Em setembro, mês em que o mundo se volta para alertar sobre o suicídio, problema grave que, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), ceifa a vida de 12 mil brasileiros por ano, a Secretaria Municipal da Saúde de Palmas (Semus) enumera ações que podem ser feitas no dia a dia para evitar o adoecimento mental. O intuito é chamar a atenção para as causas e prevenir mortes autoprovocadas na Capital.
Segundo Paloma Graciano de Carvalho Moura, psicóloga da Semus, não existe “receita de bolo” para ter uma saúde mental plena, no entanto, ela cita alguns fatores de proteção que contribuem para a prevenção de transtornos mentais, a promoção da saúde mental e o bem-estar.
“Uma rede de apoio é fundamental para a manutenção da saúde mental, seja ela formada por familiares e/ou amigos. A religiosidade também é importante assim como o trabalho, pois são formas que encontramos de participarmos da vida comunitária. Há de se lembrar que o estabelecimento de estratégias positivas de enfrentamento consiste num fator protetivo relevante, uma vez que favorece o bem-estar biopsicossocial”, afirma a profissional.
Paloma explica que a rotina deve contemplar momentos de autocuidado. “As práticas culturais também promovem o sentimento de pertencer, uma vez que favorece o fortalecimento de redes tradicionais de solidariedade. Em suma, seria ter tempo para cada coisa, incluindo atividades prazerosas, atividades físicas, meditativas e de relaxamento. Uma rotina saudável envolve prazer, satisfação e conexão social. Para isso, reforce o diálogo e cultive a empatia”, elenca a psicóloga.
Fonte: Imagem de Gerd Altmann por Pixabay
Violência autoprovocada
Todas essas práticas acima contribuem para uma valorização da vida e, por consequência, a prevenção da violência autoprovocada que, segundo a Coordenação Técnica das Causas Externas da Semus compreende a ideação suicida, autoagressão, tentativas de suicídio e suicídio, ações que requerem atenção integral em saúde.
Conforme os dados da Coordenação, de janeiro a agosto deste ano, 264 casos de violência autoprovocada (tentativa de suicídio e automutilação) de residentes de Palmas foram registradas. Sendo que 14 pessoas morreram em Palmas por morte autoprovocada. A maioria das pessoas que pratica a violência autoprovocada é composta por mulheres adultas, na faixa etária de 20 a 64 anos. No entanto, dos 14 óbitos, dez são do sexo masculino.
Atendimento
Na Capital, os atendimentos em saúde mental são oferecidos nas Unidades de Saúde da Família (USFs) para casos leves. Basta o paciente procurar sua USF e ser acolhido. Para casos moderados, o atendimento é feito nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps II e AD III) e ambulatórios (Policlínica de Taquaralto, Ambulatório de Atenção à Saúde Dr Eduardo Medrado, etc). A Semus reforça que o atendimento dos Caps funciona na modalidade “porta aberta”, ou seja, não é necessário o encaminhamento das USFs para o serviço. No caso dos ambulatórios, é necessário encaminhamento da USF. Para casos de urgência e emergência, o paciente deve ser encaminhado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
A população também dispõe, em todo o país, do Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente pelo número 188 todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, 24 horas todos os dias.
Unidade de Saúde da Família de Palmas / Fonte: encurtador.com.br/mrvF5
Fatores de risco
Paloma informa que o principal fator de risco para o suicídio é o histórico de tentativas da pessoa e/ou de sua família. “Contudo, percebe-se que outro fator de risco relevante diz respeito a exclusão social de grupos de populações vulneráveis, dentre elas, negros, indígenas e imigrantes. Além disso, o comportamento suicida está mais presente entre os jovens entre 15 e 30 anos e idosos”, afirma.
Ela ressalta que a população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais) encontra-se mais suscetível ao sofrimento intenso, aos comportamentos autodestrutivos e à vulnerabilidade emocional. “As violências, de maneira geral, também influenciam significativamente no agravamento do comportamento suicida. Além disso, pessoas portadoras de doenças crônicas, em especial, as acompanhadas por dores, também tendem ao sofrimento mental maior, incluindo os deficientes. Em outras palavras, pessoas que estão em situação de exclusão tornam-se mais vulneráveis frente ao adoecimento mental, daí a importância da efetivação das políticas públicas e da democracia enquanto fator de proteção à vida”, completa.
Para reduzir os impactos das pessoas que possuem fatores de risco para o adoecimento mental, a profissional afirma que é necessário fortalecer fatores de proteção, capazes de diminuir o sofrimento do sujeito, principalmente dando a ele as ferramentas para a resolução de problemas.
“O fortalecimento de vínculos é uma estratégia importante neste processo, principalmente a motivação para pedir ajuda e conseguir expressar o seu sofrimento de outras formas. A habilidade para solucionar problemas da vida também é outro ponto crucial na prevenção do suicídio, pois favorece a busca pela melhoria da qualidade de vida. A responsabilidade sobre familiares e voluntariado também tem se mostrado relevante no ‘significado da vida’, que, por sinal, é próprio de cada um. A vivência de valores e normas socialmente compartilhadas também ajuda na integração social e nas práticas coletivas, como o esporte e a arte”, finaliza.
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Tocantins alerta população sobre a importância da prevenção ao Suicídio
O Sistema Único de Saúde tem uma Rede de Atenção Psicossocialque pode ser acessada discando 188, nas UBS e nos CAPS
O suicídio é uma junção de fatores psicológicos, sociais, emocionais, entre outros, sendo que prevenir é a única forma para evitá-lo e 10 de setembro é oDia Mundial de Prevenção ao Suicídio. O Estado do Tocantins através daRede Estadual de Atenção Psicossocial alerta a população sobre a necessidade da conscientização e prevenção.
“Neste mês de setembro, alusivo à prevenção do suicídio, a Gerência da Rede de Atenção Psicossocial (GRAPS), realiza apoio técnico, de maneira mais específica, aos serviços da rede, com vistas ao desenvolvimento de ações de prevenção e educação em saúde”, esclarece a técnica da GRAPS, Marluce Pilger.
Como forma de estruturar as ações ao longo dos anos em relação à violência autoprovocada e suicídio, o GRAPS está finalizando o Plano de Enfrentamento à Violência Autoprovocada do Estado do Tocantins, com ênfase na atenção integral à saúde.
Fonte: Imagem por Freepik
Prevenção
Ainda segundo Marluce Pilger, “as formas mais efetivas de prevenção e abordagem, é a escuta disponível e acolhedora, além da observação na alteração do comportamento, do humor, entre outros. Tais observações e escutas auxiliam na identificação de um possível sofrimento mental e busca de ajuda profissional que, este, poderá avaliar melhor e realizar o manejo e conduta”.
A servidora complementa que “a prevenção é de suma importância e envolve família, comunidade, educação, saúde, entre outros. Neste mês os Centros de Atenção Psicossocial estão mobilizados e desenvolvendo ações em alusão ao setembro amarelo” finaliza.
