“Todos os dias quando acordo não tenho mais o tempo que passou” (Renato Russo)
Fazendo uma breve reflexão acerca da minha vida, descobri que tratei o tempo como “pequeno”, um mero detalhe. Agora o vejo como um senhor portador de uma grandiosidade digna somente a ele. Minha vida, assim como a de qualquer um, seria completamente diferente se eu pudesse voltar e conceder-lhe sua devida importância.
O tempo rege nossa vida a sua maneira, imparável e impiedosa, como se pertencesse a ele. Muitos conflitos intrapessoais estão intimamente ligados ao mau uso do tempo. Pessoas ansiosas não conseguem usá-lo a seu favor, isso influência diretamente as suas vivências e relações interpessoais.
Meu tempo. O tempo não nos pertence, nós pertencemos a ele. Ele nos dá parte de sua grandiosidade, parte essa julgada necessária exclusivamente por ele. Assim, com essa parte devemos amar, crescer, construir, enfim, viver toda a nossa vida.
O tempo natural em nossa sociedade já foi superado pelo tempo social. Nós não estamos ligados ao meio social apenas durante a luz do dia, estamos “conectados” à sociedade 24 horas por dia. Devido a isso, famílias não mais ceiam unidas, pessoas são alienadas pelos meios de comunicação, pais não acompanham o desenvolvimento de seus filhos em função da excessiva dedicação ao trabalho.
A prevalência de transtornos mentais atualmente é alta não somente pela evolução do diagnóstico psicopatológico, o estilo de vida das pessoas contribui de maneira direta para esse aumento. Dedicamos nosso tempo a muitas coisas, sendo assim, não nos dedicamos inteiramente a nada. Nunca tivemos tantos amigos e fomos tão solitários.
Adaptar-se ao tempo é fundamental para obter êxito em suas funções, ou seja, dedicar-se integralmente a um objetivo é fundamental para a realização deste, de maneira melhor e mais rápida. O tempo é um só, e como dizia Cazuza “o tempo não para”, adapte-se ou ele o atropelará.
Ao contrário do que pensamos, não necessitamos de mais tempo, precisamos apenas saber usar o tempo que temos.
