Estava lendo uma discussão na internet, sobre o trailer do filme da Mulher Maravilha. Algumas pessoas reclamando que a personagem tinha as axilas depiladas! Sério. Pessoas reclamando de axilas depiladas. Em um filme. De super-herói, de fantasia!! Claro, a problematização nem foi tão grande, a mídia deu um tamanho maior para a bobagem do que ela realmente tinha.
Hoje em dia, meia dúzia falando uma bobagem ganha mais espaço na mídia do que realmente merece (o que mostra como a mídia tem nos visto, mas isso é tema para outro post). Mas é impressionante como essa época gerou pessoas com a capacidade de escalar para cima situações simples. Algumas pessoas se sentem no dever de proteger os “inferiores”, quer social ou culturalmente. Classificam tudo e todos, esquecendo que tudo e todos são também classificáveis. Pessoas com uma necessidade imensa de lutar uma batalha válida, acabam se tornando Dons Quixotes, lutando contra nada e perdendo tempo em seus próprios melhoramentos.
Mais importante que ter razão, que se achar no dever de proteger “os oprimidos, os desvalidos, os excluídos”, seria entender a si mesmo, entender o espaço que ocupa no planeta, sua própria utilidade e capacidades. De posse disso, a pessoa poderia realmente fazer alguma diferença. Sem isso, tudo é ataque, tudo é crítica, tudo é opressão. E, dentro desse sistema que faz a pessoa se sentir culta, sem ter realmente a cultura necessária, vemos figuras semicômicas e tristes reclamando de sovaco de super-herói.