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Transições nos papéis dos indivíduos em comunidades ao longo do desenvolvimento

Fonte: http://googleshortener.com/BfRoX8

O texto do qual estamos comentando – A Natureza Cultural Do Desenvolvimento Humano, de Rogoff – tem por objetivo nos orientar como se refere às transições de papéis dos indivíduos em suas comunidades ao longo do desenvolvimento. Uma questão central na psicologia do desenvolvimento tem sido identificar a natureza e o ritmo das pessoas, de uma etapa de desenvolvimento para a próxima, da primeira infância até a idade adulta.

As transições no desenvolvimento costumam ser retratadas pelos pesquisadores como algo que pertence aos indivíduos, como nos estágios de desenvolvimento cognitivo descritos por Piaget.  Muitas vezes as etapas do desenvolvimento são identificadas em termos de desenvolvimento de papéis comunitários por parte da pessoa. Assim pode se ver como exemplo, o desenvolvimento até a maturidade no modelo navajo é um processo de aquisição de conhecimento para ser capaz de assumir responsabilidade por si e por outros.

Muitas comunidades marcam as transições no desenvolvimento com cerimônias. Algumas cerimônias de transição marcam eventos e realizações valorizados, tais como o primeiro sorriso, a primeira comunhão, a formatura ou inicio da menstruação. Já outros reconhecem essas passagens baseadas na idade. Essa pratica cultural explicitam muitas vezes o desenvolvimento individual em relação a expectativas sociais e culturais, marcando as transições, não apenas para os indivíduos, mas para gerações.

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Com tudo percebe-se que no desenvolvimento em algumas comunidades, as etapas não se baseiam em idade cronológica ou em mudanças físicas. Em lugar disso, são centradas em eventos socialmente reconhecíveis, tais como a identificação das coisas pelo nome. Assim como dar nome a uma criança marca o começo de sua condição de pessoa. As crianças cumprem uma função espiritual, estabelecendo ligação com ancestrais que deixaram o mundo dos vivos, mas não foram muito longe. É interessante como podemos analisar esse texto de forma ampla, pois dentro de cada cultura que é mostrada pode se observar como é visualizado o desenvolvimento de um individuo de maneiras distintas.

Em todo o mundo, as distinções nas etapas do desenvolvimento costumam ser definidas segundo o começo da participação da criança, de uma nova forma, na família ou na comunidade. Então são citadas como exemplo as famílias euro-americano de classe média, muitas vezes distinguem quando um bebê dá um sorriso social pela primeira vez, ou começa a falar, condições importantes em suas relações com seus cuida dores. Isso levando á uma grade percepção de que a interação da criança com o meio é muito importante onde às etapas do desenvolvimento também fazem referencia ás relações das crianças com outras pessoas e com a comunidade.

Atribuindo um status social único aos bebês

Em algumas comunidades, os bebês e as crianças pequenas tem atribuído a si um status social único, no qual seus atos e suas responsabilidades são considerados como sendo de um tipo diferente daqueles das crianças mais velhas e dos adultos. Assim fazendo com que vejamos a importância de cada individuo. O desenvolvimento de bebês e crianças pequenas é apoiado dirigindo-os ao comportamento adequado, de forma que entendam, pois a transição envolve descontinuidade nas normas especificas de compartilhamento, da primeira infância á infância, em contraste com a coerência da aplicação das regras a crianças pequenas e mais velhas que se encontra em comunidades euro-americano de classe média. “Supõe-se que as regras sociais não possam ser aplicadas a menos que a criança subjetivamente pronta para entendê-las e aceita- lãs, ou segui-las voluntariamente”.

Essa transição envolve descontinuidade nas normas específicas de compartilhamento, da primeira infância á infância, que é de onde se estabelece o desenvolvimento e em contraste a coerência da aplicação das regras desde então. Papéis responsáveis na infância vêm demonstrar qual a contribuição de cada criança em seu patrão de idade, em muitas partes do mundo entre os cinco e sete anos de idade é uma época importante de transição nas responsabilidades das crianças e em seus status na comunidade.

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Assim este texto vem também com o intuito de nos mostrar como outras culturas visam de forma diferente o desenvolvimento, como por exemplo, a sociedade ocidental burocrática muda seu tratamento das crianças nessa idade considerando as capazes de distinguir o certo e o errado, de participar de trabalhos e de começar uma educação seria em instituição fora de casa. A pesquisa sobre o desenvolvimento muitas vezes observa uma descontinuidade nas habilidades e no conhecimento em torno dos cinco e sete anos. Muito interessante percebermos como é a etnografias de 50 comunidades em todo o mundo onde indicam uma mudança muito difundida em torno dos cinco e sete anos, nas responsabilidades e expectativas com relação às crianças.

