É muito comum se distrair enquanto estamos estudando. Quando estamos em casa, a mãe ou o irmão chama, o cachorro late querendo brincar ou a televisão ligada faz a gente dar aquela olhadinha e acabar perdendo o foco nos estudos. A prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), somando os dois dias de prova, dura dez horas e meia. Então, para ter um bom desempenho é necessário ter foco.
Muitas pessoas não sabem, mas a concentração é algo que a gente desenvolve. Nós, seres humanos, somos multifocais. Desde a pré-história, tínhamos que estar atentos a tudo. Hoje, continuamos a ter nossa atenção dispersa, uma vez que somos bombardeados por informações. Mas, claro, temos que ficar atentos, porque há momentos importantes, como os estudos, que exigem nosso foco completo.
Em primeiro lugar, é muito importante planejar sua rotina. Pode parecer óbvio, mas, ao se organizar, você consegue aumentar o seu foco. Então, separe seus horários e determine suas tarefas para assim conseguir se concentrar melhor. Crie hábitos, planeje tudo com auxílio de agendas, planners ou aplicativos.
Outra dica é que é preciso ter cuidado com a sobrecarga. Ninguém é de ferro e se tem uma coisa que tira o foco é o cansaço. Então respeite seus limites. Separe entorno de duas horas para estudar aquela matéria e mais uma hora para fazer exercícios. A terceira técnica é fazer pausas. Entre uma matéria e outra, é importante que pare um pouco para respirar. Nesse momento, o cérebro absorve mais o que você aprendeu. Beba água e relaxe um pouco para voltar com mais foco para os estudos.
Exercitar-se, é mais uma coisa que você deve fazer. É importante que separe um momento para se alongar, fazer uma meditação, esfriar a cabeça. O exercício é bom tanto para o seu físico quanto para o mental. Mais uma dica é encontrar seu método de estudo ideal. Não adianta alguém te indicar fazer mil exercícios de matemática, quando você aprende só de ver vídeos. Então, teste diversas formas de estudar e veja com qual aprende mais e da melhor forma.
A última técnica é aproveitar a tecnologia. O Youtube e o Instagram têm vídeos e perfis dedicados para como se sair bem em provas e no Enem. Aproveite o celular e o computador para usar as redes sociais para estudar e aprender mais. Só tome cuidado para não se distrair e passar mais tempo vendo vídeos ou fotos e se distraindo do objetivo principal de tirar uma boa nota no Enem.
Não desanime dos seus objetivos porque isso também pode tirar o seu foco. Cabeça erguida. Lembre-se sempre que o seu amanhã depende do que você faz agora. Dedique-se e estude, pois o resultado vem.
É normal se sentir cansado e desanimado com os estudos, principalmente, no momento em que vivemos. Todos estão passando pelo isolamento social necessário e, consequentemente, ficamos mais reféns da tecnologia e da internet, que por si só, emprega um distanciamento e um vazio.
A vida do estudante, portanto, teve uma reviravolta. Dedicar-se aos estudos com o objetivo da aprovação não é uma tarefa fácil. O esgotamento mental existe, mas é possível driblar e obter um desempenho melhor nos estudos.
Além do isolamento, um dos motivos para o esgotamento é o perfeccionismo. É de comum acordo que nada em exagero faz bem, certo? O perfeccionismo na hora dos estudos gera um desequilíbrio emocional que se não for bem tratado, afeta até o seu corpo. Pois, sempre que a mente começa a apresentar problema, o corpo sente.
Para termos a mente sã, é essencial cuidar da saúde física. Não é aconselhado estudar 24 horas por dia, buscando uma performance perfeita. Principalmente quando não se faz uma atividade física, não se tem uma boa alimentação e/ou não cuida da saúde mental.
O estresse aumenta e prejudica o desempenho. Por isso, é necessário um conjunto. Caso deseje uma aprovação, entenda que não é uma máquina. Compreenda que você é um conjunto harmonioso entre mente e corpo.
Vale frisar ainda a importância do apoio da família nesses momentos. Os familiares devem ser a parceria mais importante da vida do aluno, incentivando e mediando as boas expectativas. Nós somos a média aritmética das pessoas que vivem ao nosso redor. Esteja com pessoas que te coloque para cima.