Dados de suicídio
Durante o período de 2017 a 2021, foram registrados no Tocantins 654 óbitos por suicídio, sendo destes 514 praticados por pessoas do sexo masculino.
Ajuda
No Tocantins, a população pode buscar ajuda através do número 188, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos 139 municípios e ainda nos21Centros de Atenção Psicossocial (CAPS),que dispõem de serviços de saúde voltados aos atendimentos de pessoas com sofrimento psíquico ou transtorno mental. Nos CAPS também são realizados atendimentos a pessoas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras substâncias.
Os CAPS podem ser de tipo I, II, III, álcool e drogas (CAPS AD) e infanto-juvenil (CAPSi), sendo que oCAPS I é para atendimento a todas as faixas etárias, para transtornos mentais graves atende cidades e ou regiões com pelo menos 15 mil habitantes.OCAPS II atende o mesmo público do I, porém é instalado em cidadecom pelo menos 70 mil habitantes, já oCAPS III é para população superior a 150 mil habitantes.
Fonte: encurtador.com.br/jtGO6 / CAPS – AD III de Palmas – TO
O CAPS AD é exclusivo para o público usuário deálcool e drogas, com atendimento a todas as faixas etárias, especializado em transtornos pelo uso de álcool e outras drogas. Já oCAPSi é especializado em atender crianças e adolescentes.
Veja as localizações dos CAPS no Tocantins:
Araguaína – CAPS i, CAPS II e CAPS AD III
Araguatins – CAPS I
Augustinópolis – CAPS AD
Buriti do Tocantins – CAPS I
Colinas do Tocantins – CAPS II e CAPS AD III
Dianópolis – CAPS II
Formoso do Araguaia – CAPS I
Gurupi – CAPS I e CAPS ADIII
Miracema do Tocantins – CAPS I
Palmas – CAPS II e CAPS ADIII
Paraíso do Tocantins – CAPS I
Pequizeiro – CAPS I
Porto Nacional – CAPS II
Sítio Novo do Tocantins – CAPS I
Taguatinga – CAPS I
Tocantinópolis – CAPS I
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Uma manhã de aprendizado no CAPS II
27 de junho de 2022 Ariana Campana Rodrigues
Relato
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Fonte: arquivo pessoal
No dia 13 de maio de 2022, vivenciei uma experiência incrível, ao lado de alguns colegas da turma de Estágio Básico em Psicopatologia, matéria ministrada pela professora Ariana Campana Rodrigues, no curso de graduação em Psicologia do CEULP/ULBRA. Conhecemos a equipe de profissionais residentes em Saúde Mental do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II) e os profissionais responsáveis e atuantes no local. Foi uma manhã de bastante aprendizado: entendendo sobre o funcionamento da unidade e seus desafios diários.
De acordo com a PORTARIA Nº 336, DE 19 DE FEVEREIRO DE 2002 um CAPS II deve conter: 1 médico psiquiatra, 1 enfermeiro com formação em Saúde Mental, 4 profissionais de nível superior de outras categorias profissionais: psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, pedagogo, professor de educação física ou outro profissional necessário ao projeto terapêutico, 6 profissionais de nível médio: técnico e/ou auxiliar de enfermagem, técnico administrativo, técnico educacional e artesão.
Mas, de acordo com os relatos, essa realidade ideal de profissionais é um pouco reduzida no município de Palmas-TO, sendo possível contar nos dedos quantos funcionários de fato são atuantes. Junto a isso, muitos dos residentes também atuam em outras unidades além do CAPS. Tivemos a oportunidade de estar com residentes formados em farmácia, enfermagem, educação física, psicologia e terapia ocupacional.
De acordo com o Ministério da Saúde (2015), os CAPS são pontos de atenção estratégicos da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS): serviços de saúde de caráter aberto e comunitário constituídos por equipes multiprofissionais, atuantes sob a ótica interdisciplinar, que realizam prioritariamente atendimento às pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, seja em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial. Cada um em sua área territorial e diferentes modalidades (BRASIL, 2011). Esse modelo veio para combater a forma asilar antiga.
Falar de CAPS, também é ressaltar a importância da Reforma Psiquiátrica e a suas conquistas. Em 2001 foi sancionada a lei Paulo Delgado, a Lei Federal 10.216, que redireciona a assistência em Saúde Mental e privilegia o oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária, ao mesmo tempo que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais. Mas infelizmente não institui mecanismos claros para a progressiva extinção dos manicômios. Logo a luta contra um modelo antimanicomial ainda é bastante atual. A data que marca as comemorações da luta é 18 de maio. Nessa luta está o combate à ideia de que se deve isolar a pessoa com sofrimento mental em nome de supostos tratamentos.
O CAPS II, propositalmente, é um local que tem a aparência de casa, para que a pessoa que frequenta o serviço se sinta confortável, criando vínculos mais fortes e melhor adesão ao tratamento. Fiquei maravilhada com a estrutura e a sensação de acolhimento presente ali. O espaço externo amplo e arborizado foi o maior responsável por essa sensação.
Os estagiários nos contaram também como é feita a adesão de uma pessoa ao serviço. Qualquer pessoa que tenha interesse pode ir por vontade própria, sendo encaminhada para um momento de acolhimento com os residentes ou outros membros da equipe. São então identificadas as demandas, feito o direcionamento das pessoas, que podem permanecer ou ser indicadas para outros lugares. Os residentes destacaram que esse processo de escolha é feito de forma multidisciplinar, e que nada ali é pensado de forma individual. Se a pessoa tem o ‘’perfil’’ para o serviço, é então pensado para ela um Projeto Terapêutico Singular, em que práticas multidisciplinares são acionadas, pensados de acordo com a subjetividade de cada indivíduo e suas demandas.
De acordo com a Portaria/ SAS/MS n.º 341 de 22 de agosto de 2001, dentro de sua área assistencial, um CAPS II deve funcionar no período de 08 às 18 horas, em 02 (dois) turnos, durante os cinco dias úteis da semana. A assistência prestada ao paciente no CAPS inclui as seguintes atividades:
a — atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre outros);
b — atendimento em grupos (psicoterapia, grupo operativo, atividades de suporte social, entre outras);
c — atendimento em oficinas terapêuticas executadas por profissional de nível superior ou nível médio;
d — visitas domiciliares;
e — atendimento à família;
f — atividades comunitárias enfocando a integração do paciente na comunidade e sua inserção familiar e social;
g — os pacientes assistidos em um turno (04 horas) receberão uma refeição diária, os assistidos em dois turnos (08 horas) receberão duas refeições diárias.
Quanto ao funcionamento dos grupos, os residentes manifestaram a imensa vontade de retorno pois, durante a pandemia, os grupos foram suspensos. Eles nos contaram com entusiasmo que existem projetos em andamento, mas que o período pandêmico trouxe dificuldades, resultando em algumas mudanças no funcionamento das atividades. Apontam que aos poucos estão se reestruturando. A necessidade de servir refeições é uma dessas dificuldades, pois no momento elas não estão sendo servidas Logo, até o presente momento deste relato, os grupos não estão funcionando. Os profissionais tentam suprir algumas demandas de forma individual, ficando impossibilitados de exercer outras.
