Livro inédito de Jules Verne é lançado no Brasil pela Editora Aleph

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Fora dos Eixos traz uma história que reflete sobre mudanças climáticas, territorialismo e limites éticos da ciência

Considerado o pai da ficção científica, Jules Verne é certamente um nome que marca a literatura mundial. O escritor francês, que viveu no século XIX, “previu” alguns avanços tecnológicos e outros acontecimentos que marcariam a história da humanidade, como a chegada do homem à lua. Em Fora dos eixos, livro que acaba de ser publicado pela primeira vez no Brasil pela Editora Aleph, Verne combina crítica social, ficção científica e uma fina ironia para abordar temas como a ambição humana, o imperialismo e a confiança cega no progresso técnico. A história gira em torno da fictícia North Polar Practical Association, uma sociedade americana que planeja mover o eixo da Terra. 

Ao longo da narrativa, Verne ironiza a megalomania dos Estados Unidos e dos países europeus que disputam a posse de uma região inóspita como se estivessem em um leilão. O autor satiriza tanto a fé exagerada na ciência quanto os delírios de grandeza que moldaram o século XIX e que, de certa forma, continuam ecoando no século XXI.

Além do enredo provocativo, Fora dos Eixos encanta pela atualidade. Em tempos de debates sobre mudanças climáticas, territorialismo e limites éticos da ciência, o livro convida o leitor a refletir: até onde estamos dispostos a ir em nome da inovação? E quais são as consequências de brincarmos com as engrenagens do planeta?

Com pouco mais de 220 páginas, esta edição especial conta ainda com mais de 30 ilustrações originais assinadas pelo artista francês George Roux e integra um box comemorativo de clássicos do autor.

Capa do Box Jules Verne
Foto: Divulgação

As obras de Jules Verne atravessa gerações e cruza realidade com ficção em diferentes tempos. Neil Armstrong, comandante da Apollo 11, o primeiro homem a chegar à lua, citou o autor ao relembrar da ficção criada por ele. Outras “coincidências” marcam as obras dele, como o valor gasto na missão Apollo 8, que custou mais de 14 bilhões, algo bem próximo dos 12 bilhões de dólares previstos por Verne, entre outros acontecimentos.

O box, que já está disponível na Amazon por R$ 114,37, vem com outras obras em capa dura do autor, como Da Terra à Lua e Ao Redor da Lua, além de brindes exclusivos. Todas traduzidas diretamente do francês por Sofia Soter, mantendo o estilo irreverente do escritor.

Sobre o autor:  Jules Verne nasceu em Nantes, na França, em 1828. Foi para Paris para estudar Direito, mesma profissão do pai, e lá se apaixonou por literatura e teatro. Em 1862, Verne teve o primeiro livro publicado, Cinco semanas em um balão, que rapidamente virou um best-seller. Depois do acontecimento, o francês passou a dedicar-se apenas a literatura e escreveu mais de sessenta livros ao longo de quarenta anos. Entre suas obras mais conhecidas estão Viagem ao centro da Terra (1863), Da Terra à Lua (1865), Vinte mil léguas submarinas (1870) e Volta ao mundo em 80 dias (1873).

O escritor francês Jules Verne
Foto: Félix Nadar/Divulgação

Sobre a Editora Aleph: Completando 40 anos no mercado, a Aleph é uma das poucas editoras brasileiras com foco em cultura pop e ficção científica – seja clássica ou contemporânea. Com sua abordagem inovadora, tornou-se referência nacional e uma das responsáveis pelo retorno do gênero às livrarias e ao grande público. Entre os principais nomes de seu catálogo estão autores clássicos como Isaac Asimov, Arthur C. Clarke, William Gibson, Ursula K. Le Guin e Philip K. Dick, além de contemporâneos como John Scalzi, Brandon Sanderson e Ann Leckie.

Saiba mais em www.editoraaleph.com.br

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Discussões filosóficas entre pacientes da ala psiquiátrica

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Livro do médico e escritor A. A. A. Fernandes explora os limites da lucidez e desafia o pensamento binário em uma ficção inspirada em grandes nomes da filosofia

Os marginalizados pelo sistema são os protagonistas de Errantes do Pensamento – O Segredo de Poggio: Uma rapsódia filosófica. Os loucos, intelectuais incompreendidos, criativos e místicos tornam a obra do escritor A. A. A. Fernandes uma ficção que desafia a lógica binária do pensamento. Libertos das amarras de uma sociedade que tenta a todo custo padronizar seus integrantes, os personagens desconstroem certezas, celebram o delírio e ressaltam o poder do inconformismo no mundo.

