolheu muito bem, a nutricionista que trocava o cardápio ou colocava algumas frutas que ele gostava, a alimentação é um grande diferencial para os pacientes e era realmente muito saborosa, as enfermeiras e técnicas em enfermagem foram de um cuidado, atenção e carinho com o meu marido que em alguns momentos me deixava emocionada. Finalizamos a temporada nesse setor com a alta e a indicação do tratamento prescrito pelo médico neurocirurgião.

Apesar da graça de Deus e sabendo que realmente foi um milagre, pois meu marido não veio à óbito e nem ficou paralítico, as notícias ainda continuavam preocupantes. O medo e a ansiedade tomaram conta do meu ser, pois sabia que, quando chegasse a hora da internação no setor ortopédico, as coisas iriam se complicar. Naquele momento tinha uma lista de 162 pacientes esperando para fazer cirurgias ortopédicas e o nome do Fernando nem estava na lista ainda, frequentemente eu ouvia: “os ossos vão calcificar, terão que quebrar novamente, pode demorar meses”. Andando pelos corredores para me acalmar depois que ele dormia, resolvi subir mais um andar até chegar na ortopedia para saber como estava o nível de internação no setor e, mais uma vez fiquei preocupada, pois havia macas nos corredores com pacientes por todos os lados.

Fonte: encurtador.com.br/ADJS8

Após mais uma alta de internação e início da internação na Ortopedia, resolvemos com ajuda de colaboradores não aguardar a cirurgia ortopédica no HGP e recebemos alta total. Uma ambulância foi acionada para levarmos para casa e após três dias em casa a cirurgia no calcanhar (onde foi colocado sete parafusos e uma placa) foi realizada em um hospital particular. De volta para casa, uma equipe da atenção primária do Centro de Saúde da Comunidade do meu território, passou a atendê-lo com trocas de curativos por um longo período. (PORTARIA Nº 2.436, DE 21 DE SETEMBRO DE 2017. Diretrizes: cuidado centrado na pessoa, resolutividade, longitudinalidade do cuidado e coordenação do cuidado). Enfim, todo o processo de cura, entre cadeira de banho, coletes, cadeira de roda e muletas, durou aproximadamente um ano.

Esse relato de experiência é um dos muitos que vivi como consumidora dos serviços do SUS, desde o meu nascimento até os dias de hoje. Eu e minha família sempre usamos os serviços do SUS. Resolvi relatar essa experiência, pois foi a mais traumática e a que me fez ter a maior esperança que já vivi.  Me fez refletir sobre a magnitude do atendimento prestado por aquele hospital para com os seus usuários. Infelizmente, algumas pessoas, não sabe ou que nunca precisou dos serviços do HGP, tem uma ideia muito negativa dos serviços prestados ali. Pois, recebe informações somente através da mídia, que geralmente denigre sem saber realmente da articulação e oferta de atendimento para quem de fato precisa.

Todos os exames e procedimentos possíveis foram realizados, mesmo não esperando a cirurgia do calcanhar, em nada ficamos desamparados. Minha família e eu fomos atendidos de acordo com os princípios de universalidade, integralidade e equidade, estabelecidos na Lei Federal nº 8.080/90. Todos os profissionais envolvidos no tratamento do meu marido enquanto permaneceu internado no HGP foi de muita ética e compromisso. Tenho certeza que o trabalho em equipe e o seu engajamento dos profissionais envolvidos trouxe tranquilidade para nós dois e principalmente fazendo com que a estadia no HGP transcorresse de uma forma mais amena, apesar do trauma que envolveu essa situação.

Muitos criticam o atendimento do HGP, mas foi lá que descobri que ele é um hospital de portas abertas e, talvez por isso, não conseguimos a cirurgia em tempo hábil.  Tendo esse formato de atendimento, ele não atende somente a população de Palmas e dos municípios do Tocantins. Vários estados circunvizinhos procuram e usam as suas estruturas para socorrer a população que precisa do seu atendimento, impossibilitando cumprir a diretriz da Territorialização (Lei Federal nº 8.080/90).

