Governo do Tocantins promove a II Semana Estadual de Humanização do SUS

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O evento será realizado no Palácio Araguaia José Wilson Siqueira Campos, de 06 a 08 de novembro
Karoliny Santiago/Governo do Tocantins
Para produzir mudanças nos modos de gerir e cuidar dos pacientes e profissionais da saúde pública, o Governo do Tocantins realiza entre os dias 06 e 09 de novembro, no auditório do Palácio Araguaia José Wilson Siqueira Campos, na Capital, a II Semana Estadual de Humanização do Sistema Único de Saúde (SUS) tocantinense. O evento será direcionado aos profissionais do SUS, comunidade acadêmica e todos os atores que vivenciam de alguma forma a construção e o fortalecimento da Política Nacional de Humanização (PNH) no Tocantins.
O tema da semana será ‘Vinte anos da Política Nacional de Humanização: Trilhas e Rumos para o SUS’ e contará com mesas temáticas e oficinas. “A II Semana Estadual de Humanização é um evento que traz uma grande possibilidade para o Estado do Tocantins pensar na sua rede, nos seus objetivos, suas metas e como podemos humanizar o cuidado em saúde nas relações de trabalho, no atendimento e nos processos de gestão dentro da saúde. E nós esperamos que o público esteja aberto para refletir e pensar em conjunto, para quando retornarem aos seus espaços de trabalho, levem um pouco de tudo, para assim fomentar essa implementação da política de humanização nos serviços”, comentou o assessor de Humanização da SES-TO, Wendy Delgado.
Durante o evento, haverá também, a Mostra de Histórias Humanizadas do SUS, um projeto que visa criar memórias do SUS que dá certo e no reconhecimento dos protagonistas desta história, no Tocantins. “Esse evento está sendo planejado com muito carinho, que vai contar com grandes nomes da humanização nacionalmente, pessoas que estão à frente da política hoje em dia, que estiveram à frente da política no passado, que fizeram parte dessa construção, que vão nos auxiliar nesse momento rico de discussão e de reflexão sobre as práticas de humanização dentro da saúde pública”, acrescentou o assessor.
HumanizaSUS
A Política Nacional de Humanização (PNH) existe desde 2003 para efetivar os princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção e gestão, qualificando a saúde pública no Brasil e incentivando trocas solidárias entre gestores, trabalhadores e usuários. A PNH deve se fazer presente e estar inserida em todas as políticas e programas do SUS. Promover a comunicação entre estes três grupos pode provocar uma série de debates em direção a mudanças que proporcionem melhor forma de cuidar e novas formas de organizar o trabalho.
Apresentação cultural
Durante o evento haverá a apresentação da orquestra de cajón ‘Botucajón, grupo de estudo permanente que realiza apresentações em escolas, hospitais e eventos em geral, que apresentará a peça Baianescer. Um arranjo criado em homenagem a Bahia que utiliza os ritmos do Ijexá e do Samba-reggae.
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Psiquiatria perinatal: diagnóstico e tratamento

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O livro Psiquiatria Perinatal Diagnóstico e Tratamento é livro de extrema relevância a ser discutido, especialmente pelo avanço constante acerca da investigação dos transtornos mentais da lactação e gravidez. Torna-se válido enfatizar nesse contexto a depressão pós-parto, visto que se tem uma diferenciação conceitual entre depressão pós-parto (DPP), baby blues e psicose puerperal, considerando que são termos utilizados no contexto deste estudo.

O livro discute de uma maneira dinâmica e clara todos esses conceitos, fator que por sinal leva-nos a perceber a necessidade de discutirmos cada vez mais acerca da Psiquiatria Perinatal. A manifestação da depressão pós-parto (DPP) acontece geralmente a partir das primeiras quatros semanas após o nascimento do bebê, alcançando sua intensidade máxima durante os seis primeiros meses posteriores.

Interessante observar que pode ser de intensidade leve, transitória ou agravar-se até uma neurose ou desordem psicótica. Os primeiros dias após o nascimento do bebê são um misto de sentimentos para as mães, sendo os hormônios os principais responsáveis por essa mudança.

Os sintomas da depressão pós-parto (DPP) iniciam como os sintomas do baby blues, más pioram cada vez mais quando não há procura de ajuda. A puérpera sente-se incapaz de cuidar do bebê, medo de machucar, exausta, nervosa, com vontade de sumir ou morrer. A (DPP) requer acompanhamento psicológico ou psiquiátrico. (MORAES et al., 2006).

O baby blues é o distúrbio de maior frequência, é caracterizado por uma melancolia ocasionada pelas alterações hormonais que acontecem com a mãe após o parto, quando a produção de leite se inicia e os hormônios que estavam relacionados à gestação sofrem mudanças, não dar para prevenir, porém é um quadro passageiro que é caracterizado por hiperemotividade, estado de fragilidade, falta de confiança e de incapacidade para cuidar do bebê. É considerado um quadro leve e transitório, tendo remissão espontânea.

Os sintomas são: irritação, ansiedade, medo, vontade de chorar sem motivo, entre outros. Isso acontece devido às mudanças hormonais e também insegurança frente ao novo momento de vida. (SCHWENGBER; PICCININI, 2003).

FICHA TÉCNICA

Título Original: Psiquiatria Perinatal – Diagnóstico e Tratamento

Autores: Alexandre Augusto Jatobá Vasconcelos, Chei-Tung Teng

Editora: Atheneu -RJ

ISBN:  853880166X 9788538801665

Formato: Capa comum

Páginas: 176

Ano: 2010

REFERÊNCIAS

MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR), Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual técnico pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada. Brasília (DF): MS; 2006.

MORAES, I. G. S. et. al. Prevalência da depressão pós-parto e fatores associados. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 40, n. 1, p. 65-70, ago. 2006.

SCHWENGBER, D. D., & PICCININI, C. A. O impacto da depressão pós-parto para a interação mãe-bebê. Estudos de Psicologia, Natal, v. 8, n. 3, p. 403-411, set. / Dez, 2003.

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Gordofobia e culpabilização – (En)Cena entrevista a psicóloga Isaura Rossatto

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“A “obesidade” é vista como comorbidade para a COVID-19 mesmo quando não há outros indicadores em saúde que demonstrem fragilidades. Nesse sentido, o estigma de ser gorda e estar com Covid-19 representa uma sentença de morte eminente na visão das pessoas ao redor dessas mulheres”.

