O Voo, o Salto e o Rastejar: o caminho sem destino

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O Sol estava se pondo sobre o vale dourado, onde as árvores altas pareciam tocar o céu em chamas. Neste cenário mágico, três figuras singulares encontraram-se numa clareira silenciosa: Ária, a águia de olhos dourados e asas imponentes, Sombra, a pantera de pelagem negra como a noite, e Serp, a cobra de escamas brilhantes como mercúrio. Cada um chegou ali por razões distintas, mas todos traziam nos olhos a busca por algo mais.

Ária, sempre observando de cima, sentia-se presa a um ciclo sem sentido. Apesar de sua liberdade de voar para onde quisesse, ela acreditava que seu destino estava traçado, sendo condenada a vagar sozinha nos céus, nunca encontrando um propósito além do horizonte. Sombra, por outro lado, vivia com o peso de sua força. A pantera carregava a crença de que seu caminho era de solidão e confronto, uma herança da floresta que dizia que “o mais forte sempre sobrevive”. Já Serp, sinuosa e enigmática, era movida por um profundo desejo de provar que, mesmo próxima do chão, poderia alcançar os mesmos feitos que os outros.

Eles se encontraram no mesmo ponto sem saber que suas jornadas estavam interligadas. Uma velha tartaruga sábia, chamada Inu, os observava de longe, mas não se apresentou. Inu sabia que essa interação seria o início de uma transformação.

Ária pousou numa pedra alta e olhou os outros com desconfiança. “Por que vocês estão aqui? Não é o destino que nos trouxe?”, ela perguntou, sua voz grave e carregada de dúvida. “Talvez o universo tenha um plano para nós.”

Sombra rosnou em resposta, um som baixo e melancólico. “Destino? O destino é uma desculpa para aqueles que têm medo de decidir.” A pantera ergueu-se, os músculos reluzindo à luz dourada. “Eu não espero por caminhos prontos. Eu salto e faço o meu.”

“Fascinante,” completou Serp, deslizando pelo chão com a graça de uma onda prateada. “Eu rastejo porque fui feita assim. Mas quem disse que minha trilha é menor do que o voo de Ária ou o salto de Sombra? Não é o “destino” que define isso, mas o que faço com cada curva que encontro.”

Ária ficou em silêncio por um momento. Talvez eles tivessem razão, mas como mudar o que parecia tão fixo? “Como posso fazer algo além de voar? Não é esse o meu papel?”.

Quando a escuridão caiu, os três animais perceberam que precisariam atravessar a floresta densa para encontrar abrigo. No entanto, o caminho era perigoso e desconhecido, cheio de armadilhas naturais e predadores. Cada um acreditava que seu “destino” ditaria o que fariam.

Ária voou alto, mas logo descobriu que as árvores eram tão altas e espessas que sua visão ficava obstruída. Ela tentou guiar os outros de cima, mas não conseguia enxergar os perigos escondidos no chão.

Sombra saltou por entre galhos e pedras, sua força ajudando-a a superar obstáculos, mas seus saltos impetuosos a levaram a um desfiladeiro inesperado, onde teve que parar e reconsiderar seu caminho.

Serp, no entanto, rastejava pacientemente, encontrando caminhos que os outros ignoravam. “Não é a rapidez ou a altura que importam”, disse ela ao passar por uma brecha estreita. “É enxergar a oportunidade onde os outros não conseguem.”

Inspirados pela resiliência de Serp, Ária e Sombra começaram a repensar suas abordagens. A águia desceu ao nível das árvores, usando suas asas para mover galhos e criar passagens. Sombra, por sua vez, aprendeu a se mover com mais cautela, usando sua força não para dominar, mas para proteger.

Ao amanhecer, os três chegaram a uma clareira banhada pela luz do sol. Exaustos, mas triunfantes, perceberam que a travessia havia mudado a visão de cada um.

“Eu acreditava que meu destino era voar para longe e observar de cima,” disse Ária, seus olhos brilhando com algo além de dúvida. “Mas entendi que posso descer e moldar o que vejo.”

Sombra lambeu as patas, pensativa. “Achei que meu caminho era de força solitária. Mas, ao trabalhar com vocês, percebi que o salto mais poderoso é aquele que nos aproxima.”

Serp enrolou-se num tronco, satisfeita. “Vocês chamaram isso de destino, mas nunca foi. Nós escolhemos onde pisamos, onde voamos e como rastejamos. Não é o caminho que nos encontra, mas o contrário.”

Inu, a velha tartaruga, apareceu então. “Vocês aprenderam a lição: não há destino além do que criamos. Cada passo, cada voo, cada deslizar é uma escolha. E nessa clareira, onde convergem suas jornadas, nasce o que chamam de liberdade.”

E, ao fim de tudo, o vale dourado permaneceu em silêncio, testemunhando o início de três caminhos únicos, construídos pela força de quem ousou questionar o inevitável.

