O “novo normal”: da experiência à prática do ensino remoto nos últimos anos de formação

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A nova realidade de isolamento social, iniciada em 2020, somente intensificou em minha vida de forma exacerbada a rotina que eu já possuía antes da pandemia, de modo que quase não teve alterações, exceto pelas aulas na modalidade remota.

Apesar de ser pregada como mais flexível e vantajosa para o aprendizado, a realidade se mostrou totalmente destoante da teoria, a “simples” mudança no método de ensino se mostrou desastrosa.  Más conexões, poucos recursos tecnológicos foram os primeiros sinais da dificuldade que seria enfrentada. Posteriormente, a adaptação da rotina para aprender assistir aulas no seio familiar, sendo mãe, se tornou uma tarefa extremamente desafiadora. Por possuir TOC, uma necessidade de organização exacerbada, a “comodidade” do estudo domiciliar resultou no descontrole de toda a rotina de afazeres, tendo em vista o ambiente inadequado corroborado pelas intervenções familiares.

Essa nova realidade, esse “novo normal”, explicitou ainda mais alguns aspectos presentes no país, como a desigualdade social, por exemplo. Como COSTA (2020) expõe, há um despreparo do aluno para as habilidades socioeconômicas, além da inabilidade, a falta de recursos foi escancarada quando observado o equipamento de apoio de alguns ante os demais. No ensino remoto tudo favorece uma boa qualidade de internet, bons equipamentos sonoros, bom maquinário tecnológico, e nem todos o possuem.

Fonte: Figura 2 https://bitlybr.com/GySX

A crise global impactou a vida de todas as pessoas, forçando-as a saírem da zona de conforto no que tange o aprendizado, de modo que foram experimentadas várias reações, positivas e negativas com relação ao atual cenário pandêmico. Muitos tentaram ignorar os avisos e riscos de contaminação, tantos outros buscaram se proteger e se isolaram antes mesmo de serem decretados os lockdowns mundo à fora. Tal situação reforça os ensinos de BAUMAN quando diz que são as reações diante das crises que mudam o mundo, e não o contrário. Eu mesma tive muita dificuldade, como dito, em me adaptar o ensino remoto, não possuía estrutura.

Em virtude do contexto pandêmico, particularidades foram fortalecidas, obrigando-nos, como indivíduos, compostos por papéis sociais, a adquirir e melhorar a capacidade que temos de nos relacionarmos com o outro e superar desafios de maneira saudável e equilibrada, como autoconsciência, estoicismo e capacidade coletiva, além de instituições e de outros arcabouços grupais que estão à frente de novas adaptações, o desafio da normalidade.

Agregado a essas e muitas outras questões, foi possível distinguir dois caminhos a seguir: um deles passei a chamar de “caminho simples”, e outro seria o “caminho complexo”. No primeiro, tive que aprender me adaptar com o ensino à distância, buscando agir com proficiência, para caracterizar a minha realidade social com a de todos e derivar do conhecimento e da tecnologia disponível com a qual precisei lidar, resumidamente precisei tornar aquela situação em algo habitual. No segundo, o mais complexo, tive que ressignificar assim como muitos o meu saber fazer, meu saber querer e meu saber agir, em prol de um bem maior que visa garantir a preservação da vida de um modo geral.

Fonte: encurtador.com.br/ptDV2

Não posso deixar de enfatizar, que com a modalidade do ensino online/remoto perdi o limite do que é momento de descanso e o que é momento de trabalho, estou o tempo inteiro conectada, com o corpo estático, sentada à frente de uma tela, com fones de ouvido durante muitas horas o que ajudou a me sobrecarregar, tornando-me ainda mais ansiosa e com menos disposição do que com a agitação de antes.

Por outro lado, o que de fato tive que deixar de planejar durante esses quase dois anos de pandemia? Mais uma vez, àquela tão sonhada viagem de férias ficou ao léu, os encontros aos finais de semana com amigos e familiares no almoço de domingo ou datas festivas, os passeios, as compras, o convívio diário com pessoas diferentes, o tato, o abraço, o olhar daquelas (es) que não contactamos todos os dias foram ficando cada vez mais escassos, deixando em nós um vazio pela perda desses momentos e ao mesmo tempo um alívio por saber que havia um motivo de força maior por traz de todo esse mal que assola a humanidade.

No que concerne à minha formação acadêmica, às mudanças não foram bruscas, tendo em vista que antes mesmo de surgir esse vírus (Covid-19), eu já tinha uma vida isolada, num ritmo desacelerado e pacato. E, que, só precisei me adaptar à nova modalidade de ensino, me familiarizar com o processo, num ritmo totalmente diferente do normal por englobar não só os aspectos educacionais, familiares etc., o que não significa que não houve desgaste e frustrações ao longo desse período que se aliou a problemas advindos de outrora e até atuais, em que se tornou apenas a ponta do iceberg para desencadeamento de transtorno relacionado às incertezas do futuro.

Por fim, o último ano de curso posso afirmar que veio carregado de novas formas de conhecimento, novas formas de agir, novos processamentos, ensinando-nos a lidar com o novo, não se limitando apenas ao atendimento físico, mas também digital como o online (mesmo sabendo que já existia) se fortalecendo e mostrando cada vez mais a necessidade de um profissional de psicologia que busque garantir a saúde mental e o bem-estar dos indivíduos, independentemente do momento de crise.

REFERÊNCIAS

BLIKSTEIN, Paulo; CAMPOS, Fabio; FERNANDEZ, Cassia; MACEDO, Livia, COELHO, Raquel; CARNAÚBA, Fernando; e, HOCHGREB-HÄGELE, Tatiana. Como estudar em tempos de pandemia. Revista Época. Disponível em: < https://oglobo.globo.com/epoca/como-estudar-em-tempos-de-pandemia-24318249>. Publicado em 22/03/2020. Acesso em 15/08/2021.