É importante que compreendamos assim como o texto mostra as diversidades da cultura no mundo com relação ao desenvolvimento e ainda mais com relação às crianças, pois as expectativas com relação às crianças de cinco e sete anos ou de qualquer outra idade tem alguma base geral, mas é importante não atribuir especificidade exagerada a expectativas de idade para atividades determinadas, pois ampla variação ocorre com relação à idade em que se espera que as crianças desenvolvam complexas e valorizadas.

Papeis de gênero

As amplas diferenças de crianças no mundo estão intimamente relacionadas aos papéis de gênero dos adultos em suas comunidades. Então vejamos que geralmente, à medida que os seres humanos continuam a transformar suas práticas culturais, os papéis de gênero mudam ao mesmo tempo em que se mantêm longas tradições. Então nota-se que os papéis de meninos e meninas são estabelecidos paralelamente aos de mulheres e homens em suas comunidades à medida que começam a seguir os padrões dos mais velhos.

Compreender as mudanças biológicas e culturais dos papeis de gênero ao longo de gerações pode nos ajudar a ir além das limitações das dicotomias, possibilitando-nos que determinamos nosso rumo. Não é de surpreender que as diferenças de gênero entre crianças sejam coerentes com os papéis. Muitos autores caracterizam as práticas culturais euro-americanas a partir de uma ênfase no individualismo e na independência. Entretanto, há amplas diferenças culturais na visão da maturidade como algo que leve á independência da família de origem ou vínculo e responsabilidade renovados com relação a essa família.

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Na vida cotidiana, assim como na pesquisa cultural, as questões das relações sociais trazem a nossa atenção como às pessoas consideram que os interesses próprios coletivos operam. No processo, cada geração pode questionar e revisar as pratica de seus predecessores, especialmente quando praticas diferenciada de comunidade distinta.

Independência versus interdependência com autonomia

As práticas de educação de criança em muitos grupos culturais contrastam com a formação voltada à individualidade separada, privilegiada pela classe euro-americano. Em muitas comunidades, as crianças são socializadas para serem interdependentes. Assim são estimuladas a interagir de forma multidirecional com grupos de pessoas. Então o que podemos observar é que em algumas comunidades nos quais a interdependência é enfatizada, o contato físico próximo é necessariamente parte de envolvimento com o grupo com isso mostrando como é interessante como esse processo de interdependência ocorre de maneira natural em que o contato físico próximo, a interdependência implica estar voltado ao grupo.

Onde esse envolvimento, todavia, pode simultaneamente dar ênfase a autonomia individual, podendo ser baseada em escolha individual e voluntária. Em algumas comunidades, a provocação por parte de adultos ou pares é uma maneira de informar indiretamente as pessoas esta fora dos limites, ou indicar a elas a forma adequadas de agir, essa é uma forma de controle social que não exige forçar as pessoas a se adaptar a hábitos culturalmente adequados, especialmente em pequenas comunidades inter-relacionadas. Em algumas comunidades, o constrangimento é tanto um método para ajudar as crianças a aprender preceitos morais quanto uma virtude a ser desenvolvida.

Assim pode se ver que a pesquisa sobre o desenvolvimento moral em diferentes comunidades envolveu, muitas vezes testes de raciocínio moral. As respostas aos dilemas morais em diferentes comunidades se enquadram em várias posições nessa escala, com um desempenho “inferior” nas comunidades em que não aquelas em que a escala foi elaborada.

 Alguns preceitos obrigatórios no código moral de qualquer sociedade, entre os quais a ideia de que obrigação de ordem mais elevada tem precedência à preferência individual ou o arranjo de grupo principia de se evitar danos e o principio da justiça, segundo o qual os casos devem ser tratados de forma semelhante. Ao mesmo tempo, certas características facultativas são afirmadas por algumas sociedades.

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Podemos ver que em muitas comunidades os pressupostos culturais com relação às prioridades individuais ou de comunidade, ou seu caráter mutua, são levados aos relacionamentos habituais da vida cotidiana. Então podemos concluir em nosso entendimento que as realizações individuais podem ser buscadas e reconhecidas de modo a priorizar a competição, ou podem ser apreciadas como contribuições ao funcionamento da comunidade. Por meio dessas questões nas relações sociais dos seres humanos, a autonomia e a interdependência são negociadas segundo tradições culturais e renegociadas á medida que novas gerações avaliam posturas alternativas.

REFERÊNCIAS: 

ROGOFF, B. A Natureza Cultural Do Desenvolvimento Humano. 1 ed. Brasil: Artmed, 2005.

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