Uma mulher que tem o árduo dever de criar e educar seus filhos sozinha, muitas vezes, não tem o devido reconhecimento de suas habilidades. Quando esta se arrisca, enfrenta as dificuldades e adversidades no campo empreendedor, seus feitos passam desapercebidos, mesmo que tenham impacto extremamente significativo na sociedade diante de suas contribuições.
Pensando nisto, o Portal (En)Cena entrevista Luciene Vieira Mota, mãe, recém formada em Pedagogia, e empreendedora, para que esta conte um pouco de sua experiência profissional e das dificuldades e sucessos adquiridos durante sua jornada como mulher.
(En)Cena – A Covid-19 alterou o modo de vida de quase toda humanidade. Medidas de restrição, uso de máscaras, dentre outras ordens para conter sua propagação e evitar, com isto, maiores prejuízos para a sociedade em geral. Quando iniciou a quarentena, qual era sua realidade familiar e profissional?
Luciene Mota: Então, sem dúvida que a Covid-19 modificou a vida e a rotina de todos (as) nós. Porém, a minha realidade diante da quarentena era: um contrato de auxiliar de sala no município, com data para finalizar, isso em 2020. Seria uma situação que expressava preocupação diante daquela realidade, e, para a minha surpresa tudo melhorou no âmbito profissional e financeiro, pois comece a dar aulas particulares e alfabetização.
(En)Cena – Sua profissão, pedagoga, é essencial para a sociedade, pois tem como finalidade o preparo das jovens mentes para o futuro. Você consegue descrever os principais desafios da sua profissão neste cenário pandêmico?
Luciene Mota: Bem, eu consigo descrever cada um dos meus desafios vividos. Porém, vou abreviar aqui o mais importante: desde quando decidi me tornar Pedagoga, foi um desafio atrás do outro. Cursar Pedagogia seria uma válvula de escape para ter trabalho como professora de educação infantil, na qual sempre me identifiquei. Então, com a pandemia montei uma sala para alfabetizar. No começo, não foi fácil, mas, aos poucos presenciei a mudança e amei o resultado da mesma. Redescobri-me como educadora e tive a plena certeza do que quero ser, Pedagoga, educadora, para fazer a diferença na vida das crianças e viver essa mesma diferença em minha vida.
(En)Cena – Para solucionar os problemas financeiros de uma mãe solo, como foi a forma que encontrou para ter renda com seu curso superior?
Luciene Mota: Montando a minha salinha de aula em minha residência, ao passo que ao mesmo tempo, faço meu papel de mãe, pai, dona de casa, mulher, empreendedora, pedagoga e etc.
(En)Cena – Quais são seus planos para o futuro, em que área (as) pretende atuar, e porque escolheu atuar na área da educação?
Luciene Mota: Meus planos para o futuro??…eu vejo a minha escolha e vejo a mesma sendo modelo de transformação no cenário da educação, e sem dúvida pretendo sim atual e me aperfeiçoar cada vez mais nessa área, por que foi a descoberta de um amor tão grande por ensinar, por aprender, por mudar e promover a mudança, e tudo isso é o que me faz seguir adiante, é minha base.
(En)Cena – Você acha que é possível ir além da sala de aula, além de outros papéis que desempenha como mãe, mulher, etc., e se engajar em estudos externos para se aperfeiçoar na docência?
Luciene Mota: Acho???…tenho a mais plena certeza que sim, que posso ser muitas coisas sem deixar de ser mãe, mulher, enfim. E, afirmo que busco todos os dias me aprimorar. E, assim como foi um desafio a escolha do tema do meu TCC pelo qual eu defendi com esplendor (Libras e inclusão social no ensino regular”), um desafio que deu certo e que me trouxe a certeza de que “sou capaz de fazer o que eu quiser”.
(En)Cena – Há algo a mais que você gostaria de dizer aos estudantes não só do curso que escolheu como de outras áreas? E, baseado em tudo o que você disse até aqui até onde pretende chegar com seus estudos?
Luciene Mota: O que eu gostaria de dizer para todos os estudantes é que tenham sonhos, que busquem à vontade, que saiam da sua zona de conforto, que lutem pela realização daquilo que querem e que aprendam sempre!
No momento, ainda estou fazendo uma pós na área da psicopedagogia. Mas, quero sim chegar no doutorado, e o principal motivo disso é desafiar-me cada vez mais e mais, sentir aquele frio na barriga, enfim, chegar ao título de Dra. Muito obrigada, Luciene Mota, “TIA LU”!