Também use e abuse do QTS – Quadro de Trabalho Semanal. Nele, você determina os horários do estudo, da atividade física e do lazer – que é muito valioso. Faça algo que te dê prazer. Isso vai permitir que seu corpo funcione bem melhor, além de aumentar consideravelmente seu desempenho.
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Maioria dos pais vê prejuízos na educação das crianças e adolescentes durante a pandemia, segundo pesquisa Datafolha
Para 65% dos pais ou responsáveis entrevistados na pesquisa, encomendada pela Fundação Lemann, Itaú Social e Imaginable Futures, as crianças da pré-escola terão o seu desenvolvimento comprometido; enquanto 69% dizem que os estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental terão atraso em seu processo de alfabetização, com prejuízo ao seu aprendizado;
Em relação aos adolescentes, 58% têm a percepção de que terão problemas emocionais por causa do isolamento e 58% acreditam que os alunos do ensino médio correm risco de desistir dos estudos;
Subiu de 24% para 30%, de setembro para novembro de 2020, o índice de pais e responsáveis favoráveis ao retorno das aulas presenciais, alegando principalmente os prejuízos na educação dos estudantes durante a pandemia em todos os níveis de ensino;
A pesquisa mostra também que os pais temem a Covid-19 e para 49% não há confiança na capacidade da escola de se adequar às normas de segurança sanitária, índice que era de 22% em setembro; em relação ao comportamento dos estudantes, 43% não confiam que irão cumprir os protocolos de segurança (índice de 24% em setembro).
São Paulo, fevereiro de 2021 – Após praticamente um ano letivo sem aulas presenciais, pais e responsáveis de estudantes de escolas públicas de todo o país acreditam que, se continuarem fechadas, as crianças da pré-escola terão o seu desenvolvimento comprometido (65%), enquanto aquelas dos anos iniciais do Ensino Fundamental terão um atraso em seu processo de alfabetização e isso irá prejudicar seu aprendizado (69%). Em relação aos adolescentes, a percepção é a de que tenham problemas emocionais por causa do isolamento (58%) e que os alunos do Ensino Médio correm o risco de desistir dos estudos (58%).
Estes dados são indicados na quinta edição da pesquisa Datafolha “Educação não presencial na perspectiva dos estudantes e suas famílias”, encomendada pela Fundação Lemann, Itaú Social e Imaginable Futures, realizada com 1.015 pais ou responsáveis de estudantes das redes públicas municipais e estaduais, com idade entre 6 e 18 anos, no período de 16 de novembro a 2 de dezembro de 2020.
Os prejuízos decorrentes da falta de aula presencial podem ser ainda maiores para os estudantes socialmente vulneráveis. Para 80% dos pais e responsáveis, eles correm o risco de ficar para trás por terem mais dificuldades para estudar em casa. A taxa dos que temem que seus filhos desistam da escola chegou a 35%. A diminuição da renda familiar é outro ponto de atenção: na pandemia a renda diminuiu para 47% dos entrevistados.
“Tantos meses de afastamento do ambiente escolar deixarãomarcas no desenvolvimento dos alunos, com a intensificação de problemas antigos, como a distorção idade-série, o abandono e a evasão, especialmente entre a população mais vulnerável. As redes que já começaram a realizar diagnósticos estão no caminho certo para propostas pedagógicas que ajudem na motivação dos estudantes e na recuperação das perdas de aprendizagem. É também urgente a construção de um planejamento coordenado de retomada das aulascom protocolos bem estabelecidos, com forte diálogo junto às equipes escolares e muito apoio aos professores, sob pena dos prejuízos à educação e à garantia de direitos de crianças e adolescentes se prolongarem por um extenso período”, afirma a gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Itaú Social, Patricia Mota Guedes.
O reconhecimento da importância da retomada das aulas presenciais traz, em contrapartida, a insegurança e o temor sobre o contágio da Covid-19. Apenas 19% dos pais ou responsáveis disseram que ‘confiam muito’ na capacidade da escola de se adequar aos protocolos de segurança sanitária na reabertura. E 43% deles não confiam na capacidade dos alunos de se adequarem às normas sanitárias, índice que era de 24% em setembro.