O Portal (En)Cena entrevista a psicóloga Isaura de Bortoli Rossatto, egressa do Ceulp/Ulbra, residente em Saúde da Família e Comunidade pela Fundação Escola de Saúde Pública (FESP) para compreender o que significa ser mulher no Brasil na pandemia pelo olhar da jovem profissional que estuda e escreve sobre a saúde mental das mulheres gordas.

No curso da sua fala, Isaura também explica os impactos da pandemia no fazer do profissional de psicologia, apontando as adaptações normativas promovidas pelo Conselho Federal de Psicologia que ampliaram as autorizações para atendimento online e realização de avaliação psicológica online e destacando os desafios enfrentados pelas profissionais que ingressam no mercado de trabalho, especialmente durante a pandemia.

Fonte: arquivo pessoal

(En)Cena – Considerando o seu lugar de fala, mulher, jovem, psicóloga e usuária ativa das redes sociais: o que é ser mulher no Brasil, durante a pandemia da COVID-19?

Isaura Rossatto – Considerando minha recente atuação como psicóloga na atenção primária e antes, como estagiária, percebi alguns acréscimos nas dificuldades que as mulheres enfrentam no dia a dia em razão da pandemia. Não é incomum deparar-se com relatos de mães precisando se desdobrar em mais uma jornada de atividades no auxílio das atividades escolares dos filhos. Mães chefes de família com dificuldades em encontrar emprego, dependendo fortemente do auxílio emergencial proposto pelo governo federal, que tende a decrescer como consequência da prolongada ineficácia das políticas de isolamento social. Ou mesmo, dificuldades nos aspectos relacionais com pares devido à convivência aumentada com o isolamento e home office. Nesse sentido, vejo impactos nos aspectos relacionais, sociais, de trabalho e renda. Algumas dessas dificuldades perpassam a população coletivamente, outras são exclusivas da condição feminina na nossa sociedade.

Fonte: Editorial Gorda Flor. https://grandesmulheres.com.br/

(En)Cena – Durante o seu tempo de trabalho na revista (En)Cena você produziu trabalhos muito elogiados sobre a perspectiva da “mulher gorda”. Levando em conta há diversas divulgações na mídia e nas redes sociais acerca de indicadores de que apontam a obesidade como fator de risco para complicações da COVID-19, como você entende o sofrimento emocional da mulher gorda durante a pandemia?

Isaura Rossatto – Muitas reflexões acerca desse tema podem ser extraídas. Vou me ater especialmente à minha percepção e aos relatos comuns referentes às experiências das mulheres gordas em saúde. Mesmo antes da pandemia, precisar de suporte médico e de outros profissionais da saúde já era um problema para muitas mulheres gordas. Como consequência da gordofobia, a vivência da culpabilização, a implementação do medo como estratégia de combate à gordura e a violência verbal são parte de muitas experiências de mulheres gordas no acompanhamento com profissionais de saúde. A “obesidade” é vista como comorbidade para a COVID-19 mesmo quando não há outros indicadores em saúde que demonstrem fragilidades. Nesse sentido, o estigma de ser gorda e estar com Covid-19 representa uma sentença de morte eminente na visão das pessoas ao redor dessas mulheres. Ademais, não há garantias de que se uma escolha entre vidas precise ser feita, seja por escassez de vagas ou recursos, uma pessoa magra seja priorizada por ser vista como mais saudável em razão do seu peso (como já ocorre socialmente). O sentimento é essencialmente de pânico, pois se infectar e sofrer com um quadro agravado será percebido como inteira responsabilidade da mulher gorda, como se ela merecesse esse sofrimento por ser gorda.

A humanização do acesso à saúde para pessoas gordas é uma problemática muito complexa que precisa ser abordada com emergência. A gordofobia promove a perda de direitos pela exclusão, e o direito à saúde tem sido um deles, com o afastamento progressivo dessas pessoas da rede de atenção.

Foto: Fernanda Magalhães

(En)Cena – Como psicóloga formada em 2020, qual sua perspectiva diante do mercado de trabalho tão modificado e adaptado pela pandemia com a possibilidade de atendimentos online e com a abertura para a aplicação de alguns testes psicológicos por meio virtual?

Isaura Rossatto – Na minha visão, o mercado de trabalho atual apresenta desafios para os psicólogos principalmente no que tange ao piso salarial, amplamente ignorado. Os salários podem não corresponder ao volume de trabalho, especialmente no Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e pelo Sistema Único de Saúde (SUS), bem como os pagamentos vinculados a atendimentos por planos de saúde, que chegam a R$ 30,00 por atendimento.

Na minha percepção, os atendimentos online e a flexibilização do Conselho Federal de Psicologia (CFP) no cadastro para tanto são um avanço. Essa modalidade demanda, sim, por muitas vezes, de mais criatividade e flexibilidade do profissional e especialmente dos clientes/pacientes; porém, não perde na qualidade do processo terapêutico com adultos quando há comprimento de ambas as partes. Se antes, os atendimentos online já eram uma tendência, atualmente são quase uma habilidade fundamental a ser desenvolvida pelos profissionais.

(En)Cena – Na sua opinião, quais os desafios mais importantes da psicóloga (o) que trabalha durante a pandemia? E como as faculdades de psicologia e os conselhos de regulamentação profissional podem colaborar na preparação de profissionais para os novos desafios?

Isaura Rossatto – O próprio desenvolvimento da habilidade para atendimentos online é um desafio, assim como o risco de contaminação para os profissionais trabalhando presencialmente. Para quem deve (ou deveria) desenvolver atividades comunitárias coletivas o desafio é dobrado. Vejo a articulação multiprofissional, as atividades online e a co-contrução intersubjetiva de soluções como as ferramentas para enfrentar esses desafios.

Nesse sentido, as instituições de ensino superior e os conselhos reguladores podem oferecer oficinas sobre como realizar atendimentos online individuais e coletivos, evolução de prontuários e guarda de documentos de maneira ética durante a pandemia.

(En)Cena – Na sua opinião, qual seria o caminho para as mulheres no pós-pandemia?

