Palestra de encerramento do CAOS 2022 discute intervenções e a importância do reconhecimento do sujeito no trabalho

O Congresso Acadêmico de Saberes em Psicologia (CAOS 2022), que teve na edição de  2022 como tema principal “Saúde Mental no Trabalho”, foi encerrado na manhã desta sexta-feira, 25 de novembro, no auditório central do Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA), com a palestra “Clínicas do Trabalho: perspectivas para intervenção no mundo do trabalho”, ministrada pela Professora Doutora Karine Vanessa Perez, sob mediação da Professora Mestra Muriel Corrêa Rodrigues.

Após uma semana de intensos debates sobre saúde mental no âmbito do trabalho, a última palestra do congresso abordou os segmentos que envolvem as clínicas do trabalho com foco em intervenções que promovam a saúde mental nas vivências e reconhecimento dos trabalhadores, considerando a interferência na subjetividade e na vida psíquica dos mesmos.

A palestra abordou, ainda, a diferenciação entre a Psicologia Organizacional, que visa a adaptação do sujeito no ambiente de trabalho, e as clínicas do trabalho, que buscam a saúde mental dos trabalhadores e as intervenções a partir do contexto de adaptação nos ambientes de trabalho, considerando que a postura ética do psicólogo deve ser pautada na promoção de saúde mental e bem-estar.

Para a palestrante, Doutora e Mestre em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Karine Vanessa Perez, a discussão é essencial, considerando questões ligadas à perda de direitos e fragilidades dos laços contratuais no mercado de trabalho e o impacto que isso causa na saúde mental dos trabalhadores. “As clínicas do trabalho vão questionar as práticas de gestão buscando identificar, saber quais são os mecanismos que afetam os processos de subjetivação dos trabalhadores”, destacou.

A ministrante ressaltou também intervenções com enfoque na psicodinâmica do trabalho. “A gente sempre vai ter algum nível de ajuste quando inicia um novo trabalho, mas não que isso sempre tem que partir do sujeito, não que isso tenha que ser uma ação individual, a psicodinâmica busca uma ação coletiva”, pontuou, acrescentando que as intervenções devem ser pautadas no reconhecimento, pois este é “essencial na lógica do trabalho, já que uma instituição que não tem esse reconhecimento pode gerar adoecimento”.

Mediada pela psicóloga clínica Muriel Corrêa Neves Rodrigues, professora do curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra, Mestra em Psicologia Clínica e da Saúde pela Universidade da Beira Interior, Covilhã/Portugal (2015), a palestra de encerramento do CAOS contou também com momento para perguntas e debates com os acadêmicos de Psicologia.

Neste ano, a edição do congresso teve início no dia 21 de novembro e promoveu, ao longo de uma semana, palestras, apresentações especiais do “Psicologia em Debate, minicursos e mesas redondas a fim de ampliar o olhar sobre os contextos que envolvem o mundo do trabalho para informar e fomentar discussões que abrangem a saúde mental no trabalho. Neste sábado, 26, o CAOS fecha sua programação com a Assembleia Geral de Estudantes de Psicologia do Tocantins, organizada pelo NAU Psi, no miniauditório da Ulbra, às 9h.

Ministrante

Karine Vanessa Perez é Doutora e Mestre em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), estágio Sanduíche na Université Catholique de Louvain-la Neuve, onde desenvolveu estudos sobre a Clínica do Trabalho na Bélgica e na França. Pós Doutorado na Université du Québec à Montréal. Docente do Mestrado em Psicologia Profissional da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Integrante do Laboratório de Psicodinâmica do Trabalho (PPGPSI/UFRGS). Conselheira no campo da empregabilidade em Montreal (Canadá). Experiência na área de Psicologia do Trabalho, Clínica do Trabalho, Saúde Mental e Trabalho e Psicologia Social e Institucional.