Relato de experiências vividas no parque municipal da pessoa idosa de palmas

Trata-se de relato de experiências por mim vividas junto aos idosos do Parque Municipal da Pessoa Idosa de Palmas pela disciplina Intervenção em Grupos, cuja equipe tem em sua formação Andreia Alves de Carvalho, nossa líder, Clarissa Souza Lira, Eryka Cristina da Silva Santos, Gabriel Wállef Silva Avelino e eu, Adhemar Chufalo Filho, sob a supervisão do Professor Mestre Sonielson Luciano de Sousa. 

A intervenção se deu em 4 encontros de 1 hora cada, no Parque Municipal, sendo que no primeiro dia ocorreu na quadra de esportes com a presença de 10 idosos (as) de ambos os sexos, e o tema da roda de conversa, que se deu pelo método dialético com perguntas semiestruturaras, estavam relacionadas à vivência familiar, rede de apoio, situação econômica, saúde. 

Insta salientar que esse diálogo entre nossa equipe e os (as) idosos (as) foi muito à vontade, e eu não me senti como um estranho ou intruso em suas vidas, pois estavam bem tranquilos e abertos tendo interesse em apresentar suas demandas de forma individualizada, e alguns idosos (as) eram um pouco mais prolixos que outros. 

No segundo encontro compareceram somente 3 pessoas, não me recordo, mas parece que grande parte dos usuários do Parque tinha viajado para a cidade de Santa Fé do Sul, Estado de São Paulo, para participar de jogos com idosos (as) de outras instituições no âmbito nacional, porém o encontro com os presentes, marido e mulher, e uma terceira pessoa que, vinda do Nordeste, foi muito proveitoso e esclarecedor sendo que o terceiro narrou um pouco de sua vida e por causa de sua filha se mudou para Palmas. 

Fonte: Segundo encontro com os idosos em 1º de abril de 2024.

A adesão aos encontros foi aumentando, e, nos terceiro e quarto, compareceram mais de 15 pessoas em cada um, e, com esse aumento na frequência, notei que os idosos (as)  estavam gostando da nossa presença e do nosso diálogo, inclusive dei alguns poucos relatos de minha própria experiência como idoso que sou, e isso foi possível por eu adotar,  como acadêmico de Psicologia, a abordagem da Psicologia Analítica de Jung. 

No terceiro encontro utilizamos as técnicas Mindfulness, dialética e métodos terapêuticos outros como a caixa com espelho para que os (as) idosos (as) falassem um pouco da pessoa que viam no fundo da caixa, no espelho, e eu observei, com certa restrição, os depoimentos sobre si mesmos, pois em nenhum momento os que se manifestarem narraram suas dificuldades, pois somente tinham palavras de elogio, otimismo, satisfação plena com suas condições subjetivas e objetivas de vida. 

Fonte: Terceiro encontro com os idosos o corrido em 8 de abril de 2024.

Abro parênteses para relatar que o Parque não oferece encontros de   grupos terapêuticos para poderem os (as) idosos (as) dialogar das suas necessidades psicológicas ou não, mas somente atividades físicas como natação, capoeira, vôlei, sem qualquer prática voltada à meditação, relaxamento, reflexão, pelo menos o que eu constatei em conversa com os usuários (as). 

No último encontro, o quarto, utilizamos das técnicas Mindfulnes, dialética e técnicas terapêuticas outras em que se distribuiu aos (às) participantes parte de uma folha de papel para que escrevessem qual a percepção que tinham a respeito dos encontros que foram realizados junto a eles (as), e a maioria respondeu que foi o reconhecimento por termos nos disponibilizados ao mister.  

Fonte: Quarto encontro com os idosos ocorrido em 15 de abril de 2024.

Concluindo, a intervenção feita junto ao grupo de idosos (as) do Parque Municipal  da Pessoa Idosa,  de Palmas, trouxe-me muitas reflexões a respeito das necessidades de reconhecimento, lugar de fala, visibilidade, respeito, temas recorrentes que restou demonstrado nos diálogos em, por serem perguntas semiestruturadas, permitiam a troca de ideias entre os próprios usuários (as) e a interação com a equipe de estagiários (as). 

As técnicas terapêuticas utilizadas como Mindfulness, dialética com perguntas semiestruturadas, métodos outros como a caixa com espelho, os bilhetes para que pudessem deixar suas impressões, fizeram  com que o grupo de idosos (as) se sentisse mais a vontade e pertencentes a um contexto que não privilegia ou hierarquiza a relação entre os acadêmicos estagiários do curso de Psicologia e os (as) usuários (as) / idosos (as) que frequentam o Parque Municipal da Pessoa Idosa, tornando, assim, a nossa intervenção muito proveitosa e enriquecedora.