Pica Pau: influência nos processos de desenvolvimento da criança

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Pica Pau é um personagem da série estadunidense produzido pelo estúdio Walter Lantz, distribuído pela Universal Pictures. Sua criação teve origem em novembro de 1940 pelas mãos dos produtores Walter Lantz e Ben Hardaway(desenhista). Sua primeira aparição foi de forma secundária em um desenho ( Andy Panda). Em 1957 ganhou seu próprio espaço com ” the woody woodpecker” de forma traduzida show do pica pau. Em um primeiro momento, pica pau aparece como um pássaro louco, de cores fortes e chamativas, porém com o passar do tempo, sofreu diversas modificações.

Fonte: encurtador.com.br/gsJ28

Um personagem de época marcante que ultrapassa gerações, embora alvo de críticas por muitos adultos, por ser considerado uma má influência nas crianças, graças a sua personalidade ambígua e teimosa. Muitas vezes taxado como louco, preguiçoso, inconsequente, agressivo, trapaceiro e desonesto, os adultos geralmente esperam que um desenho seja algo inocente com transmissão de alguma lição ou positividade. De acordo com a visão Bettelheim os contos de fada trazem, em suas versões originais, um conteúdo riquíssimo para a formação psicológica da criança. Porém, à medida em que estes contos vão sendo adaptados, com estranha finalidade de “agradar” a sociedade, eles perdem o que tem de mais precioso: sua essência.

É nessa essência que embora pareça um pouco conturbada, podemos notar as diferentes manifestações psíquicas que o desenho nos traz e sua importância no processo de desenvolvimento da criança.

Noção de identificação

O fato de que existem vários personagens que representam o “mal” reforçando a ideia de que, a criança precisa ter algo ou alguém para descarregar a raiva, principalmente a que sente dos pais quando eles a impedem de fazer alguma coisa que queira muito. Os diversos personagens a serem enfrentados, remete para a criança um sentimento de que, o medo ou raiva que sente não é apenas dos pais, e que as mesmas também experimentam esse sentimento com outras pessoas( tios, avós, coleguinhas..) Além do fato de que o Pica-Pau não é sempre o ‘’bonzinho’’ trazendo a ambiguidade que demonstra; pessoas são boas e más .

Fonte: encurtador.com.br/nIK29

Objetos transicionais

Segundo Winicott existem objetos transacionais, que são a representação do próprio ‘’eu’’. No caso do Pica Pau sem dúvidas é sua risada marcante, que além de contar um certo deboche traz à tona conteúdos caóticos. Em um de seus bordões temos a seguinte fala: “‘Siga aquela motoca, siga aquele cavalo, siga aquela carroça, siga aquele chinesinho, siga a flecha, siga o chefe siga-me, olha, eu sou um bombardeiro…” (Pica-Pau). Para a criança não existe o caos, quem controla o mundo é o adulto, por isso elas se identificam muito com as transgressões de ordem.

Aprendendo a lidar com as consequências

O pássaro de cabeça vermelha não mede forças para derrotar seus inimigos, para as crianças os inimigos são os “chatos” e “implicantes” que não deixam elas fazerem o que querem, quando querem, logo elas fazem uma projeção justificando que o ato feito por ele foi certo. Quando ele não se dá bem chegam a ficar um tanto quanto frustradas, porém ao se ”dá mal” mostra às crianças que as mesmas precisam arcar com seus atos.

Vivenciando as diferenças

Em alguns episódios quando se veste de mulher, pode trazer algo representativo para muitas crianças, principalmente aquelas que se encontram em conflitos sexuais. Cada criança aprende e absorve os conteúdos de diversas maneiras, tudo depende do sentimento que passam pela sua mente, de forma inconsciente. Dessa forma o fato do pica pau se vestir de mulher pode ser encarado naturalmente, promovendo uma diversidade e aceitação.

Fonte: encurtador.com.br/dmE39

Não devemos apenas enxergar o personagem com nossa ótica moralista, mas entender que os trajetos do mesmo podem ser um ideal do inconsciente de diversas crianças, embora cada criança seja afetada de formas diferentes, o efeito causado surge no inconsciente ou pré- consciente da criança, emergido de diferentes situações conflituosas. A reflexão que fazemos é que se por um momento mudássemos a ótica do desenho seu sucesso não seria o mesmo, Pica Pau carrega em si um significado passivo de apreensão, principalmente para aqueles que se identificam, mesmo não tendo a mínima intenção de trazer lição alguma.

REFERÊNCIAS

RIBEIRO, Natássia Thais; SANTOS, Márcio dos. Da fantasia à realidade: uma análise, à luz da psicanálise, do desenho animado pica-pau. Campina grande, p. 1-9, 7 out. 2021. Disponível em: https://editorarealize.com.br/editora/anais/conages/2014/Modalidade_1datahora_18_05_2014_11_08_50_idinscrito_311_8c139e981403facaf411691b7348b4d4.pdf

PACHECO. Elza. As metáforas do Pica pau. Pesquisa Fasep. 2000 disponível em:https://revistapesquisa.fapesp.br/as-metaforas-do-pica-pau/. Acesso em 07/10/2021.