No enredo, o neurocirurgião Urbano enfrenta uma crise existencial e é internado na ala psiquiátrica de um hospital. Após se tornar paciente, imerge em uma jornada introspectiva em busca de novos sentidos para a vida e de ressignificar conceitos pré-estabelecidos. Esse percurso filosófico se expande mais quando entra em contato com Poggio, um jovem internado na instituição com histórico espetacular e cujas experiências estão intimamente conectadas às leituras.

Além dos dois, outras figuras colaboram para a formação de um mosaico sobre a psique humana. Amigos de longa data de Urbano, J. e Asmin contrapõem a perspectiva de uma realidade racionalizada: o primeiro é um intelectual junguiano apaixonado pela união da ciência com a análise simbólica, já o segundo é um inteligente artista que se recusa a seguir o conhecimento acadêmico.

Mas, olha, esse mundo é muito divertido mesmo, nossa! não sabemos nada, ou melhor, não percebemos as coisas, tudo está aí, dado, e nós ficamos a nos entreter com nós mesmos, por vezes com a cabeça enfiada em algum texto fatual, alguma notícia fátua, algum dispositivo a nos despertar, a nos fugir a atenção, e perdemos, perdemos a chance… (Errantes do Pensamento – O Segredo de Poggio: Uma rapsódia filosófica, p. 235)

Compromissado com as temáticas da obra, o autor transmite as ideias também na estrutura da narrativa. Com narradores múltiplos, “não confiáveis” e instáveis, a obra alterna em diferentes pontos de vista entre os personagens e recorre a vozes oníricas. Ainda transita entre muitos gêneros, da carta ao poema, do romance ao ensaio, do relato clínico aos fragmentos textuais, com objetivo de retratar um fluxo de pensamento sem linearidade e um tempo não cronológico.

Ao atravessar filósofos como Gadamer, Lucrécio, Epicuro, Montaigne, Aristóteles, Nietzsche e Schelling, além de artistas como Fernanda Montenegro, Fernando Pessoa e Raul Seixas, A. A. A. Fernandes concebe um mundo onde é impossível desvincular a filosofia e a arte da essência da vida. Por meio de personagens múltiplos e reflexões profundas, ele transforma uma ala hospitalar em um protótipo de uma existência possível vinculada à ética e à sensibilidade.

FICHA TÉCNICA

Título: Errantes do Pensamento – O Segredo de Poggio
Subtítulo: Uma rapsódia filosófica
Autor: A. A. A. Fernandes
ISBN: 978-6554285988
Páginas: 534
Preço: R$ 130,59 (físico) | R$ 19,90 (e-book)
Onde comprar: Amazon

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Uma aventura para pequenos pacientes

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Com uma história de conforto e esperança, Fabiana Coimbra acolhe, em novo livro, crianças que enfrentam desafios de saúde e passam por procedimentos cirúrgicos

Os primeiros anos de vida de Maria Júlia, filha da publicitária e escritora Fabiana Coimbra, foram marcados pelo diagnóstico de uma cardiopatia congênita, um longo período de internação e duas cirurgias. O desejo de tornar o processo menos confuso e doloroso levou a mãe a escrever uma história que acolhesse não apenas a menina, mas outras crianças e seus familiares. Assim surgiu o livro Maju: As aventuras de uma Coração Valente.

Na obra, a pequena personagem nasceu com um machucadinho no coração e logo cedo começou um tratamento especial para crescer forte e viajar até a Terra da Cura, onde o Dr. Giratene, o “consertador de corações”, pode ajudá-la. Nesse lugar encantado, a menina faz novos amigos e vive muitos desafios, auxiliada pelos “enferpinguins” e outros médicos, como a Dra. Claufox.

Repleta de magia e elementos fantásticos, como o escudo que protege as crianças de diferentes tipos de vírus e médicos com características de animais, a jornada de Maju traz um retrato otimista para o enfrentamento da cardiopatia e outras doenças da infância. A história mostra a possibilidade de uma vida saudável, cheia de brincadeiras, amizades e carinho da família. Além de ajudar a lidar com o processo cirúrgico, o livro também reforça a importância do uso de medicamentos e busca aumentar a autoestima em relação às cicatrizes.

Fonte: https://l1nq.com/eiazb

A leitura é indicada não só ao pequeno leitor, mas aos pais e profissionais de saúde que acompanham pacientes nesse perfil. As ilustrações reforçam o caráter lúdico e encorajador da obra, ao incluírem elementos e termos do ambiente hospitalar dentro do contexto mágico da Terra da Cura, permitindo ressignificar um período de angústia.

