Estudantes de Psicologia da ULBRA encerram a capacitação para servidores

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No último dia 04 de novembro, nas dependências do Núcleo de Atendimento Integrado de Palmas (NAI), ocorreu o último encontro de capacitação promovido pelos alunos do curso de psicologia, da ULBRA – Palmas, como parte das atividades do Estágio Básico de Intervenção em Crise. O evento contou com a presença de trabalhadores das instituições de acolhimento da Casa de Acolhimento Raio de Sol e Casa Acolhida.

A capacitação foi estruturada em três encontros. No primeiro, ocorrido em 3 de outubro, foram abordados temas como saúde mental e os tipos de crise vivenciados nas casas. Em 21 de outubro, a professora Mariana Borges destacou a importância dos servidores compreenderem os conceitos de estressores, limiar e vulnerabilidade, para uma abordagem preventiva e eficiente em situações de crise.

O último encontro, em 4 de novembro, trouxe a matriz de responsabilidade para auxiliar os servidores a identificarem a responsabilidade de cada um em situações de crise. Para a professora Mariana Borges esta fase teve o objetivo de apresentar a matriz de saúde mental, um dispositivo criado para monitorar e acompanhar as ações de cuidado em saúde. Durante a atividade, buscou-se levantar junto aos profissionais, os princípios éticos que guiam o atendimento, os serviços de apoio que são acionados em situações de crise e as atividades desenvolvidas nesse contexto.

Após a capacitação, os alunos desenvolverão protocolos de intervenção personalizados para cada instituição. “Após essa etapa, construiremos juntos a matriz e o fluxograma, que será entregue às casas de acolhimento dentro de 15 dias. Na apresentação desses fluxogramas iremos até as casas e teremos um momento para explicar a estrutura proposta e, em seguida, realizaremos uma segunda visita para receber o feedback dos profissionais. Esse retorno será fundamental para identificar os pontos que refletem suas práticas diárias e ajustar o que for necessário antes da versão final dos protocolos”, informou Mariana Borges.

Para Joanete Barbosa, coordenadora da Casa Acolhida, o evento foi um espaço importante tanto no sentido da construção do protocolo, quando como espaço de fala dos servidores. “Esse protocolo vai ser crucial para direcionar as práticas nos momentos de crise dos meninos. Serviu também como um espaço de fala da equipe, que às vezes sente muita falta nesses momentos difíceis. Uma das coisas que mais chamou minha atenção é justamente essa proximidade com a nossa prática. Vai ser um documento que, diferente de muitos outros, vai ser construído em cima do nosso cotidiano”, relata Joanete.

De acordo com a discente do 8º período de psicologia, Glaucilene Santana, este tipo de capacitação é muito significativo, uma vez que está vendo um serviço funcionar na realidade. “A gente fez visitas e as capacitações, ouvindo as pessoas que trabalham nesses locais, assim relacionamos teoria com a prática, pois em sala de aula a gente leu artigos de situações de crise e aqui nós estamos vivenciando junto com os trabalhadores das casas de acolhida as situações que eles vivenciam nessas casas, para depois construir um protocolo de enfrentamento de situações de crise na realidade, com pessoas que estão no dia a dia com essa situação”.

As casas acolhem crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade por decisão judicial, como medida protetiva determinada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. A medida é adotada em casos de violação de direitos, como abandono, negligência ou violência, e busca proteger a integridade física e psicológica dos acolhidos.

 

 

 

 

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Projeto Saúde Mental em Casa: acadêmicos de psicologia da Ulbra Palmas realizam capacitação de trabalhadores de casas de acolhimento institucional

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Com objetivo de construir um protocolo de intervenção em crise para as casas de acolhimento institucional do município de Palmas, estudantes da disciplina de Estágio Básico de Intervenção em Situação de Crise, do curso de psicologia da ULBRA, organizam capacitação, no mês de outubro e novembro, para os servidores da Casa de Acolhimento Raio de Sol e Casa Acolhida, no Núcleo de Atendimento Integrado de Palmas (NAI).

Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, as casas acolhem crianças e adolescentes como medida protetiva, por determinação judicial, em decorrência de violação de direitos (abandono, negligência, violência) ou pela impossibilidade de cuidado e proteção por sua família. Essa ação é uma medida excepcional, aplicada apenas nas situações de grave risco à sua integridade física e/ou psíquica.

