Talita Marques Teixeira (Acadêmica de Psicologia)- talitampsi@rede.ulbra.br
Na vivência da bissexualidade, as orientações sexuais são uma maneira de dar sentido a comportamentos, gostos e desejos humanos. No entanto, a compreensão predominante das sexualidades tende a ligar biologia, gênero e atração, enfatizando categorias binárias tradicionais como feminino-masculino e heterossexual-homossexual. Isso cria normas rígidas que limitam as relações afetivas e sexuais a papéis de gênero convencionais. Nesse cenário, pessoas que desafiam essas classificações são marginalizadas, incluindo indivíduos bissexuais. Eles enfrentam formas específicas de preconceito e, muitas vezes, não encontram apoio adequado na comunidade LGBTQIAP+.
Nas entrelinhas desta problemática levantada, mergulhamos no complexo mundo das orientações sexuais e como elas se entrelaçam com as normas da heterossexualidade. Aqui, somos testemunhas da marginalização sofrida por formas de sexualidade que desafiam o status quo, com destaque para a discriminação que atinge as pessoas bissexuais dentro da comunidade LGBTQIAP+.
Embora tenham desempenhado papéis fundamentais na luta pela diversidade sexual e de gênero, as pessoas bissexuais enfrentam um olhar desconfiado que as acusa de ameaçar a coesão do movimento, aparentemente por sua proximidade com a heterossexualidade. Mas a verdade é que o conceito de bissexualidade se expandiu ao longo do tempo, abraçando uma riqueza de identidades de gênero, indo muito além de uma atração por apenas dois sexos. No entanto, ainda falta à bissexualidade símbolos e estereótipos que a tornem mais facilmente reconhecível.
Fonte:https://medium.com
Sou bi. não estou indecisa!
A discriminação que paira sobre as pessoas bissexuais, conhecida como bifobia, é uma tentativa de manter intactas as categorias monossexuais, preservando o confronto entre heterossexualidade e homossexualidade. Isso se manifesta de diversas formas, incluindo a ideia errônea de promiscuidade e a crença de que a bissexualidade é uma fase temporária de experimentação. Esse estigma cria uma pressão constante sobre as pessoas bissexuais, forçando-as a fazer uma escolha definitiva em relação à sua orientação sexual, algo que acaba por impactar profundamente sua qualidade de vida e relacionamentos.
O renomado jornal americano The New York time, publicou uma matéria (O “armário duplo”: por que algumas pessoas bissexuais lutam contra a saúde mental) sobre a revisão de 57 estudos, e descobriu que, quando comparadas com pessoas heterossexuais, as pessoas bissexuais apresentaram taxas mais elevadas de depressão e ansiedade, e taxas mais elevadas ou equivalentes dessas condições, quando comparadas com aquelas que se identificaram como gays.
A bifobia, uma violência silenciosa, insinua-se em várias esferas da vida daqueles que a enfrentam diariamente, gerando sentimentos de solidão, confusão, vulnerabilidade e insegurança. Diante dessa realidade, um indivíduo bissexual se encontra em um eterno sair do armário, mesmo que seja só para si mesmo. Heterossexuais não precisam se assumir, gays se assumem um par de vezes. Bissexuais vão se assumir por uma vida inteira.
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