Fabiana Coimbra já havia falado sobre a experiência de ser mãe de uma criança cardiopata no livro Mulheres Marcadas, em que explora a solidão e os conflitos das genitoras com filhos em unidades de tratamento intensivo. Com Maju: As aventuras de uma Coração Valente, a escritora expande a discussão e dá voz às crianças que vivenciam doenças congênitas, na busca por transformar um momento de medo e tensão em uma prova de coragem e amor pela vida. “Sonhar faz parte do processo de cura. Viva, sonhe e fantasie sempre!”, comenta ela.

FICHA TÉCNICA

Título: Maju: As aventuras de uma Coração Valente
Autora: Fabiana Coimbra
Editora: Flor de Maju
ISBN: 9786598439606
Formato: 25,5 x 24,5 cm
Páginas: 44
Preço: R$ 59,90
Onde comprar: Amazon

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Dia Internacional do Livro Infantil: sua importância e dicas de leituras

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O professor Odair Marques da Silva, diretor de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão da Universidade Zumbi dos Palmares, fala sobre a relevância da data e sugere leituras para diferentes fases da infância.

O Dia Internacional do Livro Infantil, celebrado em 2 de abril, é um momento especial para refletir sobre o papel da leitura no desenvolvimento das crianças. Desde os primeiros anos de vida, o contato com os livros é essencial para o crescimento cognitivo, emocional e cultural. A leitura pode começar ainda na barriga da mãe, quando a voz dos pais, ao contar histórias, fortalece laços afetivos e estimula a sensibilidade do bebê.

Nos primeiros meses, livros com texturas e cores vibrantes despertam a curiosidade e os sentidos do nenê. Conforme a criança cresce e começa a falar, a leitura se torna uma ferramenta poderosa para ampliar seu vocabulário e sua compreensão do mundo. Dos 3 aos 5 anos, a ludicidade entra em cena: brincadeiras, jogos e histórias ilustradas incentivam a imaginação e a criatividade.

“Quando os pais demonstram amor pela leitura, transmitem um exemplo valioso, que contribui para o equilíbrio físico e psicológico da criança. Além disso, o contato com um repertório cultural diversificado, incluindo músicas e poesias, enriquece sua visão de mundo e incentiva o amor pela diversidade”, afirma o professor Odair Marques da Silva, fundador da Editora Eiros, especializada na publicação de obras infantis e educacionais afro-centradas.

Celebrar o Dia Internacional do Livro Infantil é valorizar a infância — uma fase mágica em que cada história contada é uma semente plantada para um futuro repleto de conhecimento, empatia e respeito à diversidade. Para estimular o hábito da leitura dentro das casas e nas escolas, Odair Marques da Silva selecionou quatro títulos indispensáveis para crianças de diferentes idades.

“A História de Zuri” – Simão de Miranda (Editora Eiros)

Indicado para crianças de 6 a 14 anos

Uma leitura essencial para famílias e educadores que desejam abordar consciência negra, antirracismo e dignidade humana de forma sensível e inspiradora. A protagonista, Zuri, aprende desde pequena a se posicionar contra o racismo e descobre no conhecimento uma poderosa ferramenta para combater injustiças. Com reflexões profundas e um desfecho emocionante, a obra é uma excelente escolha para estimular o senso de justiça e empatia nas crianças.

“Sinto o que Sinto: Um Passeio pelos Sentimentos” – Lázaro Ramos, em parceria com o Mundo Bita (Editora Sextante)

Indicado para crianças a partir de 3 anos

Acompanhe Dan, um menino que, ao longo de um dia, experimenta diversas emoções como raiva, alegria, orgulho e tristeza. A narrativa ensina as crianças a reconhecer e aceitar seus sentimentos, mostrando que todas as emoções são naturais e fazem parte da vida. Com ilustrações vibrantes e linguagem acessível, a obra é uma excelente ferramenta para pais e educadores trabalharem a inteligência emocional desde cedo.

“África: Um Passeio pelo Antigo Continente” – Odair Marques da Silva (Editora Eiros)

Indicado para crianças de 4 a 10 anos

Um convite para crianças e adultos embarcarem em uma jornada pelo continente africano, conhecendo sua riqueza cultural, histórica e geográfica. Com uma abordagem leve e interativa, o livro apresenta os 54 países africanos, destacando sua importância na formação da identidade brasileira e mundial. Uma leitura enriquecedora para ampliar o olhar sobre a diversidade africana e valorizar a ancestralidade na construção das sociedades.