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O amor nos tempos do coronavírus… Ou a morte nos tempos do coronavírus

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Dia:
sei lá, perdi as contas

A questão da morte é um tema muito presente no consultório dos psicólogos e psicanalistas. Os analisandos falam muito do medo da morte, mas vou ousar afirmar que eles falam muito mais sobre uma certa aposta na morte, como uma das saídas possíveis para escapar das angústias da vida. A morte como uma espécie de abertura para uma outra vida, não necessariamente transcendente.

Minha experiência como analista me ensinou que, na imensa maioria das vezes, quando as pessoas falam sobre o desejo de morrer ou do impulso para a morte, elas não estão falando necessariamente em suicídio. O que elas estão dizendo é que, de algum modo aparentemente contraditório, só é suportável viver e passar por determinadas situações em vida, se tivermos como horizonte a possibilidade da morte, inclusive a de dar fim a ela, mesmo que a maioria das pessoas nunca chegue a tal ponto.

Com isso, aprendi a escutar com mais tranquilidade o tema do desejo pela morte, sem a todo momento identificar suicidas em potencial. Ou, dito de outro modo, entender que, em última análise, todos somos suicidas em potencial, simplesmente porque a vida contém em si a morte.

Fonte: encurtador.com.br/tOSX6

Nesses tempos de pandemia por Covid-19, a questão da morte se faz extremamente próxima e presente, e dessa vez como uma experiência do real. Deixa de ser uma promessa, uma saída idealizada ou fantasiada, para ser uma realidade, e, nesse caso, uma realidade compartilhada por todos, em termos planetários.

Mas, diante do real que invadiu nosso cotidiano nos últimos dias, é interessante perceber como muitos analisandos vêm ressignificando a posição diante da própria finitude. Como se a possibilidade real de experimentar a morte – a própria ou a de um outro próximo – os tivesse levado a apostar na vida de um modo novo, a lutar por ela e a compreender que, no final das contas, desejam viver. Que talvez o que não desejavam ou desejam mais, é a vida que vinham ou vem vivendo.

Diante da morte, e de uma política que parece apostar na morte, tenho escutado no meu consultório (apenas virtual, para cumprir o isolamento social) afirmação da vida e desejo de viver. Mesmo que venham com modos obsessivos e neuróticos de cuidar de si e dos seus, é pulsão de vida, o que eu vejo.

Fonte: encurtador.com.br/xyDRT

Por outro lado, temos visto vários discursos e manifestações que negam a pandemia e seus riscos. Entendo que também não deixa de ser uma tentativa de apostar na vida, só que um modo débil, delirante e equivocado; negando a morte. E é exatamente essa forma de lidar com o real do Covid-19 – pela rejeição da nossa limitação e finitude – que mais nos coloca em risco de morte. Ou seja, muito pior do que pensar na morte como saída possível para a vida, é negar que ela exista. Desdenhar da morte é se deixar arrastar por ela. Não acredito que seja necessário ter medo da morte, mas é preciso sim, ter respeito e cuidado ao lidar com ela.

O verdadeiro suicida não é aquele que pensa na morte, mas aquele que a nega.

Admitir, assumir a morte como destino é a única via possível para quem deseja viver.

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Sala vazia

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Espero que você sentada nessa sala vazia, perceba o que sente seu coração.
E se pergunte o que sente, e se permita a encontrar as respostas no decorrer dos dias, por enquanto que nada muda, você possa se ajustar e tentar enxergar o que está bem em frente do seu nariz.

Que você olhe para trás e se questione mesmo, o que quer fazer da vida, e que alcance tudo o que almeja.

As dúvidas são necessárias para nosso próprio entendimento dentro da fé que você tem dentro de você.

E que não exista uma única certeza, que mesmo sangrando você possa estancar essa ferida para que assim continue trilhando o seu caminho.

Espero que daqui a uns dias você leia essa mensagem e perceba que realmente você mudou e que esse processo foi necessário para o seu crescimento como pessoa.

Confiar no destino é quase incerto, porém dentro das suas possibilidades e mesmo nas dificuldades é possível fazer seu próprio destino. Calar nem sempre significa à espera, mas a reorganização dos sentimentos que estão presentes. A resposta é só uma questão de ter autoconhecimento de si mesmo diante da sua infinita ânsia de viver, e tudo bem se não tivermos todas as respostas.

Viver o aqui e o agora é a coisa mais sensata, pois a vida é um balanço de alegrias e tristezas e nas alegrias é preciso viver com mais intensidade. É se ajustar, desajustar e reajustar.

“Isso é ter fé.”

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A tragédia como dialética entre os deuses Apolo e Dionísio

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A obra a Origem da Tragédia ou Nascimento da Tragédia, Helenismo e Pessimismo, foi a primeira obra de Nietzsche, (CASTRO, 2008). De acordo com Vieira (2012), esta obra de Nietzsche foi publicada em 1872 quando ele ainda era professor universitário no curso de filologia, e é considerada por algum autores uma das principais obras da filosofia moderna. Neste livro, Nietzsche aborda sobre a tragédia que era segundo Vasconsellos (2001) um coro composto por doze homens e era cantada por um ator denominado Hipócritas que representava deuses ou seres legendários vivos ou mortos, sobretudo a tragédia era aberta ao público e o público participava livremente e se comovia com os coros e entravam em uma catarse.

