Zilda Arns Neumann: um farol de esperança na promoção de saúde e amor ao próximo

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Fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Dra. Zilda Arns Neumann construiu um legado que serve de inspiração mundialmente. 

Dra. Zilda Arns Neumann nasceu em Forquilhinha (SC) no ano de 1934, e residiu em Curitiba (PR). Ela dedicou-se à medicina com um foco voltado para a saúde pública. Atuou como médica pediatra no Hospital de Crianças Cezar Pernetta, em Curitiba e, posteriormente, assumiu o cargo de diretora de Saúde Materno-Infantil na Secretaria de Saúde do Estado do Paraná. Sua prática clínica foi enriquecida por estudos em Saúde Pública na Universidade de São Paulo (USP) e em Administração de Programas de Saúde Materno-Infantil pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS).

De acordo com a biografia, disponibilizada pela Pastoral da Criança, em 1980, por conta de sua extensa experiência na área, coordenou a campanha de vacinação Sabin contra a poliomielite, que teve início em União da Vitória (PR). A Dra. Zilda desenvolveu um método para a campanha que, posteriormente, foi adotado pelo Ministério da Saúde, contribuindo significativamente para combater a primeira epidemia da doença no país.

Após receber um pedido da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 1983, a Dra. Zilda Arns em colaboração com Dom Geraldo Majela Agnello, Cardeal Arcebispo Primaz de São Salvador (BA), fundou a Pastoral da Criança. Essa iniciativa marcou o início do desenvolvimento de uma estrutura comunitária voltada para a multiplicação do conhecimento e da solidariedade entre as famílias mais vulneráveis. 

Baseado e inspirado em relato bíblico do milagre, a respeito da multiplicação dos dois peixes e cinco pães, que saciaram uma multidão de cinco mil pessoas, conforme registrado no Evangelho de São João (Jo 6, 1-15), a Pastoral da Criança buscou promover o bem-estar das comunidades carentes.

A Pastoral da Criança se concentrou na educação das mães através de líderes comunitários capacitados, uma estratégia com o objetivo combater a grande parte das doenças facilmente preveníveis enfrentadas pelas crianças nessas comunidades. O foco na capacitação comunitária e na disseminação de informações sobre saúde e cuidados infantis, foi fundamental para melhorar a qualidade de vida das famílias atendidas pela Pastoral da Criança.

Após três décadas de atuação, a Pastoral da Criança expandiu significativamente seu alcance, atualmente acompanhando mais de 1 milhão de crianças menores de seis anos, 60 mil gestantes e 860 mil famílias em situação de vulnerabilidade, distribuídas em 3.665 municípios brasileiros. 

Com uma rede composta por mais de 175 mil voluntários dedicados, a Pastoral da Criança é capaz de levar esperança e assistência às comunidades mais necessitadas. Esses voluntários desempenham um papel crucial ao compartilhar conhecimentos sobre saúde, nutrição, educação e cidadania, promovendo assim o bem-estar e o desenvolvimento integral dessas pessoas atendidas.

Em paralelo a essa atuação, em 2004, Dra. Zilda Arns Neumann foi designada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de uma nova missão, na qual ela deveria estabelecer, organizar e liderar a Pastoral da Pessoa Idosa. Desde então, mais de 163 mil idosos têm sido beneficiados mensalmente com acompanhamento e assistência prestados por cerca de 19 mil voluntários. 

Essa iniciativa teve como objetivo proporcionar apoio e qualidade de vida aos idosos, destacando-se como uma ampliação do compromisso humanitário e da visão de Dra. Zilda Arns em promover a solidariedade e o cuidado para com os mais vulneráveis em nossa sociedade.

Fonte: Acervo da Pastoral da Criança

O legado e o reconhecimento mundialmente

A Dra. Zilda Arns Neumann foi reconhecida com o título de Cidadã Honorária por 11 estados e 37 municípios brasileiros, além de receber 19 prêmios, tanto nacionais quanto internacionais. A Dra. também foi homenageada por dezenas de governos, empresas, universidades e outras instituições em reconhecimento ao seu trabalho exemplar na Pastoral da Criança.