“O Pequeno Príncipe Preto” – Rodrigo França (Editora Nova Fronteira)

Indicado para crianças a partir de 6 anos

Inspirado no clássico O Pequeno Príncipe, este livro traz a história de um príncipe negro que vive em um pequeno planeta com sua árvore Baobá. Em suas viagens por diferentes mundos, ele compartilha mensagens de amor e empatia, destacando a importância da identidade, ancestralidade e representatividade. Originalmente uma peça teatral, a obra foi adaptada para o universo infantil, proporcionando reflexões valiosas sobre autoestima e pertencimento.

Incentivar a leitura na infância é abrir portas para um mundo de descobertas, diversidade e aprendizado. Que este Dia Internacional do Livro Infantil seja celebrado com muitas histórias e novas possibilidades!

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Um olhar crítico acerca da não inclusão de um indivíduo com dislexia

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Eu não sou discriminada porque eu sou diferente, eu me torno diferente através da discriminação – Grada Kilomba

Esta obra prima do cinema de Bollywood, a maior indústria de cinema indiana, nos traz à tona um assunto que deve ser insistentemente debatido, que é a efetividade do aprendizado e seus modelos arcaicos e a intolerância dos pais em relação às dificuldades de aprendizagem dos filhos. Podemos, através do filme, sentir e chorar junto à realidade que nos é mostrada com tanta primazia, o quão excludente estas práticas podem se tornar.

Com grande frequência as crianças que se apresentam com dislexia são denominadas de “Ineptos, tolos, lesos”.  Os rótulos são diversos: “Isso é só preguiça, vive com a cabeça nas nuvens, isso é pirraça não faz porque não quer”. Isso gera na criança um grande desestímulo e uma grande vontade de desistir de tudo.

E é sobre esta exclusão e a solidão que recai sobre o sujeito, que vamos tratar neste presente texto, é sobre este processo em que o indivíduo vai se afastando do mundo e das pessoas e fazendo rupturas com as mesmas e consigo mesmo, trazendo grandes prejuízos para a autoestima e de socialização. Junto a estes sentimentos, são característicos também a ansiedade e o medo, que são reações  fisiológicas que acompanham os indivíduos frente a situações adversas, situações as quais eles não sabem compreender, e consequentemente eles se isolam. O pior é que estes sentimentos podem acompanhar os indivíduos ao longo de suas vidas, trazendo enormes sequelas tanto em sua vida pessoal quanto social.

No caso do jovem Ishaan (Darsheel Safary), protagonista do filme, ele tem grande dificuldade em absorver os conteúdos ofertados no núcleo escolar, não consegue escrever e tampouco compreender o alfabeto. Após várias reclamações dos professores, o pai tem a crença de que Ishaan não faz as tarefas por falta de vontade e por falta de compromisso. Decide levá-lo a um internato, o que faz o menino a entrar em um estado letárgico de depressão. Ele se sente excluído, abandonado e tem indícios de ideações suicidas, deixados implícitos durante a trama.

Fonte: https://sites.usp.br/grepel/dislexia-2/

O quanto de exclusão e solidão um sujeito pode aguentar, qual o limite de não compreender o que ocorre ao seu redor uma pessoa pode suportar, quantos socorros são gritados sem eco?

Segundo estudiosos, as características mais comuns em famílias com pessoas que encontram obstáculos para empreender suas aprendizagens, está no fato de que não sabem ou não tem o manejo de lidar com o que é diferente do usual, e passam a ver o filho (a) como um empecilho na harmonização diária, uma ameaça ao sossego.

As escolas, por sua vez, se isentam da responsabilidade. Sem profissionais capacitados, se apresentam mais como um prejuízo ao indivíduo, do que uma mão estendida; logo, acionam os pais despreparados para uma possível tomada de caminhos, um diagnóstico neste sentido, acalmaria os ânimos e deixaria ambas as partes eximidas de culpa, responsabilidade e agravos. Assim, os consultórios e clínicas escolas somam longas filas de espera, e os laboratórios lucram com a ignorância sobre o assunto.

É um problema complexo e que necessita ter um olhar mais atento, dizer que pais sem recursos e que lutam de sol a sol para garantir o mínimo para sobreviver, teriam como manejar esta situação, seria um “viver num mundo de Alice”, mas as escolas sim, tem como ofertar um ensino inclusivo de qualidade e uma conscientização maior a estes pais, com palestras educativas, panfletos, reuniões, isso não é um mundo irreal, é uma necessidade urgente.