A tragédia de Nietzsche aborda a dialética entre o deus Apolo e o deus Dionísio, onde Apolo representava as artes plásticas, o sonho, perfeição, luz, beleza, razão, sonho e Dionísio representava o vinho, a embriaguez, os prazeres carnais, a falta de limites e regras, pois para Nietzsche (2006) a vida se dava entre essa dialética apolínea e dionisíaca, entre o equilíbrio das duas forças, contrariando as ideias socráticas e discorrendo sobre o helenismo que foi o período onde o apolíneo e o dionisíaco viviam em perfeita harmonia.

O autor também traz a tragédia atica que resgata o dionisíaco e é a manifestação artística, é o equilíbrio do espírito dionisíaco e por meio desse processo o grego consegue manter-se diante da vida rodeado por essas duas forças, na tragédia atica o espírito dionisíaco prevalece. A tragédia nasceria na Grécia a partir do espírito da música e renasceria na modernidade a partir do espírito wagneriano. O nascimento da tragédia proveniente do espírito da música, Nietszche (2008).

Fonte: http://zip.net/bktLfw

É extremamente evidente a maneira como Nietzsche traz a dialética entre o apolíneo e o dionisíaco, quebrando a ideia socrática e rasgando a ilusão na qual os gregos estavam submersos, trazendo de volta o pessimismo, pois os gregos possuíam consciência a respeito das dificuldades e impasses da vida, sobretudo eram otimistas e o espírito dionisíaco visava unir a existência em torno da verdade e criar um elo do homem com a verdade nua e crua, sem a ilusão criada pelo apolíneo de que tudo era belo e perfeito, e Nietzsche (2008, p. 24) descreve da seguinte forma:

E não são só as imagens agradáveis e alegres que experimenta em si com aquela compreensão ilimitada; também o grave, melancólico, triste, sombrio, os repentinos impedimentos, as imposições do acaso, as esperanças angustiosas; enfim, toda a “divina comédia” da vida com o inferno, passam por ele, não só como um jogo de sombras — pois ele vive e sofre com estas cenas — e mesmo assim não sem aquele pensamento, passageiro na aparência; e talvez haja quem se lembre, como eu também me recordo, de ter, de permeio com os perigos e sustos do sonho, exclamando para si encorajadoramente: “É um sonho! Quero continuar a sonhá-lo!” Assim como também dizem existirem pessoas capazes de continuar a causalidade de um mesmo sonho por três e mais noites consecutivas. Fatos que atestam claramente que o nosso ser interior, o fundamento comum de todos nós, recebe o sonho como necessidade prazenteira, e com profunda alegria. Esta necessidade prazenteira do conhecimento do sonho foi exprimida, da mesma forma, pelos gregos mediante o seu Apolo, como deus de todas as formas criativas e, ao mesmo tempo, o deus-adivinho. Ele que, segundo a sua raiz, é o “Brilhante”, a divindade da luz, domina outrossim o belo brilho do mundo-fantasia.

O espírito apolíneo criava ao redor da forma uma cortina estética perfeita e bela, criando também uma ilusão utilizando da arte para os gregos mostrando apenas o lado belo da existência, e o espirito apolíneo foi reforçado pelo cristianismo, pois mantém a ideia de submissão do homem. O espírito apolíneo representa as artes plásticas e o espírito dionisíaco representa a música e Nietzsche (2008), em sua obra busca o equilíbrio das duas forças, visto que os gregos moldavam o mundo com formas e arte: apolíneae dionisíaca, duplo caráter, teatro e música.

E Nietzsche (2008) também retrata sua enorme influência proveniente de Schopenhauer, onde aborda a vida como sendo essencialmente sofrimento e acontecimentos negativos de forma nua e crua, de maneira transparente e fiel a estes relatos de sofrimento e desprazer, rasgando o véu ilusório criado por Sócrates e por Apolo. E Nietzsche (2008) retrata Hegel como o processo de conhecimento do mundo é dialético, tese e antítese, na obra Nietzsche traz uma tese apolínea e um antítese dionisíaca, resultado disso é a tragédia atica.