MÜLLER, Cristiane Dreher. Impactos da pandemia de Covid-19 na educação brasileira. Escritório Dreher. Disponível em: < https://escritoriodreher.com.br/impactos-da-pandemia-de-covid-19-na-educacao-brasileira/>. Acesso em 15/08/2021.

PRADO, Adriana. Sociólogo polonês cria tese para justificar atual paranoia contra a violência e a instabilidade dos relacionamentos amorosos. Revista Istoé. Disponível em: < https://istoe.com.br/102755_VIVEMOS+TEMPOS+LIQUIDOS+NADA+E+PARA+DURAR+/>. Acesso em 15/08/2021.

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Lapa recebe festival de Rap

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Festival Lapa é Rap chega à sua 16ª edição com diversas apresentações, batalha de MC’s e intervenções poéticas no Palco Lapa 145

Quem curte rap e as tradicionais batalhas de MC’s já tem o seu ponto de encontro no Rio de Janeiro. O Palco Lapa 145 recebe o Festival Lapa é Rap na sexta, dia 8 de novembro, a partir das 22h. O evento, idealizado pelo músico e agitador cultural Kobá Xilon, reúne o melhor da nova cena do Rap em encontros imperdíveis e novidades sempre na segunda sexta de cada mês.

A sua 16ª edição vai contar com batalha de MC’s, intervenções poéticas e apresentações de Catu Oliveira, Pico Z.O, Nati Campos, Roots Gang, Falcão Records e DJ Karma. A entrada custa R$ 5,00.

Criado pela cantora Rosângela Si, o Palco Lapa 145 abre as portas com o intuito de ser uma casa dos artistas e seus movimentos. Com uma programação eclética, o casarão do final do século XIX está totalmente antenado com o nosso tempo, abraçando a diversidade e as manifestações artísticas em estado puro com festivais, shows, exposições, saraus, gastronomia, rodas de samba, rap e hip-hop e oficinas de dança e iniciação musical.

– Somos a casa da diversidade e da cultura, sempre aberta a todos que queiram mostrar o seu talento e, é claro, para quem está ávido a curtir e descobrir a cena carioca das artes muito além do mainstream – ressalta a fundadora.

Mais informações pelo telefone (21) 98231-0108 ou pelo site. 

Serviço: 

Festival Lapa é Rap – 16ª edição

Data: 8 de novembro, sexta-feira

Início do Show: 22h

Entrada: R$ 5,00

Local: Palco Lapa 145

Endereço: Rua da Lapa, 145, Centro.

Mais informações.

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GRITA recebe oficina de improvisação

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A oficina foi ministrada pela Prof. Dra Renata Ferreira da Silva da UFT

Aconteceu nessa sexta-feira, dia 20 de outubro de 2017, uma oficina de improvisação no Ceulp/Ulbra, foi ministrada pela atriz e professora doutora do curso de Teatro da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Renata Ferreira da Silva, através de um convite da professora doutora do curso de Psicologia do Ceulp, Ana Beatriz Dupré.

Com foco no desenvolvimento artístico dos atuais coordenadores do Grupo de Intervenção Terapêutica e Artística (Grita), a oficina foi aberta apenas a alguns acadêmicos de psicologia além dos supracitados, como aos estagiários do Núcleo Alteridade, antigos e novos monitores da disciplina Intervenção em Grupos e também aos ex-coordenadores do Grita.

Cena: A primeira consulta – Grupo 1. Foto: Renata Ferreira.

Divididos em trios ou duplas, os participantes entraram em cena por meio do improviso. Dentre os temas teatrais trabalhados pode-se citar as unidades de ação e seis tipos de dínamo-ritmos, sendo eles: toque, toque ressonância, global, vibração, pontuação e “foguinho”.

Para Renata Ferreira a ideia de propiciar esse contato com a improvisação perpassa a utilização desta como ferramenta terapêutica pelos acadêmicos, pois também os fornece uma amostra do ramo teatral para os que tiverem interesse na área.

Cena: A primeira consulta – Grupo 2. Foto: Renata Ferreira.

Rafaela Martins, uma das monitoras vigentes da disciplina Intervenção em Grupos, afirmou que “O curso me proporcionou uma nova perspectiva quanto à expressão corporal, pois durante nosso cotidiano e formação acadêmica vamos evidenciando mais a fala e, aos poucos, esquecemos o quanto o corpo também é relevante como uma forma de linguagem. Assim, acredito que agora irei me atentar mais a esse aspecto do indivíduo tanto no meu dia-a-dia quanto na minha atuação profissional”.

Mais sobre Renata Ferreira

Fonte: https://goo.gl/nUCgUv

Professora do Curso de Teatro da Universidade Federal de Tocantins – UFT. Atriz – educadora graduada em Educação Artística com Licenciatura em Artes Cênicas pela Universidade do Estado de Santa Catarina. Doutora e Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGE /UFSC) focalizando estudos de fronteira entre Pedagogia do teatro e Filosofia da Diferença Linha de pesquisa: Educação e Comunicação (ECO/UFSC). Participa do grupo de pesquisa Calibã – dedicado a filosofia de Spinoza e Transver como líder – dedicado aos estudos de fronteira entre arte, educação e comunicação. Têm artigos e capítulos publicados bem como orientado trabalhos sobre questões referentes à Pesquisa baseada em Artes. As pesquisas atuais voltam-se para os estudos entre filosofia da diferença, corpo e educação a partir de biografemas.

 Contato:

renataferreira@uft.edu.br

ferreirare@hotmail.com

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