Solitude: o prazer da solidão

Em uma sociedade moderna, globalizada e inteiramente conectada ainda é comum encontrarmos pessoas solitárias, depressivas e em completo sentimento de solidão. Apesar de toda a proximidade tecnológica, a humanidade tem caminhado cada vez mais para um distanciamento afetivo, não só em relação aos pares, mas do próprio indivíduo com seu íntimo. A superficialidade social, a intensa necessidade de agradar e objetificar ou mesmo padronizar comportamentos vem tirando das pessoas as suas características particulares, em alguns casos, fazendo-as odiar aspectos próprios de suas personalidades.

Diversos movimentos que antes tinham causas definidas hoje se globalizaram e tiveram suas essências diluídas em superficialidades, impondo, assim como outrora, condições e requisitos para uma satisfação pessoal. Infelizmente, independentemente de qualquer grupo, associação, clube, organização, lado político, muitas pessoas criaram a ficção de que somente será realmente feliz quando seguir tais padrões impostos.

Ante esta terrível realidade, uma pessoa que tem o prazer de desfrutar de sua própria companhia, plenamente ciente de seus defeitos e amando-se intensamente, sem depender de motivações externas para isto, é, muitas vezes, mal vista pela sociedade, descriminada por não se adequar ou submeter-se às vontades das massas.

Fonte: encurtador.com.br/hDPTW

Solitude, que apesar de similar, difere-se do sentimento de solidão, é você estar feliz consigo sem a necessidade de agradar terceiros, enquanto na solidão, mesmo que o indivíduo esteja repleto de amigos, conhecidos e companheiros, se sentirá solitário pois sente que há algo faltando em sua vida e que não consegue encontrar as forças para a plenitude.

A frase de Telma Nogueira, que diz que “solitude é a capacidade de se amar ao ponto de estar sozinho e mesmo assim, se sentir inteiro e feliz. Sem a obrigatoriedade de procurar complementos e naturalmente ser preenchido de uma paz absoluta” é completa em dizer o que significa solitude, o oposto da solidão.

As pessoas esqueceram a importância de cuidar do seu eu, entregando-se tão somente ao vazio midiático que as redes sociais proporcionam, alguns entregam suas privacidades, doam seus corpos e opiniões para se sentirem realizadas, ignorando um dos primeiros amores e essenciais para o prosseguir de uma vida mental saudável, “o amor próprio”.