Antes da capacitação ocorreu um momento em que os estudantes se reuniram com os servidores, em ambas as casas, para levantar as situações de crises de cada uma. A equipe observou que alguns gatilhos costumam precipitar as crises, como a chegada de um novo acolhido, pois altera a dinâmica do grupo; a sensação de rejeição quando o acolhido não recebe visita de um familiar e a rotatividade dos educadores, especialmente os de referência devido a perda do vínculo. Outro ponto levantado foi a percepção de que alguns adolescentes passam a reproduzir comportamentos de crise como estratégia de ganho secundário. Os educadores explicaram que, ao perceber o início de uma crise, tentam conversar com o adolescente buscando uma distração ou oferecendo medicação.

A capacitação foi dividida em três momentos, o primeiro encontro que aconteceu no dia 3 de outubro de 2024, propôs explicar: O que é saúde mental? O que é crise? E relatar os tipos de crise que foram identificadas nas casas. Na atividade realizada na última segunda-feira (21), segundo a professora Mariana Borges: “A ideia é conversar mais sobre esses tipos de crise e trazer um pouco também o que são os estressores, limiar e vulnerabilidade, que são algumas questões que podem auxiliar eles a identificarem de forma mais preventiva situações de crise para intervenção, como também se eles conseguem visualizar esses estressores nas casas de acolhimento”.

Para Mariana Cabral, psicóloga tanto na Casa Acolhida quanto na Raio de Sol é de extrema importância entender teoricamente os conceitos e a diferenciação de crise e surto, para que o servidor saiba manejar não só o outro, mas a si também e se autorregular. “Dessa forma, a gente pode unir forças, conhecimento com a prática e perpassar não só o fazer dos profissionais que estão aqui reunidos, mas também nessa formação dos acadêmicos entendendo um pouquinho dessa nossa realidade, que apesar de ter esse viés de amar o serviço, de estar ali para de fato ajudar e acolher as crianças e adolescentes, nós também enfrentamos muitos desafios, por falta às vezes de conhecimento e capacitação.”

De acordo com a professora Mariana Borges, o próximo encontro ocorrerá no dia 4 de novembro e abordará sobre a matriz de responsabilidade, o objetivo é identificar qual é a parte de cada um dos profissionais na situação de crise, em qual fase ela se encontra, em qual momento de uma situação de crise precisaria intervir e quem são as pessoas que precisariam intervir. Logo após os eventos os alunos irão criar protocolos de mediação de situação de crise para cada uma das casas de acolhimento.

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Mini-influenciadores: os perigos do Sharenting no relacionamento parental

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Estudiosos apontam possíveis consequências da exposição de filhos nas redes sociais no relacionamento entre pais e filhos.

Com a ascensão das redes sociais no século 22, o comportamento que nós temos diante delas passou por diversas modificações, com cada vez mais pessoas entrando no mundo digital e tornando-se parte das redes. De acordo com um levantamento realizado pela We Are Social e Meltwater, há cerca de 144 milhões de usuários de redes sociais no Brasil, ou seja, 66,3% da população nacional. Dentro desse número crescente de perfis em redes sociais, existe também uma nova “tendência” nas redes sociais: os mini-influenciadores.

Apesar de que a maioria das redes sociais atuais possuírem uma restrição de idade para seus usuários, é difícil realizar um monitoramento eficaz e amplo dos perfis ativos, fazendo com que muitas crianças adotem um comportamento de auto-exposição através de perfis pessoais, comportamento este muitas vezes sendo incentivado e aprovado por pais ou responsáveis. Tal incentivo por parte dos pais ou responsáveis é muitas vezes motivado pelo lucro gerado pela quantidade de curtidas, cliques e visualizações, se fazendo necessário questionar os efeitos a curto e longo prazo de tal prática.

Fonte: Freepik

O compartilhamento de informações e exposições acerca do filho pode ser chamado de sharenting, palavra do inglês que provém da união entre as palavras share (compartilhar) e parenting (parentalidade), comportamento que pode impactar o relacionamento entre pais e filhos e também os processos de individuação dessa criança e os adultos envolvidos. Ao realizar o sharenting, pais e responsáveis estão não apenas facilitando o acesso a imagem e informações privadas para pessoas má intencionadas, mas também estão tornando crianças alvos de possíveis críticas e comparações relacionadas ao comportamento e a auto-imagem.