Ela dedicou sua vida à defesa dos direitos das crianças, gestantes e idosos, buscando contribuir para a construção de uma sociedade mais justa, fraterna e atenta às necessidades das famílias em situações de vulnerabilidade. Seu compromisso estendeu-se além da saúde física, incluindo também a promoção da paz e a busca pelo lado mais positivo da vida e, como ela mesma disse: 

“A Pastoral da Criança, desde o início, teve a preocupação não só de reduzir a mortalidade infantil e a desnutrição, mas também de promover a paz nas famílias e comunidades, pelas atitudes de solidariedade e a partilha do saber a todas as famílias”.

Em seu trabalho, Dra. Zilda Arns sempre valorizou a junção do conhecimento científico com a sabedoria e cultura populares. Ela capacitou mulheres de comunidades carentes e líderes locais, reconhecendo o papel fundamental das mulheres e “empoderando-as” para assumirem um papel na transformação social. Seu legado inclui a disseminação de conhecimento e orientações sobre saúde e cuidados familiares. E, ainda contribuiu com a seguinte fala: 

“Há muito o que se fazer, porque a desigualdade social é grande. Os esforços que estão sendo feitos precisam ser valorizados para que gerem outros ainda maiores”.

A Dra. desempenhou um papel fundamental de forma interprofissional, abrangendo as áreas de saúde, educação, nutrição e cidadania, com foco desde o período gestacional até os primeiros anos de vida das crianças. Seu trabalho também incluiu medidas para combater a violência no ambiente familiar. Isso com o intuito não apenas abordar questões de saúde física, mas também promover o bem-estar e o desenvolvimento de forma geral das crianças desde os estágios iniciais de suas vidas.

                                                   Fonte: Acervo da Pastoral da Criança

O fim de uma trajetória admirável

Após anos contribuindo na vida de milhares de pessoas, a Dra. Nilza morreu tragicamente no dia 12 de janeiro de 2010, durante o terremoto catastrófico que ocorreu no Haiti. Antes de sua morte, no mesmo dia, ela fez um discurso enfatizando a importância de salvar vidas. Sua atuação sempre refletiu nos seus princípios fundamentais, onde ela citou no dia de sua morte:  

“Congregar mais pessoas para se unirem na busca de vida em abundância para crianças e gestantes pobres.”

É notório a importância dessa figura em nossa sociedade brasileira e mundialmente, na qual é reconhecida por seu trabalho humanitário admirável, na qual fundou uma organização com o intuito de melhorar as condições de saúde e nutrição de crianças e mães de comunidades carentes no Brasil e, posteriormente, no mundo. 

Não há dúvidas de que foi deixado um legado importante na área da saúde pública, com enfoque na atenção à infância e na garantia dos direitos das crianças de nossa sociedade. Ao decorrer de sua trajetória, Dra. Zilda nos mostrou o seu compromisso com a promoção da vida e a sua luta incessante pela justiça social, principalmente em prol dos mais vulneráveis.  

 

Referências:

Pastoral da Criança. Dra. Zilda Arns: uma vida de solidariedade e doação. 2024. Disponível em: Pastoral da Criança – Dra. Zilda Arns: uma vida de solidariedade e doação (pastoraldacrianca.org.br);

Pastoral da Criança. Vida de Dra. Zilda Arns Neumann. 2021. Disponível em: Pastoral da Criança – Vida de Dra. Zilda Arns Neumann (pastoraldacrianca.org.br);

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O legado de Jobs na atuação de Tim Cook

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O empresário que mesmo diante da responsabilidade herdada, não deixou de pensar em si mesmo e nos outros. 

