IV Mostra Saúde apresenta todas as facetas da Atenção Básica através de coletivos de comunicação

Evento proporcionará um diálogo aberto entre todos os atores do maior sistema universal de saúde do mundo


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Mostra se destaca pela instantaneidade da cobertura. Na foto, um grande telão mostra o que as pessoas estão falando sobre o evento nas redes sociais

Um dos destaques da IV Mostra Nacional de Experiências em Atenção Básica/Saúde da Família, que reúne cerca de 10 mil pessoas em Brasília entre os dias 12 e 15 de março, é a constate relação de transversalidade e “mútua colaboração” na construção do SUS – Sistema Único de Saúde. Isso porque o SUS é visto como um organismo/patrimônio em constante mudança, e ninguém melhor do que os profissionais das bases (médicos da família, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais etc.) e os próprios usuários do Sistema para falar dos acertos e conquistas do Sistema.

É com essa perspectiva que milhares de pessoas/protagonistas irão demonstrar algumas das práticas desenvolvidas em suas comunidades. E essa voz informal mas amplamente impactante, será ecoada pelos coletivos de comunicação presentes no evento, já que representam este novo movimento da comunicação, resultado de práticas colaborativas,  engajamento dos envolvidos e objetividade nas informações. “A ideia, como o próprio slogan do evento sugere, é valorizar as diversas experiências e estimular o protagonismo local”, destacou a coordenadora de Comunicação, Bete Zuza, ao acrescentar que uma vez que o sistema de saúde é uma gigantesca teia sustentada pelas ações colaborativas (sendo que, no SUS, não há trabalhos isolados), a comunicação do “fazer a saúde pública”, e mostrar/discutir seus (bons) resultados e também desafios acaba por englobar, em alguma medida, a voz das singularidades. “E nada melhor do que os coletivos de comunicação, que trabalham em rede, para captar esta dinâmica”, pontuou.

De acordo com Bete Zuza, os grandes conglomerados de comunicação mostram apenas uma faceta do SUS, mas negligenciam a cobertura de práticas exitosas que eclodem a cada dia nas diferentes regiões do país. “A comunicação colaborativa, em rede e descentralizada, contribui para que profissionais de saúde pública e usuários do sistema, em diferentes pontos do país, se apoiem mutuamente, além de estabelecer canais que estimulam o diálogo e a procura pela solução dos mais variados desafios”, comenta Zuza.

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Integrantes do (En)Cena participam de reunião para definir as diretrizes da cobertura do evento

Na Mostra, há coletivos de comunicação de todas as matizes, desde o convergente (En)Cena (coordenado a partir do Ceulp/Ulbra), e que se utiliza de uma série de recursos tecnológicos e de uma grande quantidade de colaboradores (de diferentes áreas), até o tradicional grupo “Maluco Beleza”, de Campinas (onde alguns integrantes têm histórico de tratamento mental); há também representantes de rádios comunitárias que cobrem comunidades quilombolas (como da região dos Calunga, na divisa entre os estados de Goiás, Bahia e Tocantins), psicólogos, psicanalistas e médicos que também atuam como blogueiros.

De acordo com a radialista Isadora Campos, que veio de Sergipe, a atuação dos coletivos de comunicação – sobretudo na área de saúde pública – vem desafiando a comunicação tradicional. “Hoje temos a internet como o segundo meio de comunicação mais utilizado pelos brasileiros, justamente porque é uma plataforma que proporciona interação, diálogo. É disso que os profissionais da saúde e os usuários do sistema precisam, de uma informação que lhes toque, que lhes diga verdadeiramente alguma coisa e lhes faça sentido”, pontuou.

Mostra

Durante quatro dias, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) vão trocar ideias e relatar as ações desenvolvidas nos serviços essenciais de saúde do SUS.

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Minicurso ComSaúde Mulher reúne dezenas de pessoas, numa programação que antecede a abertura oficial do evento

As experiências serão apresentadas em três espaços diferenciados da IV Mostra Nacional de Atenção Básica e as cem mais bem avaliadas vão receber diferentes premiações. “O mais interessante nisso tudo é que os trabalhos de uma dada região serão avaliados pelos proponentes de outra região. É uma via de mão dupla, onde quem concorre a melhor atuação, também escolhe aquele trabalho que julga mais interessante”, destacou Bete Zuza, para voltar a destacar o tom cooperativo e descentralizado que o Ministério da Saúde vem imprimindo com sucesso nos últimos anos. “Se não houver este diálogo direto, aberto e franco, não teremos as respostas adequadas para as demandas, tão pouco saberemos da existência de várias práticas exitosas que estão borbulhando pelo país”, finalizou.

SERVIÇO

Para acompanhar a programação diária do evento, acesse http://atencaobasica.org.br/mostra

Psicólogo. Mestre em Comunicação e Sociedade (UFT). Pós-graduado em Docência Universitária, Comunicação e Novas Tecnologias (UNITINS) e em Psicologia Analítica (UNYLEYA-DF). Filósofo, pela Universidade Católica de Brasília. Bacharel em Comunicação Social (CEULP/ULBRA), com enfoque em Jornalismo Cultural; é editor do jornal e site O GIRASSOL, Coordenador Editorial do Portal (En)Cena.