De fato, é um grandioso hospital e, por esse motivo, parabenizo a todos aqueles que trabalham arduamente para tentar atender a todos e todas da melhor maneira possível e seguindo todos os preceitos e práticas preconizadas por esse grande Sistema Único de Saúde – SUS, que é referenciado e elogiado mundialmente.

Fonte: encurtador.com.br/frBY5

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Palhaçoterapia: reinventando a experiência hospitalar

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O ambiente hospitalar pode ser lembrado como um local triste e com muito sofrimento, porém essa experiência pode ser minimizada, e até mesmo transformada através dos atendimentos da equipe multiprofissional, e como parte integrante deste grupo podemos citar  serviço voluntário da palhaçoterapia hospitalar. Os palhaços podem ter formação na área da saúde ou serem formados em outra área, assim todos contribuem para essa vivência renovadora do hospital.

Muitas pessoas passam por experiências dolorosas e desagradáveis podendo ser marcantes em suas vidas. Mas através do serviço de palhaçoterapia esse cenário pode ser transformado em um lugar mais alegre, leve e acolhedor. Existem vários grupos que se dispõem no serviço voluntário no hospital, sendo seu principal objetivo a humanização dos atendimentos aos pacientes, além da minimização de sofrimento diante do processo de hospitalização.

Os primeiros relatos de palhaços nos hospitais surgiram em 1980, através do oncologista pediátrico Patch Adams, com intuito de levar um atendimento médico com mais empatia, bom humor e carinho aos pacientes, acompanhantes, e a todos os profissionais do hospital. E foi assim que seu trabalho virou inspiração a milhares de pessoas do mundo inteiro, e foi assim que produziram o filme “Patch Adams, o amor é contagioso” que conta sua trajetória.

Fonte: encurtador.com.br/mnsJ8

Já no Brasil, esse movimento foi trazido por Wellington Nogueira, em meados de 1991, depois de passar uma temporada trabalhando em Nova Iorque no  Clown Care Unit. Retornando às suas atividades em solos brasileiros, fundou os Doutores da Alegria, que influenciou o surgimento de vários outros grupos. Entre seus valores, estão a Arte e cultura como direito; Liberdade de expressão, cooperação e respeito à diversidade; Ética, transparência e coerência na ação; Arte, educação e pesquisa como caminho para estimular um novo olhar e impactar realidades; Busca pela simplicidade e excelência; Alegria é um estado que se constrói a partir do outro – afetar e ser afetado; Busca pela multidisciplinaridade entre cultura, saúde, educação e assistência social.

Além de existir um legado de humanização e amor no serviço dos palhaços nos hospitais, por trás disso, também existe muita dedicação, estudos e preparação para a formação dos voluntários. Por se tratar de um ambiente hospitalar é preciso maiores cuidados e estratégias em como funcionará a dinâmica dos atendimentos, a maneira de abordar os pacientes e seus acompanhantes, brincadeiras com as crianças, as orientações e restrições médicas, são alguns dos fatores a serem planejados antes de dar início às visitas.

Vivenciar esta experiência da palhaçoterapia no ambiente hospitalar pode ser carregada de boas lembranças, a oportunidade de ressignificação de um momento mais delicado que possa estar passando. Preservar e manter a saúde mental tanto dos pacientes quanto dos profissionais envolvidos são essenciais para a qualidade e na harmonia do ambiente hospitalar.

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SUS um sistema de princípios e compromisso

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Como usuária do SUS já vivenciei várias situações que marcaram a minha vida, e a mais recente delas ocorreu quando precisei ficar de acompanhante de um primo após um coma alcoólico no mês de agosto deste ano.

Cheguei ao Hospital Regional de Miracema- TO por volta das nove horas da noite de um sábado, com um misto de agonia e tensão, pois ainda não sabia o que tinha acontecido com meu primo Sérgio, apenas tinha recebido um telefonema para que pudesse encontrar a equipe do SAMU no hospital e ficasse como acompanhante. Não sabia como proceder diante daquela situação, a minha ansiedade era tanta, que não sabia quais informações perguntar ou onde esperar.

