O Poder do hábito: Porque fazemos o que fazemos na vida e nos negócios.

 O autor do livro é um conhecido jornalista norte americano chamado Charles Duhigg. Com este livro o autor realizou um trabalho jornalístico com centenas de fontes e estudos e através deles demonstra que os hábitos, dos mais simples aos mais complexos, são a base de nossa vida. Ele defende que ao entendermos como os hábitos funcionam, podemos usá-los a nosso favor para atingir os nossos objetivos e obter sucesso na vida.

Duhigg apresenta um conceito chamado de “loop do hábito”, que é composto por três partes: a deixa, a rotina e a recompensa. Ele diz que os hábitos são formados quando a deixa (evento, local ou emoção) desencadeia uma rotina (ou um comportamento diário) a qual gera uma recompensa. Quanto mais repetimos este “loop” mais automatizado e arraigado ele se torna em nosso cérebro.

 

Para a nossa alegria e tranquilidade, Duhigg traz inúmeros exemplos de pessoas que conseguiram mudar seus hábitos e defende que podemos alterar ou mudá-los, mesmo os mais difíceis e prejudiciais, se compreendermos como o “loop” acontece e aplicarmos algumas técnicas de modificação do comportamento como por exemplo o estabelecimento de metas específicas, a visualização e a substituição de hábitos.

Para o autor o hábito nada mais é do que as atividades do dia a dia que executamos de forma automática, sem pensar. Por exemplo, pentear o cabelo, escovar os dentes ou até mesmo o caminho que percorremos para chegar ao trabalho todos os dias. Para ele, nossa mente funciona visando otimizar e acelerar nosso dia a dia. Para isso, automatiza nossas ações e os torna em hábitos para que gaste sua energia e concentração em outras coisas que exigem mais da nossa atenção.

O autor demonstra então como os hábitos são formados e a forma como influenciam positiva e negativamente as nossas vidas. Para isto, recorre a conceitos e explicações de áreas como a psicologia e neurociência. Duhigg então explica o ciclo neurológico do desenvolvimento de um hábito e pontua que a formação dele se estabelece em 3 pilares: a deixa, a rotina e a recompensa.

A Deixa

A deixa é o gatilho, o estímulo antecedente que dispara em seu cérebro para começar uma rotina. Ele pode se apresentar de muitas formas (sentimentos, locais, coisas), desta forma conseguir identificar a deixa é o que faz com que um indivíduo consiga caminhar em direção a mudança. No livro ele cita o seu próprio exemplo quando conta que costumava comer donuts todas as tardes e por isso engordou. Ao analisar o fato, percebeu que fazia isso porque se sentia sozinho e então se dirigia a cafeteria para socializar e conversar, o que culminava no consumo dos donuts. Ao identificar a deixa, passou então a introduzir uma nova rotina que viabilizasse o abandono deste vício em donuts. É preciso entender que o jornalista se sentia recompensado ao conversar com as pessoas e não ao comer e desta forma poderia associar a sua recompensa com algo mais saudável.

A Rotina

A rotina é a atividade que é sempre realizada após a deixa ser ativada. Aqui o autor destaca que para mudar a rotina é preciso identificar o seu gatilho. Sem isso, provavelmente não haverá mudança de rotina.

A Recompensa

A recompensa é o prêmio que você recebe.  Ela naturalmente desperta sentimentos que vão ficar guardados até a próxima vez que o indivíduo se deparar com a deixa. Por isso, o hábito vai se reforçando em um looping infinito.

Ainda sobre o seu hábito de comer os donuts, o autor então observou que: estava engordando devido a comer donuts no meio da tarde. Ele observou que a deixa dele era (sentir-se sozinho no meio da tarde), a rotina (pegar um donuts) e a recompensa (poder conversar com as pessoas que estavam na cafeteria). Ao identificar os três pilares do seu hábito, o autor programou seu alarme do relógio para o horário em que normalmente sentia essa necessidade de conversar com alguém e colocou como meta ir até a mesa de amigo e conversar por 10 minutos. Segundo ele, os primeiros dias foram os mais difíceis e por vezes, ele ignorou o alarme e o plano estabelecido e por consequência terminava comendo o donuts e sentia-se frustrado. No entanto, ao seguir seu plano à risca, finalizava o dia sem comer o donut e satisfeito com seu progresso. Desta forma, com o passar dos dias, o novo comportamento passou a ser automático e ele já nem precisava mais do alarme. Passados seis meses desta nova rotina, relatou que todo dia, por volta das três e meia, levantava de sua mesa, passava dez minutos conversando com algum amigo no escritório e então voltava para sua mesa e isso já acontecia de forma automática e sem que pensasse a respeito. Tornou-se um hábito.

O autor começa então a demonstrar que é extremamente importante criar uma associação entre a deixa e a recompensa. E ressalta que o próprio indivíduo pode criar essa deixa e incorporar em sua rotina hábitos que culminem em algo prazeroso, agindo em seu favor e fugindo das armadilhas da automatização da vida. Desta forma, terá estabelecido uma estratégia para a mudança de hábitos.

Duhigg também aborda em seu livro, o conceito de hábitos angulares (aqueles que influenciam em outras áreas da vida). Por exemplo, a atividade física, que colabora para um bem-estar físico e emocional.

Fica claro no livro que entender a origem de seus hábitos e quais as recompensas que eles envolvem, será uma forma eficiente de desenvolver estratégias que promoverão a mudança de qualquer hábito da sua vida. Vale dizer que alguns serão mais difíceis de serem modificados e a mudança exigirá mais tempo, esforço e dedicação. No entanto, à medida que você entende como um hábito funciona e identifica a deixa, a rotina e a recompensa, você ganha poder sobre ele e porque não dizer que você retoma o controle daquilo que faz todos os dias, sendo mais assertivo e direcionando seus esforços para algo que realmente te trará resultados positivos nas mais diversas áreas da vida.

Referências:

DUHIGG, Charles. O Poder do hábito: porque fazemos o que fazemos na vida e nos negócios. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.