Por Sabrina Alves de Sousa
Acadêmica de Publicidade e Propaganda do CEULP/ULBRA
Durante a existência, passamos por inúmeras mudanças em nossas formas de ser. Algumas vezes elas ocorrem lentamente, num movimento imperceptível para a consciência. Da mesma forma, a infiltração na parede que começa sem ser vista e, de forma lenta e implacável, vai se apropriando da parede. Se nada for feito para conter a infiltração, ela irá se expandir na parede e produzirá pinturas, desenhos, figuras da passagem da água. Até que a água domina toda a parede levando ao seu desmoronamento.
Nossa figura subjetiva possui traços constituídos por processos parecidos com os da infiltração hidráulica. Certas formas de ser vão se desfazendo sem que tenhamos consciência disso. A vida é movimento, fluidez, transformações múltiplas constantemente. No entanto, algumas vezes certas formas de ser se tornam barreiras que impedem a passagem da fluidez em nós. Nestes casos, o movimento da vida se infiltra nestas barreiras e, de forma lenta e implacável, as desfaz.
As fotos de Sabrina Alves de Sousa mostram estes desenhos, estas figuras, constituídas pelas marcas da passagem do movimento ininterrupto que é a vida. Contornos das figuras subjetivas na paisagem contemporânea.
Jonatha Rospide Nunes