Juno, um filme de Jason Reitman com Elliot Page, Michael Cera que nos leva a discutir de maneira ampla a gravidez na adolescência e os riscos psicológicos existentes nesse contexto. A sexualidade por muito tempo foi um tabu na sociedade, tornando de certa forma assunto omisso nas famílias, essa dificuldade de orientação sobre a sexualidade ainda é vista com timidez ou ausência de conhecimento dos pais. Na escola, os adolescentes até recebem orientações sobre sexualidade, porém, de forma reduzida não atingindo o que seria essencial para a preparação para a vida sexual.
O filme apresenta uma discussão extremamente relevante nesse contexto, visto que na visão conservadora da sociedade ao fim da adolescência, o adolescente deveria estar ajustado aos valores e normas atribuídos pelo meio social como constituir uma família, ter qualificação profissional entre outros. No entanto, na sociedade capitalista que vivemos, nem todos os adolescentes tem acesso às possibilidades propostas pela sociedade, o que afeta seu desenvolvimento, pois além das transformações peculiares desta fase da vida ainda enfrenta dificuldades no mundo do trabalho, impedindo de usufruir deste período.
Desta maneira, a gravidez precoce, além das dificuldades econômicas e sociais, também se constitui como um fator que reflete no desenvolvimento do adolescente que exige medida de responsabilidade ainda não adquirida. A gestação é um momento fisiológico na vida reprodutiva da mulher.
A gravidez ocorre conforme determinismos impostos pela natureza humana, segundo diretrizes genéticas milenares preestabelecidas, por isso, não pode ser tratada como doença, malgrado, a própria saúde pública considere a gravidez, para fins assistenciais e programáticos, de baixo e alto risco. A gestação evolui com características próprias, sem percalços e óbices em mais de 80% dos eventos gravídicos. (MONTENEGRO; REZENDE FILHO, 2008).
Assim, quando as inesperadas gestações ditas normais não ocorrem, depreende-se que se trata de algo patológico, tais gravidezes acontecem secundárias a numerosos fatores de risco biopsicossociais e outros. Não é aceitável supervalorizar o patológico e tornar mínimo o fisiológico, pois o parto cesariano de origem cultural vem substituindo com vantagens o parto vaginal, sendo um jeito negado pela maioria dos pesquisadores.
Referências:
MONTENEGRO, C. A.; REZENDE FILHO, J. A gravidez na adolescência e a Psicologia. São Paulo: Ed. Guanabara Koogan, 2008
FICHA TÉCNICA
Título: Juno (Original)
Ano produção: 2007
Dirigido por: Jason Reitman
Duração: 96 minutos
Classificação: Não recomendado para menores de 10 anos
Gênero: Comédia Drama Romance
País de Origem: Estados Unidos da América