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O que combina com a liberdade e a vida

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Todo ser humano deveria ter direito, desde o berçário, à moradia, à alimentação, à saúde, aos estudos, à segurança e ao transporte. Ninguém é livre morando nas ruas, pois mendigar não é liberdade. Para quem não tem nada, emprego é tudo. Emprego e salário justo são os pilares de sustentação de uma vida digna e livre. E o estudo é o alicerce dessa liberdade. Ver alguém escolher entre se sustentar e estudar é desumano. Estudo deveria ser sempre um direito, nunca um sonho.

Mas se o emprego é o pilar de sustentação de uma pessoa, o desemprego é o temporal que derruba esse alicerce. O desemprego rouba a autoestima, destrói famílias e coloca as conquistas de alguém em leilões, onde os ganhos de uns são perdas de outros.

O desemprego também pode ser uma oportunidade para se reinventar, mas quando ele assombra milhões de pessoas, deixando-as na miséria, há pouco espaço para reinvenção. Para quem nunca viveu o desespero de ver uma montanha de contas vencidas destruindo uma vida, o desemprego é só uma estatística, mas para quem o conhece, ele é um pesadelo.

Fonte: encurtador.com.br/gxJQ8

A liberdade também não combina com endividamento. Bom salário comprometido com dívidas penhora a carta de alforria de alguém no banco, e instituições financeiras não alforriam por compaixão

Outra coisa que combina com a liberdade é a coragem. Pessoas valentes podem ser muito diferentes entre si, mas têm algumas características em comum: não culpam ninguém por seus fracassos, encaram a realidade e batalham por seus sonhos, podendo adiá-los e reinventá-los, sem jamais abandoná-los. Por outro lado, pessoas que se queixam da vida e acusam outras por seus fracassos tendem a fugir da verdade e a se refugiar na ilusão da mentira. Só é livre quem não teme a verdade e sabe conviver com a realidade.

Um caminho seguro para a verdade é a leitura. Ler é uma bússola que nos aponta o Norte. A leitura pode não nos dar liberdade, mas certamente libertará nossa mente. Não somos livres para mudar certas realidades, apenas somos livres para escolher como lidar com elas.

Fonte: encurtador.com.br/cfvET

Nesta gangorra chamada vida, que ora nos leva para cima, mostrando as belezas lá do alto, e ora nos arremessa para baixo, nos ferindo com as pancadas, surgirão bifurcações. O caminho escolhido diante de uma bifurcação é que vai distanciar vitoriosos de perdedores. Perdedores perdem tempo reclamando e vitoriosos ganham tempo agindo.

Mas se a única garantia que vencedores e perdedores têm nesta vida, tão bela e efêmera como a flor de lótus, é a não garantia do minuto seguinte, devemos lutar ferozmente cada segundo vivo para escrevermos a história que sonhamos, porque a verdadeira comunhão com a liberdade é a vida.

Sem vida, não há luta.

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Romance mostra as consequências de uma desilusão amorosa

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Um romance envolvente com personagens cativantes que enfrentam desilusões amorosas, conflitos religiosos e preconceitos sociais. Essas são as palavras que definem o mais novo livro da escritora Celina Moraes, intitulado “Jamais subestime os peões – eles valem uma rainha”. Disponível em e-book no Amazon, a obra aborda temas tão conflitantes e ao mesmo tempo tão comuns a todos nós.

O romance conta a história da personagem Raquel, uma garota do campo, de rara beleza e desiludida com o amor. O rompimento com o ex-namorado levou não só à desilusão como também à prisão injusta de seu pai. Na delegacia, fica revoltada ao ver o policial fichar o pai e promete que um dia rasgará o documento em praça pública. “A partir daí, novos conflitos se somam à história de Raquel, como problemas religiosos no lar, vício da melhor amiga e humilhações vindas de rapazes ricos”.

Quando a dor da decepção atinge seu auge, Raquel decide abandonar o campo e recomeçar uma nova vida em São Paulo. Desembarca na capital paulista trazendo na mala o coração fechado e a raiva de burgueses.

– Do outro lado do tabuleiro, está o personagem Aron, um cobiçado herdeiro milionário que mora em São Paulo e arisco a compromissos amorosos. As peças estão postas no tabuleiro. Peões podem ser promovidos à rainha, mas a peça fundamental do jogo é movida por um sentimento certeiro de ‘Xeque-mate’ – revela a autora.

Fonte: Arquivo Pessoal

Essência e inspiração

Para Celina Moraes, o romance busca abordar a verdadeira essência do amor, como, por exemplo, a união sem preconceitos, sem diferenças raciais, sociais, sexuais e comportamentais. “No livro, a autora mostra que as dificuldades enfrentadas por seus personagens acabaram sendo forças propulsoras de mudanças radicais em suas vidas”. 

Celina diz que as fontes de inspiração para o livro foram o jogo de xadrez, o cavalgar e a flor de Lótus. “Sempre admirei quem sabe jogar xadrez e andar a cavalo com maestria. Além disso, a simbologia da flor de lótus para a vida me fascina, já que é uma planta que tem as raízes fincadas no lodo, supera essa sujeira e floresce limpa e bela acima da superfície, ou seja, é preciso encontrar nossa flor de lótus no meio das dificuldades que deparamos na vida”.