Sem saber se o pessoal do SAMU já havia chegado, resolvi ficar um pouco lá fora pegando um ar para então entrar na recepção, quando me sentir menos agoniante fui até a moça e perguntei se o paciente por nome de Sergio havia chegado naquela unidade, ela super prestativa e muito educada me respondeu que não, e pediu para aguardar na sala de espera que assim que o SAMU chegasse ela me avisaria, assim fiz, fiquei aguardando do lado de fora do hospital onde me dava uma visibilidade de entrada e saída de todos os veículos.

Por volta de 23 horas da noite avistei o carro do SAMU tão apressado quanto os meus batimentos cardíacos ao avistá-lo. Nesse momento comecei a ter todos os sintomas de ansiedade, pois era uma experiência nunca vivenciada antes, mas agora já era tarde para pensar em desistir. O SAMU adentrou as portas do fundo do hospital, e logo a moça da recepção me chamou, entramos e Sergio já estava sendo colocado em cima da maca do hospital pelo motorista é enfermeira do SAMU. Em seguida foi encaminhado para sala de urgência e emergência onde o médico iniciou os primeiros procedimentos como aferir sua pressão arterial, o nível de glicose e seus batimentos cardíacos, logo depois, foi recomendado um soro na veia para hidratar e acelerar a eliminação do álcool do organismo. Após esses procedimentos Sergio foi encaminhado para a sala de observação onde permaneceu durante dois dias.

Fonte: encurtador.com.br/qrtzP

Já estando na sala de observação, sendo mais ou menos uma da manhã, Sergio acordou muito agitado e gritando muito, rolava de um lado para o outro e eu já não sabia o que fazer, fui até a sala da enfermagem e pedi ajuda, elas de imediato foram lá no leito, conferiram a medicação, ajudaram quando precisei levar ele ao banheiro e me deu algumas dicas do que fazer caso algumas situações hipotéticas ocorressem. Na manhã do dia seguinte, Sergio já estava bem melhor, porém com fortes dores de cabeça, com isso o médico voltou a medicá-lo e o deixou em observação por algumas horas antes de dar alta definitiva.

Sergio já esteve internado no Hospital Geral de Palmas por tentativa de violência autoprovocada, mesmo a família tentando ajudá-lo sempre voltava para a situação precária na qual vivia, e por vezes demonstrava comportamento muito agressivo. A enfermeira ao ter acesso a essas informações chamou Sergio para uma conversa e entendeu que o abuso de substâncias químicas era proveniente de uma atenção e cuidado que ele recebia quando se encontrava em dada situação. A enfermeira apresentou o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) para que ele pudesse receber um atendimento integralizado e especializado, onde passaria por assistente social, psicólogo, psiquiatra e outros atendimentos caso necessário, depois dessas informações os papeis de alta foram assinados e Sergio foi levado para casa de parentes.

As oito horas da manhã do diante seguinte, uma segunda-feira, estávamos nós no CAPS para tentar conseguir um atendimento, fiquei impressionada com o quanto foi rápido para ele ser atendido, visto que anos atrás tive algumas experiências que demonstraram uma falta de efetividade e tato na prestação dos serviços básicos de saúde.

No primeiro atendimento, Sergio passou pela assistente social e a psicóloga, no entanto existia uma resistência muito grande em conversar com essas profissionais. Ele ainda não estava se sentindo seguro para iniciar um diálogo, então foi marcado para o dia seguinte que ele retornasse no mesmo horário para uma nova tentativa. Chegando em casa fui conversar com Sergio e explicar a importância de ele responder as perguntas feitas pela assistente social e psicóloga, e no dia seguinte teve um resultado muito maior a volta ao CAPS, e logo foi encaminhado para uma consulta com o psiquiatra. Após a referida consulta com ele já estava com seus medicamentos em mãos e com um encaminhamento para um neurologista. Ficou marcado um retorno com o psiquiatra com a data de 90 dias após o início dos medicamentos, e sua consulta com o neurologista está marcada para o mês de dezembro de 2019.

