Quando se fala em Transtorno do Espetro do Autismo (TEA), estamos falando de um transtorno do desenvolvimento que é definido por prejuízos precoces no social e na comunicação, como também comportamentos e preferências restritas e estereotipadas. Ou seja, o TEA pode ser caracterizado como um constante de variações na comunicação social (DUARTE, 2016; DSM-V, 2013).
Existem algumas características que são apontadas ao autismo como: déficits na comunicação como também na interação social; dificuldades na instauração de conversas normais, no qual envolve questões verbais ou não verbais e manifestação de interesse social, emoção e afeto; assim como dificuldade no estabelecimento de relacionamentos, preferências e atividades; insistências nas mesmas coisas; movimentos estereotipados (MONTEIRO et al.,2020).
Esse transtorno vem sendo estudado há algum tempo, porém é ainda um distúrbio em que se encontram inúmeras questões sem respostas por ser um campo complexo, abrangente e com uma múltipla variação dentro do espectro (COSTA, 2014).
Sabe-se pouco sobre a etiologia e a patogenia do TEA, no entanto é dividido dentro do DSM-V (2013), o paciente é classificado de acordo com a sua intensidade, podendo ser leve, moderado ou severo. Convém lembrar que atualmente, o diagnóstico tem sido baseado com o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM-V), renovado em 2013, até o momento presente não existem exames laboratoriais e próprios para identificar a doença (MONTEIRO et al.,2020).
Vale ressaltar que o autismo atinge uma em cada 370 crianças ou 0,3% isto é, encontram-se aproximadamente 40 mil crianças e adolescentes com TEA somente no Estado de São Paulo, de acordo com o único estudo de prevalência brasileiro (DUARTE, 2016)
A manifestação do TEA pode apresentar nos primeiros meses de vida como pode se apresentar logo no período inicial de desenvolvimento ao que se parece normal seguido por regressão do desenvolvimento (autismo regressivo) o que ocorre por volta de 30% dos casos diagnosticados. No entanto, entende-se que os primeiros anos de vida têm um papel fundamental e funciona como determinantes no desenvolvimento cognitivo e socioemocional dos seres humanos, e com isso, a necessidade de salientar o papel crucial do processo interativo criança-meio (COSTA,2014).
Sendo assim, o processo de intervir precocemente em crianças é de extrema importância, pois, é estar atento aos variados fatores que podem propiciar alterações no desenvolvimento, prestando atenção aos sinais, os anseios e apelos levantados pelos pais (SNIP, 2013).
Nos dias atuais, a intervenção precoce é entendida como um complemento de serviços e apoios, que podem ser proporcionadas em diferentes meios e que tem relação com base numa ligação de colaboração com a família, tendo como objetivo a promoção do desenvolvimento das crianças, que tenham dificuldades e incapacidades, atraso de desenvolvimento (COSTA,2014).
Tendo em vista que, o objetivo principal da intervenção precoce é reduzir os causadores que podem vir a dificultar o progresso/desenvolvimento da criança como também da família, com isso, a intervenção antecipada se torna eficaz.
Referências:
American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical Manual of Mental disorders. DSM-5. Washington (USA): American Psychiatric Association; 2013.
COSTA, Daniela Cristina Ferreira da. Intervenção precoce no transtorno do espectro do autismo. 2014. Tese de Doutorado.
DUARTE, Cíntia Perez et al. Diagnóstico e intervenção precoce no transtorno do espectro do autismo: Relato de um caso. Caminha, VL, Huguenin, J., Assis, LM & Alves, PP (Org.), p. 45-56, 2016.
MONTEIRO, Manuela Albernaz et al. Transtorno do espectro autista: uma revisão sistemática sobre intervenções nutricionais. Revista Paulista de Pediatria, v. 38, 2020.