Textos problematizam os desafios da Psicologia frente o advento das tecnologias contemporâneas
O portal (En)Cena acaba de lançar a série “Angústias contemporâneas em Black Mirror: um olhar da Psicologia”, sobre as implicações das tecnologias contemporâneas nas subjetivas. Há vários textos assinados por acadêmicos e professores associando os temas da série às problemáticas levantadas por diferentes linhas teóricas da Psicologia.
Dentre os temas abordados há o fato de as tecnologias se configurarem como uma extensão da consciência humana, além da relação da Inteligência Artificial com o fechamento e também abertura de novos postos de trabalho. A série também discute como a robótica atua desde a execução de cirurgias complexas, passando por sistemas de vigilância e, por fim, culminando na indústria de diversão e do sexo, através dos bonecos sexuais inteligentes, e os impactos desta dinâmica na subjetividade humana.
A Psicologia é pressionada a dar respostas a este momento histórico desafiador. Isto porque toda transformação de ordem social e tecnológica remete primeiramente a um movimento cuja gênese está na subjetividade. É a vontade humana, consciente ou inconsciente, que gera volição e, depois, as mudanças, no que Freud já relatava sobre o pensamento como o ensaio da ação.
A Série
Black Mirror é uma ficção científica de sucesso que já está na quarta temporada e que aborda de modo satírico e, por vezes, obscuro, temas típicos da pós-modernidade, sobretudo em relação às consequências imprevisíveis do exagerado uso das tecnologias.
Criada por Charlie Brooker, a série replica em sua estrutura narrativa uma dinâmica comum na liquidez da contemporaneidade, a saber, nenhum episódio é continuação de outro, e todo o elenco muda a cada tópico abordado. As estórias às vezes parecem caricaturais, mas em muito alerta para dinâmicas que já ocorreram e que podem ser naturalizadas, com o passar do tempo, como no exemplo do primeiro episódio da terceira temporada, que aborda um hipotético momento em que, para se ter ascensão social, é necessário viver sob o escrutínio de terceiros, a partir do recebimento de avaliações constantes e positivas em redes sociais eletrônicas (o que já está ocorrendo no Instagran, diga-se de passagem). Cada episódio espanta, cativa e gera insights transformadores. Com isso, Black Mirror acabou ganhando a graça do público e da crítica especializada, e é fonte de estudo em grupos de Psicologia, Filosofia e Sociologia.
Clique aqui para acessar a série http://encenasaudemental.com/series/serie-black-mirror/