Fonte: http://zip.net/bqtMct

A função da tragédia era cultural para todo o povo grego e buscava conectar o povo aos deuses e seres legendários por meio de Apolo e Dionísio, sendo segundo Nietzsche (2008), Apolo como deus sol, sonho humano de dar respostas através da razão, frio e distanciado, artes plásticas como tentativa de controle, harmonia controlada e ordem, já em contrapartida temos Dionísio deus do vinho, deus da festa e da embriaguez, intoxicação, selvageria, desordem, descontrole, mistérios e o espírito dionisíaco se desperta na música e como união dos dois estímulos, no final de toda boa tragédia atica há a manifestação do dionisíaco onde traz a ideia de que tentamos vencer a morte por meio da razão, mas no final a morte se manifesta por meio do dionisíaco representado, assim como reforça Castro (2008, s/p):

Em O nascimento da tragédia, se a beleza é Apolo, a verdade é Dionísio. E é precisamente o terror que Schopenhauer diz tomar conta do ser humano quando se rasga o véu da representação que nos aproxima do dionisíaco: a verdade do desejo, ao mesmo tempo aterrorizante e extasiante, que experimentamos na embriaguez. Nietzsche fala das beberagens narcóticas que os povos primitivos cantavam em seus hinos, da Babilônia e suas sáceasorgiásticas que celebravam a união dos homens entre si e com a natureza, da primavera que chega impregnando a atmosfera de alegria.

Todos os exemplos do que é capaz de despertar o “transporte dionisíaco” onde o “subjetivo se esvanece em completo auto-esquecimento”. No estado dionisíaco “o homem não é mais artista, tornou-se obra de arte: a força artística de toda a natureza, para a deliciosa satisfação do Uno-primordial (Ur-Einen), revela-se aqui sob o frêmito da embriaguez” (CASTRO, 2008).

Nietzsche (2008) traz a ideia de Schopenhauer acerca do véu da ilusão que é criado em nossas vidas, e por meio da razão o homem se afasta da natureza, o dionisíaco traz de volta essa essência porque o homem é natureza e de acordo com o sábio Sileno trazido por Nietzsche na obra, viver é sofrer, viver é morrer. Para Nietzsche o socratismo, buscar a felicidade por meio do conhecimento é a instauração de um mundo que nos afasta inclusive da nossa identidade naquilo que ela tem de primordial que é a relação com a natureza.

Fonte: http://zip.net/bytLJC

Segundo Nietzsche (2008), Eurípedes era compositor e por meio da razão dava sentido ao que não tem sentido, tentava criar uma tragédia didática onde você aprende e por meio da aprendizagem e você sai do barco, Eurípedes se apropria da proposta socrática de utilizar-se da razão para um etos e desvendar o mundo e tenta fazer isso por meio de suas peças, ele se torna um dragão na medida em que afasta o que é de primordial em suas peças que é a síntese, a dialética, onde se confirma:

Da mesma forma que em meio ao mar enfurecido e ilimitado o barqueiro de um pequenino bote permanece sereno e confiante em sua frágil embarcação – a bela imagem schopenhaueriana de O mundo como vontade e representação, que descreve o homem colhido sob o véu de Maya como aquele que, mergulhado em uma vida de tormentos, encontra calma e apoio no principiumindividuationis e confia na ilusão da representação para poder viver –, Nietzsche nos mostra o artista apolíneo suportando e dignificando a vida em seu mundo fictício de beleza (NIETZSCHE, 2008).

De acordo com o que é trazido e apresentado na obra de Nietzsche, o principiumindividuationis é o processo onde o indivíduo se constrói quanto individuo, uma armadilha da natureza para nos fazer acreditar que somos únicos e podemos vencer a morte e escapar do destino trágico.

Fonte: http://zip.net/bvtLGN

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como foi mencionado nas laudas anteriores, vimos como Nietzsche aborda a dialética entre as duas forças e espíritos opostos sendo apolíneo e dionisíaco, e como ele afronta os pensamentos socráticos acerca da vida, batendo de frente com as ideias socráticas e se chocando com o helenismo que era alimentado e vivido pelo povo grego na época referida. Nietzsche discorre sobre o tema da tragédia grega de forma sublime ao perpassar pela arte e filosofia, e sendo a sua primeira obra ele já causa uma quebra nas ideias filosóficas que eram impostas e discutidas, criando um novo período filosófico e se solidificando neste universo literário como um dos maiores autores e filósofos.

É notável a maneira como Nietzsche retrata o equilíbrio entre as forças de Apolo de Dionísio sendo essenciais para a vida humana aprender a conviver e a lidar com o pessimismo e com a negatividade e aversão, quebrando a ideia e rasgando o véu ilusório de que tudo se trata apenas do belo e da perfeição, mas fazendo valer o peso do que não é belo e é doloroso também.

 

REFERÊNCIAS:

CASTRO, M.C. , A inversão da verdade. Notas sobre o nascimento da tragédia 2008: Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-31732005000200005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 22 mai. 2017.

NIETZSCHE, F. A ORIGEM DA TRAGÉDIA. Rio de Janeiro: Cupolo Ed, 2008.

SILVA, L. A. Tragédia2012. Disponível em: <http://www.infoescola.com/artes/tragedia/>  Acesso em: 17 mai. 2017.

VIEIRA, M.V. Para ler O nascimento da tragédia de Nietzsche. São Paulo: Loyola, 2012.

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Ser bancário: o sujeito, o sofrimento e seus destinos

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O ser bancário: sujeito em constante adaptação

O trabalhador bancário é sujeito que em muitos aspectos se tornou docilizado pelas constantes investidas do discurso hipermoderno da flexibilidade/superadaptação e da responsabilidade pelo destino de sua empregabilidade e do super-executivo de sucesso, dando a impressão de ser glamouroso o ser trabalhador bancário.

