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Tradição e modernidade: Como manter um equilíbrio entre conhecimentos e culturas tradicionais e os avanços tecnológicos da nova era?

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Quando olhamos para os atuais avanços tecnológicos, todas as quinquilharias à venda em sites online, ficamos maravilhados e surpresos com os dispositivos inventados para facilitar o nosso dia a dia. Muitas vezes até nos questionamos sobre suas utilidades e o propósito de um gadget tão específico ter sido criado, gastando energia e produzindo mais poluição no mundo, com algo que poderia ser feito à mão.

Como podemos estabelecer um limite, aproveitando e engajando com os novos dispositivos eletrônicos sem esquecer nossas raízes e até mesmo a nossa humanidade? Um dos aspectos mais importantes para achar este equilíbrio é de primeiramente analisar os significados e subjetividades dentro das tradições de uma cultura sem reduzi-las à binariedade da sociedade atual. Compreender a cultura e tradição em seu caráter abstrato e complexo, de impossível definição concreta. A contradição, no entanto, é que as próprias tradições possuem um caráter rígido dependendo de quem as vivencia, sendo um claro exemplo disso as religiões mais antigas do que o próprio cristianismo.

A bruxaria, por exemplo, em seu caráter religioso, data desde a pré-história, onde os humanos passaram a cultuar deuses que representavam a caça, a fertilidade, boas colheitas, entre outros. O próprio neo-paganismo entra em discussões fervorosas sobre as tradições pré-históricas e a modernidade, questionando, por exemplo, a necessidade de cultuar deuses da caça em tempos de açougue de supermercado, ou de cultuar um deus masculino em tempos de empoderamento feminino. Ou ainda mais interessante, questionar e discutir a eficácia da “tecnomagia”, que é nada mais nada menos que a utilização de apetrechos modernos e tecnológicos para manifestar seus desejos e realizar rituais mágicos.

Para muitos, esse papo é de louco em um mundo onde problemas reais como a fome e pobreza assolam populações do mundo inteiro, mas essa discussão também é sobre isso. Por exemplo, qual o propósito de utilizar a pobreza e o sofrimento de desconhecidos para engajar nas redes sociais? Por que se filmar entregando uma cesta básica com uma música triste de fundo se você poderia por exemplo organizar uma vakinha online ou fazer uma live onde todos os lucros vão ajudar uma instituição de caridade? Por que não divulgar ONGS, projetos sociais, ao invés de orquestrar um filminho por instagram onde você é o protagonista salvador e o mendigo é um coadjuvante? 

Ou, para piorar, por que utilizar as novas tecnologias para disseminar mais desinformação e preconceito para tradições e culturas que não sejam brancas e cristãs? Qual é o resultado disso e o porquê tantas pessoas o fazem?

Isso me faz pensar que, no fim, poucos se preocupam em manter as tradições vivas, a menos que essa tradição seja de caráter opressor, porque aí é bem vantajoso para a manipulação das massas. Talvez, no fim de tudo, seja sobre um tentar enterrar o outro vivo a todo custo, porque o “meu” é bom, o “meu” é melhor, e o “meu” vale mais que o seu. 

Mais Informações

https://www.oldreligion.com.br/loja/noticia.php?loja=450018&id=17

https://www.scielo.br/j/trans/a/gLkhkfmN4czF6rthRS55rTL/

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