“É esse meu próprio tempo… Vertido num só rio”.

Sempre tive um quê de líquido em mim
Líquido assim, como se a evaporar.
Um preocupar-me constante
Daqueles de não se querer desistir.
Se de repente me vejo em mim
Assaz presente, ausente assazmente
É que, de repente, sou sempre.
É esse meu próprio tempo
Vertido num só rio
Outramente afluente.
É assim que, de minha ausência
Andada por minha existência,
Sou. As pedras do rio
E as águas do mar.

Victor Melo