Os grupos, nas modalidades de “psicoterapia, grupo operativo, atividade de suporte social, entre outras” (Brasil, 2004, p. 32), são preconizados como atividades terapêuticas nos CAPS, constituindo mais um mecanismo de “cuidado que visa à autonomia e corresponsabilização do sujeito em seu tratamento, atribuindo-lhe poder de contratualidade em seu processo de reabilitação psicossocial” (Firmo & Jorge, 2015, p. 219). Por isso seria muito importante que a realização dos grupos fosse retomada.
Outro ponto relatado nas nossas conversas foi sobre a saúde mental dos residentes e como eles conseguem conciliar a rotina intensa da residência com sua vida pessoal e os momentos de lazer e prazer. Muitos relataram a dificuldade dessa separação no começo, mas que hoje conseguem “desligar’’ dos assuntos e dos acontecimentos quando chegam em casa. Outros relataram sobre a importância dos momentos de lazer com a família e a psicoterapia. Juntos também fazem reuniões, que antes eram mais frequentes, para que possam relaxar e ter momentos de lazer.
Sobre a saúde mental de residentes em áreas profissionais da saúde, as publicações de estudo são escassas. Carvalho, Melo-Filho, Carvalho e Amorim (2013) investigaram 178 estudantes e observaram a elevada prevalência de transtornos mentais comuns (TMC) na população estudada (51,1;.j%), com maior incidência entre médicos do que entre não médicos, indicando necessidade de estratégias para melhorar a qualidade de vida dos residentes.
Apesar de todos os desafios, as rotinas intensas de estudos, a carga horária de 60h semanais, aulas que acontecem a cada 15 dias, os residentes evidenciaram sua paixão por trabalhar com a Saúde Mental, nos incentivando bastante a investir nos estudos para a residência e a viver essa experiência, dita como única. Falaram um pouco como é o funcionamento do edital de seleção, que a residência tem a duração de 2 anos e sobre como o conhecimento adquirido é de extrema importância para o currículo profissional.
Conversamos um pouco sobre as mudanças que vêm ocorrendo por conta da situação da extinção e posterior retomada da FESP (Fundação Escola de Saúde Pública) no município de Palmas . A Fundação, criada por meio de lei municipal em 2013, tem por missão promover atividades de pesquisa, extensão e inovação para os trabalhadores do SUS e para a comunidade, atuando na formação e educação permanentes (Conselho Regional de Biologia, 2022). Infelizmente, com sua extinção temporária, houve um enorme retrocesso, pois ela se incorporou temporariamente com a Secretaria Municipal de Saúde, o que trouxe a preocupação de que certas ações deixassem de ser priorizadas ou até mesmo descontinuadas.
Como percebido ao longo desse relato, os aprendizados em apenas uma manhã foram muitos, trazendo o nosso olhar a outros campos de atuação, além do âmbito clínico tradicional, nos permitindo compreender a importância de tal serviço para a população. Minha percepção é que, mesmo sendo um serviço de imensurável valor, o CAPS ainda é desvalorizado e por vezes negligenciado, o que nos faz refletir, como futuros profissionais, o quanto precisamos, sim, exercer nosso dever ético de propagar os ideais da Reforma Psiquiátrica.
Referências:
BRASIL. Ministério da Saúde. Lei n° 10.216. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm. Acessado em 21/05/2022.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática. Centros de Atenção Psicossocial e Unidades de Acolhimento como lugares da atenção psicossocial nos territórios: orientações para elaboração de projetos de construção, reforma e ampliação de CAPS e de UA / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Reforma Psiquiátrica e política de Saúde Mental no Brasil. Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas. OPAS. Brasília, novembro de 2005. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Relatorio15_anos_Caracas.pdf. Acessado em 21/05/2022.
Durante à tarde do primeiro dia do CAOS 2021, acontecerá o evento Psicologia em Debate no qual serão exibidos vários documentários seguidos de discussões mediadas por excelentes profissionais da psicologia. Um desses documentários é Pandemia do Sistema (2020), dirigido por Naná Prudêncio e uma realização da Zalika Produções; o filme com duração de 31 minutos aborda fatores como o racismo, o desemprego, a insuficiência no atendimento de saúde nesses territórios e como todos esses elementos, com o agravante da pandemia, resultam em uma fórmula genocida.
A discussão a respeito desse documentário será mediada pela professora do curso de psicologia do Ceulp/Ulbra, especialista em Saúde Pública com Ênfase em Saúde Coletiva e da Família e mestra em Desenvolvimento Regional, Lauriane dos Santos Moreira.
Fonte: Arquivos (En)cena
(En)Cena – Sabemos que um dos principais temas abordados por você é Políticas Públicas de Saúde Mental, pois está incluído nas suas disciplinas de diferentes maneiras. O que são Políticas Públicas de Saúde Mental e qual sua relação com a Psicologia Social Comunitária?
Lauriane – A Psicologia, desde o início da formalização da profissão no Brasil, tem atuado em direção às demandas de pessoas, grupos e comunidades em situação de vulnerabilidade social. É uma perspectiva ampliada sobre a saúde mental quando se tem um olhar para as condições de vida da população, considerando os determinantes sociais envolvidos no sofrimento psicológico. Até o final da década de 1980, a atuação pelo viés da Psicologia Social Comunitária era prioritariamente voluntária, ou seja, sem remuneração, ou ainda a partir da docência no ensino superior, através de projetos diversos. Apenas com a Constituição de 1988, na qual a saúde passa a ser um direito de todos e dever do Estado, é que o Sistema Único de Saúde (SUS) pôde ser criado, sendo atualmente o principal local de trabalho para psicólogas e psicólogos no Brasil, conjuntamente com o Sistema Único da Assistência Social (SUAS). Nessa trajetória, desde meados dos anos 1970 o movimento sanitarista e o antimanicomial andaram de mãos dadas, e graças à pressão popular oriunda deles é que diversas políticas públicas hoje vigentes no campo da saúde pública foram implantadas. Abordar a temática saúde mental sem considerar a violação de direitos diversos é culpabilizar a pessoa em sofrimento, através de um discurso meritocrático extremamente falacioso, que impõe ainda mais sofrimento. Ou seja, Política Pública de Saúde Mental envolve legislação, gestão, estabelecimentos de saúde, profissionais, práticas, equipamentos, discursos, usuários, participação social que levam a cabo a sua implementação, tendo como local principal de materialização de tudo isso os Centros de Atenção Psicossociais (CAPS), ordenadores do cuidado em saúde mental, que atuam articuladamente em rede setorial e intersetorial. Havendo para a Psicologia o viés teórico e técnico da Psicologia Social Comunitária nesse trabalho, o combate a biologização do fenômeno “psi” ganha força, justamente pelos motivos expostos acima.