Os “mini-influenciadores”, por estarem em processo de maturação neurológica e aprendizado acerca às normativas sociais, não possuem a capacidade de compreender que ela não apenas está sendo manipulada e modelada para atender às expectativas de seu público, e nem de que sua infância está sendo deturpada pelas responsabilidades e atividades associadas à sua “atuação” enquanto influenciador digital. Para Diane E. Papalia, a maturação é um desdobramento de uma sequência natural de mudanças físicas e comportamentais, incluindo o comportamento em meio a sociedade. Erik Erikson irá ressaltar que a infância é dividida em estágios de desenvolvimento psicossocial, experimentando a vergonha e dúvida durante o estágio pré-operatório (2-7 anos), por exemplo, além do desenvolvimento de um sistema para representar pessoas, lugares, eventos em pequenas “pastas”. Seu pensamento ainda não é lógico e necessita de processos  de jogos imaginativos, por exemplo, devido a grande fantasia da perspectiva da criança. Já a partir dos 11 anos, é comum que nós seres humanos passemos por momentos de confusão da identidade, o que pode ser amplificado e vivenciado de forma patológica em um contexto onde necessita performar uma “persona” na internet.

Além disso, há um claro impacto relacional, onde os pais ou responsáveis assumem o comportamento e imagem de um “agente”, “empresário”, distorcendo a imagem que essas crianças possuem em relação aos adultos envolvidos. De acordo com a psicanalista e vice-diretora de Relações Interdisciplinares do Instituto Brasileiro de Direito de Família  Claudia Pretti para a revista digital do instituto, os filhos precisam do acolhimento através de bons laços afetivos e o cuidado, trazendo a importância de repensar os conceitos de liberdade e de laço social. Para Erikson, as influências sociais na criança são um grande fator no desenvolvimento da personalidade, ressaltando também a importância dos primeiros estágios da vida da criança e o que ela entende sobre o mundo, os afetos, sua segurança, entre outros.

Por fim, é necessário questionar de que forma o cuidado, afeto, aprendizado, privacidade e liberdade são capazes de tomar espaço necessários para uma vida plena e saudável de uma criança em um contexto onde certos comportamentos são expostos sem sua autorização e muitas vezes, ridicularizados. 

 

Referências: 

ANUNCIAÇÃO, Débora. Sharenting: especialistas avaliam os riscos da exposição infantil nas redes sociais. Belo Horizonte-MG. Disponível em <link>. Acessado em 08 ago. 2024. 

PAPALIA, Diane E; MARTORELL, Gabriela. Desenvolvimento humano. 14ª edição. Editora Artmed. Porto Alegre, 2022. 

SILVA, L. C. da; VIEIRA PEREIRA SANTOS, I.; NASCIMENTO PEREIRA, L.; JARDIM PFEILSTICKER, F. O IMPACTO DAS MÍDIAS DIGITAIS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, [S. l.], v. 6, n. 1, p. 1773–1785, 2024. DOI: 10.36557/2674-8169.2024v6n1p1773-1785. Disponível em: <link>. Acesso em: 22 ago. 2024.

SMOLINSKI, Bree. Think before you post: the impact of sharing photos of your child online. Austrália: Curtin University, 2021. Disponível em <link>. Acessado em 08 ago. 2024.

 

 

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O primeiro natal da criança Melinda

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Melinda tinha apenas cinco anos quando vivenciou seu primeiro natal conscientemente. Ela, como uma criança típica, acreditava em fadas, princesas, mundo encantado, monstros etc., incluindo o Papai Noel e sua carruagem com presentes. Na véspera do natal, Melinda pediu aos seus pais um pedido inusitado. O pedido dela foi viajar com o Papai Noel entregando os presentes para as crianças.

Esse pedido comoveu seus pais, pois não estavam prontos para revelar a verdade e muito menos destruir sua inocência, como acreditariam que seria. Decidiram em conjunto tentar realizar esse pedido da filha. Pediram ajuda dos familiares e começaram a organizar o trenó com os alces e as vestimentas, mas tudo escondido da pequena Melinda.

Ao passar dos dias, quanto mais perto ficava da data, mais ansiosa Melinda se mostrava, pois temia que seu pedido pudesse não se realizar. Falou aos seus pais que poderia sumir mas que voltaria para a cama antes do dia 25 chegar, pois queria muito viajar com o Papai Noel e entregar os presentes às crianças.