No cenário nacional, somente 5% das escolas frequentadas por estudantes das famílias que participaram da pesquisa reabriram em novembro, das quais 60% com aulas regulares e 66% em alguns dias da semana. Mais da metade dos alunos não foi para a escola (57%) e 79% dos pais entrevistados disseram que receberam orientações sobre a reabertura.
Para o diretor executivo da Fundação Lemann, Denis Mizne, uma boa comunicação das escolas com pais, responsáveis e alunos pode fazer diferença para orientar e criar uma relação de confiança. “É um período de insegurança natural devido ao cenário de pandemia, mas este momento é também uma oportunidade para estreitar e fortalecer o contato com as famílias, que vêem agora com mais clareza a importância da escola no desenvolvimento das crianças e dos adolescentes“, diz Mizne. “É importante este vínculo para motivar alunos e familiares e evitar a evasão escolar”, afirma.
APRENDIZADO NA PANDEMIA
Para 79% dos pais, as escolas deram apoio durante o período sem aulas presenciais, principalmente nos anos iniciais do Ensino Fundamental (87%). O suporte consistiu principalmente em professores disponíveis para tirar dúvidas dos responsáveis, orientações gerais sobre como apoiar os estudantes para fazerem as atividades e sugestões para motivá-los a participar.
As atividades a distância possibilitaram aos alunos o desenvolvimento de algumas competências. Na percepção dos pais, foram desenvolvidas habilidades como usar a tecnologia para estudar e aprender, não desistir diante das dificuldades e pesquisar e ampliar o conhecimento sozinho.
Os pais e responsáveis também tiveram um aprendizado neste ano de aulas em casa. Dos entrevistados, 50% destacam como aspectos mais importantes acompanhar e apoiar os estudantes na aprendizagem; 35%, estar aberto a diferentes dinâmicas e tendências de ensino; e 29%, estar em contato com os professores e com a direção da escola, além de estabelecer e acompanhar rotinas de estudos.
No entanto, houve dificuldades dos estudantes para organizar as rotinas de estudo com autonomia, além de capacidade de adaptação e flexibilidade. O índice dos que percebem dificuldade em manter uma rotina das atividades em casa alcançou 69%. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, chega a 72%.
A motivação é um fator crítico para o engajamento e observa-se um processo de desmotivação desde maio de 2020, quando ocorreu a primeira edição da série de cinco pesquisas realizadas até agora pelo Datafolha. Enquanto em maio 46% dos estudantes estavam desmotivados, em novembro o percentual é de 55%.
Deve-se considerar que houve um incremento no índice de alunos que receberam atividades por equipamentos e material impresso, de 34% para 63% no período de maio a novembro de 2020. No entanto, cai o tempo dedicado para as atividades.
Em um período letivo tão atípico, uma questão é fundamental: evitar a evasão escolar. A pesquisa segmentou os estudantes em quatro categorias: ‘Adaptados’, ‘Superadores’, ‘Resilientes’ e ‘Em risco’. Considerando os dados apurados de maio a novembro, observa-se que o grupo dos estudantes ‘Em risco’ mantém-se estável em cerca de um terço, similar ao grupo dos ‘Resilientes’. Quando perguntados qual a expectativa para 2021, 34% afirmam estar otimistas, enquanto 36% estão razoavelmente otimistas.
Com a aproximação das festas de fim de ano, muitos estudantes estão preocupados em como não perder o foco no Enem. Devido à pandemia, o exame será realizado presencialmente, nos dias 17 e 24 de janeiro, e digitalmente, 31 de janeiro e 7 de fevereiro.
Lembre-se que o objetivo inicial continua o mesmo, conseguir uma nota boa para se inscrever no Prouni, Sisu e Fies. Faça uma revisão do conteúdo já estudado e foque em conteúdos que tenha dificuldade. Assista videoaulas, mantenha-se atualizado e veja noticiários. Faça provas anteriores para saber administrar o tempo que terá e treine a redação, que tem um peso grande no valor da prova.
