Terapia Cognitiva-Comportamental e recolocação no mercado de trabalho

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O momento que vivemos, por si só, já é um grande causador de quadros depressivos e de transtornos de ansiedade. Ao somar com a falta de espaço no mercado de trabalho, o sofrimento torna-se pior e, com isso, a desesperança toma conta. O que muitos não sabem, é que a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode ajudar a melhorar esse quadro e auxiliar a pessoa a se tornar capaz de conseguir uma recolocação no mercado.

 

 A TCC se baseia na ideia de que não é a situação que você vive que desencadeia as emoções, mas, sim, a forma com que as percebe. Os pensamentos gerados a partir disso podem ser disfuncionais e negativos, desencadeando uma depressão, por exemplo. 

Há indivíduos que constroem na mente um sistema de crença com foco em se desvalorizar, fazendo-o achar que é incapaz de assumir certas posições e responsabilidades, principalmente no mercado de trabalho. Essa maneira de ver a vida o impede de crescer e conseguir uma recolocação. Para lidar com esses sentimentos, a Terapia Cognitivo-Comportamental ajuda a pessoa a perceber os pontos positivos e exaltar as capacidades e potências individuais. 

 

O trabalho inicial do terapeuta é de desconstrução. Depois, o profissional tem a missão de fazer com que o próprio paciente tenha habilidades para entender onde estão sendo disparados os gatilhos e a forma com que ele percebe as situações. A partir desse momento, começamos a atuar no sistema da crença, que geralmente vem acompanhada de outras emoções como tristeza e apatia. 

A TCC faz uma psicoeducação, onde o indivíduo passa a se conhecer, a se perceber e, juntos, saem dessa situação ou dessa patologia, que chamamos de depressão. Assim, a pessoa está pronta para se recolocar no mercado e em qualquer outro ambiente. Portanto, não tenha medo de buscar a terapia. Ela é capaz de ajudar em diversas situações da vida. 

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Eu Desapego, quem pega?

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Quanto tempo você demora para desapegar das suas coisas? Ou você é daquelas pessoas que não desapegam nunca? Adam Smith não se enganou quando afirmou que o homem é um animal que faz barganhas. Ele afirmava que a troca de coisas é uma característica humana. Smith nasceu em 1723, foi filósofo, economista e em suas pesquisas notou que cães nunca são observados trocando ossos, e que, se um animal deseja algo, a única maneira de conseguir é conquistando o favor daqueles cujos préstimos ele necessita. De fato, apenas hoje em dia podemos apreciar completamente sua alegação mais visionária, a de que um mercado é mais do que um lugar, o mercado é um conceito e, como tal, pode existir em qualquer lugar, não necessariamente apenas em um local físico.

O mercado virtual só se tornou possível com o advento da tecnologia das telecomunicações. É fato que os mercados existem há muito tempo, mas a internet potencializou e modificou algumas formas de compra e venda.

Se você procurar sobre desapegos na internet, vai encontrar muitos textos referentes aos desapegos materiais, à espiritualização, a importância de saber lidar com os sentimentos e com a morte. Acontece que a internet potencializou uma nova forma de desapegos baseado em bens e trocas materiais. São dezenas de sites e grupos em redes sociais que fazem trocas de tudo, sapatos, vestidos, calças, maquiagem, bolsas, acessórios e até ingressos de shows. Considerando que o homem sempre teve o hábito da troca, não há nada de surpreendente nesses sites. O que chama atenção é perceber como, cada vez mais, as pessoas estão praticando o desapego. E é ai que a gente se pergunta: será que, com a influência e o ativismo da geração Y, estamos desapegamos cada vez mais? E, como consequência, nos tornando mais consumistas? Além disso, é importante ressaltar que, cada vez mais esses sites e comunidades estão fortalecendo essa modalidade de comércio. Por exemplo, existe no Facebook um grupo fechado chamado Loucas por Antix’, nesse espaço, as participantes possuem um álbum chamado ‘desapegos’, nesse álbum elas comercializam e fazem trocas, por um valor mais baixo, das peças da marca de roupas Antix. Na maioria das vezes, esses participantes compram pela internet e, por algum motivo, não querem ficar com o produto. A peça que é comercializada dentro do álbum ‘desapegos’ custa um valor mais acessível do que na loja, mas se você não quer comprar, também pode sugerir uma troca. No grupo, também do Facebook, Adoro Farm, as usuárias costumam usar a peça, em média, duas vezes e já colocam no desapego. É muito comum, dentro desses álbuns, encontrar nas legendas: ‘usado apenas uma vez, troco por outra peça no mesmo tamanho’.