Foi uma experiência agregadora, visto que pude constatar na prática como o SUS tem evoluído em todos os aspectos ao longo dos anos e de fato tem cumprido o que propôs a fazer que é oferecer desde o simples atendimento para avaliação da pressão arterial, por meio da Atenção Primária, até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país. Não é à toa que é considerado um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública do mundo.

Fonte: encurtador.com.br/koUV1

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O SUS de portas abertas

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Aos 14 anos contraí dengue pela segunda vez. Alguns sintomas ao qual me lembro de ter sentido foram febres, dor de cabeça intensa, moleza e dor no corpo e um extremo cansaço. Tendo se manifestado esses sintomas, meus familiares já suspeitaram que poderia ser o vírus da dengue se instalando em meu organismo e com isso me levaram ao UPA/NORTE. Tendo o diagnóstico comprovado e por perceberem que minhas plaquetas estavam abaixo do padrão de normalidade, fiquei internada por alguns dias no hospital, sendo medicada e com um acompanhamento contínuo.

Foram dias bem exaustivos, pois o ambiente hospitalar não é agradável. Porém, a equipe médica que me assistiu foi bem acolhedora, demonstrando afeto e preocupação. Essa foi uma das experiências em que tive contato com o SUS, na qual foi experenciada de forma positiva, sendo acompanhada por uma equipe médica apta a atender o paciente na situação em que se encontra de forma humanizada.

Confesso que há algum tempo em que apresento dificuldades para comparecer em algum serviço ofertado pelo SUS, seja em Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Unidades Básicas de Saúde (UBS), seja para realizar consultas, marcar agendamentos ou mesmo em situações em que meu estado de saúde não está satisfatório, na qual apresento sintomas em meu organismo, porém, vou adiando e evitando o contato com esse ambiente.

Mesmo tendo aversão ao ambiente hospitalar, quando preciso esse sistema está de portas abertas a me atender. Percebo a importância e a contribuição do SUS para com a sociedade. Esse sistema garante que todos possam ter acesso aos serviços de saúde (Universalidade), articulando aspectos curativos e preventivos (Integralidade) e tratando os indivíduos de maneira justa, de acordo com sua necessidade (Equidade).

Sendo assim, esse serviço prestará assistência a todo brasileiro. Como cidadãos temos acesso aos variados níveis de atenção oferecidos pelo SUS, de acordo com cada necessidade. Somos seres únicos, compostos por subjetividades e particularidades, inseridos em contextos diferentes, com hábitos distintos, porém, todos temos um bem precioso em comum: nossa SAÚDE, e dela devemos zelar. Nos tornarmos frágeis a partir do momento em que uma doença nos acomete, por isso precisamos cuidar do nosso corpo.

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Um olhar sobre as grandes áreas da Psicologia

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Psicologia Clínica

Originalmente fazer clínica ou clinicar referia-se em o médico se debruçar sobre a cabeceira do leito do paciente, fazendo uso da observação, atentava-se para um quadro de sintomas, classificando-os. A origem da palavra clínica vem do grego kliné, significa leito, cama, denotando a postura do profissional de examinar “as manifestações da doença para fazer um diagnóstico, um prognóstico e prescrever um tratamento” (DORON; PAROT, 1998, pp.144-145 apud MOREIRA; ROMAGNOLI; NEVES, 2007, p. 610).,

O modelo clínico modificou-se ao longo dos séculos, com contribuições de importantes de teóricos, dentro os quais se destacam Sigmund Freud, visto que este introduziu o termo psicologia clínica; Freud escreveu uma carta no ano de 1899 endereçado a Fleus, na qual se utilizou do termo pela primeira vez (MOREIRA; ROMAGNOLI; NEVES, 2007).

Tradicionalmente a clínica consistia em uma psicoterapia individual, limitada ao consultório, mas foi se desconstruindo devido à necessidade do papel social, como também da valorização do olhar biopsicossocial ao sujeito, a clínica inseriu-se na rede pública e em outros cenários, sendo agora extramuros.