Isaura Rossatto – Muitas respostas poderiam ser dadas, especialmente sobre as condições em que as mulheres encontram-se em nossa sociedade machista, misógina, gordofóbica e desigual. Vou desenvolver minha resposta em como acredito que os psicólogos podem dar suporte e promover saúde para mulheres nas condições das respostas anteriores. Não devemos ignorar as disparidades entre os gêneros que precarizam a saúde das mulheres, por serem mulheres. Seja a exaustão por jornadas triplas de trabalho no emprego e no lar, os salários inferiores aos masculinos e a desumanização das mulheres gordas no acesso a saúde. A sensibilidade é necessária, assim como a indignação e a recusa à docilização dessas demandas sociais como se fossem desvios individuais; além do estudo, imprescindível para instrumentalização do trabalho com demandas tão complexas. O conhecimento acerca do fluxo entre os serviços da rede de saúde, para oferecer assistência para pessoas em situação de vulnerabilidade é outro aspecto fundamental. Com essas medidas, talvez seja possível contribuir para um caminho mais digno para as mulheres durante e no pós-pandemia, quando pudermos vislumbrar isso.

Fonte: Editorial Gorda Flor. https://grandesmulheres.com.br/
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Médicos Sem Fronteiras e a ajuda humanitária ao redor do mundo

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O projeto de atuação internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF)  é uma organização com ações de auxílio direcionado à populações vítimas de crises humanitárias.

Tudo começou na França em 1971, quando um grupo de médicos e jornalistas se voluntariaram sem serviços nos anos anteriores em Biafra- Nigéria. A assistência profissional para vítimas da guerra civil naquela região fez com que eles percebessem a necessidade de maiores cuidados e acompanhamento dessa causa. Após 29 anos da criação deste grupo, recebe a premiação do Nobel da paz pela contribuição à população e a visibilidade de inúmeras causas que ajudam de prevenção a pessoas com baixos auxílios.

Além de ações médicas assistenciais às populações vulneráveis, como na maioria da atuação do projeto em diversos países, quando há necessidade a ajuda do MSF se dá através de fornecimento de alimentação, abrigos temporários, água e saneamento básico. Isso costuma acontecer em locais que estão no auge da crise econômica, política e conflitos civis, onde as pessoas correm, constantemente, risco de vida ou agravamento da saúde por falta de assistência e socorro.

Fonte: www.msf.org.br/

O projeto Médicos Sem Fronteiras é gerenciado de forma não governamental sem fins lucrativos. A política interna direciona cerca de 80% de toda a arrecadação para atividades humanitárias de campo, os outros 20% são revertidos para despesas administrativas e na aplicação de captação de recursos. Anualmente disponibiliza relatórios auditados da prestação de contas à população e para acesso de todos, sendo detalhada informações de seus 21 escritórios.

A equipe profissional é constituída de oncologistas, enfermeiros neonatal, enfermeiro chefe, cirurgiões plásticos, anestesistas, ginecologistas, médicos, pediatras, epidemiologistas, obstetras, enfermeiro obstetra, farmacêuticos, psicólogos, psiquiatras, administrador financeiro, fisioterapeutas, administradores, especialistas em água e saneamento, logística de suprimentos, logística, promoção a saúde, coordenador de projetos, coordenador financeiro, coordenador de recursos humanos.

Os princípios básicos da organização devem ser cumpridos por toda a equipe profissional vinculada ao Médicos Sem Fronteiras, são eles:

“Independência, não está atrelada a poderes políticos, militares, econômicos ou religiosos e tem liberdade de ação, decidindo onde, como e quando atuar com base em sua própria avaliação do contexto e das necessidades. Essa independência de ação é garantida por sua independência financeira, já que, de todo o financiamento de MSF, 96% é proveniente de doações de indivíduos e da iniciativa privada.

Imparcialidade, Médicos Sem Fronteiras oferece ajuda humanitária e cuidados de saúde àqueles que mais precisam, sem discriminação de raça, religião, nacionalidade ou convicção política […] A possibilidade de aliviar o sofrimento de indivíduos por meio da ação médica é o que determina a norteia as atividades de Médicos Sem Fronteiras.

Fonte: www.msf.org.br/

Neutralidade, a neutralidade é crucial para as equipes conseguirem chegar a qualquer pessoa afetada, independentemente do lado do conflito em que esteja. A neutralidade de MSF é possibilitada pela sua total independência financeira de governos ou partes envolvidas em conflitos. 

Transparência, MSF avalia constantemente os projetos que implementa e presta contas à sociedade e aos doadores sobre a gestão dos recursos captados e resultados de suas ações […] Para reforçar esse compromisso, os relatórios financeiros são auditados por empresas independentes e redigidos em conformidade com os padrões da International Financial Reporting Standards (IFRS). São também publicados relatórios anuais, que trazem o resumo das atividades desenvolvidas em campo e análise crítica dos progressos, obstáculos e aprendizados. MSF também preza pela transparência na relação com seus pacientes e, coerente com essa transparência, informa-os sobre as escolhas que faz e sobre as decisões que toma no que se refere à sua atuação médica.

Ética médica, o trabalho da organização é norteado pelas regras da ética médica universal. Em primeiro lugar, vem o dever de prestar assistência a quem precisa, sem prejudicar indivíduos ou grupos. A ética médica fala de respeito à autonomia e à confidencialidade dos pacientes, e também de seu direito a acessar todas as informações necessárias para que possam consentir procedimentos e tomar decisões com respaldo. Cada indivíduo é tratado com dignidade e respeito e recebe cuidados médicos de qualidade”.

Fonte: www.msf.org.br/

A psicologia é uma área de extrema importância na ajuda humanitária às pessoas em situação de vulnerabilidade extrema. A atuação dos (as) psicólogos (as) está relacionada ao auxílio emergencial à população, redução e controle de danos, resolução e formulação de estratégias de acordo com a realidade do local onde é prestado seus serviços. Sua realidade, na maioria das vezes, está ligada a conflitos armados, guerras civis, surtos de doenças, precariedade, catástrofes naturais, e diversas situações que não estão sendo esperadas.

E o principal cuidado que os profissionais de psicologia têm a partir desse cenário é cuidado com a saúde mental de cada paciente. A fragilidade psicológica diante de tantas experiências traumáticas, muitas vezes potencializam fatores de adoecimento, não só psíquico mas também físico. Aliados a uma vasta equipe multiprofissional, buscam então, a melhoria da qualidade de vida e recursos práticos para a manutenção da saúde física, psicológica  e emocional onde quer que vão prestar seus serviços.