Fonte: Imagem de Jill Wellington por Pixabay

Na escola, Melinda aprendeu que o Natal é um momento no qual se deve fazer ações de caridade, solidariedade e amor, como Jesus fazia. Logo, Melinda raciocinou que seu pedido fazia mais sentido ainda, pois não desejou ter nenhum brinquedo, presente caro ou jogos especiais, e percebeu que sua atitude era caridosa. Quando chegou em casa, disse isso aos seus pais e eles o elogiaram.

Quando finalmente chegou a véspera do natal, os pais de Melinda se fantasiaram, alugaram algumas carretas com enfeites de alces e compraram, com ajuda de seus familiares, vários presentes para distribuir em bairros carentes. Eles a despertaram tarde da noite e ela, feliz por ter seu pedido atendido, ficou eufórica. Seus pais, disfarçadamente, pediram a ela para entrar no carro que seus pais já sabiam do pedido.

Ela entrou muito entusiasmada e se encantou com cada detalhe do trenó, com os alces, com os brilhos em volta, com os presentes, e com a fantasia de seus pais. Depois, se direcionaram a um bairro carente e lá, eles desciam do trenó automatizado, e deixava um presente na porta ou no portão de cada casa. Depois, apertaram a campainha ou batiam forte no portão e falavam em alto e bom tom: PRESENTE DO PAPAI NOEL NA PORTA. FAVOR RETIRAR AGORA!  e saiam em disparada para o carro.

Fonte: Imagem de Jill Wellington por Pixabay

Melinda, que conhecia apenas o papai Noel tradicional, que voava pelo céu com seu trenó e alces, e que chegava à casa das crianças pela chaminé das casas, perguntou ao casal por que não era como os que mostravam na tv e nos livros. Eles responderam que esta é a última versão da fábrica da terra do papai Noel e que no Brasil era mais legal, porque tinha portão e poderia deixar na caixa de correios, do que ir pela chaminé e se machucar. Ela concordou e achou divertida a resposta.

Depois de distribuir tudo pelo bairro inteiro, voltaram exaustos para casa. Depois, Melinda dormiu a noite toda pesadamente. No dia seguinte, quando despertou, foi diretamente aos seus pais e relatou tudo a eles. Eles a ouviram atentamente e a acolheu. Depois, viu na TV, a alegria das crianças e suas reações ao receber os presentes. Quando as viu, disse aos seus pais que foi o melhor natal de todos, e foi o mais marcante, por ser o primeiro.

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Pica Pau: influência nos processos de desenvolvimento da criança

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Pica Pau é um personagem da série estadunidense produzido pelo estúdio Walter Lantz, distribuído pela Universal Pictures. Sua criação teve origem em novembro de 1940 pelas mãos dos produtores Walter Lantz e Ben Hardaway(desenhista). Sua primeira aparição foi de forma secundária em um desenho ( Andy Panda). Em 1957 ganhou seu próprio espaço com ” the woody woodpecker” de forma traduzida show do pica pau. Em um primeiro momento, pica pau aparece como um pássaro louco, de cores fortes e chamativas, porém com o passar do tempo, sofreu diversas modificações.

Fonte: encurtador.com.br/gsJ28

Um personagem de época marcante que ultrapassa gerações, embora alvo de críticas por muitos adultos, por ser considerado uma má influência nas crianças, graças a sua personalidade ambígua e teimosa. Muitas vezes taxado como louco, preguiçoso, inconsequente, agressivo, trapaceiro e desonesto, os adultos geralmente esperam que um desenho seja algo inocente com transmissão de alguma lição ou positividade. De acordo com a visão Bettelheim os contos de fada trazem, em suas versões originais, um conteúdo riquíssimo para a formação psicológica da criança. Porém, à medida em que estes contos vão sendo adaptados, com estranha finalidade de “agradar” a sociedade, eles perdem o que tem de mais precioso: sua essência.

É nessa essência que embora pareça um pouco conturbada, podemos notar as diferentes manifestações psíquicas que o desenho nos traz e sua importância no processo de desenvolvimento da criança.