Fonte: https://sites.usp.br/grepel/dislexia-2/

Nosso sistema educacional é muito falho para se conscientizar que cada aluno é um caso, que os sujeitos têm em si particularidades diferentes. Temos que despertar, enquanto sujeitos sociais, se cada um fizer sua parte, assim como uma lição de casa, podemos falar sobre isso, trazer estes assuntos à tona, e através desses pequenos movimentos levar as pessoas (pais, educadores ou não) a ter um olhar mais terno e de acolhimento em direção as nossas crianças que se encontram em dificuldades.

Somos educados para enaltecer as qualidades e rechaçar quem se encontra com problemas, não paramos e olhamos para trás para observar os agravos que causamos com esta prática. Vamos ser mais solidários com as dificuldades, um olhar mais atento ao outro, para que a partir daí possamos observar transformações. Mestres como Papalia e Feldman (2013) nos conscientizam de que a aprendizagem é o resultado das interações entre crianças e adultos. “Este tipo de aprendizagem ajuda crianças a cruzarem a zona de desenvolvimento proximal, ou seja, a capacidade de interação entre aquilo que já são capazes de fazer e aquilo que ainda não estão aptas a realizarem sozinhas”.

Ainda segundo Davis:

O disléxico processa o pensamento e a consciência fonológica de forma desorientada ele reitera que “ele deve ser visto como uma criança com limitações, mas não impossibilidades, e que com as adaptações e modificações necessárias ele poderá ser tão genial quanto alguém não disléxico”.  (DAVIS 2004, P. 43).

Sobre ser genial, vamos acompanhar a citação de Davis e rememorar nossos ícones, não podemos deixar de lembrar em nossa história homens notáveis que sofreram com a dislexia e que se mostraram verdadeiros vencedores em sua adultez. Foram eles:

Leonardo Da Vinci (1452-1519); Vincent Van Gogh (1853-1890); Albert Einstein (1879-1955); Pablo Picasso (1881-1973); Whoopi Goldberg (n. 1955); Steven Spielberg (n. 1946); Agatha Christie (1890-1976), Charles Darwin (1809-1882), entre tantos outros. Com certeza estes indivíduos antes de superarem e se mostrarem além de um diagnóstico, sofreram dos males que advém desta dificuldade e sentiram-se também não inclusas em seus meios familiares e sociais.

Segundo Sartre (1943/2011, “l. 2”), o fenômeno de ser visto pelo outro assume importância capital na constituição de uma pessoa, pois sem o olhar do outro ela não se sentiria objetivada e situada em um determinado espaço, existindo concretamente como corpo físico e com possibilidade de refletir sobre quem se é.

Enfim, no filme o jovem Ishaan encontra em seu professor o apoio e a mão que ele necessitava para ser finalmente compreendido, e nossos Ishaans pelo mundo afora, podem contar com quem?

FICHA TÉCNICA

Como Estrelas Na Terra (Taare Zameen Par) – Índia, 2007Direção: Aamir Khan
Roteiro: Amole Gupte
Elenco: Darsheel Safary, Aamir Khan, Vipin Sharma, Tisca Chopra, Sachet Engineer, Tanay Chheda, Girija Oak, Meghna Malik, Sonali Sachdev, Rajgopal Iyer, M.K. Raina
Duração: 165 Minutos

REFERÊNCIAS

Associação Portuguesa de dislexia.. Famosos com dislexia. Disponívem em: https://www.dislex.co.pt/famosos-com-dislexia.html. Acesso em 08/08

CARDOSO, Marcélia Amorim; FREITAS, Ana Carolina Abi-Chacra de Campos. Dislexia: apontamentos e reflexões. Revista Educação Pública, v. 19, nº 29, 12 de novembro de 2019. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/19/29/dislexia-apontamentos-e-reflexoes. Acesso em 08/08/2022

NAUFEL, Georgia Denani et al .  PERCEPÇÃO DA FAMÍLIA FRENTE AO DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM. Revista Educação Inclusiva – REIN, Campina Grande, PB, v.5, n.01, jan/dez. – 2021, PUBLICAÇÃO CONTÍNUA – 2021

GARCIA, Wallisten Passos; Pereira Ana Paula Almeida. A pessoa com deficiência intelectual e a compreensão de sua existência. Rev. abordagem gestalt. vol.27 no.2 Goiânia maio/ago. 2021.http://dx.doi.org/10.18065/2021v27n2.5.