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O que é violência obstétrica e como se defender na justiça

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Depois da mulher esperar nove meses, vem o tão aguardado momento de ter o bebê. Porém, o sonho pode se tornar pesadelo, principalmente, por conta de maus tratos físicos, verbais, psicológicos, ou até mesmo a negligência, vindos dos profissionais da saúde que seriam, em tese, responsáveis pelos bons cuidados durante a gestação, parto ou o pós-parto. Essas práticas são chamadas de violências obstétricas.

Segundo a psicóloga Raquel Mello, há mulheres que são submetidas a rotinas rígidas e muitas vezes desnecessárias, que não respeitam os seus corpos ou seus desejos. Há casos de enfermeiros e médicos que fazem ameaças, chacotas, omitem informações relevantes. “Há gestantes que, infelizmente, são obrigadas a passar por procedimentos sem sua autorização ou contra sua vontade”.

Mello alerta que quando uma mulher enfrenta tal situação traumática, pode desenvolver com maior risco de quadros depressivos, transtornos de ansiedade, fobias, compulsão alimentar, distúrbios do sono entre outros. “O dano psicológico pode demorar muito tempo para sanar. Vai depender muito de cada mulher e da intensidade que foi o impacto psicológico”.

Fonte: encurtador.com.br/pBJ13

– O suporte emocional será fundamental para a recuperação, que terá uma base muito forte na família. Os parentes precisam apoiar muito a mulher em suas demandas durante a gestação e procurar os cuidados de especialistas responsáveis – ressalta.

Para a advogada Thaisa Beiriz, do escritório Trotta e Beiriz Advocacia, umas das principais razões da violência obstétrica é a ausência de atualização por parte dos médicos, pois muitos são resistentes a mudar as práticas que aprenderam na época da faculdade, bem como estudar a medicina baseada em evidências cientificas.

– Hoje, a medicina com base em evidências é muito utilizada, já que todos os procedimentos analisados passam por extenso estudo pelos especialistas, sempre visando a qualidade da saúde do paciente – comenta.

A advogada lembra que outro problema observado é a falta de humanização e empatia dos profissionais da saúde com as gestantes. Ela diz que os casos mais comuns envolvem negar atendimento ou impor dificuldade para que a gestante receba os serviços a que tem direito, ou quando os profissionais realizam práticas e intervenções desnecessárias e violentas. “Há médicos que forçam a saída do bebê empurrando a barriga da mãe, até mesmo subindo em cima delas, para acelerar o processo”.

Fonte: encurtador.com.br/oKNS8

– Esse procedimento é chamado de Manobra de Kristeller, já banido pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa manobra é agressiva e consiste em pressionar a parte superior do útero para facilitar e acelerar a saída do bebê, podendo causar várias lesões graves – explica.

Ela lembra ainda que há casos que envolvem comentários ofensivos e humilhantes à gestante, inferiorizando-a por sua raça, idade, condição socioeconômica ou número de filhos. “Em outras situações, o profissional causa na mulher sentimentos de medo, abandono, insegurança e instabilidade emocional”.

Como defesa, Thaisa ressalta que a família e a gestante precisam estar atentas para qualquer indício de má conduta médica. Caso suspeite de algo, a primeira coisa a se fazer é se cercar do maior número de provas possíveis, dentre elas, requerer cópia do prontuário médico no hospital. “Não deixe de procurar um profissional qualificado para buscar seus direitos na justiça para ser indenizada pelos danos sofridos”.

– Também não deixe de denunciar o médico no Conselho Regional de Medicina, no Ministério Público, para o Disque-Saúde, no número 136. Faça ainda uma reclamação na ouvidoria do hospital. Caso seja um hospital particular, a denúncia pode ser feita na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Quando não nos calamos, impedimos que mais uma família se torne vítima dessa prática – conclui.

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Desafios da atuação ética do profissional de Psicologia Hospitalar

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O psicólogo presente nas instituições de saúde muitas vezes se depara com situações que exigem habilidade para lidar com dilemas éticos que se estabelecem na relação dele com a pessoa atendida

A psicologia hospitalar se propõe a ser uma área de conhecimento que visa fornecer suporte ao sujeito em adoecimento, a fim de que este possa atravessar essa fase com maior resiliência. O psicólogo auxilia o paciente em seu processo de adoecimento, visando à minimização do sofrimento provocado pela hospitalização. Esse profissional deve prestar assistência ao paciente, bem como seus familiares e a equipe de serviço, sendo que este deve levar em consideração um leque amplo de atuações, tendo em vista a pluralidade das demandas. Nesse sentido, é um campo de entendimento e tratamento dos aspectos biológicos em torno do adoecimento, não somente doenças psicossomáticas, mas todo e qualquer tipo de enfermidade.

Fonte: encurtador.com.br/dgrXZ

Pensar na atuação do psicólogo nas unidades hospitalares, ou seja, nas instituições públicas que são destinadas a priorizar a saúde, não é uma tarefa muito fácil. O tempo de inserção desse profissional nesse campo é relativamente pequeno, há um contingente reduzido de profissionais atuando na área, apesar de vir aumentando gradativamente, inexistem pesquisas mais sistemáticas, tanto nacionais quanto locais, sobre a atuação do psicólogo nesse campo específico de trabalho. Apesar disso, é possível observar uma série de problemas e insucessos em termos das práticas dos psicólogos, devido à falta de apoio como um todo e na valorização desse profissional, como um agente capaz de contribuir na promoção de saúde.

Dimenstein (2000) afirma, ainda, que muito dos problemas dos quais o psicólogo passou a deparar-se escapam do domínio da clínica, pois se referem às condições de vida da população. Tais dificuldades passaram a ser um entrave para as atividades de assistência pública à saúde tendo em vista a falta de preparo nessa área. Levando em conta a realidade de nosso país e de nossa profissão, devemos priorizar uma formação adequada para inserir o psicólogo e abrir novas frentes de mercado de trabalho de acordo com as necessidades da população. Um dos primeiros passos seria a inserção do psicólogo em equipes de saúde interdisciplinares. A interlocução entre os diversos saberes seria a maneira de oferecer um cuidado mais completo, eficaz e de acordo com as necessidades da população.

O psicólogo presente nas instituições de saúde muitas vezes se depara com situações que exigem habilidade para lidar com dilemas éticos que se estabelecem na relação dele com a pessoa atendida e os familiares da mesma, ou na relação com a equipe de trabalho. Este profissional se vê diante de questões como: até onde preservar o sigilo profissional? De que forma se deve agir diante de atitudes antiéticas de colegas de trabalho? Que informações podem constar no prontuário do paciente?