O consumidor também está se reinventando, existem pessoas que preferem comprar nesses sites e comunidades a comprar uma peça nova na loja. É o caso da nutricionista Angelina Ferreira, toda vez que uma marca que ela gosta lança uma coleção, ele diz que seleciona os modelos favoritos e publica nos grupos que participa uma lista com os ‘desejos’ que ela aguarda alguém desapegar. “Atualmente, raramente compro uma roupa na loja, sei que, dentro de dois ou três meses, o mesmo modelo vai estar disponível para desapego. Compro por um valor mais acessível. É uma forma de ter as roupas que eu quero pagando um preço menor”, afirma.

Além de grupos, há diversos sites dedicados a trocas e vendas de desapegos.  Ganhei do ex é um site interessante para quem quer se desfazer de peças que já contiveram algum apelo sentimental. Mas administradoras cobram uma taxa de 15% sobre o valor de cada peça que você vender. O site mais conhecido de desapegos é o Enjoei, com design mais sofisticado, há uma variedade extensa de produtos. Lá você encontra desde cosméticos até vestidos de noivas. Além de ser mais abrangente em relação ao que se restringe o site a vender. Por exemplo: eles não aceitam réplicas de peças. E caso não queira pechincha nos seus produtos é o site mais adequado, as pessoas estão geralmente dispostas a pagar mais caro do que no ganhei do ex. E não para por aí, tem também o Peguei Bode, as peça, que entre elas estão bolsas, sapatos, acessórios, joias, relógios e roupas, são de luxo e com um preço bem abaixo do mercado. As bolsas da Louis Vuitton, por exemplo, são em média mil reais e as Chanel que custam em média 13 mil, saem por 4 ou 5 mil, muitas vezes, até por menos. As peças estão sempre em boas condições, e tem muita coisa atual.

O mercado de luxo tem muito espaço para desapegos. No site Desapego chic tem bolsas como Birkin Hermes, Kelly Hermes, Chanel, Balenciaga, Prada, e sapatos como Louboutin entre outras marcas. Todos os produtos são seminovos, autênticos e em bom estado.

Mas, se seu desapego trata-se de um ingresso para um show que você comprou e, por algum novo compromisso, não vai poder ir, saiba que também tem espaço pra você nesse mundo de trocas e vendas online. O site Comprei e não vou faz desapegos de ingressos para diversos tipos de eventos. Um site simples, focado em facilitar o encontro de quem procura ingresso com quem comprou, mas não vai poder ir, da mesma forma que um mural de anúncios ou um classificado de jornal. É prático e está se popularizando muito.

A psicoterapeuta Carolina Andrade, acredita que a facilidade de desapegar sempre existiu, mas que está mais intensa devido ao novo perfil e o novo estilo de vida que as tecnologias nos condicionam. Como temos mais acesso, temos mais possibilidades e com elas, queremos experimentar um maior número de coisas num espaço curto de tempo. Por isso, não vale a pena, para muitos, ficar com uma mesma coisa por muito tempo. “O desapego é a habilidade de não apegar-se a algo ou a alguém, entendendo a natureza das posses e das relações. É importante saber desapegar, mas é importante entender que algumas coisas possuem valor, não é um valor comercial, mas sim sentimental. A geração Y e o novo estilo de vida conectado das pessoas estão configurando uma população que se importa cada vez menos. É uma espécie de banalização. Compramos e adquirimos bens, de roupas a coisas maiores, para uso imediato. E, como na tecnologia, tudo se torna obsoleto muito rápido. Com isso, o consumismo aumenta, porque queremos mais e mais. Mas, se nunca estivermos satisfeitos, onde vamos parar? É preciso refletir o modo como consumismo e o que nos satisfaz e porque queremos sempre mais. As pessoas estão perdendo a noção do consumo. Mas também estão aprendendo que trocar pode ser melhor do que acumular. Desapegar não é ruim, mas como tudo na vida, é preciso ter equilíbrio”, explica.

Mas, há quem acredita que desapegar as coisas com facilidade significa viver melhor. “De um modo geral, podemos dizer que as pessoas desapegadas são tranquilas. Já as pessoas apegadas podem apresentar diversos sintomas como ansiedade, fobia, depressão, ou seja, ou têm medo de perder ou perderam e não souberam lidar bem com a perda”, conta a universalista Ana Cláudia Perez.