Siga uma rotina e se planeje para não estudar nos dias 24, 25 e 31 de dezembro, além do dia 1° de janeiro. Claro que isso não é uma regra, mas nessas datas é mais difícil se concentrar até pela rotina da casa que muda. Nos outros dias, tenha uma rotina bem estruturada com horários de estudos e lazer. Minha indicação é estudar uma hora e quarenta minutos e descansar 15 minutos, para não ficar tão cansativo. Assim é possível frear o medo e controlar a ansiedade.
Ao estudar pela internet preste atenção e busque conteúdos de professores e cursos confiáveis, já que existe muito material na rede e alguns podem não ser seguros. Fique atento em relação à insegurança que pode bater nesse momento. Sentir medo e ansiedade é normal, principalmente em um ano de pandemia, em que muitos estudantes foram afetados. Por exemplo, tiveram estudantes que não conseguiram acompanhar as aulas, talvez por não ter equipamentos ou ainda por ter perdido alguém querido.
Por isso, caso sinta que seus sentimentos estão te limitando ou atrapalhando na preparação, busque ajuda de um psicólogo. Outra dica é não se comparar com os outros. Tente sempre acreditar em você e em todo o esforço que realizou até o momento. Não se esqueça, o pensamento positivo tem um poder absurdo. Acredite e você vai chegar lá.
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A gestão democrática na escola como garantia de preservação subjetiva
A gestão democrática escolar deve ser realizada para que os alunos vistos como agentes sociais sofram mudanças e transformações através de atuações que englobem a comunidade local e também a comunidade escolar, e que tenham o objetivo de construir uma sociedade baseada no respeito e no aperfeiçoamento da qualidade de vida (LÜCK, 2007). Morais e Felgar (2013, p. 10) apontam que: “um dos maiores desafios do gestor é conhecer os valores, as crenças, a cultura que norteiam as ações daqueles que fazem parte da instituição escolar, reconhecendo as medidas necessárias para que estes não se distanciem dos princípios, diretrizes e objetivos da educação”.
O gestor deve estar sempre atento e em estado de alerta para que ao mesmo tempo que ele tenha que ser flexível e passivo, ele também seja ativo e técnico, o que exige desse profissional uma enorme capacidade de mediar às questões de uma forma onde as demandas possam ser resolvidas da melhor maneira possível, entretanto para que isso ocorra, o gestor deverá considerar todo o contexto da situação e das pessoas envolvidas, levando em consideração aspectos individuais e subjetivos, porém agrupando as questões levantadas à teoria e às normas que sua profissão exige.
Para que a gestão democrática continue sendo implantada ou seja ainda mais implantada e utilizada, é necessário que o gestor esteja comprometido em construir e implantar esse modelo de gestão, o que exige um grande esforço. E segundo Castiglioni (2007), existem três grandes desafios para a gestão democrática, sendo: a profissionalização e modernização da gestão escolar, o que carrega também outros aspectos como “a formação dos gestores, inovação tecnológica e a cultura do planejamento, monitoramento e a avaliação presentes na gestão da escola“ (CASTIGLIONI, 2007 p. 15 ).
Quando o gestor não está atento ao que está acontecendo, ele pode recair em algo denominado como educação bancária, que corresponde a uma espécie de crítica que Paulo Freire realizou direcionada à burocratização da escola e também da gestão escolar, que conta com a racionalidade sendo feita de forma instrumentalizada, o que automaticamente retira a participação dos atores educativos dentro da tomada de decisões da gestão escolar, que é algo que acaba criando e mantendo um comportamento de alienação e repressão (ALCANTARA et al, 2018).
No que corresponde a gestão da escola, Castiglioni (2007 apud MORAES; FELGAR, 2013):
“a) formação dos gestores – observa-se uma formação inicial precária, onde não se tem um foco na função diretiva; quanto à formação continuada pode ser considerada pouco significativa ora por ser muito teórica ora por ser muito técnica;
b) inovação tecnológica – vai muito além de equipamentos tecnológicos, pois engloba, também, serviços, ideias e formas de realização e manutenção da instituição, como maneira de garantir a qualidade do processo educacional;
c) planejamento, monitoramento e a avaliação – muitas escolas ainda realizam seus planejamentos somente com objetivos de cumprir normas legais; não realizam o acompanhamento dos indicadores e resultados e a avaliação ainda está sendo utilizada como forma de pontuação. (ibidem)” (CASTIGLIONI, 2007 apud MORAES; FELGAR, 2013).
