A experiência de trabalhar com grupo de idosos, do Parque do Idoso de Palmas, me emocionou e fez florescer uma nova perspectiva até então não almejada, que é trabalhar com grupos e ainda mais especificamente com idosos. Confesso que no início da disciplina de Intervenção em Grupo fiquei temerosa de como seria essa intervenção, pois se no atendimento individual é exigido uma escuta aguçada, em um grupo isso eleva a complexidade do atendimento.
Após as orientações do professor Sonielson Sousa, sobre o público escolhido pela equipe composta por mim – Erika Santos, Andreia Carvalho, Clarissa Lira, Gabriel Avelino e Adhemar Chufalo Filho, confeccionamos o material de divulgação e entramos em contato com o responsável do Parque, explicamos como seria a intervenção, acordamos datas, horários e entregamos o material para divulgação.
A intervenção ocorreu em quatro encontros, de 1 hora cada. No primeiro encontro, apesar de ter ocorrido bastante divulgação, só apareceu um idoso para intervenção, isso gerou em mim e acredito que nos demais colegas um sentimento de tristeza. No entanto, havia outros idosos que estavam fazendo atividade na piscina, tivemos que esperar a atividade acabar para mais idosos participarem e começar a intervenção, isso ocorreu também no segundo encontro, do terceiro para o quarto a espera foi mais rápida, eles estavam animados para participar da intervenção.
Além do contratempo inicial da espera para começar a intervenção, o local onde ocorreu a dinâmica era barulhento, pois era ao lado de uma via de carros, sem contar com o calor, visto que as salas com ares-condicionados estavam interditadas, ficamos então em uma quadra. Posteriormente, conseguimos um novo lugar, um quiosque afastado da via e mais arbóreo em relação ao calor.
Em relação ao primeiro encontro percebemos um constrangimento inicial dos idosos, que logo se extinguiu com as falas e as dinâmicas propostas ao grupo. As temáticas abordadas no primeiro e no segundo encontro seguiram o método dialético de perguntas semiestruturadas, relacionadas a rede de apoio, direito dos idosos, vivência familiar, situação financeira, saúde e solidão. Trabalhamos nos demais encontros técnica de Mindfulness, para relaxamento e dinâmica de grupo, como a caixa com espelho, uma forma dos idosos falarem de si, suas potencialidades e vulnerabilidade.
Os diálogos entre a equipe e os idosos foi leve, eles eram muito participativos e tinham necessidade de serem escutados. Percebemos que o Parque do Idoso tem muitas atividades recreativas, mas nada relacionado a interação, conversação e escuta. Ao final do encontro os idosos demonstraram interesse em continuar com as intervenções, que gostaram das ações trazidas pela equipe. Particularmente, a intervenção trouxe muito aprendizado, afeto e reflexão sobre o envelhecer de forma saudável, criativo e autônomo.