E se você se perguntar: Mas qual a diferença desses sites para um e-commerce? São três diferenças básicas: alguns desses sites aceitam trocas, as pessoas já entram sabendo que não vão encontrar produtos novos, mas usados com preços bem mais acessíveis. Devido a essa política, não há garantias, não há um SAC para reclamações, geralmente você negocia com uma pessoa física e não jurídica.

É interessante observar que o desapego remete a uma forma antiga de trocas, daquele tempo em que os mercados eram assim, baseados em trocas de produtos. O criador de ovelha trocava sua lã com o plantador de batatas, o plantador de batatas trocava seu produto por leite e assim sucessivamente. Nesse contexto, sai de cena a empresa, a figura centralizadora de uma corporação e entra em jogo apenas os usuários que vão, sem intermediários, negociar aquele produto. Mas agora, eles fazem isso de qualquer lugar do mundo, basta estar conectado.

Ao mesmo tempo, toda essa história reflete um pouco no consumo exagerado que vivemos hoje. Zygmunt Bauman, importante escritor contemporâneo, diz em seu livro ‘Modernidade Líquida’, que em uma sociedade onde tudo é fluido, as pessoas buscam sua identidade não naquilo que são, mas no que consomem e exibem, esse fenômeno faz parte da fluidez na sociedade de consumo, na medida em que nada é sólido ou conserva a forma por muito tempo.

Muitas pessoas enchem o guarda roupa de coisas mais por uma questão de status. Mas lembre-se, você não é mais legal só porque tem a bolsa da moda, ou mais divertida porque comprou o sapato que é a tendência da estação. Comprar demais pode se transformar em um problema. Quer comprar aquele vestido de renda no qual você está economizando há meses? Tudo bem, desde que esteja fazendo isso por você e não pelos outros.

Por isso, desapegar pode ser muito interessante, mas doar pode ser uma ótima opção também. Não faz mal separar coisas que você não usa e doar para quem precisa. Desapegar é uma maneira de devolver para mundo as coisas que a gente não usa. Existe uma frase que diz que apego mesmo só devemos ter pelas pessoas e pelos animais. Coisas e objetos só têm valor enquanto são úteis para nós de alguma forma. Se você pensar bem, ficar acumulando tanta coisa nos armários e gavetas é uma maneira de ocupar espaço, é o mesmo que pagar aluguel, um dinheiro que não volta! Se algo já não tem utilidade, é chegada a hora de praticar o “desapego”. Afinal, o que não nos serve mais, ainda pode ser bastante útil para outra pessoa.

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eu compro eu sou

“Eu compro, Portanto eu Sou”: as Consequências Perversas do Consumismo

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Consumo, compreendido em seu sentido mais simples, é condição sine qua non para a manutenção da vida. Pensar em consumo nestes termos leva diretamente a ideia de satisfação das necessidades, principalmente necessidades básicas, como segurança, alimentação e moradia. A partir da mínima garantia destas, surgem as necessidades sociais e de estima, chegando até a realização pessoal. De fato, para diferentes pensadores de diversas épocas e epistemologias, a teleologia humana, o grande motivo pelo qual estamos todos aqui reunidos vivendo nossas vidas, é a autorealização, ou a eudaimonia, conhecida hoje como felicidade.

Agora proponho um exercício mental. Imagine uma sociedade simples, que seria um tipo ideal de um local com a vida pouco sofisticada, uma vila no interior, um local ermo e ainda pouco tocado pela civilização moderna. Nessas condições, enquanto as necessidades básicas poderiam ser adquiridas de maneira privada ou providas pelo Estado (de acordo com o pressuposto ideológico do regime político vigente), as necessidades sociais, amizade, autoestima e autorealização dependeriam quase inteiramente do indivíduo, de sua própria força que vem da capacidade de relacionar-se de maneira satisfatória consigo mesmo e com o meio no qual se encontra inserido. Neste espaço não se espera encontrar uma grande oferta de socialização mercantilizada, pronta para ser consumida na forma de serviços. Vivendo assim, para sermos felizes dependeríamos muito mais de nossa racionalidade substantiva, da busca pelo próprio centro, do “torna-te quem tu és” Nietzschiano, do que da racionalidade instrumental voltada para cálculos meio-fim. Seria uma sociedade que tem na autorealização um caminho de busca interior de sentido para a vida, normalmente atrelado a um ideal de simplicidade.