(En)Cena – Qual a importância desse tema ser discutido dentro e fora do curso de psicologia?
Lauriane – Somos seres biopsicossociais. A OMS tem essa visão ampliada também acerca do conceito de saúde. A nossa espécie Sapiens é extremamente moldável às condições culturais, políticas, religiosas, econômicas, sexuais etc. nas quais está inserida desde o nascimento. Somos biologicamente seres sociais! Portanto, abordar saúde mental como se fosse fruto apenas de uma variável interna ao indivíduo, algo neurológico ou fruto da suposta “mente” não é suficiente quando se quer atuar a partir de uma Psicologia baseada em evidências e com compromisso social, justificando assim a importância desses temas serem discutidos no contexto de formação de psicólogas e psicológos, o que não se restringe à graduação, mas acompanha a trajetória profissional e pessoal.
(En)Cena – No documentário encontramos relatos de vivências diversas, várias famílias que precisam de assistência e devido ao Covid-19 tiveram os problemas sociais agravados. Como a psicologia pode intervir em situações semelhantes?
Lauriane – Além da perspectiva já exposta nas questões anteriores, destaco que o Conselho Federal de Psicologia, a partir do código de ética da nossa profissão tem como primeiro princípio fundamental a atuação da Psicologia embasada na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Compreendendo o significado disso, não é suficiente encerrar sua atuação às quatro paredes de um consultório, mas lutar pela garantia de direitos para as pessoas. A atuação no cenário trazido pelo documentário, que é a realidade de muitos país afora desde antes do contexto pandêmico, pode ser: a conscientização de pessoas, grupos e comunidades sobre seus direitos, incentivando a mobilização social; viabilizar o acesso a esses direitos, orientando sobre os serviços e como chegar até eles; também pode fazer denúncias ao Ministério Público, por exemplo, no caso de violações diversas; ofertar escuta, acolhimento etc., mas sempre tendo em vista que apenas essa última estratégia não será o suficiente quando se tem insegurança alimentar envolvida, por exemplo. Citei algumas estratégias possíveis, mas podem ser tantas outras. A Psicologia não deve se engessar num único modo de atuar, mas caminhar conforme as demandas que se apresentam, e articulando entre serviços diversos e outras categorias profissionais para se alcançar o necessário em cada situação.
(En)Cena – Como você avalia o trabalho feito pela psicologia aliada às políticas públicas atualmente durante a pandemia?
Lauriane – Avalio que poderíamos ter sido, enquanto categoria profissional, mais engajados nas questões que envolvem vulnerabilidade social. Houve muita discussão em redes sociais e plataformas de videoconferência sobre a pandemia e o impacto sobre a saúde mental e outras questões, também houve um boom de atendimentos psicológicos online, inclusive gratuitos… Mas todos esses contextos são de privilégio, pois se precisa ter um dispositivo com acesso à internet para acessá-los. Hoje todo mundo tem um celular? Não! As pessoas estão passando fome… Nos primeiros meses da pandemia, ainda em 2020, diversos serviços fecharam as portas por muito tempo, deixando os seus usuários sem assistência suficiente no contexto da saúde, da educação, da assistência social, da justiça… Para as populações mais vulneráveis socialmente, como se retrata no documentário, o sofrimento que já existia, da invisibilidade social e suas consequências, se agravou sobremaneira. O medo do coronavírus coexiste aos demais. A Psicologia e o seu suposto compromisso social durante a pandemia chegaram até um determinado público, pois continuamos cegos para os contextos de maior vulnerabilidade social.
(En)Cena – Quais as suas expectativas para o CAOS 2021?
Lauriane – Em relação ao CAOS 2021 tenho a expectativa de que será uma oportunidade excelente para discutir sobre temas que não costumam fazer parte da atuação convencional ou rotineira da Psicologia, mas que são muito importantes. A pandemia da Covid-19 nos mostrou que é preciso ampliar nosso olhar sobre o que é ofertar cuidado em saúde mental e a gama de variáveis do contexto social que estão envolvidas, incluindo a atuação do Estado nesse manejo. Não cabe, nesse cenário, teorias e práticas elitizadas e acríticas, e vejo que o congresso contribuirá muito nesse sentido.
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Experiências e práticas vivenciadas por profissionais do Consultório na Rua em Palmas-TO: Entrevista a Assistente Social Maisa Carvalho
É comum estar em um centro urbano, ou até mesmo em pequenas cidades e deparar-se com as pessoas que estão em algum lugar nas ruas de forma precária. Em sua maioria são pessoas que vivem em extrema pobreza, que ficam dias sem comer por falta de alimentos e consequentemente com baixas perspectivas de sobrevivência, vivem dos trabalhos que as ruas oferecem. Os profissionais que lidam com esse cenário enfrentam desafios diários, sendo seu trabalho de extrema necessidade para um caminho que possa levar a uma melhor qualidade de vida para as pessoas em situação de rua.
Nesta entrevista para o (En)Cena, a Assistente Social Maisa Carvalho nos traz um conteúdo muito enriquecedor acerca do trabalho com as pessoas em situação de rua e como se dá a atuação profissional nesse contexto. Ela é graduada pela Universidade Federal do Tocantins – UFT (2016), especialista em Gestão de Redes de Atenção à Saúde pela Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ (2018), especialista em Saúde Mental pelo Centro Universitário Luterano de Palmas e Fundação Escola de Saúde Pública, através do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental – ULBRA/FESP (2020), Responsável Técnica do Programa Piloto de Justiça Terapêutica do Tribunal de Justiça do Tocantins, atualmente atua na equipe de saúde Consultório na Rua e é pesquisadora nas temáticas voltadas para Saúde e Direitos Humanos: saúde mental, população em situação de rua e feminização de substâncias psicoativas.
O Consultório na Rua foi instituído em 2011 no qual está agregado à política nacional de atenção básica, seu foco principal está nas pessoas que vivem em situação de rua, sejam elas moradoras ou que vivem do que a mesma pode ofertar, como emprego e necessidades básicas. Há uma equipe específica designada para o cuidado relacionado à saúde dessas pessoas. Nessa entrevista a Assistente Social Maisa Carvalho nos traz um panorama dessas ações realizadas.
Fonte: Arquivo Pessoal
(En)Cena: Como você iniciou na área que você atua hoje, com a população em situação de rua?
Eu sou Assistente Social, conheci o Consultório na Rua em 2019, quando ingressei na residência, no Programa de Saúde Mental. Atualmente, o programa possibilita que o residente passe por 4 pontos da rede de Atenção Psicossocial, sendo os seguintes serviços: CAPS- AD, CAPS II, o NASF e por fim, o Consultório na Rua.
Quando tive esse contato eu não conhecia como funcionava exatamente, mas com a experiência passei a conhecer o fluxo, a equipe e como que funcionava. Passei alguns meses atuando no serviço como residente e depois de concluir a especialização, em 2020, fui contratada para compor a equipe.
(En)Cena: E como se deu esse ingresso na equipe?
