A promoção e manutenção da saúde mental: o maior bem da atualidade

Compartilhe este conteúdo:

Pronto para desvendar os mistérios do comportamento e da mente, o profissional da Psicologia é muito importante no processo de autoconhecimento.

Nos tempos acelerados da tecnologia, a falta de contato humano se tornou um dos grandes problemas da atualidade, ao mesmo tempo que parecem mais conectadas as pessoas ficam distantes sem perceber. Essa falta vem gerando cada vez mais angústia e dificuldade de expressão dos sentimentos, e esse é um dos principais motivos para o psicólogo ser um profissional de extrema importância atualmente e nos próximos anos.

Conversamos com a Profa. Dra Irenides Teixeira, professora e coordenadora do curso de Psicologia do Centro Universitário Luterano de Palmas – Ceulp/Ulbra, sobre o curso e a relevância dessa área tão apaixonante.

Ceulp/Ulbra – O que você pode dizer sobre a área da Psicologia na atualidade?

Irenides Teixeira – A Psicologia, hoje, é uma das profissões mais promissoras do Brasil. Isso ocorre porque a atual conjuntura, permeada por rápidos processos de mudança em áreas que vão do mercado de trabalho ao campo afetivo e às configurações sociais, requer o apoio e intervenção cada vez mais profissionalizado e científico que só a Psicologia pode proporcionar. Desde o início deste século os vírus e bactérias deixaram de ser um problema, e as questões de ordem psicológica assumiram esta posição. A promoção e manutenção da saúde mental, então, passa a ser o maior bem, atualmente.

Ceulp/Ulbra – E quanto ao curso aqui no Ceulp/Ulbra, você vê algo que fazemos diferente dos demais?

Irenides Teixeira – O curso de Psicologia do Ceulp tem muitos diferenciais, dentre eles pode-se destacar a qualidade e profissionalismo do corpo docente, que é composto de 100% de mestres e doutores; além disso, trata-se de um curso consolidado, o primeiro do estado, e que tem como diferencial os processos inovadores. Nosso currículo é um dos mais atualizados do país, contemplando praticamente todas as áreas de atuação na Psicologia. Deve-se destacar, também, que contamos com a melhor e mais equipada clínica-escola das regiões Norte e Centro-Oeste, e não medimos esforços para oferecer o que há de mais atualizado também no campo da avaliação psicométrica e projetiva. No final do curso o nosso acadêmico pode escolher duas de cinco áreas, preconizadas pelas Diretrizes Curriculares do MEC, tais quais Ênfases em Processos Clínicos, em Saúde, em Gestão, em Educação, em Avaliação Diagnóstica. Por fim, contamos com excelente estrutura física, com uma das maiores bibliotecas da região Norte e com dezenas de ações extensionistas e projetos de pesquisas que garantem o contato do estudante com todos os campos da produção acadêmica.

encurtador.com.br/cgILS

Ceulp/Ulbra – Quais as principais pesquisas que estão sendo desenvolvidas hoje?

Irenides Teixeira – Temos cinco áreas fortes que acabaram se transformando em frentes de produção de pesquisas. No núcleo de Psicologia Experimental, há um esforço conjunto para reforçar o caráter científico-positivista da Psicologia, com pesquisas que apontam intervenções práticas na profissão; na Psicanálise a ênfase é sobretudo em casos clínicos que são pesquisados e aprofundados para que se possa ampliar a atuação do psicólogo, além de focar no papel da Psicologia no campo social; entre os humanistas e os gestalt-terapeutas, há o enfoque em se colocar como uma alternativa tanto ao positivismo quanto à psicanálise, com enfoque em terapias de alto impacto, em todas as áreas de atuação. Por fim, temos um núcleo de pesquisa sobre a interface entre a Psicologia e Corporeidade, e entre Psicologia e Tecnologia, duas grandes áreas em franca expansão.

Ceulp/Ulbra – Como o curso procura estar inserido no contexto da comunidade? Há algum tipo de ação que preste serviço à comunidade?

Irenides Teixeira – Há várias ações. Só para se ter uma ideia, os serviços oferecidos pela clínica-escola atenderam gratuitamente, no último ano, mais de duas mil pessoas, em áreas que vão da psicoterapia individual, psicoterapia de casal, terapia em grupo, avaliação diagnóstica, ludoterapia, entre outros. Além disso, temos ações extensionistas que atendem diversas comunidades palmenses, sobretudo no extremo sul da cidade. Uma série de outros projetos, como o Portal (En)Cena, Ação Psi, Psicologia em Debate, Núcleo de Estudos Mímicos, Alteridade, entre outros, ampliam os serviços prestados à comunidade.