A categoria dos bancários é extensamente estudada sob diversas abordagens, sendo analisados como uma categoria única, sujeita a uma mesma organização do trabalho, o que não se pode caracterizar como completa verdade, tendo em vista que existem várias condições do ser bancário na atualidade (existem os bancários que atuam nas atividades finalísticas e em atividades que são voltadas às questões de direção e organização deste trabalho, numa clara manutenção da divisão social do trabalho).

Não obstante já estarmos nas organizações financeiras em patamares que de longe ultrapassam uma visão taylorizada e fordista da simples produção, é perceptível que essa organização do trabalho tende a se parecer com uma construção de uma estrutura organizacional influenciada pelas novas tendências de gestão do processo toyotista de organização da produção e do trabalho, sendo uma modalidade híbrida de organização, que possui centros organizados no modelo taylorista/fordista, mas com modelos de gestão e de exigências de perfis profissionais ao modo toyotista.

Isso implica em que o trabalhador bancário fica exposto à condição de ter que ser flexível e adaptável, por vezes com o uso do discurso de que na era pós-moderna, que em verdade tem sido denominada hipermoderna, o profissional tem que ser generalista, pensando globalmente e agindo localmente. É forçoso, então, que o profissional em suas rotinas de trabalho lance mão de ter que fazer as atividades especificamente de sua área e complementarmente aquelas que são voltadas ao suporte operacional de seu trabalho.

O que motiva tal processo é a busca desenfreada no contexto organizacional de fazer mais com menos, utilizando-se de um discurso e de uma ideologia proveniente da cultura da excelência.

As instituições financeiras modernas apresentam uma estrutura organizacional que divide o trabalho basicamente em dois grandes segmentos: o segmento de atendimento ou relacionamento, responsável pela implementação das estratégias de relacionamento e negócios com os clientes, sejam pessoa física, pessoa jurídica ou governo, divididos em carteiras segundo classificações oriundas questões de marketing de relacionamento; e o segmento de suporte ou serviços, responsável pela condução de atividades relacionadas às operações de suporte ao negócio e pela condução dos processos internos da unidades de negócio, com uma divisão entre módulos de pagamento e recebimento, em que temos os caixas, modulo administrativo e modulo tesouraria.

O trabalhador, não obstante apresentar, principalmente no começo de sua carreira, o interesse em galgar novos postos, costuma encontrar-se em situações de mobilidade que são complicadas de ultrapassar a depender do segmento em que trabalhar, devendo responsabilizar-se pela sua carreira, mas encontrando barreiras para a mobilidade entre os segmentos.

Sente-se, muitas vezes tolhido em suas possibilidades, não obstante o discurso de existência de oportunidades para aqueles que buscam melhoria em sua carreira através do autodesenvolvimento e da aprendizagem e flexibilidade diante das situações novas que lhe são impostas, mas muitas vezes sem o suporte institucional e condições favoráveis necessários.

O sofrimento: lidando com as intempéries no ambiente físico e psíquico

Dessa forma, cercado de glamour durante anos, o sonho de vários jovens em se tornar bancário era precedido por um profundo reconhecimento social, pois a profissão garantia um salário considerado bom e também trazia status social e a sonhada estabilidade financeira. Com o passar dos anos e após diversos ajustes no ambiente econômico, com a inserção do processo de flexibilização da economia, o trabalho bancário tornou-se profundamente precarizado e esse glamour foi-se apagando, sendo a profissão agora sujeita ao gerencialismo, ao desgaste, à frustração, ao medo e à sua gestão (Resende, 2003; Antunes, 2005). As organizações que agora preconizam a flexibilização acabam por sujeitar o indivíduo a processos de gestão e de controle rígidos e, muitas vezes, sem margem para negociação, o que no caso do trabalho bancário é potencializado em função de os bancos serem os baluartes do capitalismo, considerados fonte misteriosa de multiplicação do capital (Jinkings, 2006).

Nos anos 90, quando se intensificaram as políticas de liberalização, desregulamentação e privatização, houve um maior impulso no processo de reestruturação produtiva nos diversos setores da economia, houve também um movimento complexo e acelerado de transformações o Sistema Financeiro Nacional que resultou na mudança das condições de trabalho, emprego e salário dos trabalhadores nos bancos (Jinkings, 2002).

Segundo Rossi, Mendes, Siqueira e Araujo (2009, 316), “nesse contexto pós-fordista, as formas de controle tornam-se mais sutis, substituindo, progressivamente, a vigilância hierárquica e o poder disciplinar pela mobilização psíquica do trabalhador. O que se deseja é a canalização da energia libidinal, em prol dos objetivos organizacionais. Assim, o adestramento do indivíduo, na organização, e o controle pela via afetiva, passam a ocupar um espaço mais evidente”.