Fonte: Arquivo Pessoal

Disponível apenas em e-book no Amazon:

“Jamais subestime os peões, eles valem uma rainha”

Autora: Celina Moraes

Editora: Emporium Editora, de Portugal

Páginas: 359

Link para comprar 

Valor: R$ 17,71

Kindle Unlimited: Gratuito

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Último Romance: análise funcional

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Los Hermanos foi uma banda de rock alternativo criada em 1997 formada por jovens universitários do Rio de Janeiro. A composição era a seguinte: Bruno Medina, no teclado (estudante de Publicidade); Rodrigo Amarante, nos vocais, guitarra e percussão; Marcelo Camelo, vocais e guitarra (estudante de Jornalismo) e por Rodrigo Barba, na bateria (estudante de Psicologia).

A música “Último Romance”, com duração de 4:25 min, alvo da análise realizada – feita em tópicos –, tem como autor Rodrigo Amarante e está presente no álbum “Ventura”, lançado em 07 (sete) de maio de 2003. É importante destacar que a abordagem basilar do trabalho consiste na Análise Experimental do Comportamento (AEC), desenvolvida principalmente por Burrhus Frederic Skinner (1904-1990).

Eu encontrei-a quando não quis mais procurar o meu amor

O autor afirma que quando diminuiu a frequência da emissão do comportamento de procurar seu amor, o encontrou – o que para ele é um estímulo apetitivo/reforçador. Podemos inferir que ele se comportou dessa forma por várias vezes, e, após sucessivas punições positivas e negativas, respectivamente (exemplo: quando o homem convida uma mulher para um encontro e ela recusa; o homem começa a se relacionar e a mulher exige que o homem pare de jogar futebol – aqui, jogar é reforçador), diminuiu a frequência desse operante.

Fonte: http://zip.net/bdtKtk

E quanto levou foi pr’eu merecer / Antes um mês e eu já não sei…

O tempo decorrido entre a adequação do comportamento ao ambiente, de modo a obter consequências de cunho reforçadoras foi o suficiente para o organismo desenvolver maior repertório comportamental, de modo a pensar ser merecedor, ou seja, ter comportamento suficiente para responder de forma adequada aos estímulos ambientais acrescentados pelo outro na relação interpessoal/amorosa. O indivíduo está tão contente por causa desse contexto/ambiente apresentado que começa a repensar se de fato já teve a série de experiências necessárias para o enfrentamento dessa nova relação, se conseguirá se comportar da forma melhor adaptada possível.

E até quem me vê lendo o jornal na fila do pão sabe que eu te encontrei

O evento de encontrar a amada se mostrou tão reforçador para o indivíduo, que o mesmo generaliza a resposta. Noutras palavras, diante de ambientes diferentes (a fila do pão) ele continua se comportando da forma que se comporta quando está na presença da amada, demonstrando contentamento.

Fonte: http://zip.net/bmtJQz

E ninguém dirá que é tarde demais / Que é tão diferente assim / Do nosso amor a gente é quem sabe, pequena…

E é claro que as pessoas que fazem parte do meio social comum ao casal se comunicarão de forma verbal, seja com o comportamento de verbalizar que demorou muito para o homem da canção se relacionar com alguém, o que pode ser diferente – se para aquele ambiente for comum relacionamentos em faixas etárias menores, ou com outro tipo de funcionamento.

Fonte: http://zip.net/bqtKWw

Ah vai, me diz o que é o sufoco / Que eu te mostro alguém a fim de te acompanhar / E se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola

Se a situação que a vida apresenta é apetitiva ou aversiva, não importa. Desde que o homem esteja compartilhando o ambiente que está com sua amada.

Eu te encontrei e quis duvidar, tanto clichê deve não ser / Você me falou pr’eu não me preocupar / Ter fé e ver coragem no amor!

A fala da amada (que compartilha da mesma comunidade verbal que ele) de que ele não precisava se preocupar com a possibilidade de término ou algo do tipo trouxe como consequência a sensação de segurança.

Fonte: http://zip.net/bytKrR

E só de te ver eu penso em trocar a minha TV / Num jeito de te levar a qualquer lugar que você queira / E ir onde o vento for / Que pra nós dois sair de casa já é se aventurar

Experiências corriqueiras (como sair de casa) apresentam reforço natural e arbitrário. Reforço natural no sentido de se livrar da possível sensação de tédio (exemplo de reforço negativo do tipo esquiva) e reforço arbitrário por estar com a amada (se for levado em consideração o potencial reforçador que a presença da amada traz por si só).

Me diz o que é o sossego que eu te mostro alguém a fim de te acompanhar / E se o tempo for te levar eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar

Como na explanação supracitada, o ambiente que importa para o homem é estar diante da amada, já que a mesma se mostra um estímulo apetitivo para ele.

 

Referências:

http://g1.globo.com/platb/los-hermanos-15-anos/

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