Fonte: encurtador.com.br/cwEV0

Sua atuação é dirigida para os problemas psicoafetivos oriundos da doença e/ou da hospitalização compreendendo a natureza do sujeito doente, seus desejos, esperanças, medos, aptidões, dificuldades e limitações, seja através da observação ou da linguagem verbal e não verbal. A prática hospitalar impõe-nos alguns cuidados que são fundamentais para um bom atendimento sendo importante que não confundamos a psicologia hospitalar com a psicologia clínica. Na psicologia hospitalar estaremos lidando com o tempo de internação do paciente, bem como com sua patologia orgânica e seus efeitos iatrogênicos, com questões de ordem pratica, como dificuldades do paciente e da família.

Para que nós, psicólogos, possamos adotar uma postura considerada ética é preciso pautar-se no Código de Ética Profissional do Psicólogo, agir dentro dos princípios éticos que valem a todos, que não priorizam crenças ou valores pessoais, agirem de acordo com os conceitos morais que permeiam a sociedade na qual está atuando. Devemos atender o paciente de forma a fazer-lhe bem e evitar qualquer prejuízo que possa ocorrer em virtude de sua intervenção.

A área da saúde necessita de um suporte na área de Saúde Mental, pois muitas vezes os profissionais que compõem a equipe não têm conhecimento do processo de um sofrimento que passa o paciente que procura ajuda, há uma dificuldade muito grande de empatia e trabalho continuado e focalizado no sujeito como um ser biopsicossocial que demandam atendimento nas mais diversas áreas, e a Saúde Mental é uma delas. O trabalho do psicólogo na área hospitalar deve acontecer de forma conjunta com a equipe: médicos, enfermeiros, agentes, técnicos e familiares dos usuários, para que possamos atender e acolher bem aquele que procura ajuda. O trabalho deve ser humanizado e se pautar sempre na ética e no compromisso com aqueles que confiam a nós profissionais da saúde a sua vida.

REFERÊNCIAS

ALAMY, Suzana. Ensaios de Psicologia Hospitalar – a ausculta da alma. Belo Horizonte: 2003. P. 18.

Barbosa S B, Alex. A Psicologia Hospitalar. Disponível em: <https://psicologado.com/atuacao/psicologia-hospitalar/a-psicologia-hospitalar > Acessado em: 22 fev 2019.

DIMENSTEIN, M. A Cultura profissional do psicólogo e o ideário individualista: implicações para a prática no campo da assistência pública à saúde. Estudos de Psicologia, (2000).

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Saúde e Acolhimento das Pessoas Trans é tema de 4º Fórum Permanente de Saúde Mental

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O evento aconteceu no dia 3 de abril, as 14h, no Auditório Central do Ceulp. Fizeram parte da mesa como mediadores: Dhieine Caminski (Psicóloga Especialista em Saúde da Família e Gerente de Saúde Mental da Secretaria de Saúde de Palmas), Byanca Marchiani (Presidente da Associação das Travestis e Transexuais do Estado do Tocantins), Jéssica Bernardo Rodrigues (Área Técnica do Departamento de Apoio à Gestão Participativa/SGEP/MS). O evento foi voltado para a importância de um profissional da área de saúde estar bem preparado para efetuar um acolhimento humanizado aos transexuais.

Bianca relatou que não teve muito apoio de associações durante seu processo transexualizador, já que aqui no Estado do Tocantins as mesmas são escassas. Com 7 anos usando hormônio, surgiu nela a necessidade de organização, como a aceitação do nome social e uma boa elaboração do serviço de saúde publica para este publico. Declarou sentir muita necessidade de uma história de mudança da narrativa de vida dos transexuais, já que a maioria se encontra na prostituição.

De acordo com dados da Atrato – Associação Das Travestis e Transexuais Do Estado Do Tocantins, foi registrado que 90% dos travestis e transexuais que residem em Palmas estão na prostituição por falta de oportunidades de trabalho. O quadro de escolaridade se encontra com  apenas 59,4% das trans que estudaram até o 3º ano do ensino médio e em relação a violência física, 96,4% já sofreram ataques físicos, até mesmo pela própria família. No ano de 2017 foram registrados em Palmas apenas 3 casos de transfobia e homofobia, sendo que acontece com frequência e devido ser sempre alvo de violência e desrespeito, muitas trans se abdicam de irem em busca de seus direitos.

Outro assunto discutido foi que a estigmatização da população trans dificulta no resultado de um bom acolhimento, ainda há uma dificuldade de entender que são pessoas como qualquer outra, sendo preciso a necessidade de reconhecer a humanidade no outro. Outra questão que dificulta é o fato da comunidade supracitada estar sempre em estado de exasperação, isto porque é sempre alvo de violência. De acordo com a Atrato foram registrados no Brasil 3,7 a cada 100 mil pessoas do grupo LGBT sofrem violência, enquanto em Palmas este numero é extremamente alto, sendo 15,8 a cada 100 mil.

Em outro momento, Felipe Pinheiro relatou que iniciou seu processo transexualizador por conta própria, não teve direcionamento e a partir de muita procura foi garimpando os profissionais de saúde para lhe ajudar no processo. Relatou ter sentido muita desrespeito devido a demora por parte de profissionais em agilizarem seu processo, não se sentindo amparado. E ressaltou a importância de fazer exames rotineiros para não colocar a saúde em risco.

Rafael outro mediador que compôs a mesa, disse que é preciso uma ampliação do acesso da comunidade trans aos programas de saúde e direitos oferecidos, com respeito a totalidade. O mediador fez um questionamento ´´Por que precisamos discutir este assunto?“ em seguida respondendo que ´´somos uma sociedade marcada pelo escravismo e patriarcado, mulheres e negros sem autonomia. Este cenário vem se modificando, mas se encontra muito presente o machismo, o racismo e a LBGT fobia“.

Rafael ainda ressaltou a importância de um espaço de informação para discussão de gênero, pois o resultados das mesmas são determinantes sociais e é necessário que se faça parte da política de saúde. É preciso uma maior reflexão, com intuito de garantir acesso em todos os espaços da sociedade, seja na saúde, lazer ou trabalho. Declarou ´´muitos profissionais da saúde não assumem a discriminação, mas reproduzem através de aceitação de comentários e da reprodução de humor negro. Precisamos compreender a nossa responsabilidade enquanto profissionais e sociedade. O Estado brasileiro precisa se responsabilizar pela vida e segurança destas pessoas“.