A tecnologia de informação viabilizou a coordenação e controle da força de trabalho que a organização taylorista e burocrática não abrangia, pois reforça os mesmos princípios de rotinização, simplificação, fragmentação e desqualificação, retirando a compreensão do objetivo geral do trabalho e a necessidade de treinamento em quase todos os níveis e tipos de trabalhadores. O desenvolvimento contínuo dos computadores taylorizou os próprios profissionais do ramo, decompondo-os, conforme a própria análise estruturada, em gerentes, analistas, programadores/codificadores e operadores entre outras tantas classificações semi-especializadas frente á complexidades das soluções informatizadas, onde nenhum profissional conhece o todo de uma solução e sua especialização nada mais é do que uma rotina burocratizada, fragmentada e desqualificada (Kumar, 1997).

Segundo Castells (1999), na sociedade de informação e em rede em que vivemos, o trabalho ficará radicalmente modificado: o trabalho físico e instrumental cederá lugar ao trabalho intelectual, o próprio proletariado cederá lugar aos prestadores de serviços, pois os conceitos de mercadoria e valor-trabalho perderam sentidos e se dissolveram no informacional e imaterial.

Tal situação conduz a um processo ímpar em que o contexto das relações sócio profissionais tende a se degradar, surgindo o acirramento da competitividade entre os trabalhadores do setor, que até aquele momento conviviam numa harmonia maior, com um maior senso de cooperação e de proximidade entre os integrantes de uma determinada equipe. As relações de poder eram sentidas mais em outro patamar de resistência e convivência.

É evidente e demonstrado em pesquisas com bancários que as relações sócio-profissionais têm se degradado profundamente tendo por base uma estrutura que conflui para a competitividade e disputas de poder, tornando o ambiente propenso ao narcisismo, individualismo e desconfianças, não permitindo cooperação e tendo uma condição de avaliação altamente individual, fazendo com que os indivíduos, mesmo colaborando muito, muitas vezes sejam mal avaliados diante do cumprimento de metas.

Ainda a hibridização das atividades dos segmentos, em alguns setores da atividade bancária tem sido observado, visto que aquele segmento que antes era responsável pelo suporte aos negócios, realizando atividades de monitoramento, qualidade e manutenção de cadastros, vistorias em geral, preparação e envio de documentos foi diminuído, quase extinto nas unidades de negócio, passando algumas dessas atividades, em algum nível a ser efetuadas pelos próprios funcionários do segmento negocial e de relacionamento, inclusive com perda da qualidade, considerando que o foco de sua atividade é o atendimento e a realização de negócios.

De outro lado, termina o que resta do segmento de suporte tendo que realizar atendimentos, ainda que não tenham treinamento perfil relacional adequado ao tipo de atividade negocial, comprometendo também a qualidade do serviço.

Essa situação faz com que os próprios trabalhadores se sintam desgastados e desqualificados, buscando constante atualização, percebendo que ainda assim não alcançam o adequado nível de adesão ao tipo de tarefas, causando constrangimento e sensação de inadequação ao serviço, com o qual sentem contribuir com seus corpos e mentes, mas que nos períodos avaliativos não tem essa contribuição devidamente reconhecida, inclusive por não atingirem as metas estipuladas.

Tal situação (a pouca “qualidade”) leva os bancários ao sentimento de impotência, desqualificação e exaustão pelo não cumprimento de metas e de realização de seu trabalho, o que lhe causa desconforto pelo dever não cumprido (Dejours, 1992; 2006).

O bancário, dessa forma, ao modelo da teoria evolucionista, são separados entre os mais adaptáveis e os menos adaptáveis, trabalhando o sistema financeiro com um processo de seleção de indivíduos altamente capacitados, flexíveis e adaptados, mesmo que com isso comprometa a criatividade e um desempenho muito mais efetivo que o que é buscado com a compulsão a excelência.

Um ambiente com essa qualidade conduz à automatização, perda de criatividade e diminuição do afeto, quando são à sua clivagem, produzindo uma categoria de trabalhadores que tem demonstrado adoecimento físico e psíquico em alta, normopatas, esquizofrênicos e sociopatas.

Enquanto as condições ambientais de trabalho estão relacionadas à saúde do corpo físico, essa reestruturação da organização do trabalho está relacionada ao sofrimento psíquico, podendo ser decorrente de responsabilidades, relações de poder, hierarquias, formas de comando, tecnologia, divisão e conteúdo do trabalho, entre outros (Dejours, 2004a).

A psicodinâmica do trabalho, como afirma Mendes (2007), ao reconhecer o trabalho dicotomicamente como construtor de identidade e subjetividade e como fonte de alienação, direciona o estudo do sofrimento para a inter-relação dos trabalhadores com a organização do trabalho e para as estratégias defensivas que utilizam para lidar com o trabalho, dando-lhe contornos e destinos ao sofrimento.

 

Os destinos do sofrimento

Antloga e Mendes (2009) entendem que a saúde é resultante de conflitos intra e intersubjetivos entre o desejo do trabalhador e o a realidade de trabalho, o contexto de produção. A dinâmica prazer-sofrimento fica então reforçada como inerente ao trabalho e o processo psíquico do indivíduo e a consecução da utilização da energia libidinal na relação indivíduo-trabalho.