Ingressei através do através do programa “Palmas para Todos” que é um programa da Fundação Escola de Saúde Pública juntamente com a prefeitura, onde você recebe uma bolsa para atuar em áreas que atendem as populações mais vulneráveis, e o Consultório na Rua está inserido dentro desse grupo de serviços que atendem as populações mais vulneráveis. Então, hoje eu sou profissional que compõem a equipe não mais como residente, nós recebemos outros residentes nesse serviço.
Fonte: encurtador.com.br/pTY29
(En)Cena: Você atua também como uma mentora dos residentes?
Não, porque precisa de um preceptor para acompanhar os residentes, esse papel é desempenhado pela enfermeira da equipe, que exige acompanhamento mais de perto, supervisão, aulas, enfim… mas todos nós colaboramos tirando dúvidas e compartilhando nossas experiências com os residentes.
Esses profissionais precisam ter uma pessoa para ser o preceptor que são como “mentores” dos residentes, como a preceptora também é coordenadora, as vezes pode estar em reunião ou na SEMUS, daí toda a equipe acaba dando suporte, porque a gente está ali todos os dias, orientando sobre o fluxo do serviço, mostrando quais são as nossas áreas de atuação.
Como a preceptora está de home office, quando os demais residentes entrarem, outro profissional irá assumir essa função, mas não será eu.
O fato da equipe ser multiprofissional, atendendo a modalidade 1, sendo composta por uma enfermeira, uma assistente social, uma técnica de enfermagem e um agente de ação social, ajuda muito nesse processo, se levarmos em consideração a variedade de formações.
(En)Cena: E como de fato é sua participação nesse contexto, dentro da unidade onde você atua?
Em Palmas nós temos além do Consultório na Rua, que atende especificamente na saúde, o CREAS que atende esse público também voltado para demandas assistenciais. Então, o Consultório na Rua é um serviço da Atenção Básica, garantido pela a Política Nacional de Atenção Básica no qual foi instituído em 2011.Mas, aqui em Palmas ele foi implantado em 2016. Nós trabalhamos na rua, tem um carro, ou seja, somos 5 pessoas que a gente roda na cidade de Palmas e nos distritos também, fazemos atendimento à população em situação de rua ou moradores de rua que são diferentes. Há a pessoa que mora na rua, e os que vivem em situação de rua que podem até ter casa, mas que ficam em situação de rua devido a algum transtorno mental, uso de álcool e outras drogas, conflito com a família e assim por diante.
Fonte: encurtador.com.br/dlzIR
Nosso trabalho é levar cada vez mais essas pessoas aos serviços de saúde ou assistência social, porque imagina só, a gente enquanto pessoas “organizadas” entre aspas, bem esclarecidas, as vezes encontra dificuldades de acessar alguns serviços, imagine um morador de rua alcoolizado, com as vestes que não são muito bem vistas socialmente. Então, são pessoas que têm mais dificuldade em acessar ao serviço, elas muitas vezes não são bem recebidas/atendidas, isso é uma realidade, e também por não conhecer dos seus direitos.
A gente pensa que todo mundo conhece o que é um CAPS, o consultório na rua, uma unidade de saúde, comunidade terapêutica, o que é uma clínica de reabilitação, o que é isso ou aquilo. Mas não, nem todo mundo tem esse tipo de acesso e conhecimento, e nosso trabalho é em cima disso, é realmente trabalhar in loco, com esse paciente, com esse usuário. Quando eu falo em usurário, não quer dizer necessariamente um usuário de álcool ou drogas, mas de um usuário do serviço como qualquer outra pessoa que faz uso dos serviços públicos, e nós trabalhamos com o facilitar desse acesso dos pacientes aos serviços. E, um dos serviços que a gente trabalha muito é com os CAPS, o CAPS II que é voltado para o atendimento de pessoas que têm transtorno mental, e o CAPS-AD III que é voltado para a população que faz uso prejudicial de álcool e outras drogas.
No meu serviço como assistente social, claro que a gente tem um trabalho integrado com a equipe, é um trabalho multiprofissional. No entanto, tem também os serviços específicos do serviço social. Trabalho com a viabilização dos usuários aos serviços da assistência, como os do CRAS, CREAS, habitação, alimentação, documentos, entre outros. A gente trabalha muito com o reestabelecimento do vínculo familiar, que é uma coisa muito fragilizada dentre as pessoas que vivem na rua.
Visitas, contato telefônico, essa sensibilização quanto a esse retorno, talvez uma visita que é algo simples. A gente não impõe que a pessoa precise ter o contato familiar. Mas, talvez quem sabe um dia das mães, um final de ano, talvez um fim de semana, um almoço, que a pessoa possa ir lá “fulano está preocupado com você, tá com saudade” você tem que tentar sensibilizar quanto a esse contato com a família, porque às vezes por mais que a gente trabalhe com esse usuário, dê todo o suporte, da rede, do serviço, mas se o sujeito não tem essa rede de apoio familiar o serviço fica muito mais difícil de continuar, porque quando a pessoa sair por exemplo do CAPS, do HGP ela vai retornar para a rua, que às vezes acontece também (HGP), em último caso mas acontece, quando o usuário está desorganizado, quando ele está em surto, quando está colocando em risco a vida dele ou de outras pessoas, a gente aciona o SAMU juntamente com a polícia, que já é um protocolo que o SAMU tem, para a internação no HGP.
Fonte: encurtador.com.br/eoGIZ
Essa internação serve para estabilizar a pessoa, quando ela estiver mais organizada ela volta e continua com a medicação na rua que não seria o ideal, o ideal seria voltar para casa, é por isso que existe esse foco no reestabelecimento do vínculo familiar. Imagine que quem tem a questão do vício que parte não só do desejo de parar, mas de uma doença que precisa de tratamento. Chega um momento que o organismo da pessoa sente falta da droga, como sente da agua por exemplo. Digo isso para exemplificar que não é querer parar, ela precisa ter um ambiente propício para isso, para que ela não volte a fazer esse uso, ou pelo menos que ela diminua, que tenha mais qualidade de vida, ou seja, trabalhamos muito com a redução de danos.
Trabalhamos também com acesso a documentações, isso já é uma parte bem específica do serviço social, já é uma demanda social. Do ano passado para cá a gente focou muito nisso porque eu percebia, que quando a pessoa ficava mais tranquila, ao tentar com ela o acesso aos serviços não só de saúde, como trabalho, renda, a questão também da habitação, transporte e várias outras coisas, só que geralmente 80% dos moradores de rua eles têm um problema da falta de documentação, e para você acessar qualquer serviço hoje, você só consegue exercer cidadania se você tiver o documento. Sem ele é como se realmente você não fosse ninguém, isso é uma verdade. Então, eu estava tendo muita dificuldade de estar inserindo esses usuários em outros serviços, na rede Intersetorial, devido à falta de documentação. Então, é uma coisa que a gente tem feito muito, que é dado esse acesso, democratizado esse acesso às documentações, especificamente a certidão de nascimento, porque a partir dela que você consegue os demais documentos.