Por fim o fórum terminou com perguntas/reflexões do publico presente. A acadêmica de Psicologia do Ceulp Ulbra, Monique Débora, relatou que é visível a quantidade dês colegas de curso que ainda se mantém neutros, e muitos justificam com a religião. A acadêmica gerou reflexão. ´´O que Deus fala pra você não tem de ser imposto pra vida do outro. Não existe uma Psicologia Cristã. O curso de Psicologia do Ceulp favorece, mas muitos acadêmicos não adentram a este campo. Que psicologia estamos construindo? Precisamos de mais psicologia e menos cristianismo. Podemos ser cristãos e ainda assim ter uma postura cientifica, a psicologia é uma ciência e não uma religião“, declarou.

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Psicologia Escolar e Psicopedagogia: atuações na Escola

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A Psicologia é uma ciência de grande relevância social, histórica e política. De acordo com Bock et al (1999) ela particulariza-se das outras especialidades da área de humanas por estudar a subjetividade, contribuindo para a compreensão da totalidade humana. Ainda, a mesma ramifica-se de acordo com abordagens que possibilitaram a formulação do seu saber e, também, conforme suas áreas que o profissional psicólogo pode operar. Dentre tais conhecimentos (ciências) psicológicos, destaca-se a relevância da Psicologia da Educação ou Psicologia Educacional na construção do indivíduo.

Entende-se como Psicologia Educacional, segundo Antunes (2008, p. 469), os conhecimentos científicos que alicerçam a educação e a prática da pedagogia. E difere-se da Psicologia Escolar que, por sua vez, refere-se num tipo de atuação profissional que age no processo de escolarização, direcionando-se à escola e as demais relações que nela são constituídas (idem). Desse modo, é necessário ressaltar que tais se distinguem, onde a primeira é mais ampla e engloba a segunda, que é mais específica.

Fonte: http://zip.net/bktLdX

Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho é abordar as possibilidades de atuação do profissional psicólogo educacional, diferenciando o trabalho deste profissional em relação ao do psicopedagogo no contexto brasileiro. A psicologia Educacional tinha sua visão voltada para a “classificação” dos alunos, isso estabelecendo sua atuação basicamente em nortear a escola entre a “seleção” e “divisão” dos discentes em “normal” e “anormal”. Surge então os serviços de Higiene Mental, onde o seu interesse era voltado para as “crianças problemas” das instituições, o que nos dias atuais chamamos de ”Crianças especiais” (BARBOSA E SOUZA, 2012). Essa área da psicologia vem sendo ressignificada, as amplas possibilidades das atuações desse profissional vêm trazendo um novo olhar para exercício dessa profissão no campo da educação.

Ainda que a escola (e suas ramificações) seja vista como uma instituição de controle, assim como instituições religiosas, a família e o governo, é cabível dizer que nela enfatiza-se e trabalha-se a questão educacional. Antunes (idem) – que se opõe a este conceito, para ela a escola é uma contingência e necessidade que construirá uma sociedade igualitária e justa – compreende a “educação como prática social humanizadora, intencional, cuja finalidade é transmitir a cultura construída historicamente pela humanidade”.

Fonte: http://zip.net/bltKK6

Diante do exposto, é complacente a importância do profissional psicólogo educacional no desenvolvimento teórico relativo a este tema e contribuindo para que as ações de educadores, educandos e sociedade ressignifique tal visão do contexto escolar no que tange a educação. O psicólogo educacional deve ter sua prática voltada para interdisciplinaridade, focado em buscar soluções para os problemas que envolvem os fenômenos educacionais, levando em consideração os aspectos sociais, culturais e religiosos que cercam o contexto do processo de educação. Como destaca Maluf e Cruces (2008, p. 98):

Agora é tempo de mostrar como pode a Psicologia Educacional estar a serviço do bem-estar da comunidade escolar, do desenvolvimento psicológico de todos os envolvidos no processo educacional, da aprendizagem significativa que produzirá no aluno as condições individuais e sociais necessárias para o pleno exercício da cidadania.

Esse profissional é agente transformador, com seu olhar minucioso aos processos de formação do indivíduo por meio do ambiente educacional, ele tem a possibilidade de trazer uma nova realidade para a sociedade, de forma, a transformar e colaborar para o exercício da cidadania, por meio do contexto onde se dá o ambiente educacional. Esse saber psicológico deve dar condições necessárias para se construir uma prática pedagógica realmente inclusiva e transformadora. A psicólogo educacional deve estar comprometido em promover ações efetiva que propicie mudanças e que ajude na compreensão dos processos de constituição do sujeito tornando-o participativo na construção dessas práxis.

Fonte: http://zip.net/brtLcG

Em vista disso o Conselho Federal de Psicologia (CFP) criou as Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas (os) na Educação Básica em 2013, para auxiliar profissionais e estudantes de psicologia a compreender como se dá atuação do psicólogo em tal área.Consoante com o Eixo 3, incluso nas referências técnicas supracitadas, há cinco possibilidades de atuação do psicólogo na educação básica, são elas: tralhando com o projeto político-pedagógico; intervindo no processo de ensino-aprendizagem; trabalhando na formação de educadores; trabalhando com a educação inclusiva; e trabalhando com grupos de alunos (CFP, 2013, p. 56-63). Estes serão apresentados adiante.

O Projeto Político Pedagógico (PPP) se faz presente na área educacional designando como serão desenvolvidas as práticas no âmbito escolar. E, o profissional psicólogo deve colaborar na elaboração, avaliação reformulação do mesmo, de forma que ressalte a subjetividade ou o aspecto psicológico no contexto escolar (CFP, 2013, p. 54). Além disso, é de responsabilidade do psicólogo um trabalho interdisciplinar, de forma que este precisa ter conhecimento sucinto sobre o funcionamento da organização escolar, como decorre a prática pedagógica, por exemplo; e, também, sobre os funcionários que a compõem.