Noção de identificação

O fato de que existem vários personagens que representam o “mal” reforçando a ideia de que, a criança precisa ter algo ou alguém para descarregar a raiva, principalmente a que sente dos pais quando eles a impedem de fazer alguma coisa que queira muito. Os diversos personagens a serem enfrentados, remete para a criança um sentimento de que, o medo ou raiva que sente não é apenas dos pais, e que as mesmas também experimentam esse sentimento com outras pessoas( tios, avós, coleguinhas..) Além do fato de que o Pica-Pau não é sempre o ‘’bonzinho’’ trazendo a ambiguidade que demonstra; pessoas são boas e más .

Fonte: encurtador.com.br/nIK29

Objetos transicionais

Segundo Winicott existem objetos transacionais, que são a representação do próprio ‘’eu’’. No caso do Pica Pau sem dúvidas é sua risada marcante, que além de contar um certo deboche traz à tona conteúdos caóticos. Em um de seus bordões temos a seguinte fala: “‘Siga aquela motoca, siga aquele cavalo, siga aquela carroça, siga aquele chinesinho, siga a flecha, siga o chefe siga-me, olha, eu sou um bombardeiro…” (Pica-Pau). Para a criança não existe o caos, quem controla o mundo é o adulto, por isso elas se identificam muito com as transgressões de ordem.

Aprendendo a lidar com as consequências

O pássaro de cabeça vermelha não mede forças para derrotar seus inimigos, para as crianças os inimigos são os “chatos” e “implicantes” que não deixam elas fazerem o que querem, quando querem, logo elas fazem uma projeção justificando que o ato feito por ele foi certo. Quando ele não se dá bem chegam a ficar um tanto quanto frustradas, porém ao se ”dá mal” mostra às crianças que as mesmas precisam arcar com seus atos.

Vivenciando as diferenças

Em alguns episódios quando se veste de mulher, pode trazer algo representativo para muitas crianças, principalmente aquelas que se encontram em conflitos sexuais. Cada criança aprende e absorve os conteúdos de diversas maneiras, tudo depende do sentimento que passam pela sua mente, de forma inconsciente. Dessa forma o fato do pica pau se vestir de mulher pode ser encarado naturalmente, promovendo uma diversidade e aceitação.

Fonte: encurtador.com.br/dmE39

Não devemos apenas enxergar o personagem com nossa ótica moralista, mas entender que os trajetos do mesmo podem ser um ideal do inconsciente de diversas crianças, embora cada criança seja afetada de formas diferentes, o efeito causado surge no inconsciente ou pré- consciente da criança, emergido de diferentes situações conflituosas. A reflexão que fazemos é que se por um momento mudássemos a ótica do desenho seu sucesso não seria o mesmo, Pica Pau carrega em si um significado passivo de apreensão, principalmente para aqueles que se identificam, mesmo não tendo a mínima intenção de trazer lição alguma.

REFERÊNCIAS

RIBEIRO, Natássia Thais; SANTOS, Márcio dos. Da fantasia à realidade: uma análise, à luz da psicanálise, do desenho animado pica-pau. Campina grande, p. 1-9, 7 out. 2021. Disponível em: https://editorarealize.com.br/editora/anais/conages/2014/Modalidade_1datahora_18_05_2014_11_08_50_idinscrito_311_8c139e981403facaf411691b7348b4d4.pdf

PACHECO. Elza. As metáforas do Pica pau. Pesquisa Fasep. 2000 disponível em:https://revistapesquisa.fapesp.br/as-metaforas-do-pica-pau/. Acesso em 07/10/2021.

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Dia das Crianças: data para refletir sobre o valor e importância da infância

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Comemorado no dia 12 de outubro, o Dia das Crianças celebra a importância da garotada, na vida dos adultos, além de valorizar a fase da infância, responsável pela construção de sua identidade. Doce, pipoca, diversão e muita risada não podem faltar, nessa data tão especial aos pequenos. No entanto, é preciso relembrar que a criação de uma criança precisa acontecer na saúde, educação e condições sociais favoráveis ao seu desenvolvimento físico e psicológico.

Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) a criança e o adolescente devem usufruir de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, mas na prática difere-se bastante. Diariamente a mídia notícia os disparates das desigualdades entre as classes sociais, no Brasil. Todas as crianças têm direito a frequentar uma escola, mas nem todas estão matriculadas. Nesse contexto, Ana Maria Frota aponta que nem todas as crianças vivem no país da infância, e destaca que alguma são nascidas em bolsões de misérias.