Ceulp/Ulbra – O que o curso tem disponível de infraestrutura hoje?

Irenides Teixeira –  Temos uma das maiores clínicas-escolas da região na área de Psicologia, com salas específicas para atendimento infantil, de casal, atendimento em grupo, sala de espelho, sala de atendimento em ludoterapia, brinquedoteca, auditórios, laboratório de anatomia, biblioteca, laboratório de intervenção em grupo e ações culturais, laboratório de medidas psicológicas além, claro, de uma robusta estrutura física onde são ministradas as aulas, com destaque para as salas equipadas para as metodologias ativas.

Ceulp/Ulbra – O que te fez escolher Psicologia como profissão? O que você pode dizer que o curso oferece que faz o estudante se apaixonar pela área?

Irenides Teixeira – Eu sou fascinada pela diversidade humana, além de acreditar no processo de crescimento humano a partir do autodesenvolvimento. E a Psicologia é a ciência que permite este tipo de intervenção. É muito compensador ter uma profissão onde é possível colaborar para a diminuição do sofrimento humano, além de desenvolver estratégias que potencializam aptidões e constroem pontes. Em muito, isso é o que fascina os jovens, já que eles perceberam que, dadas as configurações da contemporaneidade, é necessário investir na saúde mental, nas potencialidades humanas e em estratégias para colocar-se no mundo de forma fluída e consistente.

encurtador.com.br/lyNQ8

Ceulp/Ulbra – Quais as áreas de atuação profissional? Como é o mercado de trabalho no Tocantins?

Irenides Teixeira – Há uma imensidão de áreas de atuação. Algumas delas são a Psicologia Clínica, a Psicologia do Trânsito, Hospitalar, da Educação, da Aprendizagem, Psicologia Social, Psicologia Comunitária, Psicologia Indígena, Pesquisa em Psicologia, Neuropsicologia, Avaliação em Psicologia, Psicologia do Esporte, Psicologia da Religião, Psicologia Política, Psicologia do Trabalho, Psicologia das Organizações, Psicologia Jurídica, Psicologia e Empreendedorismo, Psicologia e Arteterapia, entre outras. Todas estas áreas, em maior ou menor grau, existem no Tocantins. E o panorama é de expansão.

Ceulp/Ulbra – O curso iniciou suas atividades em 2000, então existem egressos com muito tempo no mercado de trabalho. Você recebe bons testemunhos dos ex-alunos?

Irenides Teixeira – Temos contato com muitos egressos e ficamos felizes pelos feedbacks que recebemos. Muitos de nossos egressos estão se desenvolvendo de modo excelente na Psicologia Clínica e na Psicologia das Organizações, além de ter um contingente enorme atuando na Psicologia Social e Comunitária, área que garante os maiores índices de empregabilidade. Além disso, muitos egressos acabaram entrando em mestrados espalhados pelo país, bem como em programas de residência em saúde. Como o curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra prima pela qualidade da formação, há uma enorme possibilidade de inserção dos egressos no mercado de trabalho, seja a partir de relações de trabalho convencionais, seja a partir do empreendedorismo.

Irenides Teixeira é Doutora em Educação, Mestre em Comunicação, Especialista em Psicologia Clínica, Gestão do Ensino Superior e em Teorias da Comunicação. Possui graduação em Psicologia, Comunicação Social, Ciências Sociais e em Processamento de Dados. Possui formação em Arteterapia e em Fotografia. É professora no Ceulp/Ulbra desde 2002 e coordenadora do curso de Psicologia desde 2015.

Compartilhe este conteúdo:

Respeito às diferenças

Compartilhe este conteúdo:

Resolução que autoriza uso de nome social é homologada pelo MEC

A resolução que autoriza o uso do nome social de travestis e transexuais nos registros escolares da educação básica foi homologada nesta quarta-feira, 17, pelo ministro da Educação, Mendonça Filho. Com o documento, maiores de 18 anos podem solicitar que a matrícula nas instituições de ensino seja feita usando o nome social. No caso de estudantes menores de idade, a solicitação deve ser apresentada pelos pais ou seus representantes legais.

