Big Brother Brasil e o ciclo da concordância midiática: da Tv aberta para a Internet

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Todo a dianteira digital que vem acontecendo nos últimos anos e se formando em algo inovador e distinto da comunidade industrial, e bem como as mudanças na sociedade a começar desse trajeto, o dialogo também vem se deslocando por uma trajetória histórica que está obviamente relacionada a esse contexto social e político (MACHADO FILHO, 2014).

O progresso da mídia vem exercendo grandes mudanças sociais. Por causa da tecnologia, é provável uma boa e ágil conversa entre humanos em grandes distâncias. A conversa quebra as barreiras das distâncias, fortalece os laços relacionais, além de presentear com as melhores soluções pois, aproxima o mundo e promove a troca de pensamentos para encontrar melhores soluções para qualquer problema (GOBBI; MACHADO FILHO, 2015).

Referências tecnológicas da mídia têm proporcionado uma tomada de decisão muito ágil, por meio de reuniões e essenciais debates que influenciam em progresso em diversos âmbitos, inclusive na educação. A aula remota, por exemplo, tem promovido uma função de atenção na promoção propiciou a dar a melhor educação aos alunos por meio de professores especialistas na rede, transforma a conversa com amigos e familiares mais intima, e para empresas, possibilitam ver o que está acontecendo, observar gráficos e dados, assim como assistir apresentações e muito mais (GOBBI, 2015).

O Big Brother Brasil é um programa de grande significância na TV brasileira, tanto na TV aberta como em canais exclusivos como o Globo Play. Muito possivelmente os sujeitos se identificam, porque, o BBB é como uma vitrine, mostrando como os participantes reais reagem e interagem em situações excepcionais, promovendo grande relevância ao público.

O conceito ”transmídia” tem tendência a ser uma disciplina de comunicacional e sociocultural, uma prática histórica e criativa, levando em consideração a interação e o manejo do público através da qual a descrição multidimensional se espalha, muda e se transpassa em todos meios de comunicação complementares digitais ou não (SILVA, 2015).

A maior evolução dos meios de comunicação é a capacidade de proporcionar ainda mais atividades participativas e submersas, auxiliadas pela demanda por conteúdos originais de um público possivelmente exausto, são apenas alguns dos quesitos que contribuíram para o progresso da transmídia, que pode abranger outras particularidades da sociedade contemporânea, mas suas consequências, subsídios e influencias exigem estudos.

Referência:

FERREIRA, Cláudio. A Dinâmica dos reality-shows na Televisão Aberta Brasileira. Brasília: Editora Universa, 2010.

FERREIRA, 2011. A presença do reality-show Big Brother Brasil nas revistas especializadas na cobertura jornalística de televisão. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. Recife, 2011.

GOBBI, Maria Cristina; MACHADO FILHO, Francisco. Televisão e Mídias Digitais na América Latina: um cenário em construção. Intercom, Rev. Bras. Ciênc. Comun., São Paulo , v. 38, n. 1, p. 85-107. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-58442015000100085 Acesso em: 02 out. 2020.

MACHADO FILHO, F. A TV Digital aberta no Brasil: contextos sociais e tecnológicos desafiam a estrutura e modelo da nova TV. In: SIMIS, A., et al., orgs. Comunicação, cultura e linguagem [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2014. Desafios contemporâneos collection, pp. 171-190. ISBN 978-85- 7983-560-5. Disponível em: . Acesso em: 12 out. 2020.

SILVA, Cláudia Palma. A narrativa transmídia na estratégia de comunicação do Magazine Luiza. Intercom, Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: https://portalintercom.org.br/anais/nacional2015/resumos/R10-0725-1.pdf. Acesso em: 12 out. 202

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BBB

O Big Brother e os Intelectuais

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Big Brother é um programa no qual as pessoas são colocadas em situações de competição que funcionam como condições para que elas mostrem um pouco daquilo que têm de pior. E algumas delas acabam revelando seu verdadeiro eu justamente no esforço de esconder um pouco mais aquilo que não querem mostrar. É exatamente isso o que atrai o público da programação. É também por isso que as novelas de hoje que fazem sucesso, ao invés de mostrarem pessoas ricas e poderosas, mostram pobres protagonizando “barracos”. Ao invés de apresentar ao público aquilo que ele gostaria de ser mas nunca será, a TV agora lhe apresenta aquilo que ele é mas não tem coragem de mostrar, aquilo que ele gostaria de fazer mas não faz porque precisa passar aos outros uma imagem de ‘superioridade’.

Nosso mundo é um teatro bem dirigido no qual cada um acredita ter em mãos o controle daquilo que deseja mostrar de si aos outros. Mas, a pessoa que entra no Big Brother acaba perdendo esse controle, sem perceber. O resultado é que a hipocrisia e o egoísmo se tornam mais explícitos; a mesma hipocrisia e egoísmo que o público lá fora se esforça por esconder em sua vida cotidiana. Mas, o público que esconde tudo isso é o mesmo que desejaria poder mostrar seu lado humano mais baixo sem reservas, e que só não o faz por medo das críticas. Assim, a oportunidade de ver outras pessoas perdendo o controle da situação e mostrando tudo aquilo que ele gostaria de mostrar serve de grande alívio. Por um lado, permite ao público identificar em outras pessoas a mesma baixeza que ele implicitamente reconhece em si mesmo. Por outro, permite a ele reafirmar sua superioridade moral: “Existem pessoas tão baixas quanto eu no mundo, e isso é bom, pois significa que não estou sozinho. Eu escondo o meu lado baixo muito bem, mas aqueles ali estão escancarando o seu, e isso me faz superior a eles!” É por isso que o público odeia os personagens de novela e os participantes do Big Brother mas não consegue tirar o olho deles: Trata-se de um ódio cheio de paixão; o ódio por aquilo que ele mais ama no fundo de si mesmo, e que mesmo assim precisa manter escondido de si mesmo.

Se o teatro da superioridade moral não fosse tão bem encenado aqui fora, esse tipo de programa não faria sucesso algum. Se as pessoas tivessem mais familiaridade com seu lado humano mais baixo e não passassem todo o tempo tentando escondê-lo de si mesmas e dos outros, esses programas perderiam completamente a graça. Eles não são nada além de uma grande bobagem. Porém, a maioria dos que criticam esses programas acaba contribuindo ainda mais para a sua proliferação. Pois a superioridade moral dos intelectuais que criticam o Big Brother e programas similares é exatamente o que mantém as pessoas longe da intimidade com seu lado mais baixo. De tanto vivermos numa sociedade insuflada por esse tipo de superioridade, acabamos sofrendo a necessidade de ver e ouvir a baixeza encenada em tons cada vez mais realistas. Mais do que criticar o programa, deve-se elaborar uma crítica que mostre as necessidades afetivas que se satisfazem nele e as condições de nossa vida cotidiana que deixam essas necessidades tão insatisfeitas a ponto de fazer dele um grande sucesso. E se essa crítica for bem feita, ela deixará claro que a superioridade moral presente nas críticas a esse tipo de programa é parte do problema.

Nenhum livro vai se suicidar se você assistir Big Brother. Leitura e estudos não são o oposto da futilidade. A futilidade é o resultado da pouca intimidade consigo mesmo, e na medida em que o estudo e os livros podem nos distanciar de nosso lado humano mais baixo, eles também podem nos deixar mais fúteis. Assim, os intelectuais que criticam o Big Brother e as pessoas que se comprazem com o programa se situam nos dois extremos opostos da mesma futilidade.

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