O construto prazer-sofrimento é entendido como um construto dialético, representando aspectos dinâmicos do relacionamento do homem com seu trabalho, sendo o sofrimento parte integrante do trabalho, que pode conduzir ao uso da mobilização subjetiva, da cooperação e da inteligência prática, ressignificando o sofrimento, dando-lhe sentido e conduzindo ao prazer; ou ao uso de estratégias de defesa individuais ou de grupo, que quando falham, podem conduzir à perpetuação do sofrimento, às patologias psíquicas e sociais.

Dentre os bancários tem-se encontrado fontes de resistência ao sofrimento que também têm relação com as questões teóricas acima apontadas, pois trata-se de uma categoria que lida com um trabalho imaterial, que em sua maior parte não se vê e de difícil reconhecimento quando não se discute efetivamente o trabalho e sua organização e não há espaço de discussão e margem para adequação da destes.

A solução dos problemas dos clientes tem-se demonstrado fontes de prazer quando há o reconhecimento dos mesmos, ou de sofrimento e mal-estar, tendo em vista o nível cada vez mais alto de exigência de um atendimento de qualidade prestado com cordialidade e rapidez.

A alta carga de exigência também está presente na pressão por metas e redução de tempos de atendimento, infindáveis e por vezes inalcançáveis, comprometendo a qualidade e o desempenho, tendo como princípio avaliativo a excelência e o desempenho individual, causando isolamento e não cooperação entre os indivíduos, equipes e segmentos de trabalho.

A organização do trabalho para os bancários demonstra características da constante presença de pressão institucional por resultados e pressão dos clientes por um atendimento ágil e que solucionasse seus problemas no momento em que são atendidos, sendo uma organização em que em tudo e por tudo os trabalhadores têm de se reportar aos normativos, sob pena de sanções, processos e inquéritos administrativos, produzindo por vezes a existência de violência no ambiente de trabalho, com frequente apontamento dos trabalhadores da prática do assédio moral.

Outro fator que impacta no volume de tarefas reside no fato de que existem atividades que deveriam pertencer ao segmento de suporte e que são direcionadas para esses mesmos  funcionários tendo em vista o reduzido quadro de funcionários em determinados setores da agência.

Esta hibridização no espaço das agências é resultado da concentração de alguns serviços em setores administrativos e/ou da terceirização de processos administrativos, de forma facilitar o trabalho, um discurso falacioso, e concentrar o trabalho das unidades de negócio no foco principal, a atividade fim que, no caso dos bancos, é a geração de negócios.

Entretanto, existem atividades estritamente ligadas à geração de negócios que não são terceirizadas ou concentradas em órgãos externos às agências que terminam por serem assumidos pelos trabalhadores que continuam nessas unidades, que, prioritariamente, devem voltar-se para os negócios.

A hibridização torna os funcionários do suporte atendentes mal preparados e os do atendimento em executores de rotinas sem o necessário know-how em processos e procedimentos, o que causa intensificação do trabalho para os dois segmentos e modifica o perfil do adoecimento no trabalho bancário.

Diante desta situação, nota-se que o fenômeno da hibridização não é favorável à saúde dos bancários, situação denotada nas falas dos entrevistados, e que demonstra uma degradação da organização do trabalho, que, conjugada com metas abusivas e inatingíveis e com o processo de gestão do medo e o assédio moral, torna-se inflexível a todos e não possibilita espaços para discussão do trabalho e para o investimento da criatividade na sua reorganização e compatibilização aos anseios e desejos dos trabalhadores.

Essa hibridização vai de encontro com a flexibilização do modelo da acumulação flexível, que aproxima os bancários de um perfil de trabalhador múltiplo.

A sobrecarga de trabalho aparece como uma das vivências de sofrimento mais citada, entretanto com características bastante diferentes entre segmentos, uma vez que para os funcionários do atendimento há uma maior carga de trabalho cognitivo, para interpretação das situações do dia a dia, das normas e da realização do trabalho dentro das mesmas, bem como se caracteriza pela incessante busca do cumprimento das metas, causando sentimento de desgaste, frustração e impotência, quando não de incompetência, ainda que não seja esse o fator que leva ao não cumprimento das metas. Tal situação pode conduzir a um processo de normalização, solidão e de servidão voluntária, podendo culminar em um processo de normopatia (Ferraz, 2005; Mendes 2008); ao passo que o segmento de suporte, por envolver mais o corpo na realização de seu trabalho, costumam representar o bancário que adoece por doenças osteo-musculares relacionadas ao trabalho – Dort, notadamente as lesões por esforços repetitivos – LER (Barbarini, 2001; Castro-Silva, 2006; Rossi, 2008; Rossi, Mendes, Siqueira e Araujo, 2009) e em um estágio posterior, pela perda de sua capacidade laboral, tendem a apresentar uma incidência de depressão e demais quadros psíquicos dela provenientes com forma de adoecimento.