Fonte: Freepik

Sua análise faz alusão as diferenças sociais nos quatro cantos do país, que não oferecem as mesmas condições de desenvolvimento na infância.  Fator preocupante, porque a construção de um adulto confiante e seguro começa na fase da infância. Mukhina (1996) considera que o desenvolvimento máximo das qualidades das crianças, no que diz ao aprendizado são alçados quando se consideram suas peculiaridades, em diferentes idades. Por isso, a necessidade de a criança crescer em um ambiente familiar seguro e saudável.

De acordo com Cardoso (2012) a promoção do brincar é um grande facilitador para seu aprendizado, em especial, quando a criança toma a iniciativa. Para ele, essa atitude cria um ludicidade inerente ao saber infantil junto com a participação do adulto nessa descoberta, no caso é a brincadeira. Cardoso conceitua esta ideia como um desempenho assistido. Esse apoio ofertado à criança faz com ela sinta-se segura e confiante para novos aprendizados.  Nesse sentido, faz-se ser indispensável a presença do adulto.

Fonte: Freepik

Rossana Coelho e Barbara Tadeu observam que o brincar da criança deve ser levado para sala de aula, no artigo “A importância do Brincar na Educação da Criança”. Segundo a publicação, cabe aos educadores orientar os espaços em que as crianças devem ficar para o desenvolvimento de atividades lúdicas focados no ensino aprendizagem, além de um bom material pedagógico.  A relação positiva entre pais e professores contribuem para o crescimento das crianças no que diz ao aprendizado, enquanto futuros adultos também.

Para proteger as crianças e adolescente vítimas de violência doméstica o Governo Federal, por meio do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos disponibiliza o disque 100, forma gratuita denunciar. Essa informação é pertinente porque, conforme dados ministério 81% das violências contra esse público acontecem dentro de casa.  Vamos brincar, celebrar e salvar vidas.

REFERÊNCIAS

Brasil. Lei n. 8069, 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso 07, de out. 2021.

Brasil. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Disponível em https://www.gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2021/julho/81-dos-casos-de-violencia-contra-criancas-e-adolescentes-ocorrem-dentro-de-casa. Acesso 07 De out 2021.

Cardoso, G. B. (2010). Pedagogias participativas em creche. Cadernos da Educação de Infância.

Cardoso, M. G. (2012). Criando contextos de qualidade em creche: ludicidade e aprendizagem. Minho: Universidade do Minho, Instituto de Educação.

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Caos 2021: Intervenções frente à violência infantil no contexto pandêmico

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O curso de Psicologia da instituição de ensino Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA), oferece aos alunos o Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia – CAOS e, nesse ano de 2021 o tema central é “A Psicologia e Atuação Psicossocial em Situações de Emergência”. O evento ocorrerá de forma online, pelas plataformas digitais da instituição, no mês de novembro, com duração de quatro dias (dia 03 ao dia 06) e, o mesmo conta com a organização dos acadêmicos matriculados na disciplina Intervenções em Grupos, junto à coordenação do curso. Tal congresso apresenta em seu cronograma diversas oficinas, dentre elas a mesa redonda com o tema “Intervenções frente à violência infantil no contexto pandêmico”.

A mesa redonda acontecerá no dia 05 de novembro das 09h às 12h, conta com a mediação da professora/psicóloga Izabela Querido, junto à mesma profissionais renomados como as psicólogas Raphaella Pizani Castor Pinheiro, Gabriela Fernandes Maximiano, Anitta Coêlho dos Santos Teixeira, e o assistente social Raimundo Carlos. O evento será realizado através da plataforma online Google Meet, no qual possui como capacidade máxima de participação de 100 usuários. Vale destacar que todos os profissionais convidados, em que irão compor a mesa, apresentam em seus currículos, experiência no âmbito de atuação acerca da temática.

Fonte: encurtador.com.br/dGKR3

Em decorrência da pandemia da Covid-19, no mês de março de 2020 as instituições de ensino de todo país, como medidas preventivas, foram fechadas devido à necessidade do isolamento social para a colaboração da contenção da disseminação do vírus. Grande parte das escolas do Brasil, ainda encontra-se sem o ensino presencial. Diante do tema, violência infantil, nota-se que o número de subnotificações apresentou queda, porém não significa que tais agressões não estejam ocorrendo. Isto porque, as crianças estão limitadas em seu ambiente domiciliar, no qual diminui a possibilidade de identificação de violência por outros.

