O projeto de atuação internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma organização com ações de auxílio direcionado à populações vítimas de crises humanitárias.
Tudo começou na França em 1971, quando um grupo de médicos e jornalistas se voluntariaram sem serviços nos anos anteriores em Biafra- Nigéria. A assistência profissional para vítimas da guerra civil naquela região fez com que eles percebessem a necessidade de maiores cuidados e acompanhamento dessa causa. Após 29 anos da criação deste grupo, recebe a premiação do Nobel da paz pela contribuição à população e a visibilidade de inúmeras causas que ajudam de prevenção a pessoas com baixos auxílios.
Além de ações médicas assistenciais às populações vulneráveis, como na maioria da atuação do projeto em diversos países, quando há necessidade a ajuda do MSF se dá através de fornecimento de alimentação, abrigos temporários, água e saneamento básico. Isso costuma acontecer em locais que estão no auge da crise econômica, política e conflitos civis, onde as pessoas correm, constantemente, risco de vida ou agravamento da saúde por falta de assistência e socorro.
O projeto Médicos Sem Fronteiras é gerenciado de forma não governamental sem fins lucrativos. A política interna direciona cerca de 80% de toda a arrecadação para atividades humanitárias de campo, os outros 20% são revertidos para despesas administrativas e na aplicação de captação de recursos. Anualmente disponibiliza relatórios auditados da prestação de contas à população e para acesso de todos, sendo detalhada informações de seus 21 escritórios.
A equipe profissional é constituída de oncologistas, enfermeiros neonatal, enfermeiro chefe, cirurgiões plásticos, anestesistas, ginecologistas, médicos, pediatras, epidemiologistas, obstetras, enfermeiro obstetra, farmacêuticos, psicólogos, psiquiatras, administrador financeiro, fisioterapeutas, administradores, especialistas em água e saneamento, logística de suprimentos, logística, promoção a saúde, coordenador de projetos, coordenador financeiro, coordenador de recursos humanos.
Os princípios básicos da organização devem ser cumpridos por toda a equipe profissional vinculada ao Médicos Sem Fronteiras, são eles:
“Independência, não está atrelada a poderes políticos, militares, econômicos ou religiosos e tem liberdade de ação, decidindo onde, como e quando atuar com base em sua própria avaliação do contexto e das necessidades. Essa independência de ação é garantida por sua independência financeira, já que, de todo o financiamento de MSF, 96% é proveniente de doações de indivíduos e da iniciativa privada.
Imparcialidade, Médicos Sem Fronteiras oferece ajuda humanitária e cuidados de saúde àqueles que mais precisam, sem discriminação de raça, religião, nacionalidade ou convicção política […] A possibilidade de aliviar o sofrimento de indivíduos por meio da ação médica é o que determina a norteia as atividades de Médicos Sem Fronteiras.
Neutralidade, a neutralidade é crucial para as equipes conseguirem chegar a qualquer pessoa afetada, independentemente do lado do conflito em que esteja. A neutralidade de MSF é possibilitada pela sua total independência financeira de governos ou partes envolvidas em conflitos.
Transparência, MSF avalia constantemente os projetos que implementa e presta contas à sociedade e aos doadores sobre a gestão dos recursos captados e resultados de suas ações […] Para reforçar esse compromisso, os relatórios financeiros são auditados por empresas independentes e redigidos em conformidade com os padrões da International Financial Reporting Standards (IFRS). São também publicados relatórios anuais, que trazem o resumo das atividades desenvolvidas em campo e análise crítica dos progressos, obstáculos e aprendizados. MSF também preza pela transparência na relação com seus pacientes e, coerente com essa transparência, informa-os sobre as escolhas que faz e sobre as decisões que toma no que se refere à sua atuação médica.
Ética médica, o trabalho da organização é norteado pelas regras da ética médica universal. Em primeiro lugar, vem o dever de prestar assistência a quem precisa, sem prejudicar indivíduos ou grupos. A ética médica fala de respeito à autonomia e à confidencialidade dos pacientes, e também de seu direito a acessar todas as informações necessárias para que possam consentir procedimentos e tomar decisões com respaldo. Cada indivíduo é tratado com dignidade e respeito e recebe cuidados médicos de qualidade”.
A psicologia é uma área de extrema importância na ajuda humanitária às pessoas em situação de vulnerabilidade extrema. A atuação dos (as) psicólogos (as) está relacionada ao auxílio emergencial à população, redução e controle de danos, resolução e formulação de estratégias de acordo com a realidade do local onde é prestado seus serviços. Sua realidade, na maioria das vezes, está ligada a conflitos armados, guerras civis, surtos de doenças, precariedade, catástrofes naturais, e diversas situações que não estão sendo esperadas.
E o principal cuidado que os profissionais de psicologia têm a partir desse cenário é cuidado com a saúde mental de cada paciente. A fragilidade psicológica diante de tantas experiências traumáticas, muitas vezes potencializam fatores de adoecimento, não só psíquico mas também físico. Aliados a uma vasta equipe multiprofissional, buscam então, a melhoria da qualidade de vida e recursos práticos para a manutenção da saúde física, psicológica e emocional onde quer que vão prestar seus serviços.