Leishmaniose Visceral: Mitos e Verdades sobre a Doença

A falta de informações e os cuidados básicos com os animais de estimação, podem contribuir para contrair doenças infecciosas, sendo uma delas a leishmaniose.

A Leishmaniose visceral também conhecida como calazar, no Brasil a principal espécie de Leishmania causadora da Leishmaniose visceral, possui uma maior predileção em parasitar células de defesa que estão presentes em órgãos mais internos e por isso o nome leishmaniose visceral.

Dentre os principais órgãos envolvidos temos o fígado, o Basso a medula óssea e os linfonodos, as manifestações clínicas da leishmaniose visceral do calazar, estão mais ligadas a quadros sistémicos.

A transmissão dessa doença é através da picada das fêmeas de insetos bem pequenos e silenciosos que são os Flebotomíneos, popularmente conhecidos como mosquito palha, ele é muito encontrado em lugares ricos em matéria orgânica como Ex: folhas e frutos em apodrecimento, esterco, solos de jardim, frestas em troncos de árvores etc.

Em determinado momento do seu ciclo de vida, a fêmea do mosquito palha necessita de sangue para a produção dos seus ovos, e nesse momento entra outro elemento que é superimportante na transmissão da Leishmaniose visceral nas cidades brasileiras que são os cães, eles são tidos como reservatórios do protozoário que causa a Leishmaniose visceral.

A fêmea do mosquito palha pica o cão que está infectado se infecta e depois quando pica um novo cão ou um ser humano ela pode transmitir a doença. Vale lembrar que a doença não é transmitida por contato com a saliva de um cão ou até mesmo o contato direto com o cão, ou de pessoa para pessoa para a transmissão da Leishmaniose visceral é fundamental a participação do mosquito palha.

Os sintomas no ser humano têm manifestações clínicas, sinais e sintomas muito diversificados, mas podem ser extremamente graves, felizmente a grande maioria das pessoas que são picadas pelo mosquito infectado tem uma infecção silenciosa sem apresentar nenhum quadro, já àquelas pessoas que desenvolvem as manifestações clínicas da doença, geralmente começam com febre irregular e não muito alta, mas que se arrasta por vários dias e pode vir acompanhada de tosse, palidez, falta de apetite, etc.

Com o passar do tempo a doença vai avançando com manutenção da febre, porém vai sendo acrescida de aumento do Basso, aumento do fígado, perda de peso, o indivíduo fica fraco, os nódulos linfáticos ficam inchados e o exame de sangue passa a apresentar algumas anormalidades como: anemia baixa na contagem de globos, brancos baixa na contagem de plaquetas e caso a pessoa não seja tratada a tempo, a doença continua progredindo para quadros extremamente graves, como outras infecções, hemorragias e nesses casos o óbito torna algo que é dificilmente contornado.

O diagnóstico dessa doença é relativamente difícil, porque ela as vezes pode ser confundida com outras doenças que também podem apresentar esses quadros como a Malária, Toxoplasmose e até mesmo a dengue. E sem o diagnóstico da doença o paciente vai progredindo para casos mais graves que pode levar à morte. No Brasil estima-se que de cada 10 pessoas com leishmaniose visceral, um acaba morrendo por falta de diagnóstico e tratamento que não foram feitos a tempo.

É interessante que os animais sejam testados, ele apresenta sintomas como: perda de peso, o pelo perde o brilho ou cai, a unha cresce aparece feridas na pele, são sinal bem visíveis, porém a maior parte dos animais infectados não tem sinal nenhum, nesse caso a testagem é fundamental para que o animal infectado seja identificado.

O teste pode ser feito em unidades de controle de zoonoses que são coordenados pela secretaria de saúde ou em clinicas veterinárias particulares. E caso o cão seja identificado com a doença, ele pode ser submetido ao tratamento com o medicamento que se chama mildefozina, vale lembrar que esse medicamento não está disponível na rede pública de saúde. E o tratamento deve ser feito diretamente por um médico veterinário responsável, porém esse medicamento não deixa o cão totalmente curado, ele melhora o quadro, e pode continuar infectando outros animais e seres humanos caso o mosquito palha o pique.

Então a prevenção mais eficaz é o uso de coleiras impregnadas com inseticidas, essas coleiras quando usadas adequadamente elas evitam quase 100% que o mosquito palha pique o cão e o infecte ou espalha a doença, mas até o momento essas colheitas não estão disponíveis no órgão público de saúde.

O combate do mosquito palha pela borrifação de inseticidas tem uma aplicação bem limitada. A principal forma seria o manejo ambiental, e o que seria esse manejo? A limpeza de quintais, poda de arvores, remoção de lixos que são os locais onde os mosquitos palha se reproduzem.

 

REFERÊNCIAS

COELHO, L.I.A.R.C. Caracterização de leishmania spp em amostras isoladas de pacientes portadores de leishmaniose tegumentar americana em área endêmica da região norte, brasil. Tese (Doutorado), 94p. – Fundação Oswaldo Cruz, 2010.

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LEISHMANIOSE. RedeD’or [2020] Disponível em: rededorsaoluiz.com.br Acesso em: 04 de set. 2022

MARTINS, Glêndara Aparecida de Souza. LIMA, Maria Dilma de. Leishmaniose: do Diagnóstico ao Tratamento. Disponível em: leishmanioseconhecer.org.br Acesso em: dia 4 de set. de 2022.