O que me faz ser um bom Profissional?

“O que me faz ser um bom profissional?” Você já se questionou sobre isso?

 

Não é preciso trabalhar na área da saúde para observar o que as pessoas esperam dos profissionais que irão atendê-las. Basta sermos o “outro lado”, nos colocarmos no lugar do outro, para sabermos, sem nenhuma sombra de dúvidas, o que é ser atendido por um bom profissional.

 

 

Dois anos e alguns dias depois da graduação em psicologia foram o suficiente para eu ter a audácia de escrever sobre o que, nitidamente, as pessoas esperam de nós. Esta não é a primeira vez que menciono que antes de termos uma profissão somos seres-humanos que necessitam igualmente das mesmas coisas: alimentação, educação, lazer, saúde, bem estar. Portanto, temos o conhecimento natural da importância de tudo isso em nossas vidas. E por termos essa consciência é que, possivelmente, desenvolvemos esta paixão pelo o cuidar do outro.

Trabalho há um ano em uma Unidade Básica de Saúde e tenho observado que o que realmente cura e dá conforto aos meus pacientes é a maneira como eles são recebidos e a forma como os problemas deles são tratados, sejam esses problemas graves ou “simples”. Tal como diz Rubem Alves “o que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila. Em silêncio”. Talvez o segredo não está nas técnicas, mas no acolhimento e atenção. Sentir-se acolhido.

 

“O que me faz ser um bom profissional?” Antes de tudo, aprenda a se questionar sobre isso. Foram os anos de estudos, teorias, leituras, trabalhos e provas intermináveis? O diploma e o registro no conselho? É sua convivência passiva com seus colegas de trabalho, o respeito aos demais profissionais? A forma como você atende o outro, como o escuta, como trata seu problema e suas aflições? É manter-se humano e centrado, apesar dos percalços e dos problemas pessoais? É sua remuneração? O status atribuído ao longo dos anos?

 

Eu arrisco dizer que é justamente isso. Isso é  toda a trama, é um imenso emaranhado de linhas que sustentam o profissional que você é. Qualquer que seja a falta dessas características acima, faz com que deixamos de ser um bom profissional e nos tornamos apenas mais um profissional. É como em uma daquelas provas em que se errar uma questão, anula uma certa, compreende? Um sustenta o outro. De nada adianta sua teoria, se na prática você não consegue exercer metade do que os livros e suas notas “10” te apresentaram. Não adianta você ser ótimo na prática, se você nem sequer sabe o nome daquele que está à sua frente, esperando por uma resposta.

 

Para chegar onde realmente deseja é preciso, muitas vezes, ir além de um diploma. Não é o diploma que te faz profissional, serão seus pacientes, serão aqueles que trabalham com você, serão todos que estão intimamente ligados ao seu trabalho.