Sou residente de Palmas-To, em agosto de 2017, descobri que estava grávida já de dois meses, então comecei a fazer meu pré-natal no postinho perto da minha casa. Primeiramente fiz a consulta com a enfermeira que começou a coletar as informações primordiais sobre minha gravidez. A enfermeira me explicou muito sobre as dores que eu sentia, sobre possíveis sangramentos que não são normais no período da gravidez, os locais de emergência, sobre como identificar possíveis perda de liquido. Logo depois ela me explicou os procedimentos que o SUS adotava para com as grávidas que seria: uma consulta com a enfermeira outra com a médica de mês em mês e no final de quinze em quinze dias e nos últimos dias de semana em semana, também uma bateria de exames no início e uma no final e as vacinas necessárias.
Mais ou menos duas semanas após a minha primeira consulta eu senti uma pequena dor nas costas, então fui ao banheiro e vi que minha calcinha estava suja de sangue bem escuro quase marrom. Como a enfermeira havia me orientado que não seria normal eu segui as instruções dela e fui ao Hospital e Maternidade Dona Regina. Chegando lá passei pela triagem e expliquei o que havia acontecido para as enfermeiras então fui encaminhada para o atendimento com o médico. Quando entrei na sala de medicina tinha um médico uma médica e alguns residentes.
A médica que me examinou disse que seria apenas um corrimento normal e que eu estava com cândida, depois o médico que estava do lado dela falou que seria melhor passar um ultrassom para conferir se estava tudo bem mesmo. Então fiz o ultrassom que na verdade era uma ultravaginal pois ainda estava com três meses, no exame foi possível constatar que havia um descolamento de placenta de quase 3 centímetros. O Médico que fez o exame foi muito prestativo e me explicou tudo o que estava acontecendo e me acalmou muito, levei o resultado do exame para a médica que me atendera anteriormente, Ela me explicou que não poderia fazer nada que eu devia tomar um remédio para segurar o bebê e passar a pomada e fazer quinze dias de muito repouso pois eu estava com risco de perder meu bebê.
Naquele momento fiquei muito triste pois se não fosse o médico que pediu o exame provavelmente eu haveria perdido meu bebê, por que na época eu estava fazendo muito esforço físico indo para faculdade e passando o dia todo subindo escadas, arrumando minha casa e outros. Fiquei muito sensível e chorei muito por que não passava pela minha cabeça perder meu filho. Graças a Deus a enfermeira do meu postinho tinha me orientado sobre os riscos de sangramentos e os possíveis risco para gravidez.
Depois dos quinze dias de repouso tomando o remédio, fiz novamente o exame de ultrassom e foi constatado que não tinha mais descolamento. Então fiz meu acompanhamento certinho de mês em mês no postinho ganhando as orientações e fazendo os exames e as vacinas necessárias. Não tive nenhum problema nesse acompanhamento no SUS, os atendimentos sempre foram de muita qualidade, me ensinaram muita coisa.
Quando cheguei ao oitavo mês de gestação percebi que um pouco de liquido desceu na minha perna, mais pensei que talvez fosse normal algum corrimento ou coisa parecida. No outro dia fui no postinho e a enfermeira que me acompanhou me orientou a ir no Hospital Dona Regina verificar se estava tudo normal. Quando cheguei no hospital de noite fiz um ultrassom e exame para ver os batimentos cardíacos do bebê, quando entreguei os exames para a médica ela me mostrou no exame que os batimentos do bebê estavam muito baixos e tinha um grande risco de morte.
A médica me informou que iriam fazer uma cesária imediatamente para tirar o bebê, no momento que recebi a notícia fiquei muito abalada, mas graças a Deus os enfermeiros e médicos tiveram muita paciência e profissionalismo para lidar comigo naquele momento. A minha cirurgia durou no máximo 20 minutos e meu filho infelizmente nasceu com dificuldades para respirar e foi direto para incubadora.
Passei três dias me recuperando da cirurgia no hospital, lá tive acompanhamento todo momento, remédios na hora certa, comida e dieta apropriada. Fui para o quarto no último andar sozinha e meu filho ficou na incubadora em uma sala lá embaixo. Tudo o que eu havia pensado que seria o momento em que meu filho nascesse foi por água a baixo, fiquei muito abalada e chorei bastante pois queria pegar meu filho e podia apenas tocar nele na incubadora.
No segundo dia em que eu ainda estava internada meu filho foi transferido para a UTI neonatal, lá os médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e técnicos em enfermagem foram orientando eu e meu esposo sobre os procedimentos que nosso filho iria passar, quais as regras e cuidados que devíamos ter ao entrar para visitar nosso filho, ao tocar nele, e sobre os medicamentos e tratamentos que o bebê seria submetido.
Meu filho passou 3 dias na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), e 4 dias na UI (Unidade Intermediária). O atendimento dos profissionais ali me confortou muito e me ajudou muito neste período tão sensível que passei, não posso deixar de ressaltar a importância das meninas que trabalhavam no banco de leite tiveram. Elas me confortaram muito e me ensinaram tudo sobre amamentação. As técnicas me ensinaram muito sobre os cuidados com o bebê, a trocar a fralda, a banhar, a aplicar o método canguru e muito mais.
Os dias que passei ali com meu filho foram muito delicados e de grande sensibilidade emocional, mas os profissionais tiveram todo cuidado em me tratar com toda a delicadeza necessária. O médico que acompanhou meu filho tanto na UTI quanto na UI, passava dia e noite no hospital e se dedicava ao máximo no cuidado com os rescém nascidos, alguém que nos marcou muito pela sua imensa dedicação e profissionalismo.
Minha experiencia no SUS foi de longe muito boa, tive todo acompanhamento antes e após o parto, fiz todos os exames e tomei as vacinas e até hoje volto todo mês com o bebê para acompanhamento. Na terceira etapa canguru que vou até hoje depois de três meses, as profissionais me ensinam sobre o desenvolvimento motor do bebê, alimentação, saúde e muito mais. Profissionalismo, simpatia, compreensão são as características mais marcantes que tenho desta experiencia com o SUS.