Moreira, Romagnoli e Neves (2007, p. 615.) evidencia que:

Dessa forma, o contexto social passou a adentrar os consultórios de forma a convocar os psicólogos a saírem dele, ou seja, para responder às novas formas de subjetivação e de adoecimento psíquico, o psicólogo deveria compreender a realidade local. A Psicologia “tradicional” é “obrigada” a se redesenhar, tornando-se mais crítica e engajada socialmente.

Nesse novo cenário a clínica busca ressignificar o “fazer” psicologia através de práticas como: grupo terapêutico, visitas institucionais, trabalho em rede, prática que possibilita a avaliação e um diagnóstico diferencial da situação e da história do sujeito, buscando um atendimento clínico integral e a superação do sofrimento psíquico.

Moreira, Romagnoli e Neves (2007) ao citar Figueiredo (1996), salientam que a psicologia clínica não se caracteriza pela sala, pelo espaço físico, e sim pela forma de escuta e da acolhida que oferece ao sujeito, “a escuta e a acolhida do excluído do discurso. Portanto, ser psicólogo clínico implica determinada postura diante do outro” (2007, p. 617).

Assinala-se, portanto, que a clínica vai muito além do consultório, da psicoterapia individual, se faz presente em hospitais, serviços públicos, enfim, em ambientes fora do contexto clínico instigando a prevenção e promoção de saúde.

 

Psicologia Hospitalar

A psicologia hospitalar no Brasil é datada desde os anos 50, mas somente no final da década de 80, que a mesma passa a ser uma especialidade, se concretizando em dezembro de 2000, quando o Conselho Federal de Psicologia promulgou a Resolução nº 014 (ROSA, 2005).

Rosa (2005) apresenta as atribuições que são funções do psicólogo especialista em Psicologia Hospitalar, o CFP (2001)aponta seis importantes tarefas, sendo elas:

1)atuar em instituições de saúde de nível secundário ou terciário;

2) atuar em instituições de ensino superior ou centros de estudo e de pesquisa voltado para o aperfeiçoamento de profissionais ligados à sua área de atuação;

3) atender a pacientes, familiares, comunidade, equipe, e instituiçãovisando o bem estar físico e mental do paciente;

4) atender a pacientes clínicos ou cirúrgicos, nas diferentes especialidades médicas;

5) realizar avaliação e acompanhamento em diferentes níveis do tratamento para promover e ou recuperar saúde física e mental do paciente; e

6) intervir quando necessário na relação do paciente com a equipe, a família, os demais pacientes, a doença e a hospitalização (ROSA, 2005, p. 12).

Quando se fala de psicologia hospitalar, remete-se ao trabalho do profissional psicólogo no âmbito da saúde privada ou pública, no que se refere a hospitais públicos, vale ressaltar que política que gere os mesmos no Brasil, é o Sistema Único de Saúde (SUS), este, porém é um sistema falho, não garante o que suas diretrizes e princípios idealizam, sendo um ideal utópico (MATTOS, 2009). Sendo assim, com o intuito de “melhorar” o trabalho nesse cenário, o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) foi proposto, como uma medida para lidar, tratar com os “erros” do SUS (BRASIL – MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

A PNHAH tem por objetivo, de forma mais ampla, a produção da saúde e produção do Sujeito (Brasil – Ministério da Saúde, 2004, p. 7), para isso decide “aumentar o grau de co-responsabilidade dos diferentes atores que constituem a rede SUS”.

Ressalta ainda que a produção da saúde incida sobre a Mudança na cultura da atenção dos usuários e da gestão dos processos de trabalho implica mudança na cultura da atenção dos usuários e da gestão dos processos de trabalho. Tomar a saúde como valor de uso é ter como padrão na atenção o vínculo com os usuários, é garantir os direitos dos usuários e seus familiares, é estimular a que eles se coloquem como atores do sistema de saúde por meio de sua ação de controle social, mas é também ter melhores condições para que os profissionais efetuem seu trabalho de modo digno e criador de novas ações e que possam participar como co-gestores de seu processo de trabalho (BRASIL – MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004, p. 7).

A proposta da humanização é mais que resolver problemas interpessoais, vai além, atenta-se para a “produção de uma grupalidade que sustente construções coletivas, que suponha mudança pelos encontros entre seus componentes” (BRASIL – MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004, p. 8).