Essas articulações abrem portas. A equipe já conseguiu a inserção de paciente na política de habitação, que foi contemplado, morava na rua e está morando em uma casa. Isso facilita muito a pessoa ter segurança, de estar dormindo em lugar seguro, porque a rua tem um contexto muito hostil, de exposição a muitas coisas, à violência por exemplo. E quando você consegue ajudar essa pessoa a ter acesso a esse tipo de serviço, de benefício, é algo maravilhoso, uma vez que o conjuntos de todos esses fatores contribuem para a saúde e bem estar do usuário. Não é fácil, mas é possível. Há vários casos de êxito de pacientes, depois que eles passaram a morar em uma casa eles conseguiram ter uma evolução muito grande. Quando essa pessoa tem necessidades, às vezes não é especificamente no Consultório na Rua em si, mas a gente orienta, “vamos marcar então para você ir na unidade de saúde”, a gente leva o paciente, agora não estamos transportando tanto devido ao Covid-19, então é mais arriscado, pegar um paciente, colocar no carro onde está toda a equipe, é uma exposição a um risco, tanto para o paciente quanto para a equipe, então a gente só transporta o paciente em último caso.
Quando não tem como levar, a gente marca com a pessoa no local ou órgão para acompanhar o atendimento, pois se a gente só articular tanto com o serviço como o paciente orientando o mesmo a comparecer numa consulta odontológica, uma consulta com o clínico, a chance de ela não ir é grande, porque hoje ela está sóbrio, mas no dia seguinte pode não está ou não se sentir pertencente daquele serviço. Então, a gente tenta pactuar de estar acompanhando mesmo essa pessoa, ou então marcar para ela ir no dia que a gente vai estar na unidade também.
Outra coisa, as vezes o paciente tem dificuldade de comunicação, nós temos paciente que tem problema de audição, onde há dificuldade de comunicação entre medico e ela, necessitando de um acompanhante para facilitar as orientações. A pessoa não consegue ouvir, ela não consegue seguir as orientações justamente porque ela não ouve bem, e como a gente já conhece a gente consegue se comunicar, aumenta o tom de voz, gesticula, então ela consegue entender, esse também é um trabalho que a gente faz, visto que o vínculo familiar é fragilizado e resulta na falta do mesmo nesses procedimentos. Eu já acompanhei paciente em banco por exemplo, o paciente recebe auxílio emergencial, recebe bolsa família, recebe um benefício que ele tem, mas ele não consegue entrar no banco, ele não sabe conversar com o gerente, ele não sabe dizer o que ele quer, ou então ele perdeu a senha, ele não consegue fazer esse tipo de serviço.
A gente às vezes precisa ser as pernas desses pacientes, porque isso também é saúde. Imagine só, essa pessoa tem direito a um benefício e ela não consegue sacar por exemplo, ela não vai conseguir comer bem, talvez não vá conseguir comprar um lençol para dormir na rua que seja, tudo volta para a saúde, por mais que não seja especificamente da saúde, eu poderia negar “não vou fazer isso que não é minha função ficar em banco por exemplo para acompanhar paciente porque isso já extrapola né as nossas competências profissionais”. No entanto, a gente tem muito esse trabalho da humanização mesmo, que faz parte também, tem uma política de humanização, a equipe trabalha muito em cima disso, o que vai estar melhorando a qualidade de vida desse paciente, que vai melhorar nosso trabalho também.
(En) Cena: Em relação às questões que levam as pessoas para essa situação de rua, qual você vê como mais comum em Palmas?
Eu acredito que tanto aqui quanto a nível nacional, o perfil é semelhante. A gente se depara com pessoas com vínculo familiar fragilizado ou interrompido, seja por estilo de vida, desemprego, falta de moradia, pais que não aceitam a sexualidade do filho e o mesmo acaba indo para as ruas, ou a pessoa começou a fazer uso de drogas e teve conflitos, a família não consegue lidar com a situação que também é difícil, ou perdeu um ente querido, o fato em si do uso de álcool e outras drogas, o que leva a pessoa usar outra vez, são vários motivos. Transtornos mentais levam também, acontece da pessoa desorganizar, somado a alguns conflitos familiares. Geralmente esses vínculos é um processo lento, nem sempre conseguimos, requer tempo, orientação, visto que família já está chateada, está magoada e desacreditada. Pode acontecer do sujeito está sob efeito do álcool e/ou outras drogas e agredir as pessoas, verbalmente ou fisicamente, isso causa um desgaste e até mesmo esse rompimento do vínculo. Como disse, é um desfio, a gente vai criando estratégias.
REFERÊNCIA
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 122, de 25 de Janeiro de 2011. Brasília, 2011.
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Carnaval da Saúde Mental de Palmas
20 de fevereiro de 2019 Marla Borges de Castro
Notícias
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Blocos Carnavalescos formados por usuários da saúde mental já possuem tradição em tomar as ruas em diversas cidades do país.
Os Blocos Carnavalesco da Saúde Mental sairão às ruas de Palmas no próximo dia 28 de fevereiro, à partir das 16h. O Bloco é formado pelos frequentadores, trabalhadores e parceiros da Rede de Atenção Psicossocial de Palmas. Com composições próprias da saúde mental e execução de tradicionais marchinhas de Carnaval, os Blocos pretendem reviver o espírito de alegria e liberdade que leva as pessoas a festejar nas ruas.
Blocos Carnavalescos formados por usuários da saúde mental já possuem tradição em tomar as ruas em diversas cidades do país. Bloco “Desencuca”, de Goiânia, “Doido é Tu”, de Fortaleza, bloco “Tá pirando pirado, pirou” e “Loucura Suburbana” do Rio de Janeiro, “Bloco Maluco Beleza e TamTam”, de São Paulo. Agora é a vez dos usuários da rede de saúde mental de Palmas tocarem seus tambores e erguerem a voz.
Oficina de confecção de fantasias para o Carnaval da Saúde Mental – CAPS II. Foto: arquivo pessoal.
“Doutô eu não me engano O Manicômio é desumano!”
A primeira estrofe da marchinha de carnaval criada por militantes da saúde mental, retoma a história da reforma psiquiátrica. A Lei 10.216 criada em 2001 preconiza as formas de tratamentos em liberdade, pautada no reconhecimento dos direitos humanos e na promoção da cidadania. Foi essa lei que possibilitou a ampliação da rede pública de assistencia a saúde mental no nosso país, composta pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) voltados para transtornos mentais graves e persistentes e pessoas com necessidades decorrentes do uso de álcool e drogas, as residências terapêuticas, as equipes de consultório de rua, unidade de acolhimento, cooperativa de geração de renda, centro de convivência e cultura, leitos em Hospitais Gerais entre outros dispositivos.