Outra possibilidade de atuação é a intervenção no processo de ensino-aprendizagem. De acordo com o CFP (2013, p. 56): O conhecimento da psicologia na compreensão dos processos de ensino e aprendizagem se constitui, historicamente, desde concepções higienistas até àquelas que analisam esse processo como síntese de múltiplas determinações: pedagógicas, institucionais, relacionais, políticas, culturais e econômicas. As práticas de intervenção, portanto, decorrem dessas concepções.

Fonte: http://zip.net/bdtLKF

Mediante o exposto, infere-se que psicólogo deve utilizar o seu aparato teórico acerca dos fenômenos de ensino-aprendizagem sob a óptica sócio histórica, atuando em práticas sociais de modo crítico, não somente com variáveis que estão dentro do ambiente escolar, como também com os ultrapassam essa instituição, como as relações familiares e seus respectivos componentes, no objetivo de auxiliar no processo de escolarização e sempre ressaltando o valor do docente. Ademais, é válido lembrar que esse profissional usufrui de recursos artísticos que permitem a expressão da subjetividade (CFP, 2013).

No que se refere ao trabalho na formação de educadores, o papel do psicólogo inclui a despatologização do sujeito, de forma que consiga considerá-los e mostrá-lo de forma totalizante aos docentes, ajudando-os numa prática pedagógica humanizada através da formação continuada (FACCI, 2009 apud CFP, 2013), pois são eles os mediadores entre os conhecimentos (históricos e científicos) e os educandos (CFP, 2013). Destarte, a partir das relações, o objetivo final de todo este processo consiste em relacionar o psiquismo, subjetividade e a metodologia educacional.

Com a educação inclusiva o psicólogo deve estabelecer métodos e práticas que possibilite esse indivíduo com necessidades especiais a participar ativamente do espaço educacional. Sendo assim, o profissional deve se valer de práticas sociais que potencialize e auxilie no desenvolvimento psicossocial desse educando. De acordo CFP descrito no eixo 3, o psicólogo educacional do âmbito da educação inclusiva, deverá ajudar este estudante estabelecer meios de enfrentamento para superar a deficiência, tornando-o cada vez mais participativo e incluindo-o nas atividades do ambiente, (CFP, 2013).

Fonte: http://zip.net/bttLX5

Também é preciso que o psicólogo identifique aspectos de concepções de sociedade conforme afirma CFP (2013, p 59) “É importante considerar que na intervenção na escola é preciso que a (o) psicóloga (o) identifique, primeiramente, concepções “de sociedade, de educação, de grupo, de indivíduo, de coletividade” dos professores, estudantes e familiares, assim como as suas próprias concepções”.

E por último, mas não menos importante o CFP destaca uma outra possibilidade de atuação desse profissional, o trabalho com grupos de alunos. Neste campo de atuação se faz necessária a participação do psicólogo nas práticas que auxiliem o aluno no processo de escolarização, acompanhado os educandos nos conselhos de classes, e ficando atento as dificuldades que surgir. Pode-se desenvolver trabalhos como os de orientação profissional, propor oficinas ou momentos de discussão de temas de interesse da escola e do corpo discente, direcionando o ambiente educacional para uma socialização do conhecimento e manutenção do interesse de todos, (CFP, 2013).

Diante o conteúdo evidenciado sobre a atuação do psicólogo educacional, é de suma importância destacar que há sutis diferenças entre essa atuação e o fazer da psicopedagogia.  Na psicopedagogia, o Psicopedagogo promove a possibilidade de mudanças, em processos cognitivos, e pedagógicos que pode está atrapalhando a aprendizagem do indivíduo, isto é, o problema de aprendizagem torna-se se objeto de estudo. Scalzer & Silva (s/d, p.3) afirmam que é de incumbência do Psicopedagogo: […] possuir habilidades para diagnosticar e propor soluções assertivas às causas geradoras de conflitos entre o aluno e o professor, ter habilidades e competências para a escolha de ferramentas e técnicas que possibilitem a melhor aprendizagem com o melhor aproveitamento do tempo, promovendo ganhos de qualidade e melhorando a produtividade do aluno e do professor.

Fonte: http://zip.net/brtLcM

E, é nesse contexto que as atuações se assemelham, uma vez que em relação à intervenção do psicopedagogo, este tem como a prevenção em sua atuação, inclui orientar os responsáveis do aluno, auxiliar os professores e outros profissionais relacionados em questões pedagógicas, contribuindo com a aprendizagem do educando. Segundo Nascimento (2013) o psicopedagogo também tem capacidade de subsidiar informações sobre os problemas de aprendizagem que não se restringem à alguma deficiência do aluno, mas que de fato é decorre de falhas no próprio ambiente escolar. Infere-se que tal fato se estende ao ambiente familiar. Nisso, a autora ainda acrescenta para tal profissional que “seu papel é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervêm ou prejudicam uma boa aprendizagem em uma instituição. Propõe e auxilia no desenvolvimento, visando evitar processos que conduzam às dificuldades da construção do conhecimento” (idem).

No entanto, Jucá (2000) contrapõe tal ideia ressaltando que a atuação do psicopedagogo é focalizada em aspectos individuais no processo de ensino aprendizagem. Esta afirmação reverbera a posição do CFP (1999) quanto à psicopedagogia de que a mesma trabalha com o fracasso escolar e procura a causa deste no aluno, utilizando métodos e técnicas da psicologia e pedagogia de modo inadequado (formando uma nova teoria).

Fonte: http://zip.net/bstLyT

Além disso, o Conselho assegura que a psicopedagogia é apenas uma especialização, não devendo ser regulamentada como uma profissão, pois não há como obter base teórica, orientação de atuação e técnicas suficientes durante o pouco período de formação especialista comparando-a com a formação universitária. Desse modo, nos cabe observar que essa forte oposição da Classe de Psicólogos não se restringe à defesa de suas teorias e técnicas, mas também defendendo seu espaço no mercado de trabalho.

Portanto, a atuação do psicólogo educacional e do psicopedagogo, são de fundamental importância no processo de aprendizagem do educando, contribuindo significativamente com todos envolvidos, pois trabalham com parcerias, pois se dá o processo de se unir, construir, integrar, fazer relações, afim de contribuir para uma aprendizagem duradoura e eficaz, gerando uma bola qualidade de ensino. Porém, na realidade educacional brasileira é insustentável financeiramente mantê-los ao mesmo tempo numa única instituição. Ademais, perante o conteúdo exposto sobre a atuação do psicólogo educacional e do psicopedagogo, cabe um questionamento ao leitor (principalmente acadêmico e profissional de psicologia): estes profissionais executam a mesma função ou trabalham de modo diferente? Boa reflexão!