“Essa era uma antiga reivindicação do movimento LGBTI e que, na verdade, representa um princípio elementar do respeito as diferenças, do respeito à pessoa humana e ao mesmo tempo de um combate permanente do Ministério da Educação contra o preconceito, o bullying, que muitas vezes ocorrem nas escolas de todo o país. É um passo relevante para o princípio do respeito às diferenças e o combate aos preconceitos”, enfatizou Mendonça Filho. “É a construção do bem como a lógica do caminho a ser percorrido.”

Homologação de Resolução/CNE que trata da Normatização nacional sobre o uso do nome social nos registros escolares da educação básica. Foto: André Nery/MEC. Fonte: https://goo.gl/U1whV8

A professora Luma Nogueira de Andrade, de direitos humanos, gênero e diversidade sexual e gestão escolar da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), em Redenção (CE), conta que toda a sua vida escolar foi marcada por “negação do espaço”, por não ter podido utilizar o nome social no ambiente escolar. “O nome ser negado significa o não acesso aos espaços educacionais. Portanto, se trata de um direito fundamental que é a educação. Tenho que ter o mesmo acesso à escola como todas as pessoas neste país, considerando as minhas singularidades”, defende.

“O lema fundamental da educação é a inclusão. Não é incluir despindo as diferenças. Pelo contrário. É incluir aceitando e respeitando as diferenças. Para respeitar e tratar bem as pessoas trans é necessário, primeiro, o respeito à sua identificação, que é o nome. O nome pelo qual eu me identifico é o nome pelo qual eu existo”, completa a professora.

O diretor-presidente da Aliança Nacional LGBTI, Toni Reis, enfatiza que a resolução homologada nesta quarta-feira “significa respeito”. “O que nós queremos é o respeito à comunidade transexual e travesti. É importante que eles possam estudar. Que escolas e universidade sejam lugares acolhedores para todos e todas”, defende. “O Brasil dá um passo importante para o respeito e a diminuição da evasão escolar e contra o bullying e preconceito contra a comunidade que é mais desrespeitada dentro da comunidade LGBTI.”

Homologação de Resolução/CNE que trata da Normatização nacional sobre o uso do nome social nos registros escolares da educação básica. Foto: André Nery/MEC. Fonte: https://goo.gl/U1whV8

CNE – A resolução que garante esse direito foi aprovada de forma unânime pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) em setembro de 2017. O uso do nome social por travestis e transexuais é uma reivindicação constante de representantes deste grupo social, e já era possível nas inscrições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

A secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC, Ivana de Siqueira, disse que das 27 unidades da federação, 24 já têm sua normatização com relação ao uso do nome social e agora o chegou a vez de o MEC se posicionar. “É uma importante medida que o MEC adota. É um passo importante, embora ainda precisemos trabalhar diversas medidas para acabar com o bullying e a violência”, ressaltou a secretária.

Somente no ano passado, 303 candidatos ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) fizeram uso desse direito, conforme dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que indicou São Paulo como o estado onde mais foi feito o pedido, com 72 solicitações.

Homologação de Resolução/CNE que trata da Normatização nacional sobre o uso do nome social nos registros escolares da educação básica. Foto: André Nery/MEC. Fonte: https://goo.gl/U1whV8

Essa garantia do Enem foi justamente o que motivou Bernardo Mota, 20 anos, estudante de serviço social da Universidade de Brasília (UnB) a voltar a estudar. Ele fez o exame em 2016 e conta que o uso do nome social foi um fator crucial para seu engajamento nos estudos. Ele conta que ser obrigado a usar um nome que ele sentia não ser dele causava “muito estresse e vergonha”. E que teve uma boa surpresa ao chegar para fazer a prova do Enem.

“Eu já fui preparado para lutar, achando que eu teria de enfrentar várias coisas, mas quando eu cheguei, pelo contrário, eu fui super bem atendido. Meu nome foi respeitado e isso me deu, inclusive, tranquilidade para fazer a prova e para passar no vestibular. Então, foi fundamental o nome social para eu conseguir voltar aos estudos”, conta.

A resolução, homologada nesta quarta, busca propagar o respeito à identidade de gênero e minimizar estatísticas de violência e abandono da escola em função de bullying, assédio, constrangimento e preconceitos. O texto determina ainda que as escolas de educação básica brasileiras, na elaboração e implementação de suas propostas curriculares e projetos pedagógicos, assegurem diretrizes e práticas com o objetivo de combate a quaisquer formas de discriminação em função de orientação sexual e identidade de gênero de estudantes, professores, gestores, funcionários e respectivos familiares.

Compartilhe este conteúdo: