A coleta seletiva, conforme Cartilha do Ministério Público do Estado de São Paulo (2014) é um processo de separação dos resíduos sólidos que seriam descartados como “lixo” e auxilia na destinação correta desses materiais. A partir desta separação, portanto, é possível reciclar os resíduos que não são de origem orgânica e transformá-los em outros produtos ou fabricação da própria matéria-prima. Os materiais separados são divididos em: papéis, plásticos, vidros e metais.
Além da coleta seletiva para a reciclagem, existem materiais que são separados para terem sua destinação apropriada, chamada logística reversa (MPSP, 2014), por apresentarem risco à saúde ou provocarem contaminação do solo, eles são: pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, medicamentos e lixos hospitalares.
Foto: Ana Carolina Peixoto – Lixeiras produzidas pelos alunos do curso de arte circense.
Existem muitos locais que servem de ponto de coleta destes materiais, como indústrias e farmácias. A lei federal n° 12.305/2010 “tem como princípio a responsabilidade compartilhada entre governo, empresas e população para gerenciamento adequado de um dos maiores problemas do mundo hoje: o lixo urbano” (MPSP, 2014, p. 10). Esta lei visa incentivar a coleta seletiva e utilizar-se da participação direta de cooperativas de catadores, transformando o cenário do lixo urbano, bem como auxiliando na economia nacional, gerando empregos para milhares de pessoas.
A prática diária da coleta seletiva começa na base, dentro de nossas casas, e se constitui como algo de extrema importância para o meio ambiente, diminuindo a contaminação dos rios e solos. E é essa iniciativa que o curso de arte circense da Casa da Cultura Professora Maria dos Reis, em Taquaruçu (Palmas/TO), vem promovendo junto a seus alunos, abrangendo também toda a comunidade. O ministrante, professor Kadu Oliviê, artista oriundo de Goiânia – GO, traz como objetivo em seu curso mostrar a arte do circo para as crianças da comunidade, a fim de integrá-las no mundo artístico e potencializar habilidades que são inerentes às crianças, tais como a criatividade e a espontaneidade. Precursor desta proposta, Kadu inovou ao trazer para seus alunos uma forma diferente de aprender circo; “confeccionar”, a partir de materiais recicláveis, lixeiras coloridas de coleta seletiva.
Essa proposta visa, além da conscientização dos alunos, promover a sustentabilidade ambiental a partir da base, através das crianças que serão “professores” dos pais e familiares na busca de uma comunidade mais sustentável. É importante evidenciar o envolvimento de toda a comunidade na construção de um saber ecológico, haja vista todos serem responsáveis pelo que produzem e pela sua destinação. As lixeiras para coleta seletiva confeccionadas pelos alunos de Arte Circense contaram com materiais como jornais, garrafas PET e papelão, que seriam descartados ou reaproveitados em outra oficina presente no mesmo local, a de Reciclagem, ministrada pela artista plástica Sandra Oliveira.
Ao produzirem o material, os alunos são orientados acerca do que é a coleta seletiva e é promovida uma reflexão acerca da importância de realizá-la, ao mesmo tempo em que fazem malabarismos, acrobacias e pintam-se de palhaços. Trata-se, assim, de uma ferramenta recreativa para produzir a sensibilização das crianças da comunidade de Taquaruçu e, a posteriori, atingir também seus familiares.