Sobre o exposto ainda tem-se que acrescentar que, conforme dados expostos pelos sindicatos da categoria bancária, nos últimos anos, o perfil de adoecimento na categoria bancária tem delineado um quadro diverso, em que os trabalhadores que atuam em agências bancárias, em decorrência da intensificação do trabalho e do fenômeno da hibridização, tem sido expostos a riscos de adoecimento que antes seriam claramente delineados como pertencentes o um segmento de trabalho ou a outro.

 

 

Reorientações organizacionais

O contexto de trabalho bancário, diante do que se expõe acima, favorece riscos de adoecimento para segmentos diversos, com a presença clara do adoecimento osteo-musculares, mas que também se podem relacionar ao adoecimento psíquico em decorrência de uma adesão exacerbada ao discurso organizacional e às estratégias de docilização dos corpos, normopatia, com a presença da servidão voluntária e da ideologia da excelência, produzindo a autoaceleração que propiciará as doenças osteo-musculares.

Além disso, a presença da normopatia produz um ambiente desigual e violento, ainda que essa violência fique velada, não aparente, ela vai produzir indivíduos propensos às sociopatias e à reprodução viciosa do discurso da excelência, conduzindo à gestão pelo medo, gerando produndas marcas no processo de subjetivação do trabalhador bancário.

Concluindo, se pode sugerir que nas práticas de gestão de pessoas seja dada uma maior ênfase não ao discurso da participação dos funcionários, mas à abertura aos espaços de discussão do trabalho que permitam aos trabalhadores desvelarem seus sofrimentos e compartilhar, além de experiências, situações de angústia de forma a permitir um ambiente cooperativo e de reconhecimento, permitindo que o tripé composto pelo espaço de discussão, pela cooperação e pelo reconhecimento sendo gerador de um processo de elaboração da organização de trabalho, perlaboração das vivências de sofrimento e ressignificação do mesmo de maneira propiciar um processo de subjetivação que garanta relações sócio-profissionais saudáveis e que reduzam a possibilidade de adoecimento físico, psíquico e social, não como paliativos, ofurôs corporativos, mas efetivos, para além das práticas de qualidade de vida no trabalho atualmente efetuadas, mas permitindo a discussão e a readequação da organização do trabalho e não só do indivíduo ao seu posto de trabalho.

 

Referências:

Antloga, C. S. X.; Mendes, A. M. (2009). Sofrimento e adoecimento dos vendedores de uma empresa de material de construção. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 25, n. 2, Brasília: UnB. p. 255-262.

Antunes, R. (2005). Os sentidos do trabalho. 7ª reimpressão. São Paulo: Boitempo.

Arendt, H. (2007). Eichmann em Jerusalém. São Paulo: Companhia das Letras.

Aubert, N.; Gaulejac, V. (1991). Le coût de l’excellence, Paris, Éditions du Seuil.

Castells, M. (1999). A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra.

Castro-Silva, L. M. (2006). Casos de afastamento por LER/Dort e retorno ao trabalho bancário: uma análise psicodinâmica. Dissertação (Mestrado). Mestrado em

Psicologia. Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações. Instituto de Psicologia. Brasília: Unb.

Dejours, C. (1992). A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho. São Paulo: Cortez – Oberé.

Dejours, C. (2004a). Da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, Brasília: Paralelo 15.

Dejours, C. (2006). A banalização da injustiça social. 7ª. ed. 4ª. reimpressão. Rio de Janeiro: Editora FGV.

Ferraz, F. (2005). Normopatia: sobreadaptação e pseudonormalidade. 2ª. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Jinkings, N. (2002). Trabalho e resistência na fonte misteriosa: Os bancários no mundo da eletrônica e do dinheiro. São Paulo: Editora Unicamp.

Kumar, K. (1997). Da sociedade pós-industrial à pós-moderna: novas teorias sobre o mundo contemporâneo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Mendes, A. M. (org.) (2007). Psicodinâmica do trabalho: teoria, método e pesquisas. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Mendes, A. M. (2008). Prazer, reconhecimento e transformação do sofrimento no trabalho. Em: Mendes, A. M. (Org.). (2008). Trabalho e saúde: O sujeito entre emancipação e servidão. 1. ed. Curitiba: Juruá.

Rossi, E. M. (2008). Reabilitação e reinserção no trabalho de bancários portadores de LER/DORT: análise psicodinâmica. Tese (doutorado). Doutorado em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, Instituto de Psicologia, Universidade de Brasília. Brasília: UnB.

Rossi, E. M.; Mendes, A. M.; Siqueira, M. V. S; Araújo, J. N. G. (2009). Sedução e servidão em um caso de ler/DORT: diálogo entre a Psicodinâmica do Trabalho e a Sociologia Clínica. Psicologia Política, v 9, n 18. pp 313-330. Jul/dez.

Siqueira, M. V. S. (2009). Gestão de pessoas e discurso organizacional. 2ª. Ed. Curitiba: Juruá.

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