À luz da recente discussão sobre a Nota Técnica de fevereiro de 2019 do Ministério da Saúde que mostram retrocessos como, a inserção de Hospitais Psiquiátricos e Comunidades Terapêuticas na RAPS, o fim dos leitos psiquiátricos em Hospitais Gerais, a liberação de verba para compra de equipamentos de eletroconvulsoterapia (eletrochoques) e internações de crianças e adolescentes sem critérios técnicos claros, queremos relembrar à sociedade palmense todo o processo de luta da Reforma Psiquiátrica pelo tratamento em liberdade garantindo os direitos humano.
Os CAPS trabalham com estratégias de reabilitação psicossocial promovendo ações de inclusão social. As ações socioculturais desenvolvidas pelos CAPS de Palmas nos espaços públicos da cidade são de grande importância para o tratamento dos usuários, além da socialização possibilitam restabelecimento de vínculos com a cidade através da convivência, da alegria, da arte.
Oficina de confecção de materiais para o Carnaval da Saúde Mental – CAPS AD III. Foto: arquivo pessoal.
SERVIÇO
Evento: 1° Carnaval de Rua da Saúde Mental de Palmas
Ações: Lançamento de dois Blocos ‘Chambari Doidão’ e ‘Balança mais Não Cai’ ; palco Aberto com apresentações dos usuários dos CAPS e artistas da cidade; Lojinha com vendas de artesanatos confeccionados nas Oficinas e Bazar de roupas seminovas entre outras.
Data: 28 de Fevereiro
Horário: das 16:00 as 19:00 horas
Local: Parque dos Povos Indígenas
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CAPS II comemora o dia da saúde mental
11 de outubro de 2018 Laryssa Nogueira dos Anjos Araújo
Notícias
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O evento aconteceu no dia 10 de outubro de 2018, de 8h00 às 12h00, promovido pela equipe multidisciplinar da instituição.
Aconteceu, na última quarta-feira, dia 10 de outubro de 2018, a comemoração do dia mundial da saúde mental no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) II. Ação teve como objetivo proporcionar um momento de lazer aos usuários do serviço, como também promover de saúde mental a estes e seus familiares.
Foto: equipe multiprofissional do CAPS II.
A programação contou com a intervenção do educador físico do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), abertura, explanação sobre a data, café da manhã, exposição de artesanatos dos usuários, apresentações culturais, gincana, danças, almoço e encerramento e foi promovida pela equipe multiprofissional da instituição.
Foto: equipe multiprofissional do CAPS II.
O que é CAPS II?
O Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS) II oferece atendimento intensivo a portadores de sofrimento psíquico leve, moderado e severo, constituindo uma alternativa ao modelo centrado no hospital psiquiátrico, que os usuários tenham no contato com a família e comunidade uma forma complementar de terapia.
Os atendimentos são realizados por uma equipe multidisciplinar, com o objetivo de reinserção do usuário na família e na comunidade, as ações desenvolvidas neste serviço são feitas de forma humanizada, conta-se com equipe de apoio matricial em saúde mental que presta suporte técnico às unidades básicas.
Endereço: 804 Sul, Al 09, Lt 09 Telefone: (63) 3218-5421
Horário de atendimento: 07h às 18h de segunda à sexta-feira
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Rede de Atenção Psicossocial: Dhieine Caminski fala sobre a RAPS
De acordo com o Ministério da Saúde (2017), dentro das diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), propõe-se a implantação de uma rede de serviços aos usuários que seja plural, com diferentes graus de complexidade e que promovam assistência integral para diferentes demandas, desde as mais simples às mais complexas/graves. As abordagens e condutas devem ser baseadas em evidências científicas. Esta política busca promover uma maior integração social, fortalecer a autonomia, o protagonismo e a participação social do indivíduo que apresenta transtorno mental. Os pacientes que apresentam transtornos mentais, no âmbito do SUS, recebem atendimento na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).
Acadêmicas de Psicologia do CEULP/ULBRA, em colaboração com o (En)Cena, entrevistaram Dhieine Caminski, que falou sobre a RAPS. Dhieine é psicóloga Especialista em Saúde da Família, possui experiência na área Clínica, Psicologia Pediátrica, Estudos de Gênero, Violência e Saúde, Psicanálise, Saúde Coletiva, Educação Permanente em Saúde e Gestão no SUS. Atualmente trabalha como Gerente de Saúde Mental da Secretaria da Saúde de Palmas/TO na gestão dos processos de trabalho de assistência em saúde mental dos serviços da atenção especializada (ambulatório de psiquiatria, ambulatório de saúde mental infanto-juvenil, CAPS II, CAPS AD III); articulação de todos os pontos da Rede de Atenção Psicossocial.
Fonte: https://bit.ly/2x1GlXT
(En)Cena – Como surgiu a RAPS?
Dhieine Caminski – Surgiu a partir da organização de um movimento da luta antimanicomial que tentava trazer a lógica do cuidado em saúde mental para além do hospital e território com práticas que visassem não segregar as pessoas com transtorno mental. Em 2001 entrou em vigor a lei 10216, que ficou conhecida como a Lei da RAPS, que fala dos diretos básicos de pessoas com transtornos mentais.
(En)Cena – Como funciona a RAPS?
Dhieine Caminski – A RAPS é formada por vários dispositivos dentro do Sistema Único de Saúde, dentro do SUS nos temos as RAS (Rede de Atenção em Saúde), a Rede de Atenção de Urgências e Emergências, a Rede Materno-Infantil, Rede de Condições Crônicas.
(En)Cena – Quais são os dispositivos que acompanham a RAPS?
Dhieine Caminski – Centro de Saúde da Comunidade de Palmas, o CAPS II, o CAPS AD III, as UPAS, as policlínicas, os ambulatórios, cada um com uma função específica.
(En)Cena – Qual a política da RAPS?
Dhieine Caminski – A política da RAPS é regida pela lógica de redução de danos, quando uma pessoa procura, por exemplo, o CAPS AD III para deixar de usar drogas ou álcool essa é uma vontade que ela tem, não aquilo que o serviço impõe. A RAPS vai trabalhar com ela para que ela não tenha mais um uso prejudicial daquela substância, embora a sociedade estimule o uso de algumas substâncias, na mídia, nos bares, supermercados, a equipe esta lá para ofertar saúde, se ele quer tentar abandonar o vício através da abstinência, a equipe estará lá para apoiá-lo.
(En)Cena – Em Palmas quais locais estão habilitados para ofertar serviços para as pessoas com algum tipo de transtorno?
Dhieine Caminski – Grupos comunitários, hospitais, o CAPS AD III que oferta serviço para o uso prejudicial de álcool e outras drogas, CAPS II que oferta serviço para transtornos mentais que não estão associados ao uso de álcool e outras drogas.
(En)Cena – Como se dá o acesso das pessoas a esses CAPS?
Dhieine Caminski – Os dois CAPS trabalham na modalidade portas abertas para o usuário, ou seja, qualquer pessoa que chegar lá vai ter o acolhimento inicial e será feita uma avaliação, onde depois a equipe se reúne e verifica qual o melhor atendimento à esse usuário, sendo que o atendimento é inteiramente gratuito.
