A psicologia, a comunicação e as mulheres

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No dia 25 de agosto participei de uma palestra – durante a 1ª. Semana de Psicologia do Ceulp – que tinha como tema “gênero e contemporaneidade”. Essa palestra dava certa ênfase ao feminismo. O que mais me chamou atenção foram as colocações da palestrante prof. Dra. Temis Parente, que tinha como base de sua tese os meios de comunicação. Com isso pude ver que as mulheres não são tão respeitadas como deveriam em nosso meio midiático e que apesar de toda a luta contra o machismo ele ainda prevalece; observei que as mesmas são utilizadas como “objetos” por homens (me perdoe a palavra) cretinos e sem caráter, que não vê o talento que há por trás de uma “saia”. Um exemplo que ela deu e que eu achei interessante, foi o caso que ocorreu durante as Olimpíadas de 2016 quando William Waack – apresentador da Rede Globo – dividiu a cobertura com a jornalista Cristiane Dias; William, em um determinado momento, simplesmente ignorou a presença da colega ao lado. Aí a mesma falou assim: “finalmente você me cumprimentou”… Só que a câmera estava aberta e dava para ver a cara de deboche de William. E não é a primeira vez que ele faz isso, mas é aí que me questiono e se fosse um homem ao lado dele, ele trataria do mesmo jeito? Acredito que com certeza não, e isso é só a ponta do iceberg.

Há inúmeros outros casos em que mulheres são destratadas sem o menor pudor. Ao analisar o contexto midiático vi que são poucas as mulheres que apresentam programas com uma linha esportiva, por mais que tenhamos alguns exemplos de mulheres neste meio, ainda prevalece a visão de que a mulher tem que cobrir editorias mais leves, como saúde geral ou colunismo social.

Outra ênfase que dou a este relato é que a mulher continua a ser fragilizada, ou seja, uma mulher não pode ser a provedora do lar, logo vem a sociedade e taxa a mesma como coitada, da mesma forma uma mulher não pode ser mãe solteira, pois já colocam um selo na mesma, tais com: puta, sem juízo entre outras palavras, que é melhor nem prosseguir.

Essa palestra me fez perceber que nossa luta por melhor lugar na sociedade vai longe, e que teremos que mostrar que nosso potencial é maior que nossos seios ou até mesmo a nossa bunda. Que não somos objetos sexuais, somos cidadãs que compõem essa nação, e que também estamos aqui para mostrar o nosso valor.

E para terminar afirmo que merecemos respeito acima de tudo. Se estamos onde estamos é porque batalhamos muito e queremos os nossos devidos méritos!

Fonte: http://www.vilamulher.com.br/imagens/vilamulher/thumbs

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Mulheres: não apenas o voto, mas a vitória

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O planeta estava em desordem, em chamas, em completa desarmonia, mas elas estavam lá firmes e fortes. Não havia trégua para os homens naquele momento, porém elas nunca tiveram. Sim, o mundo estava em guerra, mas e daí? Em meados de 1930, enquanto os soldados se escondiam nas trincheiras, as mulheres lutavam bravamente por seus direitos.

Em entrevista ao site Observatório de Gênero, a professora do Departamento de História da Universidade de Brasília, Tania Swain, citou a importância do voto feminino.  “Em tese, [o direito ao voto] representa a não discriminação do feminino no processo político, pois as mulheres podem não apenas votar, como serem votadas. Representa igualmente levar em conta as reivindicações das mulheres no quadro socioeconômico do País e sua intervenção na elaboração de políticas públicas específicas e globais”, disse.

O direito da mulher ao voto piorou o mundo? Saiba mais. http://www.youtube.com/watch?v=S_kS13l6xvw

 Concurso Público: a saída para entrar na história

 Ao longo dos anos, vimos o crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho e a legitimação da importância do seu papel para a sociedade. Em 1975, o predomínio era masculino, porque as mulheres ainda ficavam em casa cuidando dos filhos e do lar. Mas nem todas.

Vinda de família pobre, a curitibana Elsa Marinho de Souza, hoje aposentada, sentiu no concurso público a oportunidade de abrir seus horizontes e melhorar sua qualidade de vida. “Eu já sabia o que era um concurso, porque eu era estagiária no serviço público, tinha noção da importância de se fazer. Mas nem fazia ideia do que era gratificação, a parte burocrática, isso eu fui aprendendo com o tempo”, conta.