Conforme os casos registrados, percebe-se que as agressões vêm apresentando um nível de gravidade alto. Isto porque há uma crescente nos números de casos de crianças que chegam ao hospital em estado crítico, muitas vezes quase mortas. Uma exemplificação disso é o caso do menino Henry Borel, 4 anos, morto em março de 2021, após ser violentado pelos responsáveis.

Portanto, diante do cenário atual, a mesa redonda propõe apresentar dados informativos a respeito da violência infantil, como também apresentará pautas sobre sua intervenção. O evento tem como objetivo trazer aos acadêmicos reflexões acerca dessas agressões, instigando nos mesmos um olhar dentro da psicologia em relação à intervenção. Por fim, para participar da mesa redonda, assim como demais oficinas basta se inscrever no site do CAOS, http://ulbra-to.br/caos/.

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A importância da educação ambiental na infância

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“Ensina a criança no caminho em que ela deve andar”, esta referência bíblica pode ser usada no contexto da educação ambiental. Ou seja, a sustentabilidade e o meio ambiente devem ser ensinados desde cedo, e desenvolver esse comportamento em um pequenino, é contribuir para a formação de um adulto consciente, por meio de ações positivas. Evitar o desperdício de água, descarte correto dos resíduos, queimadas indevidas são alguns exemplos que devem ser cultivados na aprendizagem da criança.

Pensando nisso, o Ministério da Educação elaborou o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), um documento didático que direciona técnicas pedagógicas a serem utilizadas em sala de aula para o ensino aprendizagem da criança sobre educação infantil.  O objetivo do referencial é sociabilizar informações, discussões e pesquisas junto aos professores e demais profissionais da educação infantil, no ensino público no âmbito municipal e estadual.

Fonte: Freepick

Para isso, o RCNEI foi dividido em três volumes: Formação Pessoal e Social e Conhecimento de Mundo, Identidade e Autonomia, bem como Movimento, Música, Artes Visuais, Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática. A intenção da divisão em eixos de trabalho foi facilitar o trabalho do profissional da educação infantil para o desenvolvimento de atividades com os alunos para a prática educativa. O documento encontra-se disponível no portal do ME para consulta.

Sobre essa temática a Universidade Federal do Tocantins (UFT), campus de Palmas, lançou um projeto de extensão intitulado “BeeTec UFT”, que objetiva levar a educação ambiental à criança do ensino público, da Capital, por meio dos estudos das abelhas nativas do Tocantins. Inaugurado em 2019, a iniciativa disponibiliza sua versão online, devido à pandemia de Covid- 19, bem como página no Instagram e canal no YouTube.  O projeto de extensão é realizado pelo trabalho voluntário dos estudantes de iniciação científica e de pós-graduação da UFT.

Fonte: Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Nesse sentido, Campus de Carvalho (2004) afirma que a maioria das pesquisas empíricas, demonstram a influência de aspectos físicos nas ações de crianças pequenas, oriundas da psicologia ambiental. Segundo o pesquisador, um aspecto ambiental físico faz-se necessário para a ocorrência de interações positivas, não só entre crianças, mas também delas com o adulto. Por isso, a importância do lúdico por meio de ações com características físicas para a assimilação do conteúdo exposto para a criança, no que tange a educação ambiental, bem como outras disciplinas.

Gleice Azambuja Elal (2013) aponta que o debate do ambiente no desenvolvimento infantil, bem como sua literatura na área das relações pessoa-ambiente são necessários para a construção de uma qualidade de vida na criança, a qual passa pela compreensão ecológica de seu comportamento. “A otimização das relações com o ambiente, preocupando-se com a definição de lugares que contribuam para a formação da identidade pessoal, das aptidões e competências individuais”.

REFERÊNCIAS

Campos-de-Carvalho, M. (2004). Psicologia ambiental e do desenvolvimento: O espaço em instituições infantis. In R. S. Guzzo, J. Q. Pinheiro & H. Günther (Orgs.), Psicologia ambiental: Entendendo as relações do homem com seu ambiente

ELALI, Gleice Azambuja. O Ambiente da Escola – o Ambiente na Escola : Uma Discussão sobre a Relação Escola-Natureza Educação Infantil. Estud. psicol. (Natal) 2003, vol.8, n.2. Disponível em: <http:// www.scielo.org/> Acesso em: 20 julho 2013

Ministério da Educação (ME). Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI). Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf. Acesso 01.out. de 21.

