16º Parada LGBTI requer direitos e comemora conquistas

Compartilhe este conteúdo:

16º Parada LGBTI: 50 anos de (re) existência LGBTI+ teve a intenção exigir da sociedade respeito, aceitação, tolerância e direitos, além do que foi uma comemoração à aprovação da criminalização da LGBTfobia pelo Superior Tribunal Federal (STF).

A Semana da Diversidade Sexual e de Gênero do Tocantins encerrou neste domingo, 16, em Palmas, com a 16º Parada LGBTI: 50 anos de (re) existência LGBTI+ (lésbicas, bissexuais, gays, transexuais e travestis, e intersexuais). O evento, apoiado pela Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), teve a intenção exigir da sociedade respeito, aceitação, tolerância e direitos, além do que foi uma comemoração à aprovação da criminalização da LGBTfobia pelo Superior Tribunal Federal (STF).

Após uma semana com programações que tiveram a intenção de promover a reflexão sobre a visibilidade e direitos das pessoas LGBTI+, a 16º Parada LGBTI reuniu pessoas que lutam por igualdade de direitos, como é o caso da servidora pública, Fernanda Fernandes, que estava acompanhada do marido e das duas filhas Mariana, 4 anos, e Clara, 2 anos.

“Estamos participando porque respeitamos as pessoas e as escolhas delas. Todos somos diferentes e temos que ser tolerantes e respeitáveis em relação a isso. Eu acredito que as crianças podem aprender com as diferenças se tornarem adultos melhores”, declarou a Fernanda que ressaltou ainda que a Parada é uma manifestação pacífica e cheia de alegria.

Foto: Uendel Souza – Concentração da Parada LGBTI+ no Parque Cesamar

O militante do Coletivo da Diversidade Tocantinense e um dos organizadores da Parada, Fernando Coelho, falou que esse ano a programação da Semana da Diversidade Sexual e de Gênero foi em comemoração aos 50 anos da Revolta de Stonewall, momento da história americana em que os LGBTI+ enfrentaram a polícia que os reprimia e criminalizavam. A revolta foi uma basta as agressões, preconceitos, humilhações e perseguições sofridas, pois naquela época era crime ter relações sexuais com pessoas do mesmo sexo em todos os estados americanos. A Revolta de Stonewall foi um marco de uma série de protestos e reinvindicações por direitos LGBTI+.

“Nós somos 11 milhões de pessoas manifestando no mundo pelos direitos LGBTI+. As paradas LGBTI+ é a maior manifestação por direitos humanos na América Latina. Essas manifestação visam mostrar para a sociedade que nós existimos e buscamos respeito diante de toda e qualquer situação que passamos nesse país, e hoje comemoramos também a decisão do STF de criminalizar a LGBTfobia”, exaltou.

Foto: Uendel Souza – Famílias participam da Parada LGBTI+

Semana da Diversidade Sexual e de Gênero

A Semana da Diversidade Sexual e de Gênero do Tocantins teve palestra “Atualidades dos direitos LGBTI+ – Provimento 73 do CNJ e direitos reprodutivos de pessoas transgêneros”, proferida pela secretária geral da Comissão Nacional de Diversidade Sexual e de Gênero do Conselho Federal da OAB, doutora Chynthia Barcellos; conferência com o tema da parada “Os 50 anos de (re) existência LGBTI+” com o professor doutor Damião Rocha; e exposição fotográfica sobre ações do movimento.

O professor Damião reconheceu o apoio governamental para a promoção do respeito e conquistas de direitos LGBTI+ no Tocantins. “Nesses 16 anos, nós tivemos um avanço em relação a maior visibilidade e apoio dos órgãos públicos, pois na primeira parada nenhum órgão quis estar vinculado a esse evento. Hoje, nós temos várias secretarias municipais e estaduais dando apoio, isso é resultado da nossa luta para uma maior visibilidade”, enfatizou.