 Diferente da maioria de suas amigas. “As garotas, naquela época, pensavam em trabalhar para ajudar os pais ou quem sabe para melhorar um pouco de vida, mas não se viam em cargos de grande importância nas empresas. É claro que uma vez ou outra acontecia da mulher alcançar um cargo de confiança, mas mais por experiência que competência”.

Elsa tinha apenas o ensino médio no currículo, mas chegou a ganhar em torno de 13 salários mínimos e viu sua vida mudar do dia para a noite ao passar no concurso do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). “Era um privilégio, me senti uma mulher diferenciada. Recebia o holerite e as portas se abriam de uma tal maneira […] Eu tinha algumas regalias. Chegava nas lojas, falava que era funcionária pública, podia comprar o que eu quisesse. Imagine, eu consegui financiar a minha casa por meio de um benefício dado pelo órgão que eu trabalhava”, vangloriou-se.

O mar de rosas tem seus espinhos

Oportunidade única, passar em um concurso parecia o paraíso, não fosse por uma velha questão: a casa e os filhos, quem cuidava? Mesmo ganhando bem, muitas mulheres não conseguiram driblar tal dificuldade. “A casa a gente dá um jeito, mas algumas colegas tiveram que sair, pedir demissão, porque não tinham com quem deixar o filho. E, às vezes, a família morava longe e elas eram forçadas a desistir do cargo. Neste quesito, fui abençoada, porque encontrei pessoas de confiança para cuidar dos meus filhos, além da minha família morar na mesma cidade”, concluiu.

“De homem invertido, a mulher passa a ser o inverso do homem, ou, sua forma complementar. Apesar disto, as consequências morais dela advinda, manteriam ainda a inferioridade da mulher no conflito entre as esferas pública e privada, no conceito neoplatônico científico e religioso do mundo e na importância da nova ordem político-econômica do novo estado burguês” – A Inocência e o Vício: Estudos Sobre o Homoerotismo (J.F. Costa, 1992)

Novos desafios e novas exigências

Trabalhar sob pressão, equipamentos que não funcionam e mau humor de chefes e colegas são os principais motivadores de estresse no trabalho. Este é o cenário que as mulheres tiveram que enfrentar desde que conquistaram mais espaço no mercado de trabalho. “A sociedade está cobrando muito mais das mulheres. Por elas terem uma maior participação, são tratadas igualmente aos homens. Se antes não havia, hoje sobram vagas. Se sobram vagas, sobram exigências também. Tendo mais exigências, obviamente, o estresse aumentou para elas”, disse a psicóloga Vanessa Turíbio.

Mulheres estressadas no trabalho ficam menos atraentes, diz estudo.

Segundo a Fiocruz, a profissão de operador de telemarketing, exercida, sobretudo, por jovens e estudantes, a maioria do sexo feminino, não tem legislação específica na Consolidação das Leis do trabalho (CLT). Estima-se que essa atividade movimente em torno de R$ 65 bilhões por ano no mercado nacional. Mas tantas cifras favoráveis ao telemarketing podem camuflar problemas relacionados a esse trabalho, como baixos salários e doenças ocupacionais, tanto físicas como psicossociais.

Para a atendente de telemarketing Aline Trindade, de 26 anos de idade, com sete meses de trabalho, os clientes confundem produtos e atendentes. “Me xingam e me comparam aos serviços da empresa. Dizem que o serviço está ao alcance de meu atendimento, proporcional. É humilhante. Nos culpam de tudo. Eu apenas represento e não determino regras”, desabafa.

A psicóloga Vanessa Turíbio afirma que o estresse deve ser tratado com atividades, exercícios físicos  e tudo aquilo que faça esquecer o mundo do telemarketing. Caso o contrário, as consequências podem ser graves. “O cansaço e o estresse permanente, a impaciência quando somada à baixa auto-estima pode ocasionar doenças mais intensas como a depressão que traz danos à saúde”, concluiu.

Fontes:

Masculinidade na história: a construção cultural da diferença entre os sexoshttp://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-98932000000300003&script=sci_arttext

A Inocência e o Vício: Estudos Sobre o Homoerotismo (J.F. Costa, 1992)http://www.unimep.br/phpg/editora/revistaspdf/imp26art13.pdf

Direito ao voto feminino http://www.observatoriodegenero.gov.br/menu/noticias/direito-ao-voto-feminino-que-completa-hoje-80-anos-resultou-de-um-longo-processo-de-mobilizacao/

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