(En)Cena – Quais são os horários de atendimentos nesses CAPS e quais profissionais atendem neles?
Dhieine Caminski – O CAPS II tem seu funcionamento de segunda a sexta feira das 07 da manhã ás 18 da tarde, já o CAPS AD III funciona 24 horas todos os dias da semana, mas o acolhimento inicial se dá das 7 da manhã às 19 horas, quando se tem ainda um número maior da equipe trabalhando e por uma questão de segurança. Os profissionais do CAPS II formados por médico clínico geral, psiquiatra, assistente social, psicólogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, artesão e os assistentes administrativos. Já no CAPS AD III, se tem basicamente a mesma equipe, mas um número maior de enfermeiros devido a retaguarda de 24 horas, pois temos 12 leitos, que não são de internação (HGP ou UPA ), que visam uma retaguarda psicossocial, pessoas que tenham fragilidades, passam o período de desintoxicação em até 14 dias, para então restabelecer os vínculos com a família.
(En)Cena – A RAPS atende só o usuário ou a família também?
Dhieine Caminski – Sim, além de atender o usuário, procura-se também dar o suporte a família, para que esta saiba lidar com os conflitos. Possuímos atendimentos individuais e em grupos, porém muitos familiares obrigam o parente a ir, mas elas não vão, dificultando a proximidade com as famílias.
(En)Cena – Dentro de Palmas qual é a maior demanda?
Dhieine Caminski – A maior demanda hoje se trata do álcool, chegando ao número de 93% de usuários que acessam o CAPS AD e o álcool é a porta de entrada para outras drogas.
(En)Cena – Como funciona a RAPS nos hospitais?
Dhieine Caminski – Nós podemos referenciar o Hospital Dona Regina no caso das mulheres e gestantes, o Hospital Infantil no caso de crianças e adolescentes com transtornos mentais, associados ao uso de álcool e outras drogas. Hoje a referência de leitos psiquiátricos é no HGP, onde é feita a avaliação da equipe multiprofissional para fazer ou não a internação.
(En)Cena – Qual o maior problema enfrentado pelo CAPS e pela RAPS?
Dhieine Caminski – Falta de apoio dos territórios, falta do CSC (Centro de Saúde da Comunidade) entender que não é apenas um paciente só do CAPS, mas da RAPS, hoje a maior dificuldade nos funcionários dos CAPS é fazer com que atenção primária entenda seu papel de articuladora da rede de atenção psicossocial, fazendo com que o enfermeiro e o médico lá da atenção primária também atendam esse usuário, pois a RAPS tem um foco que é o sofrimento mental, mas essa pessoa vai ter necessidades diversas no seu cotidiano, é um preventivo, uma questão de um clínico geral, uma gripe, coisas do cotidiano e não é no CAPS que essa pessoa vai ter esse tipo de atenção, é no Centro de Saúde. Só que as pessoas que tem um transtorno um pouco mais moderado/grave na verdade têm pouco acesso, porque as pessoas têm muito preconceito e esse preconceito afasta o acolhimento. E essa pessoa percebe que no CAPS ela tem um melhor acolhimento e aí ela quer ser atendida só no CAPS.
(En)Cena – Qual é o desafio que a RAPS visualiza no momento?
Dhieine Caminski – Estamos no mês de setembro, o Setembro Amarelo, onde se trabalha a campanha de prevenção ao suicídio, mas o fato é que nesse mês se tem um aumento dos números de tentativas de suicídio e notificações, quer dizer que as pessoas estão mais atentas aos números de notificações, na realidade não, há muita gente falando de suicídio de maneira não qualificada. Esse é o desafio que o serviço de saúde mental enfrenta, porque falar de uma maneira qualificada é falar de acordo com os parâmetros da Organização Mundial da Saúde, da Associação Brasileira de Psiquiatria, Associação Brasileira de Saúde Mental, que estimulam um diálogo focado na prevenção, em vez de falarmos do suicídio temos que falar daquilo que previne o suicídio, falar de habilidades emocionais, tolerância a frustração, vínculos familiares, afetivos, sociais, endossar outras relações sociais para prevenir. Se recebe muitos casos de ideação, tentativas, de automutilação, precisa-se ter muita responsabilidade para tratar desses casos na rede. Estamos traçando estratégias que vão ser tratadas num fórum de saúde mental para trabalharmos esse problema.
(En)Cena – Quem mais procura tratamento no caso de álcool e outras drogas: homem ou mulher?
Dhieine Caminski – O homem! A mulher ainda tem esse tabu, elas usam, mas não contam, pela questão do machismo mesmo. É aceito socialmente que o homem use o álcool, por exemplo, mas para a mulher não. Tem se trabalhado nos centros de saúde essa conscientização de que a mulher precisa de ajuda e não está conseguindo procurar.
Psicologia da Saúde é disciplina conduzida pela Profa. Me. Izabela Almeida Querido em 2018.2
Nesta terça-feira (14), a Prof. M.e Izabela Almeida Querido ministrou a aula “Psicologia da Saúde e Saúde Pública”, para a turma 0848 de Psicologia da Saúde, no CEULP/ULBRA. Entre os assuntos abordados, estavam a utilização e os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS).
Prof. M.e Izabela Almeida Querido ministrando a aula “Psicologia da Saúde e Saúde Pública”
Sobre a utilização do SUS, toda e qualquer pessoa a faz, independente da classe social. Essa utilização se dá por diversas formas, como: através da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), da Unidade de Saúde da Família (USF), do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), dos hospitais, dos agentes comunitários de saúde, de diversas campanhas de prevenção e informação, além de vacinação e exames.
Turma 0848 de Psicologia da Saúde
O SUS é um sistema que possui alguns princípios, em que os cinco principais e abordados na aula de Izabela são: equidade (garantia de acesso para toda a população); universalidade (todos podem utilizar o serviço); integralidade (atendimento em todos os serviços e em todas as necessidades das pessoas); descentralização (facilidade de acesso; próximo a todos) e participação popular (população pode decidir sobre o funcionamento do SUS).
Vídeo apresentado em aula sobre os Princípios do SUS
Por fim, Izabela dividiu a turma em quatro equipes, das quais cada uma irá produzir um trabalho referente às redes prioritárias, realizando, inclusive, uma entrevista com um profissional de cada rede. São elas: Rede Cegonha, Rede de Atenção Psicossocial, Rede de Atenção às Urgências e Emergências e Rede de Atenção à Pessoa com Deficiência. Os trabalhos serão apresentados para a turma nos dias 28 de agosto e 11 de setembro.
Sobre a Professora:
Izabela Almeida Querido é Psicóloga, Professora Universitária, Mestre em Ensino na Saúde pela Faculdade de Medicina Universidade Federal de Goiás. Possui especialização em Terapia Cognitivo-comportamental Aplicada a Crianças e Adolescentes e especialização em Saúde Mental. É pesquisadora com ênfase nas áreas Saúde e Terapia Cognitivo-comportamental.