Certamente já vimos muitas pessoas manuseando smartphones, tablets, notebooks e computadores com um símbolo da maçã. A empresa americana Apple é uma das mais bem sucedidas do mundo em quesito de tecnologia e dispositivos da atualidade. Fundada pelo notório Steve Jobs ( 1955-2011), a empresa é atualmente comandada por Tim Cook. Como atual CEO da empresa, Cook teve e tem a missão de continuar o legado notório deixado por Jobs, honrando o objetivo da empresa: revolucionar o mercado tecnológico e de publicações digitais. 

Nascido em 1960 em Mobile, nos Estados Unidos, formou-se em Engenharia de Produção Industrial pela Universidade de Auburn no início da década de 80 e durante 12 anos trabalhou na IBM (International Business Machines Corporation). Neste período atuou como vice-presidente sênior nas operações de internet. 

Após finalizar seu ciclo de trabalho na IBM, Cook foi diretor de operações da Intelligent Electronics. No final dos anos 90, o próprio Steve Jobs pediu que Tim integrasse o time da Apple e se tornasse o braço direito dele. Neste tempo, se tornou um homem de negócios da empresa e auxiliou na reconstrução do grupo ao lado de Jobs.

Durante algumas vezes substitui Jobs nas funções de CEO, a última quando este precisou se ausentar para tratar da doença terminal. No final de 2011 Steve Jobs faleceu e Tim assumiu como CEO oficialmente e em 2014 esteve nos noticiários quando declarou abertamente ser homossexual. 

De acordo com a Fortune 500, o empresário gosta de fazer caminhadas ao ar livre, ciclismo e ir à academia. Muito discreto quanto a sua vida, ele é conhecido por ser solitário e sua vida pessoal é pouco conhecida. Quanto a sua orientação sexual, declarou que é muito feliz em ser homossexual e que na empresa, todos sabem, mas procura focar nos produtos e clientes da empresa, Tim é o primeiro CEO ser abertamente gay.

Tim passou a ser uma referência fundamental à frente da Apple. Em seus primeiros anos como CEO, lançou vários produtos e promoveu upgrade nos já comercializados. Um exemplo são os queridinhos iPhones. Esse aparelho se tornaram funcionais e facilitadores do cotidiano das pessoas, com vários aplicativos voltados à aprendizagem, segurança e saúde. A ideia de fazer com que todos os aparelhos se conectassem a partir de um mecanismo em comum foi um diferencial, aumentando as vendas e tornando a empresa uma das mais valiosas no mundo. Além disso, esse diferencial da comunicação entre os aparelhos Apple também contempla um aspecto funcional socialmente relevante: a exclusividade, uma vez que a conexão se dá somente entre dispositivos da empresa. 

Tim Cook é um dos CEOs mais bem sucedidos do mundo
Fonte: encr.pw/buHjV

A tecnologia vem a cada ano tornando-se um facilitador de informações com praticidade e custo benefício. As antigas máquinas, que eram do tamanho de uma mesa, foram diminuindo a sua proporção e hoje cabe na palma da mão. Com a inovação das IA (Inteligência Artificial) fica mais fácil checar notícias, analisar tendências, conhecer pessoas e comprar coisas, ao passo que estes aparelhos são de fácil liquidez e a cada ano que passa uma nova atualização é lançada. 

A fluidez nas informações podem tornar os usuários vítimas de fake news e promover impactos negativos à saúde mental. Em uma entrevista para a Bustle,  Tim Cook declarou: “Sempre achei que a tecnologia deveria servir a humanidade e não o contrário. E sempre me preocupei com o fato de as pessoas usarem demais a tecnologia. E assim, lançamos o Screen Time para tentar dar às pessoas uma leitura real da quantidade de tempo que realmente gastam em seus dispositivos porque, geralmente, é muito mais do que dizem” (FATHI, 2021). 

