Seguindo a programação do CAOS – Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia, na última quarta-feira (23), aconteceu o minicurso com a temática “Saúde Mental dos profissionais que atuam com o foco na violência”. Os ouvintes que optaram por essa atividade compareceram à sala 222 do CEULP às 19h para prestigiar a atividade proposta com profissionais renomados. A professora Ariana deu as boas-vindas aos profissionais que iriam ministrar e em seguida, os mesmos se apresentaram.
Os profissionais convidados, Mayra Dayanne Soares Barbosa e o Me. Vanilson Pereira da Silva, relataram brevemente sobre a área de atuação e logo após solicitaram que as pessoas presentes formassem um círculo, se apresentassem com o nome, a idade e respondessem com “sim” ou “não” à pergunta se já viveram ou presenciaram alguma violência.
Pelo fato de um consenso quase que absoluto de respostas positivas, abriu-se espaço para a reflexão inicial levantada de que a violência é um fenômeno frequente no meio social. E por essa razão requer, dos profissionais da Psicologia, uma sensibilidade aguçada para entender àqueles que relatam experiências pessoais de violência.
Por ser uma ocorrência extremamente complexa, os profissionais buscaram destacar a importância dos profissionais atuantes nessa área de reconhecerem os próprios limites, bem como saber até onde vai a responsabilidade e o seu papel como psicólogo ou psicóloga, já que ultrapassar as próprias barreiras pode implicar em um trabalho inadequado e ser prejudicial à saúde emocional e mental, pois tratar casos que envolvem essa temática, pode evocar diversos sentimentos intensos.
Deste modo, devemos saber manejar nossos próprios sentimentos para uma intervenção assertiva, sempre mantendo viva a capacidade de autorreflexão. Em níveis distintos, é possível alcançar esse controle: o autocuidado é imprescindível; no que diz respeito à instituição, faz-se necessário promover condições dignas e adequadas de trabalho, estimular espaços de escuta; e em equipe, busca manter laços harmoniosos, apropriada resolução de conflitos e compartilhar experiências, troca de ideias e diálogos.
Durante todo o minicurso houve bastante interação com os ouvintes; até o fim teve muita troca, falas reflexivas e questionamentos, fazendo com que o ambiente fosse leve e propício para um aprendizado. Por fim, os profissionais trouxeram muitos exemplos de suas vivências, o que contribuiu para enxergarmos para além da teoria e ir de encontro com a prática em si, além de entendermos a importância de olhar para a saúde mental não apenas das pessoas atendidas por profissionais, porque estar inteiro, manter a integridade, é uma maneira de atuar com responsabilidade.
Ao final da apresentação, alguns relatos de profissionais foram lidos por Mayra, e foi um momento imensamente vivo e forte, e talvez tenha sido o clímax do minicurso, pelo fato dos relatos proporcionarem uma visão real da prática, da dificuldade, da potencialidade de forma palpável e verdadeira.