A maternidade como ideal construído culturalmente

Por Celina Borges das Neves – celinaborgesdasneves@gmail.com

A ideia da maternidade costuma ser vista como um tabu para as mulheres que não querem ser mães. Muitas pessoas encaram a falta de desejo pela maternidade como algo antinatural, errado ou até mesmo imoral. Isso pode ter um efeito prejudicial sobre as mulheres que não conseguem ou não querem exercer a maternidade e se sentem julgadas pelas expectativas da sociedade.

As mulheres nunca devem se sentir envergonhadas ou culpadas se optarem por não ser mães; é seu direito. É importante que a sociedade reconheça isso e apoie essas decisões, em vez de marginalizá-las. As mulheres não são de forma alguma obrigadas a cumprir qualquer papel de gênero específico – maternidade incluída – e, em vez disso, devem ser encorajadas a fazer escolhas que, em última análise, lhes tragam alegria e realização.

No século 21, a decisão de não ter filhos pode ser influenciada por uma série de fatores e desafios que são exclusivos dessa época. Aqui está um resumo desses elementos possíveis:

Avanço da tecnologia: O século 22 pode testemunhar um avanço exponencial da tecnologia, incluindo automação, inteligência artificial e robótica. Isso pode levar a mudanças drásticas no mercado de trabalho, com muitos empregos sendo substituídos por máquinas, o que pode influenciar a decisão de algumas pessoas de não terem filhos, pois a perspectiva de sustentar uma família pode se tornar incerta.

Mudanças climáticas e crises ambientais: As mudanças climáticas podem atingir seu pico, com efeitos influenciados na qualidade de vida e na disponibilidade de recursos naturais. A preocupação crescente com o meio ambiente pode levar algumas pessoas a não quererem ter filhos, com preocupações sobre o futuro do planeta e a capacidade de garantir um ambiente saudável e sustentável para as próximas gerações.

Pressões socioeconômicas: A pressão econômica e social pode aumentar, com a crescente desigualdade de renda e disparidades. A sobrecarga financeira e as dificuldades em garantir uma boa qualidade de vida podem influenciar a decisão de algumas pessoas de não terem filhos, em razão da preocupação com os custos envolvidos em criar e educar uma criança.

Mudanças culturais e sociais: A cultura e a sociedade do século 22 podem passar por mudanças revolucionárias, com novos valores e normas emergindo. A pressão social para ter filhos pode diminuir, e as expectativas em relação ao papel tradicional da maternidade e paternidade podem mudar. Isso pode levar algumas pessoas a optarem por não terem filhos, em busca de uma vida mais autônoma e centrada em si mesmas.

Escolhas individuais e liberdade de escolha: A ênfase na liberdade individual e na autonomia pessoal pode ser ainda mais valorizada. A ideia de que cada indivíduo tem o direito de tomar suas próprias decisões, incluindo a escolha de ter ou não ter filhos, pode ser amplamente aceita. Isso pode levar mais pessoas a praticarem sua liberdade de escolha de forma consciente e intencional em relação à parentalidade.

É importante ressaltar que esses são apenas cenários hipotéticos e que o futuro real da decisão de não ter filhos pode ser moldado por uma série de outros fatores complexos e variáveis, que não podem ser previstos com certeza. 

A decisão de ter ou não ter filhos é altamente pessoal e é influenciada por uma série de fatores individuais, culturais, sociais e psicológicos, que podem variar de pessoa para pessoa e de sociedade para sociedade.