De acordo com Picon et al. (2015) a liquidez pode tornar os usuários das tecnologias e aplicativos dependentes dela, um exemplo é que torna tudo tão mais fácil que as pessoas não necessitam mais tanto do outro para poder resolver problemas diários. A facilidade e o rápido acesso a informação pode gerar vícios em passar cada vez mais tempo na frente das telas em busca de algo novo, como uma roupa, uma nova compra e também uma notícia quente das celebridades. 

Tim começou a preocupar-se que as pessoas estariam passando tempo demais nas redes e com isso pudessem ser afetadas na saúde mental, na qual também declarou que “A saúde mental é uma crise”. Cook utilizou o próprio exemplo como CEO da Apple em que utiliza a meditação como forma de combater o estresse diário enfrentado no trabalho (FATHI, 2021).

Fathi (2021), informa que Tim planejou que os seus dispositivos da Apple fossem utilizados para criatividade e não para “rolagens sem fim e sem sentido”, mencionando discretamente o uso excessivo das mídias sociais. Esta forma de explorar a criatividade fez com que a Apple desenvolvesse aplicativos para verificar o tempo que o usuário permanece conectado e quanto tempo gasta em cada aplicativo. Apps como Saúde, Apple Books, Casa, e o recém- chegado Freeform no iOS 16, permite o usuário criar seus projetos de forma livre e compartilhar com outras pessoas.  

Cook na IAPP GLOBAL PRIVACY SUMMIT 2022
Fonte: l1nq.com/cy3xT

Cardoso (2022) informou no seu artigo que Cook explicou ainda que para manter o legado de inovação e criatividade deixados ainda pelo antigo CEO, alegou que o diálogo e a boa interação entre as equipes de trabalho possam permitir que surjam idéias “realmente inacreditáveis” e que não seguem nenhum caminho singular, elas partem de qualquer canto da empresa. 

Outro quesito bastante defendido por Tim é a privacidade do usuário. Os dispositivos da Apple são valorizados pela segurança que oferecem, uma vez que o acesso por terceiros é cheio de obstáculos. O próprio sistema Apple se encarrega de vasculhar a web e não necessita que sejam instalados aplicativos de antivírus, por exemplo. 

Mas a privacidade vai além disso, Tim declarou que ela é “direito humano fundamental” e que o objetivo da empresa é fazer com os que os usuários se tornem os seus próprios comandantes, deixando que eles decidam quem deve ou não ver os seus dados, mantê-los ou vendê-los. Esta é uma forma de oferecer mais segurança e autonomia, e que esta deve ser uma responsabilidade do próprio usuário e não de uma empresa (CARDOSO, 2022).

Em 2021, no aniversário de 10 anos da morte de Steve Jobs, Tim Cook voltou a declarar sobre o legado do seu mentor e comentou que foi fundamental que ele tenha sido um visionário em pensar em evoluir a tecnologia. Em uma carta publicada, Tim revelou que sente saudade e que lembra dele todos os dias que o admirava não só pelo profissionalismo, mas como um ser humano. Contou ainda que se sente muito realizado por todos os dias trabalhar em dispositivos que conectam pessoas. 

Steve Jobs e Tim Cook
Fonte: l1nq.com/ULVI9

Cook revelou que Jobs gostaria dos produtos que encontraria na empresa, com provavelmente dois apontamentos, amaria muitas coisas e com certeza poderiam melhorar ainda mais. Disse que eles nunca estão satisfeitos, trabalham sempre pensando no amanhã, e que o legado deixado pelo ex-CEO possui grande influência nas tomadas de decisões e na forma como as equipes desenvolvem produtos novos. 

Por fim, vemos na história de Tim, que o aprendizado é constante, mesmo que o legado deixado por Jobs seja ainda muito valioso, o mundo se renova a cada dia e este deve ser o pontapé para a criatividade e surgimento de ideias inovadoras, que podem transformar e tornar a experiência do usuário única e especial a cada dia. Tim Cook é sem dúvida um homem de muito sucesso, que soube levar adiante o que aprendeu, investindo em inovação. Sem dúvidas os resultados podem ser vistos na grande valia da Apple no mercado.

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