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Dia Nacional do Livro: um convite ao hábito de ler

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Comemorado no dia 29 de outubro, o Dia Nacional do Livro celebra a criação da primeira biblioteca brasileira denominada Biblioteca Nacional do Brasil, que este ano completou 211 anos.  Pode-se dizer que a história da biblioteca começou com a vinda da família real para o Brasil, quando o Rei Dom João VI trouxe vários livros, da biblioteca real portuguesa. Na ocasião, a família real veio fugida das ameaças do império de Napoleão Bonaparte. 

Para quem deseja conhecer mais sobre a Biblioteca Nacional, ela está localizada na cidade do Rio de Janeiro, antiga capital do Brasil, ademais, é considerada pela UNESCO uma das maiores bibliotecas da América Latina. Sobre o assunto é necessário relembrar a importância da leitura para a formação de um cidadão consciente dos seus direitos e deveres, enquanto ser social dotado de capacidade de interpretação e lógica.  Brito (2010) destaca que a leitura é um dos meios mais importantes para as novas aprendizagens, possibilitando a construção e o fortalecimento de ideias e ações.

“É por meio da leitura que é possível formar cidadãos críticos, uma condição indispensável para o exercício da cidadania, na medida em que torna o indivíduo capaz de compreender o significado das inúmeras vozes que se manifestam no debate social de pronunciar com sua própria voz” (BRITO, 2010).  Ou seja, o hábito da leitura cria uma sociedade ativa e interpretativa, capaz de elucidar diferentes situações, justamente por ter senso crítico cultivado pelo ler.

A formação de um leitor assíduo inicia na fase da infância sob a responsabilidade dos responsáveis. Nesse aspecto, Tussi e Rösing (2009) atribuem duas funções à família, como medidora de leitura. O primeiro papel de aproximador da criança e o livro, já o segundo e o papel de modelador (Tussi e Rösing, 2009). Ou seja, o incentivo à construção de novos leitores, começa dentro de casa, e cabe aos pais fazer esses papéis no sentido da aproximação e modelagem, entre os filhos e o universo dos livros.

Fonte: Freepik

A família como mediadora de leitura tem um papel fundamental, não apenas nos primeiros anos de vida da criança, mas também na formação de jovens leitores em constante construção (BALÇA, 2009).  Ou seja, além da aproximação com o livro, a família é fundamental no enraizamento da leitura como hábito nas crianças para a transformação dela em um adulto leitor.

E para quem deseja despertar o hábito de leitura nas crianças, ou tornar-se um adulto leitor, Palmas disponibiliza diversas bibliotecas espalhadas pela cidade. Um excelente passeio, além de ser um tempo de qualidade, em que a família poderá viajar o mundo, por meio das histórias narradas nos livros. Crie asas por meio da leitura. Para isso segue uma breve lista de biblioteca, em Palmas: Biblioteca Jaime Câmara, Biblioteca João Paulo II – IFTO, Biblioteca Prof. José Torquato Carolino, Biblioteca Pública Municipal de Taquaralto e Biblioteca Espaço Cultural José Gomes Sobrinho. 

Fonte: Freepik

Referências

BALÇA, A. et al. Leitores em construção (?): Leitura(s) no Ensino Superior em Portugal – alguns indicadores. In: MARTOS, E.; RÖSING, T. (Org.). Prácticas de Lectura y Escritura.Passo Fundo: Editora da Universidade de Passo Fundo,2009.

Brasil, Biblioteca Nacional. Disponível em < https://www.bn.gov.br/sobre-bn/historico> Acesso: 30, de out, de 2021

Brito, Danielle Santos DE. A importância da leitura na formação social do indivíduo. (2010). Disponível em < http://www.fals.com.br/revela/revela027/edicoesanteriores/ed8/Artigo4_ed08.pdf> Acesso: 30, de out, de 2021.

TUSSI, R. C.; RÖSING, T. Programa Bebelendo. Uma intervenção precoce de leitura. São Paulo: Global, 2009.

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Diferenciação entre pessoas de “mente aberta” e as de “mente fechadas”

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Vivemos em um mundo em constante evolução, com a pandemia o uso e crescimento das tecnologias da informação ganharam força. Com isso, é nítido a necessidade de evoluirmos em relação a esse progresso ao qual o mundo passa. É normal sentirmos estranheza e desconforto em algumas circunstâncias que envolvem mudanças, fazendo-se necessário o ajustamento da forma em que pensamos a respeito das situações que estamos vivenciando, no caso de já termos uma opinião formada previamente onde possivelmente existe influências externas, poderá ser uma causa para que o processo de mudança ou flexibilidade de pensamento seja mais difícil de ocorrer.