No que corresponde à democratização da escola, a gestão escolar na atualidade enfrenta alguns desafios sobre inclusão e respeito às diversidades (MORAES; FELGAR, 2013). Pois não podemos esquecer que a educação sofreu inúmeras mudanças ao longo da história, assim como a sociedade também, e com a gestão escolar não poderia ser diferente, cada época possui suas demandas especificas e assuntos que devem ser trabalhos.
Sabemos que muitas situações provocam discussões intensas dentro da comunidade escolar e também dentro da sociedade de uma forma geral, pois apesar de que as escolas estão realizando debates e projetos sobre o assunto de inclusão e de diversidade, a forma como essas pessoas são vistas e suas necessidades reais ainda é distante da realidade, o que de alguma maneira atrapalha a democratização da gestão escolar.
No que tange a participação da comunidade, que corresponde a um elemento fundamental da democratização da escola, Castiglioni (2007) denota que essa participação não é integral e/ou completa em todos os segmentos escolares disponibilizados para essa ação. Muitos indivíduos da comunidade alegam que a participação nos Conselhos é desnecessária que tomam tempo ou que, até mesmo querendo participar, a decisão final sempre é do diretor. Apesar de considerarmos as possíveis variáveis envolvidas nesse processo, a adesão da comunidade e dos pais ainda é baixa ou mínima, o que gera impactos diretos na gestão escolar democrática.
Para Castiglioni (2007), no processo de humanização da escola podemos perceber que existe influência das mudanças culturais e morais que a sociedade perpassa ao longo da história, visto que, a escola se tornou um lugar fundamental para discutir e elucidar assuntos que podem contribuir para a resolução dos desafios existentes na escola e na gestão escolar, e um desafio que aparece bastante na fala da comunidade escolar na atualidade é a respeito da indisciplina e sobre violência física e moral que ocorre nas escolas, onde existem casos onde professores , alunos e funcionários da instituição são agredidos e violentados, e também casos onde os próprios alunos se agridem entre si.
A indisciplina tem sido um assunto bastante levantado na escola pelos professores, alunos, funcionários e pelas famílias e pela sociedade, pois é frequente que alguém esteja sofrendo algum tipo de violência ou esteja imerso num conflito devido à falta de disciplina em alguma questão. E existem muitos casos onde os pais transferem para a escola a obrigação moral e cívica de introduzir e implantar valores nos filhos, o que causa consequentemente bastante atrito entre os educadores e os pais, pois a escola não deve substituir o papel da família nem deve ensinar o que não faz parte dela.
Muitas vezes nos deparamos com professores e gestores despreparados para lidar com as situações que ocorrem, o que gera um enorme prejuízo no sistema, o que gera grande desconforto em todos.
A verdade é que os passos dados na direção da construção da gestão compartilhada ainda são lentos e inexperientes. Como disse Paulo Freire “A superação da inexperiência democrática por uma nova experiência: a da participação, está à espera” (…). (FREIRE, 2007, p. 91). Ainda há muito caminho a percorrer, tendo em vista a recente democratização do país, e por este motivo ainda existem muitos entraves no que diz respeito a gestão democrática, seja ela escolar ou não.
O Brasil, ainda espera para poder gozar livremente dos benefícios de ser uma organização democrática, onde sejam promovidos a participação, a reflexão e o estabelecimento do diálogo com os atores educativos. Somente assim é que se poderão impulsionar os caminhos para a gestão democrática, até o momento em que os atores envolvidos no sistema educacional possam refletir sobre sua existência (ALCÂNTARA; BORGES; FILIPAK, 2018).