REFERÊNCIAS

ANDRADA, Edla Grisard Caldeira de. Focos de intervenção em psicologia escolar. Psicologia Escolar e Educacional, [s.l.], v. 9, n. 1, p.163-165, jun. 2005. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1413-85572005000100019

ANTUNES, M. A. M. Psicologia Escolar e Educacional: história, compromissos e perspectivas. Revista ABRAPEE, Campinas, v. 12, n. 2, Dez. 2008. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572008000200020&lng=en&nrm=iso>.Acesso em 10 de março de 2017.

BARBOSA, Deborah Rosária; SOUZA, Marilene Proença Rebello de. Psicologia Educacional ou Escolar? Eis a questão. Psicologia Escolar e Educacional, [s.l.], v. 16, n. 1, p.163-173, jun. 2012. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s1413-85572012000100018.

BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologiasuma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Referências técnicas para Atuação de Psicólogas(os) na Educação Básica. Brasília: CFP, 2013.

Conselho Federal de Psicologia (1999). A criação da profissão de Psicopedagogia é um equívoco! [Online]. Federal Net – Conselho Federal de Psicologia. <http://psicologia-online.org.br/federalnet.html>.

FACCI, Marilda Gonçalves Dias. A intervenção do psicólogo na formação de professores: contribuições da Psicologia Histórico-Cultural. In: MARINHO-ARAÚJO, Claisy Maria. Psicologia Escolar: novos cenários e contextos de pesquisa, formação e prática. Campinas, SP: Editora Alínea, 2009.

NASCIMENTO, F. D. O papel do psicopedagogo na Instituição Escolar. Psicologado. Disponível em: <psicologado.com/atuacao/psicologia-escolar/o-papel-do-psicopedagogo-na-instituicao-escolar>. Acesso em 09 mar. 2017.

REGINA MALUF, Maria; VILLA VALLE CRUCES, Alacir. Psicologia educacional na contemporaneidade. Bol. – Acad. Paul. Psicol., São Paulo,  v. 28, n. 1, p. 87-99, jun.  2008.   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415711X2008000100011&lng=pt&nrm=iso>. Acessos 12 mar.  2017.

SCALZER, Osana & SILVA, Fabiana Renata da. Sobre o olhar do psicopedagogo: a importância desse profissional no âmbito escolar. Disponível em: <http://facsaopaulo.edu.br/media/files/2/2_388.pdf>. Acesso em 09 mar. 2017.

 

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Madre Teresa de Calcutá: um sopro de esperança aos sem vida

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“O senhor não daria banho a um leproso nem por um milhão de dólares?
Eu também não. Só por amor se pode dar banho a um leproso.”

Um exemplo notável de caridade, devoção, voluntariedade e, principalmente, humanidade em toda a história se encontra em um ser humano do sexo feminino, chamada Gonxhe Agnes Bojaxhiu. Provavelmente poucos já ouviram esse nome, mas saberão imediatamente de quem se trata ao descobrirem que é a mesma Madre Teresa de Calcutá. Nascida em 26 de agosto de 1910, em uma família albanesa em Skopje, capital da atual república da Macedônia – que na época pertencia à Albânia [1], Gonxhe demonstra muito bem o amor à vida e a dignidade que todos merecem e deveriam receber.

Fonte: http://migre.me/wbL1x
Fonte: http://migre.me/wbL1x

Desde jovem, a Madre parecia conhecer a sua vocação missionária, ingressando na Congregação Mariana, em seguida (setembro de 1928), na Casa das Irmãs de Nossa Senhora do Loreto, em Dublin, na Irlanda. Essas irmãs possuíam um colégio em Darjeeling, na Índia, onde, em 1931, tomando o nome de Teresa, a Madre fez noviciado, os votos de obediência, pobreza e castidade, dando início a uma jornada de devoção e cuidado para com o próximo.

Essa jornada ganha força quando Teresa parte para Calcutá, também na Índia, para dar aula para as meninas ricas da cidade. Entretanto, ela abandona essa função e também o colégio das irmãs de Loreto em 1948 (depois de sua profissão perpétua, em 1937) para viver entre os pobres, cujos formavam a maior parte daquela cidade e causavam comoção na Madre.

Fonte: http://migre.me/wbL2Q
Fonte: http://migre.me/wbL2Q

Percebendo a situação em que muitas pessoas ali viviam (ou apenas sobreviviam), Madre Teresa passou a pedir ajuda nas ruas e a auxiliar quem necessitava. Não demorou muito para que ganhasse adeptas ao seu movimento, entre elas, algumas de suas antigas alunas. Em 1950, funda uma congregação de religiosas, que gera várias casas de religiosas por toda a Índia e depois no exterior. Seu trabalho se torna visível, recebendo uma casa, cedida pelo Papa João Paulo II, para recolher os pobres. A casa se chama “Dom de Maria” [2].

Seu trabalho ganha ainda mais reconhecimento em 1979, quando Madre Teresa recebe o prêmio Nobel da Paz, pelos serviços prestados à humanidade. Tendo sua missão completada, Madre Teresa de Calcutá morre aos 87 anos, de parada cardíaca, deixando a tarefa de humanizar e cuidar mais da vida para todos que tomam sua atitude como exemplo. Foi beatificada em outubro de 2003, pelo Papa João Paulo II e canonizada em 2016, pelo Papa Francisco [2].

Fonte: http://migre.me/wbL3X
Fonte: http://migre.me/wbL3X

Ícone do trabalho voluntário e do amor ao próximo, Madre Teresa de Calcutá ainda vive nas ações de quem busca promover o bem e a ajuda, se preocupando com quem está ao redor. Além do mais, é um exemplo de/para muitas mulheres, representando essa massa que luta diariamente por melhorias, por igualdade, por respeito e por dignidade.

Referências:

[1] Portal G1, 2016. Quem foi Madre Teresa de Calcutá. Disponível em: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/09/quem-foi-madre-teresa-de-calcuta.html>. Acesso em: 04 mar 2017.

[2] Portal Uol, 2017. Biografia de Madre Teresa de Calcutá. Disponível em: <https://pensador.uol.com.br/autor/madre_teresa_de_calcuta/biografia/>. Acesso em: 04 mar 2017.

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