A Máquina de Moer Mulheres: Política, Produção e Estética na Pandemia

A Encruzilhada das Mulheres: Desafios na Luta Contra a Desigualdade de Gênero no Brasil

 

Vitória Cardoso Figueira (Acadêmica de Psicologia)  – vitoriacardoso@rede.ulbra.br

“A máquina de moer Mulheres – política, produção e estética na pandemia (2023)”é um livro organizado por Gleys Ially Ramos dos Santos, geógrafa, mestra em Desenvolvimento Regional. Doutora em Geografia. Organizadora do Livro Mulheres Emparedadas – Confissões da Pandemia. Professora do Curso de Relações Internacionais (UFT). Coordenadora do OUTRAS Observatório Transdisciplinar em Feminismo, Política e Métodos (CNPq-UFT) e Juliete Oliveira, mãe, poeta, educadora ambiental, ativista dos direitos humanos, parte da memória de um lugar chamado Araguaia. Escreve como um ato de subversão e para alcançar uma respiração possível em conjunto com outras mulheres. É um livro colaborativo escrito apenas por mulheres.

“A máquina de moer Mulheres – política, produção e estética na pandemia” é uma coletânea de escritos que reúne mulheres envolvidas no movimento feminista, bem como na produção literária e na teoria feminista. A teoria feminista, como seu foco central, aborda a presença das mulheres tanto como objeto de análise quanto como construtoras dessa análise, sempre considerando as complexas interações entre as mulheres e a produção intelectual. A ação de reunir mulheres para escrever e contribuir para essa coletânea é, em si mesma, uma prática que visa transformar a realidade atual.

O livro reúne as visões de autoras que, além de serem escritoras, também são pesquisadoras. Elas consideram a pesquisa como uma investigação prática que se baseia nas situações cotidianas que cercam as pessoas. A metáfora da “máquina de moer mulheres” é utilizada para discutir questões de política, trabalho e estética em meio à pandemia, uma realidade que se tornou ainda mais desafiadora devido à propagação do vírus. O foco do livro está na violência, abordando todas as suas manifestações perversas, como uma representação concreta do poder. Em outras palavras, o livro analisa como as mulheres estão sujeitas a diversas formas de poder opressivo e como a pandemia agravou essas situações, utilizando a metáfora da “máquina de moer mulheres” para ilustrar essa realidade.

No prefácio, Kassandra Muniz faz um resumo sobre a realidade das mulheres durante a pandemia, e em como ela deturpou os planos e consumiu o tempo de todas. E como tal fato foi intrigante, dada a questão que passamos muito tempo dentro de casa. Portanto, surge a questão: a pandemia é a causa disso, ou a máquina que desgasta as mulheres já estava em funcionamento há séculos? Preparar refeições, participar de reuniões e, ao mesmo tempo, cuidar das responsabilidades acadêmicas dos orientandos, enquanto auxilia na educação da filha, não é uma novidade.

Os textos apresentados abordam mulheres que perseveraram apesar das adversidades. Isso evidencia que existem inúmeras dificuldades e desafios, mas, ao mesmo tempo, uma multiplicidade de papéis protagonizados por mulheres. A habilidade de se reinventar destaca a influência e a presença das mulheres no mundo.

Os textos mencionados no livro tratam de mulheres que perseveraram apesar das adversidades. Isso evidencia que existem inúmeras dificuldades e desafios, mas, ao mesmo tempo, uma multiplicidade de papéis protagonizados por mulheres. A habilidade de se reinventar destaca a influência e a presença das mulheres no mundo.

O objetivo do livro e do nome é estreitar laços e estar mais em sintonia com os desafios que as mulheres enfrentam, desafios que poderiam ser resolvidos caso as instituições atuassem como parceiras comprometidas com a equidade e a justiça social. Nesse contexto, o livro parte da exposição de que esses espaços ainda não demonstram solidariedade com as diversas formas de opressão que as mulheres enfrentam simplesmente por serem mulheres.

No geral o livro fala sobre como o sistema de produção e reprodução social no capitalismo explora a mão de obra desvalorizada das mulheres. A ideia de que as mulheres conquistaram grandes cargos, mesmo que em proporções limitadas, é frequentemente apresentada como resultado da meritocracia, mascarando barreiras à mobilidade profissional feminina.

A máquina que mói as mulheres é a negligência para com as mulheres, principalmente aquelas afetadas pelo desemprego, subemprego, terceirização, sobrecarga de trabalho devido às jornadas triplas, aumento de mães solteiras e famílias solteiras por mulheres. É um sistema que destrói a existência de mulheres, e o livro detalha várias nuances que acontecem nesse sistema opressor.

REFERÊNCIA:

DOS SANTOS, Gleys Ially Ramos; OLIVEIRA, Juliete (orgs). A máquina de moer Mulheres – política, produção e estética na pandemia. EDUFT. TO 2023. Disponível em: <https://ww2.uft.edu.br/index.php/ultimas-noticias/33063-maquina-de-moer-mulheres-uma-coletanea-que-amplia-a-voz-feminina>. Acesso em: 29 set. 2023.