Para Freire (2007), o ideal de uma “educação como prática da liberdade”, será o momento em que a gestão ou a escola sejam capazes de proporcionar “uma organização educativa e pedagógica democrática, autodeterminante e autônoma” (ALCANTARA; BORGES; FILIPAK, 2018, p. 7). Outro ponto que não pode ser esquecido é o fato de que a democratização da escola engloba muito mais do que a gestão de direção da escola, pois, segundo Freire (2003), a democratização da escola implica na hermenêutica do ato de ensinar:
“[…] avançamos pouco em matéria de democratização de nossa educação. Democratização a que nos entregamos inteiros. Na divisão de Educação, a da escola, a das diferentes relações que nelas se estabelecem -educadores, educandos, pais, mães, zeladores, educadores, escola, comunidade. Democratização da escola quanto à sua maneira de compreender o ato de ensinar.” (FREIRE, 2003, p. 125).
Portanto, se tomarmos como meta a gestão democrática postulada por Paulo Freire, pode-se dizer que já caminhamos um pouco, demos alguns passos em sua direção, mas ainda estamos distantes do ideal por ele almejado.
ALCÂNTARA, Luiz Alberto de; BORGES, Valdir; FILIPAK, Sirley Terezinha. Fundamentos da gestão escolar democrática em Paulo Freire. Revista Espacios, Curitiba, v. 39, n. 43, p.1-9, jan. 2018. Disponível em: <http://www.revistaespacios.com/a18v39n43/18394320.html>. Acesso em: 27 de novembro de 2020.
ARRETCHE, M. Federalismo e políticas sociais no Brasil: problemas de coordenação e autonomia. São Paulo Perspectiva, São Paulo, v. 18, n. 2, p. 17-26, abr./jun. 2004. http:// dx.doi.org/10.1590/S0102-88392004000200003.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Termo de Referência nº 03/2014. PROJETO CNE/UNESCO – 914BRZ1144.3. Documento técnico contendo estudo analítico sobre o panorama nacional de efetivação da gestão democrática na Educação Básica no Brasil. Brasília: 2014.
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Brasília, 1988.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a pandemia da COVID-19 impactou os estudos de cerca de 91% do total de estudantes no planeta, isso representa mais de 1,5 bilhão de alunos. Esse cenário mostra que os investimentos com educação devem ser aumentados nos próximos anos. Mas vale ressaltar que ninguém perde um ano de vida. Por isso, pais, estudantes e professores não devem acreditar que 2020 foi um ano perdido.
Devemos olhar como um período de aprendizagem. Foi, sim, difícil para muitos se adaptarem ao ensino remoto. As diferenças ficaram mais evidentes, pois nem todos têm acesso a internet ou equipamentos para estudar online. Porém, descobrimos mais uma vez como a tecnologia é nossa aliada, nesse momento o YouTube e as aulas online foram uma opção para continuar estudando.
No retorno às aulas presenciais, cada aluno deve ser olhado de forma individual para que a escola consiga perceber as diferenças de aprendizado no isolamento. Durante a pandemia, vimos que alguns pais que estavam ausentes em relação à vida acadêmica dos filhos passaram a ter um olhar mais atento. Isso trouxe a valorização das escolas.
É importante lembrar que aprender é um processo. Todos têm direito de aprender e cada um tem o seu tempo. A pandemia mudou o modo que estávamos acostumados a aprender e a ensinar. Uma saída provavelmente será aumentar a carga horária de estudos durante o ano de 2021 para que o ano letivo de 2020 seja concluído.
Esse momento é de aprendizado para todos. Acredite: tudo tem seu tempo e tudo dará certo desde que haja esforço. Alunos e professores deem o máximo com o que está ao seu alcance. Não existe ano perdido para quem tem vontade de aprender.
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(Com)viver e estudar na Europa: um fascínio
19 de dezembro de 2012 Liliam Deisy Ghizoni
Relato
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Muitos jovens têm a oportunidade de fazer intercâmbios, estudar em outros países… este não foi meu caso… estou tendo este “presente” somente agora, ao cursar doutorado. Então, aquela máxima de que “estudar nos faz viajar” é real!
Eu estudo no Programa de Psicologia Social da UnB (www.psto.com.br) e minha tese envolve a aplicação de um método em Clínica Psicodinâmica da Cooperação com catadores de materiais recicláveis em Palmas – TO… explicar um trabalho de tese é sempre complexo… mas explicar meu tema aqui na Bélgica, tem sido mais difícil ainda, porque não existe esta ocupação/profissão aqui!
