Seria o delírio uma espécie de fuga ao desencantamento do mundo?

As imagens são imagens de fé religiosa. Pessoas de fé, em atos de fé, nos fazem lamentar a pobreza de um mundo cético e seco de significações, que – em nome da lógica e da razão, esses álibis precários – às vezes tenta se impor em nosso cotidiano. Seria o delírio, assim como a fé religiosa, uma espécie de fuga ao desencantamento do mundo?

O trecho abaixo, de autoria de Nobre de Melo, psicopatologista brasileiro, foi escrito a respeito do delírio, mas poderia não ser:

Dir-se-ia que todo o mundo perspectivo circundante […] passa a encher-se de significações ocultas, dantes inexistentes, abrangendo coisas, objetos, animais pessoas, um universo, enfim, de significações novas […]. Tudo em torno adquire sentido. Não há evento, por mais banal e rotineiro, que não encerre alguma intenção, que o paciente deseje ardentemente decifrar. Tudo quer dizer alguma coisa. Nada ocorre por acaso.

Mardônio Parente

Psicóloga. Doutora em Educação (UFBA). Mestre em Comunicação e Mercado (FACASPER). Especialista em Psicologia Clínica. Especialização em Gestão e Docência no Ensino Superior. Formação em Arte Terapia. Graduada em Publicidade e Propaganda (CEULP/ULBRA), em Ciências Sociais (ULBRA) e em Processamento de Dados (UNITINS). Coordenadora geral do Portal (En)Cena. Atualmente é professora e coordenadora do curso de Psicologia no Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA).  E-mail: irenides@gmail.com
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