De acordo com Marques (2021), para fazermos parte desse processo de evolução ao qual o mundo passa é necessário termos a mente aberta, pois isso poderá nos levar a níveis cada vez mais elevados, em todos os aspectos de nossas vidas. Mesmo sabendo disso, existe pessoas que possuem dificuldades em aceitar mudanças “São indivíduos considerados inflexíveis de mente fechada, que se sentem bem mal só de ver algo se transformando em sua rotina” (MARQUES, 2021).

Fonte: encurtador.com.br/qCK47

Com isso convido você a conhecer algumas entre as tantas características desses dois perfis de pessoas, as de mente aberta e as de mente fechada. Entre as peculiaridades existentes podemos encontrar:

  • Autoestima; as pessoas de mente fechada tendem a ser inseguras, demonstrando comportamentos próximos aos de autoritarismo, em busca de aceitação, sendo o oposto das pessoas que possuem mente aberta, tendo uma autoestima elevada, disposta à evolução e a um continuo aprendizado.
  • Falar e Ouvir; as de mente aberta dão preferencia para ouvir, são atenciosas e possuem uma observação aguçada, conseguido gerar uma maior conexão com as pessoas que estão ao seu redor; as pessoas de mente fechada, forçam as relações a ponto de serem importunas em um dialogo, querem a qualquer custo ser o centro das atenções e interrompem os demais que também estão conversando.
  • Humildade; é uma característica de fácil identificação, comumente as pessoas de mente fechada costumam procurar ter uma falsa fachada de que possui humildade. “Geralmente, quando vão emitir uma opinião, elas costumam começar a frase da seguinte maneira: “Posso estar errado, mas…” e logo dizem o que pensam.” (MARQUES, 2021). Sendo uma opinião considerada desnecessária por ser contraditória. Em contrapartida, as pessoas de mente aberta preferem se colocar no lugar de aprendizes, preferindo calar-se possibilitando uma oportunidade para quem realmente poderá favorecer.
  • Compreensão e entendimento, quem possui mente aberta não vive em busca de obrigar as pessoas a aprovarem sua forma de pensar, são compreensíveis, abertas ao diálogo, promovem respeito e discussão saudável. Referindo-se a pessoas de mente fechada, trata-se de alguém que se esforça para que todos que estão em torno de si o entenda, chegando a ser insistente e repetitivo a fim de convencer a outra pessoa para que concorde com o que está sendo dito.
  • Afirmar e Perguntar, são características que indicam que quem tem a mente fechada vivem fazendo fortes declarações sobre qualquer que seja o assunto, mesmo que não tenha propriedade no que está comunicando. “Trata-se de indivíduos que adoram opinar, porém não têm a menor paciência para ouvir a opinião dos outros.” (MARQUES, 2021). Já quem possui mente aberta, só opinam sobre algo quando verdadeiramente conhecem, pois primam pelo aprendizado com o outro.
  • Ideias desafiadas, as pessoas de mentes abertas, aceitam sem nenhum problema as ideias que as diferem de sua forma de pensar, diferente das de mente fechada que não concordam em ter suas ideias afrontadas. Pelo contrário, o que elas querem, na verdade, é que todos concordem com o que elas sugerem, sem questioná-las.

Dessa forma, “A mente é, hoje, até fácil de descrever em seus aspectos mais gerais, mas a função mental em cada circunstância específica de nossas vidas continua sendo um mistério” (IZQUIERDO, 2004, p. 07). Faz-se necessário que estejamos sempre atentos a que tipo de mentalidade que desenvolvemos: mentes limitadas ou mentes dispostas a expandir.

É necessários nos desafiarmos, a fim de que tenhamos mais proatividade e consciência de si mesmo, obtendo crescimento pessoal e profissional; para nos adaptarmos melhor com quem estar a nossa volta, tornando importante reconhecer se o outro possui uma mentalidade aberta ou fechada para um melhor relacionamento.

Referências

IZQUIERDO, Iván. A mente humana. Centro de Memória do Instituto de Pesquisas Biomédicas da PUC-RS, 3 de Out. de 2004. Porto Alegre (RS), Brasil. Disponível em: <https://www.ufmg.br/online/arquivos/IZQUIERDO.pdf >Acesso em: 17, Jul. de 2021.

MARQUES, José Roberto. Quais as principais diferenças entre pessoas de mente aberta e mente fechada?. Instituto brasileiro de coaching. 17 de Fev. de 2021. Disponível em: <https://www.ibccoaching.com.br/portal/mudanca-de-vida/quais-as-principais-diferencas-entre-pessoas-de-mente-aberta-e-mente-fechada/>. Acesso em: 17, Jul. de 2021.