Nesse ínterim Rosa (2005) afirma que o papel do psicólogo hospitalar é de suporte, oferece a escuta especializada, acolhe o sujeito em seu sofrimento, almejando à minimização do sofrimento causado pela descoberta da doença, o tratamento e a hospitalização. O profissional auxilia ainda, os familiares e presta assistência à equipe médica. Desta forma, enquanto a medicina volta-se para cura da patologia, a psicologia hospitalar procura a ressignificação do sujeito frente à doença.

 


Psicologia Organizacional

Essa área da psicologia é marcada pela competitividade no mercado de trabalho, no entanto, muitos profissionais não buscam ocupar as vagas nesse cenário. Braga Filho (2003) aponta que isso ocorre devido a pouca qualificação que a graduação proporciona, fomentando a insegurança, ao adentrar a organização o psicólogo não desempenha a função que lhe foi atribuída, pois não compreende com clareza seu papel nas organizações.

O profissional psicólogo desta área tem por função: realizar avaliações psicológicas, descriminar cargo, faz pesquisa de clima da instituição, promove a integração dos colaboradores, faz treinamento da equipe profissional, como também acompanhamento, realiza intervenção e encaminhamentos e ainda processos seletivos, sendo seu público alvo os profissionais da instituição.

Pereira (2008), afirma que a atuação do psicólogo está voltada eminentemente para a seleção, treinamento e recrutamento de pessoas. Por tanto, busca-se superar esse entrave, mas por falta de clareza do real papel do profissional na instituição, o modelo tradicional supracitado é o mais recorrente.
No que tange as dificuldades, observa-se que estão relacionadas à formação, a pouca experiência profissional, consiste também na carga horária exaustiva. Braga Filho (2003) aponta que o psicólogo que desempenha sua função em um R. H. não deve trabalhar sozinho, o mesmo necessita de uma equipe que lhe forneça suporte, sendo então possível a partir desse trabalho em equipe colaborar de forma significativa no desenvolvimento da instituição.

 

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar. Brasília, 2001. Acesso em: 08 de outubro de 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. HumanizaSUS: Política Nacional de Humanização: a humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas as instâncias do SUS / Ministério da Saúde, SecretariaExecutiva, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizasus_2004.pdf>. Acesso em: 08 de outubro de 2015.

BRAGA FILHO, A. P. Docente da UFSCS. O papel do psicólogo nas organizações do Município de Varginha MG.72f. Dissertação (mestrado em engenharia de Produção) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, 2003.

MATTOS, R. A. Princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e a humanização das práticas de saúde. Interface- Comunicação, Saúde, Educação. Vol (03), Rio de Janeiro, p. 1-9, 2009.

MOREIRA, J. O. ; ROMAGNOLI, R. C.; NEVES, E. O. O surgimento da clínica psicológica: da prática curativa aos dispositivos de promoção da saúde. Psicologia ciência e profissão,  Brasília,  v. 27, n. 4, p. 608- 621, dec. 2007.

PEREIRA, A. S. Práxis da psicologia organizacional: atuação do psicólogo organizacional na cidade de Terezina-PI. Universidade Estadual do Piauí-UESPI, p. 1-10, 2008.

OLIVEIRA, A. 50% – Um equilíbrio entre a Vida e a Doença. [S.I.]: (En)Cena- Saúde Mental em Movimento, 2014. Disponível em: <http://ulbra-to.br/encena/2014/07/28/50-Um-equilibrio-entre-a-Vida-e-a-Doenca>. Acesso em: 05 de outubro de 2015.

ROSA, A. M. T. Docente da UFRGS: Competências e habilidades em psicologia hospitalar.Dissertação (Mestrado em psicologia)- Instituto de Psicologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2005.

SOUZA et al.O papel da visita técnica na educação profissional: estudo de casono campus Araguatins do instituto federal do Tocantins. Ciência, tecnologia e inovação: ações sustentáveis para o desenvolvimento Regional, In:VII CONNEPI- Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação, Palmas, Tocantins, p. 1-5, out. 2012.

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