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Dificuldades de aprendizagem na Educação Infantil do Povo Akwê-Xerente

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O processo educacional nos anos iniciais de escolarização é o desafio da maioria das crianças, em que muitos encontram dificuldades de aprendizagem nas escolas, no qual as estruturas oferecidas, a tendência é de maior dificuldade. Com isso surgem questões a saber: O que fazer para ajudar crianças com dificuldades de aprendizagem? Como devem ser as infraestruturas das escolas que recebem as crianças com dificuldades de aprendizagem? As diferenças entre as crianças que não apresenta dificuldades e aquelas com dificuldades de aprendizagem?

As dificuldades de aprendizagem nas series iniciais torna-se para as crianças indígenas como desafio a ser enfrentado na escola. Onde a criança indígena tem o seu contato com a realidade totalmente diferente do que antes já vivido, com isso, pode ocorrer da criança indígena enfrentar barreiras com contato direto dentro de uma sala de aula. As dificuldades que podem levar as crianças a terem menos rendimento na escola são constatadas quando elas apresentam o desempenho baixo diante das tarefas exigidas. O processo de ensino e aprendizado envolve toda a sociedade, tanto a rural quanto a urbana.

Diante desse exposto, é importante identificar que dificuldades são estas e como os professores que atuam na educação escolar indígena pode se posicionar a fim de amenizar os impactos sentidos por crianças ao terem contato com novos elementos de ensino até então nunca vistos na cultura tradicional indígena.

Esses desafios encontrados por crianças indígenas, geralmente aparecem quando elas têm o contato direto com outra cultura diferente da sua, esse contato, por sua vez, pode acabar influenciando no desempenho dentro da sala de aula, desencadeando em problemas de aprendizagem.

Fonte: encurtador.com.br/oqs03

Conforme a pesquisa realizada por Melo e Giraldin (2012) as crianças indígenas têm mais de dificuldades de aprendizagem em língua portuguesa, pois estas são alfabetizadas na língua materna, uma criança da sociedade urbana tem mais facilidade por que já aprende desde pequeno a sua língua, já as crianças indígenas não, o primeiro ensinamento que elas recebem, vem dos pais, que são ensinamentos da própria cultura, passado de geração a geração. Durante cinco anos a criança indígena não recebe o conhecimento de fora, elas são livres, esses anos as crianças não têm contato com a escola. Melo e Giraldin (2012) afirmam ainda que as escolas indígenas xerente tende mais na valorização da cultura, da identidade cultural, na conservação da língua e ensinamentos ligados à sua cultura.

Um aspecto peculiar que Melo e Giraldin (2012) enfatiza é o fato das escolas xerente reelaboram constantemente o cotidiano dos moradores, pois os afazeres domésticos, as incursões no cerrado, a confecção de artesanato, o trabalho na roça, são mais privilegiados que os afazeres escolares em determinados períodos do ano.

Corrêa e Sarmento (2015) destacam que a educação assume um papel importantíssimo na vida da criança, sendo um dos maiores desafios de educadores e pais. Porém a mesmas autoras propõem que têm a possibilidade de tornar esta criança um sujeito autônomo, adquirindo sua liberdade moral e intelectual, isto é possível por meio da criatividade o que torna suas experiências significativas de satisfação, de autoria de pensamento e de fala, sendo sujeitos autores das suas próprias produções e personalidades.

Corrêa e Sarmento (2015) dizem que “a criança precisa encontrar significados e o porquê aprender a ler e escrever, sendo o princípio norteador para ocorrer esta aprendizagem” o professor deve auxiliar no encontro com esse sentido, para que o aprendizado não seja apenas algo imposto e uma prática vazia.

Fonte: encurtador.com.br/uBM08

REFERÊNCIAS:

CORRÊA, Juliana Queiroz Matos. SARMENTO, Tatiane Da Silva. Dificuldades de aprendizagem no processo de Alfabetização. Rio Grande do Sul: Revista pós-graduação: desafios contemporâneos v.2, n. 2. 2015.

GIRALDIN, Odair e MELO, Valéria M. C. de. Os Akwe-Xerente e a busca pela domesticação da escola. Campo Grande, MS: Tellus, 2012.

Mini Currículo: MAILSON WAIKAZATE XERENTE, acadêmico de pedagogia na Universidade Federal do Tocantins – UFT.

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