A ideia de pertencimento gera uma sensação de acolhimento, por isso o ser humano, constantemente, está em busca de sua territorialidade, baseada em sua identidade construída ao longo de sua trajetória, desde a infância. A noção de território fez no decorrer da história mundial, o acontecimento de muitas guerras, que tinha como essência a defesa de sua propriedade, família e tradição. Pode-se citar como exemplo, os highlander (povos do alto) de origem escocesa, que por não terem aceitado o domínio inglês, lutaram bravamente para a preservação de sua cultura, além das terras.
No Brasil, destacam-se os povos indígenas que vivem constantemente em conflitos de terras com grileiros para a preservação de sua cultura, bem como o modo como enxergam a terra. Para muitas pessoas o termo territorialidade vem como sinônimo de pertencimento e acolhimento. Ou seja, um local em que sua história pode ser entendida por representar sua origem.
De acordo com o sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Baumam, em sua obra Modernidade Líquida (1999) a teoria do homem líquido aponta que as relações humanas são frágeis, justamente pelo indivíduo absorver tudo que é imposto. Isto é, sua identidade torna-se frágil por não haver uma identidade, como consequência uma falta de territorialidade, que vai além de um local, mas um espaço de valores.
Nesse aspecto, o geógrafo baiano Santos (2001), em sua obra “Brasil: Território e Sociedade no Início do Século XXI”, busca entender a partir da territorialidade, uma interpretação realista, empírica, do Brasil, no sentindo de perceber o comportamento do povo brasileiro, a partir do seu território.
Para Santos (2001), o território é o espaço geográfico de acordo que ele está sendo utilizado, não é uma questão abstrata, mas uma posição concreta, um sistema que combina o objeto que temos disponíveis no território com as ações que estão sendo utilizadas, uma mistura de objetos e ações.
Para mim, Ludimila Bezerra, acadêmica de psicologia, do CEULP/ULBRA, minha territorialidade está no Estado do Tocantins, mais específico, em Palmas. Apesar do sol escaldante, a maior parte do ano, Palmas remete ao meu lugar de pertencimento territorial.
Referência
Bauman, Zygmunt. A Modernidade Líquida. São Paulo. Editora Zahar, 1999.
SANTOS, Milton e Silveira, M. O Brasil: Território e Sociedade no Início do Século XXI. São Paulo. 28 de fevereiro de 2001.