A gerente de Diversidade e Inclusão Social da Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), Nayara Brandão, afirmou que o reconhecimento desse evento pela sociedade é fundamental para que cada dia menos violência seja estimulada sobre essas pessoas, assim, reforça sobre a necessidade da realização do evento. “É um importante movimento de promoção do orgulho de ser quem se é, redimensionando concepções que impõem uma forma padronizada de convivência em sociedade”, falou a gerente.

Foto: Uendel Souza – Parada LGBT reúne pessoas em prol da garantia e igualdade de direitos

Vitórias

Diante de tantas luta, há também que se comemorar as vitórias da população LGBTI+, como a disponibilização de tratamento de HIV/Aids pelo SUS, em 1996 e ampliado em 2013; união estável homoafetiva, em 2011, decisão do SFT sobre o casamento civil homoafetivo, em 2013; adoção de crianças por casais de mesmo sexo, em 2015; uso do nome social na educação básica reconhecido pelo Ministério da Educação, em 2017.

Já em 2018, a população comemorou a resolução do nome social de travestis e transexuais nos registros escolares; decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) garantindo o direito da inclusão do nome social no cadastro de eleitores; a retificação de nome e gênero na certidão de nascimento no cartório, sem necessidade de advogado, laudo ou aval de promotores e juízes; e criminalização da LGBTfobia pelo STF, em 2019.

Compartilhe este conteúdo:

Relato de experiência: homossexualidade ainda não é tema superado

Compartilhe este conteúdo:

Recentemente o egresso do Ceulp/Ulbra e psicólogo Ulisses Franklin Carvalho da Cunha abordou o tema “A experiência materna diante da relação homossexual masculina: um estudo de caso”. A apresentação ocorreu durante uma edição do Psicologia em Debate.

Por ser um tema considerado tabu, é pouco discutido nas escolas, comunidade e principalmente nas famílias, onde nunca estamos preparados para receber esse tipo de notícia; justamente por não sabermos como reagir, o egresso compara a compreensão da notícia como as fases do luto descrita pela psiquiatra Elizabeth Kubler Ross.

De acordo com o Dicionário Aurélio, homossexual caracteriza-se como: ‘’Que ou quem sente atração sexual por pessoas do mesmo sexo ou tem relações sexuais ou afetivas com pessoas do mesmo sexo’’. Tendo o direito de ter um relacionamento saudável como qualquer outra pessoa, sem se limitar por optar em ter outra preferência afetiva. Uma das maiores dificuldades que uma pessoa que pertença ao grupo dos LGBT’S possa experimentar é chegar ao momento da revelação para seus amigos e sua família que por ser um grande tabu acaba tornando a jornada maior e mais complicada, pois quando uma pessoa que se encontra nessa situação toma a iniciativa de dar o passo inicial seu interior fica conturbado; é na compreensão dos parentes que se busca alento.

Fonte: goo.gl/f6J1KD

Outro ponto importante abordado foi o índice de violência contra o público LGBT, que de acordo com o Jornal GLOBO “a cada 19 horas um LGBT é assassinado ou se suicida vítima da LGBTfobia”.

O egresso comparou a experiência da mãe entrevistada em seu Trabalho de Conclusão de Curso com as fases do luto explicadas por Elizabeth Kubler Ross, que seriam: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Podendo ou não a entrevistada ter passado necessariamente por todas essas fases muito menos ter seguido sua ordem.

Seu objetivo de estudo foi conhecer e compreender como funcionava a subjetividade da mãe naquele determinado momento, tanto emocional, social e principalmente em relação à sua saúde mental. No decorrer do debate, pudemos nos aprofundar mais no assunto com relatos de vida de alguns participantes presentes que mostraram que alguns pais podem ou não aceitar a orientação sexual do filho, deixando claro que devemos tratar da situação de uma maneira menos tensa, sabendo respeitar tanto o lado da mãe como do filho, que também sofrerá com a circunstância.

Compartilhe este conteúdo: