Aqui está o encontro entre o muito tradicional, no caso a Educação, com o inovador, a neurociência. E precisamos ser bem claros aqui. A Educação é uma tradição em nossa sociedade, mas isso não significa que se obrigue a ser conservadora ou ultrapassada. A neurociência, como tal, é uma área relativamente jovem do conhecimento, mas já acumula algumas importantes experiências. As maiores novidades acontecem mesmo é no encontro entre a Educação com a Neurociência.
Até muito recentemente, tudo que se relacionava à Educação esteve naquele conjunto humano que denominamos cultura, isto é, a Educação pertencia às experiências geradas pelo espírito humano, que vai além de seu simples dado biológico.
Nada disso deixou de ser verdade, mas vem crescendo a compreensão de que, além do cultural, os mecanismos da educação dependem, ainda, de certas disposições, mecanismos e organizações físico-biológicas de nosso cérebro. Entender como o cérebro funciona passa a ser determinante, entre muitas outras coisas, para entendermos como cada pessoa aprende, constrói seu conhecimento, sua percepção de mundo. Essa é a excelente cooperação que a neurociência está dando à educação.
Ainda temos muito que aprender com essa parceria entre neurociência e educação, mas já aprendemos, por exemplo, que as crianças mais jovens precisam brincar mais e estudar menos. Parece contraditório, mas não é. Para a criança, brincar é uma poderosa forma de aprendizagem, pois estimula o cérebro exatamente onde ela precisará mais nos futuros aprendizados cognitivos.
Pela neurociência, também estamos aprendendo que o estímulo a certas repetições, como o treinamento de questões do Enem, por exemplo, refletem na fixação, pela memória de longo prazo, daquilo que ainda permanece na memória de curto prazo. O que há pouco tempo era considerado improdutivo, “as repetições”, voltam a ter um papel importante na educação.
A educação é esse vasto mundo, e todos os diálogos são importantes para conseguirmos alcançar a grande meta, que é ser ainda melhor do que já somos.