Martin Luther King e seu papel na luta contra o racismo e a segregação nos EUA

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Por conta do movimento abolicionista nos EUA começou-se uma série de conflitos entre os Nortistas e Sulistas que culminaram na conhecida Guerra da Secessão, onde um lado, os confederados (Sulistas) queriam que os negros continuassem a ser escravos, enquanto que o outro lado da União (Nortistas) apoiavam o trabalho assalariado das pessoas negras, contra a escravatura.

A união foi considerada vitoriosa porém, ainda assim haviam movimentos contra os negros, violência explícita, na qual vale citar a seita denominada “Ku Klux Klan” na qual defendia uma supremacia branca e que espancavam e assassinavam pessoas negras até mesmo em plena luz do dia.

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Martin Luther King Jr., conhecido como King, é tido por muitos como o maior líder contra o Racismo nos EUA, mas que é conhecido mundialmente por conta da sua árdua luta pela verdadeira integração dos negros dentro da sociedade americana que sofria por conta da segregação e dos ataques à comunidade negra da época.

King nasceu 1929 em uma família de classe média dos EUA, e teve acesso a uma boa educação, o que era bastante incomum para o negro daquele tempo ter acesso a educação. Martin formou-se em sociologia e em Teologia e seguiu com seus estudos chegando ao Doutorado de Filosofia.

Como pastor, Martin baseou sua luta na fé cristã, da igualdade entre brancos e negros, Luther não pregava ódio contra brancos, ele dizia que as pessoas deveriam ser medidas pela riqueza do seu caráter e não por sua cor. Na sua luta sofreu imensas ameaças, violências e tentativas de assassinato, haviam diversos bombardeios nas igrejas em que os negros frequentavam e inclusive Martin teve sua própria casa bombardeada.

Na América havia a política do “endurecimento” onde pessoas negras eram presas por pequenas violações de trânsito, na maioria das vezes acusados por agentes da lei e portanto Martin Luther King foi preso após ser acusado de andar a 48 quilômetros por hora.

Toda essa situação causava um enorme desgaste psíquico de Martin Luther King, em suas palavras ele disse, “Parecia que todos os meus medos haviam se apossado de mim ao mesmo tempo. Eu tinha chegado ao ponto de saturação.” O líder sofria o pânico diante das reais ameaças contra ele, em contra partida o descontentamento de alguns que abandonavam a causa do Doutor King por conta do movimento sem violência, baseado nas ideias de Mahatma Gandhi.

Muitos daqueles que apoiavam Martin sofriam sérios riscos de vida, eram assassinados, brutalmente espancados sofriam constantes ameaças e racismo explicito, porém King era um grande líder, que inspirava confiança e todos sentiam um grande acolhimento por ele em suas ideias.

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Seguiam se os protestos pacíficos liderados pelo Doutor King sendo um fato marcante o boicote aos ônibus no qual King foi acusado e preso por liderar pois foi tratado como um boicote ilegal. Em sua autobiografia ele fala sobre essa situação, onde foi decretado sua sentença, porém, o Supremo Tribunal dos Estados Unidos aboliu a segregação dos negros quanto ao uso de coletivos, na qual Martin descreve que:

“Em circunstâncias normais, uma pessoa saindo do tribunal com uma condenação nas costas mostraria um semblante sombrio. Mas eu saí com um sorriso. Sabia que fora condenado por um crime, mas tinha orgulho do meu crime. Foi o crime de me juntar a meu povo num protesto não violento contra a injustiça.”

Durante uma de suas diversas prisões por seus protestos para derrubar a segregação, Martin escreveu uma carta pedindo aos negros americanos que continuassem a lutar por igualdade a partir de tribunais e não por meio das manifestações. Vale ressaltar que na época haviam pessoas brancas que também apoiavam a causa do Dr. King e que foram presas por esse motivo.

Após tantos protestos e lutas Martin Luther King conseguiu alcançar um grande número de pessoas em todo o país, tendo como fato marcante o seu discurso “I Have a Dream” (Eu tenho um sonho) no qual reuniu cerca de 260 mil pessoas numa passeata percorrendo a alameda onde está o monumento a Washington até o monumento a Lincoln em 1963.

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Luther King ganhou o prêmio Nobel da Paz de 1964 por sua defesa dos direitos civis e sua liderança na resistência pacífica pelo fim do preconceito racial nos Estados Unidos, tendo sido na época a pessoa mais jovem a ganhar o prêmio (35 anos).

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Martin continuou com seus discursos, protestos, sua luta pela igualdade de todos, sendo uma figura de grande importância para o fim da segregação. Seu apoio contra a dificuldade em se registrar eleitores negros resultou na assinatura da Lei dos Direitos de voto em 6 de agosto de 1965.

No dia 4 de Abril de 1968 Martin Luther King foi morto por um tiro, na sacada de um hotel em Memphis onde havia discursado um dia anterior, entende-se que a causa de sua morte se deu por motivos racistas, no qual muitos levantam como uma conspiração. Luther King que tanto admirava as ideias de Gandhi teve seu fim de forma semelhante e deixou um grande legado da luta contra o racismo e todas as formas de desigualdade.

Apesar da luta constante desse líder o racismo nos EUA e no Mundo, ainda é grande pauta e, se não fosse um problema ainda da atualidade, não seriam necessários os constates protestos contra as desigualdades que ainda hoje atingem a comunidade negra como por exemplo, as recentes violências policiais contra pessoas de classe baixa e principalmente negras no Brasil e no Mundo.

Por fim é válido citar uma famosa frase do Dr. Martin Luther King na qual diz: “O que me preocupa não é o grito dos violentos, mas o silêncio dos bons”.

Referências:

CARSON, Clayborne. A Autobiografia de Martin Luther King. Editora Schwarcz. Companhia das Letras, 2014.

DUARTE, Irael Alves. “Uma Ad Dos Conceitos-Análise: Liberdade, Igualdade e Justiça no Discurso “Eu Tenho Um Sonho” De Martin Luther King Jr”. 2019.

KING, Martin Luther. As palavras de Martin Luther King. Fount Paperbacks, 1985.

MARTIN, André. Guerra de Secessão. História Das Guerras, 2006.