Corpos estáticos, mas que na lente de Ravanelli Mesquita ganham movimento.
Contornos petrificados que recebem vida e história, criadas a partir das narrativas e do olhar do outro.
E quem é esse outro?
Quem é esse alguém aprisionado pelo aparelho fotográfico? Que imagens são essas?
São desenhos mudos, perpetrados de sentido atribuído pelo outro, mas que gritam e verbalizam – na imagem – toda força e vontade de alguém que é, e sente. Existências comprimidas e exprimidas em papel e tinta. Vozes inaudíveis, significantes e significáveis, casualmente eternizadas em um instante decisivo. É a voz/vida/corpo/ captada pelo clique do fotógrafo/autor/escultor/escritor. Desenhos celestiais, que ganham gosto, cheiro e destino. São seres (re)criados  e imortalizados a partir do olhar peremptório do outro.

Hudson Eygo