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Oportunidade para quem ama ler! Grupo Novos Contemporâneos lança Clube do Livro em Palmas

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Fonte: Coletivo Flácido

Iniciativa cultural tocantinense “Novos Contemporâneos – investindo na formação de jovens artistas” visa formar novos leitores na capital.

Estão abertas as inscrições para o Clube do Livro do projeto cultural palmense Novos Contemporâneos. O grupo que faz parte do Coletivo Flácido está selecionando três leitores(as) que discutirão seis obras da literatura contemporânea brasileira. Os(as) selecionados(as) farão parte do clube Books&Wines, iniciativa independente de jovens leitores na cidade que está na ativa desde 2019.

Os títulos são: “Nihonjin”, de Oscar Nakasato, “Solução de dois Estados”, de Michel Laub, “A cabeça do Santo” de Socorro Acioli, “Morte Sul Peste Oeste”, de André Timm e “Capão Pecado”, de Ferrez.

Para se inscrever, basta morar em Palmas/TO e ter entre 18 e 29 anos. As inscrições                   estão                   acontecendo                   via                                  link https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfrx9Mx1cvnKloE8a36rwHi1IQbp4UJu3a RIFwyiB7wLgihpA/viewform. Além de participar da leitura e das discussões do clube, os selecionados também ganharão os livros citados.

O resultado será divulgado dia 14 de maio no Instagram do Coletivo Flácido (@coletivoflacido) e via e-mail, sendo o primeiro exemplar já entregue no dia 21 de maio.

Sobre o Coletivo Flácido e Casa Flácida:

O coletivo é hoje composto por Filipe Porto, Luísa Sponholz e Thaise Nardim, artistas residentes em Palmas que trabalham em diferentes linguagens. A Casa Flácida é um espaço destinado à produção, fruição, exposição, experimentação, educação e discussão artística, aberta para o público interessado. O espaço já abrigou a residência artística Escala 1:1 – Ações Humanas para espaços monumentais, é usada como ateliê próprio do artista Filipe Porto, além de ser o ponto de encontro do Clube do Livro – Book & Wines.

Este projeto foi contemplado pelo Prêmio Aldir Blanc Tocantins do Governo do Estado do Tocantins, com apoio do Governo Federal – Ministério do Turismo – Secretaria Especial da Cultura, Fundo Nacional de Cultura.

Fonte: Coletivo Flácido

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A Transferência e o Desejo do Analista – aula online com Denise Maurano

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O Grupo de Estudos em Psicanálise em Palmas-TO, com o apoio do Instituto Suassuna, convida os interessados em psicanálise para participar da aula online com a professora Doutora e psicanalista, membro do Corpo Freudiano seção RJ, Denise Maurano, que se realizará no dia 01 de maio de 2021, sábado, às 14horas via meet.

As inscrições devem ser solicitadas com antecedência pelo whatsapp (63) 984185596.

Em conversa com a revista (En)Cena o coordenador do grupo, professor Luiz Cláudio Ferreira Alves, psicólogo, docente universitário, doutor em Psicologia pela UFF-Universidade Federal Fluminense, esclarece a importância do trabalho da professora convidada.

Prof. Luiz Cláudio Ferreira Alves: “a presença da Psicanalista Denise Maurano é uma honraria para nós pois sabemos da agenda apertada que ela tem e sua relevância no meio psi. Já trabalhamos juntos e será um reencontro importante para nós e, certamente, um fortalecimento do Grupo de Estudos em Psicanálise, evidenciando a qualidade do que pensamos em trazer para Palmas com relação a estudos, formação e fortalecimento da psicanálise”.

Sobre a criação o grupo de estudos e as atividades desenvolvidas, o coordenador também explica que o grupo, criado há dois anos, ainda não tem ligação direta a nenhuma universidade. É formado por profissionais psicólogos e de outras áreas, bem como por estudantes universitários.

O grupo inicialmente projetado para realizar seminários presenciais, mudou de formato com a pandemia da COVID. Atualmente, as reuniões são mensais e on-line, e, sempre, precedidas de leituras indicadas por profissionais de referência que ajudam a fomentar discussões e perguntas no dia do encontro.

  • Indicação de leitura prévia:

“A dinâmica da transferência” e “Observações sobre o amor transferencial” Obras Completas de Freud – Vol XII e Maurano, Denise. A Transferência. Psicanálise – Passo a Passo, Zahar.

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