O que me trouxe a Bélgica foi um projeto de Cooperação Internacional entre a UnB e a Université Catholique de Louvain La Neuve (www.uclouvain.be). Meu estágio sanduiche nesta universidade é de quatro meses.
Sala de aula na Université Catholique de Louvain La Neuve Foto: Liliam Ghizoni
Minha rotina aqui é de basicamente duas coisas: estudar e viajar. Eu faço aulas de Francês de segunda a sexta. Curso também duas disciplinas com meu professor orientador aqui da Bélgica (Thomas Perilleux). Uma mais teórica sobre o mundo do trabalho com um histórico sobre a economia solidária e outra mais prática, envolvendo a psicossociologia clínica. Também faço orientações/supervisões em grupo, onde apresento os dados da minha tese e fazemos as discussões teóricas, metodológicas e de formação, ou seja, terei muita coisa para pensar e escrever na minha volta ao Brasil.
Moro numa cidade chamada Wavre (http://www.wavre.com), num bairro bem arborizado com direito a visita de esquilos na minha janela! Aliás desta mesma janela pude observar três estações: o final do verão com tudo florido e lindo… eles tem um cuidado especial em colocar flores em todos os jardins e também em muitas portas e janelas das casas. Depois veio o outono, eu diria a estação de cores fantásticas… quase monocromáticas, mas lindas… as folhas vão ficando marrons e caindo, uma a uma… impressionante!
Os caminhos em tempos de outono. Foto: Liliam Ghizoni
Agora estamos em pleno inverno, com direito a neve quase todos os dias… um espetáculo maravilhoso… mas muito gelado para o meu gosto…ah, não posso esquece de dizer que se eu pudesse definir uma cor para a Bélgica seria Cinza… pois é sempre assim, chuvoso…como podem perceber nas entrelinhas a saudade do sol de Palmas está ecoando…
Minha casa fica há 4 km da universidade, que é uma vila, onde os carros não entram, bem diferente e bem interessante. Então, como boa estudante utilizo o ônibus, como transporte, todos os dias… faça chuva ou neve.
Rumo ao ponto de ônibus. Foto: Liliam Ghizoni
Estar na Bélgica me fez conhecer vários lugares daqui e de outros países. E isto me fez ver que é necessário ter desprendimento, ter coragem, ter ousadia e perseverar… muitas viagens me motivaram a continuar aqui e não largar tudo e ir embora, porque a saudade é grande… não importa quantos anos a gente tenha… avalio que a internet me ajudou muito a superar a distância, pois os emails, bate papos, skype, hangout me ajudaram muito a sentir o calor das pessoas que amo.
Aqui conheci diversos lugares, culturas, pessoas e comidas. Daria para fazer um post de cada um… mas viver em cada cidade é uma lição diária, pois são hábitos diferentes, língua diferente e pessoas que se relacionam de maneira diferente.
Da Belgica conheci além de Wavre e Louvain La Neuve, Bruxelas, Namur, Liege e Bruges, cidades exóticas, com um detalhe especial para Bruges que é medieval e também intitulada como a capital da cerveja e do chocolate! Em Amsterdan parece que a cidade vive em função do turista, então todos te tratam muito bem, apesar da língua local ser o holandês! Em Londres tudo ao contrário: trânsito, motoristas, direção do carro, tipos de táxis e ônibus, moedas sem o valor descrito… so dava para ver a cara da rainha, mais nada… impossível saber quanto valia! Roma, Milão e Sicília na Itália me deram um gás a mais, um detalhe todo especial vai para a cor do Mar Mediterrâneo, lindo!!! Na França primeiro fui em Strasbourg uma cidade acolhedora e linda! Depois Paris… ah Paris… maravilhosa, mil lugares para visitar e conhecer para além dos pontos turísticos! Conheci também Mont Saint Michel na Normandia, um lugar calmo que respira tranquilidade, é um castelo construído numa rocha rodeada pelo mar, espetacular! Alemanha… bom… fui em Freiburg e irei a Munique, espero que as impressões melhorem!
Liliam em de seus passeios. Foto: Arquivo Pessoal
Aqui fica as impressões de uma Psicóloga vivenciando outras culturas…