Até aqui tudo bem. Mas e quanto às sociedades urbanas, racionais, científicas e complexas? Continuando a análise pelo mesmo caminho, rapidamente se torna evidente que muita coisa mudou. O mercado, esta entidade imanente e amoral que tende ao equilíbrio pelas livres trocas, é a mediação para a realização de praticamente qualquer necessidade ou desejo. Em todas as esferas da vontade surgem produtos e serviços correspondentes. De certa forma, a própria ideia de necessidade e desejo tornou-se um produto, obedecendo a lógica da obsolescência e da substituição. A regra é buscar a velocidade ótima do fluxo de mercadorias de maneira que o velho seja abandonado pelo novo o mais rápido possível. As estratégias utilizadas para este fim multiplicam-se como ideologias do consumo e do progresso caminhando de mãos dadas, escondidas como não ideologias e atendendo pelo nome geral de cultura. Vivemos imersos em uma cultura do consumo na qual a lógica da obsolescência é um imperativo. Produtos e pessoas tornam-se obsoletos, sendo manipulados a partir do desejo programado pela propaganda.

Nesta sociedade global do consumo programado, o mercado é do tamanho do planeta. Ninguém consegue impor limites à marcha do desenvolvimento que parece ter assumido vontade própria. Tudo é transformado em mercadorias. Desde relações sociais (facebook, twitter, sites de encontros), passando por estima (livros de autoajuda, roupas), até autorealização (automóveis, imóveis). Toda e qualquer necessidade é codificada na forma de produtos com o apoio do marketing. Consumimos signos acreditando na promessa de que eles podem trazer felicidade, entretanto, a materialidade não nos satisfaz, pois na prática um produto nunca estará à altura de uma simbologia exagerada para vender. Até mesmo estilos de vida são fabricados e comercializados no Shopping Center. Os códigos de vestimenta, o certo e o errado das revistas e das colunas de jornal, a televisão, as multimídias, tentam educar a manada de consumidores, direcionando o fluxo de investimento da próxima moda. “Eu sou aquilo que consumo”. A identidade de consumidor grudou-se a ideia de cidadania (compra consciente) e de família (basta ver a quantidade de propagandas com crianças). Antes de sermos pais, professores, pesquisadores, economistas, alunos, cidadãos e indivíduos, somos consumidores, portadores de signos de diferenciação e aproximação.

As consequências desta transformação histórica, resultado do crescimento populacional e do processo contínuo de ampliação da acumulação do capital, são inúmeras. Focaremos aqui nas que consideramos ser as mais perversas, a exclusão, o endividamento e a falta de sentido para a vida.
A exclusão é uma consequência social, entendida a partir da estrutura de classes. Quanto mais riqueza material produz e circula em uma determinada sociedade, mais marcantes são os traços de pobreza que levam a exclusão. Quanto mais pessoas tornam-se ávidos e peritos consumidores, mais fora e sem possibilidade de circulação ficam os que portam os signos da miséria. A maioria dos espaços da cidade são hoje espaços privados, restritos apenas para consumidores aptos.

O endividamento é outra face maligna do consumismo. Chegamos a um ponto no qual o endividamento das famílias brasileiras corresponde a cerca de 40% da renda anual da população. Segundo os dados de uma pesquisa sobre inadimplência da Confederação Nacional do Comércio, mais de 70% dos respondentes apontam o cartão de crédito como o seu principal tipo de dívida, permitindo inferir que o aumento do endividamento dos brasileiros tem relação com o aumento no consumo de bens supérfluos e não-duráveis. A pergunta é: quem vai pagar essa conta? A resposta: todos (claro, quem tem menos perde mais). Os movimentos tendenciais do capitalismo já ensinaram que uma nação endividada, crescendo financiada pela abundância de crédito propiciada pelo momento internacional que favorece sua posição como receptor do capital global, cedo ou tarde quebrará. A Europa e os EUA, por vias diferentes, chegaram ao mesmo resultado. Quem está pagando a conta? Todos nós, inclusive os países periféricos que financiam o resgate europeu a partir da extração e remessa de juros do sistema bancário, da exploração do trabalho e do extrativismo de matérias-primas, como o cobiçado ouro negro do petróleo. Esta é uma perspectiva que se desdobra distante, é assunto para outro ensaio, por hora basta sabermos que temos uma conta a ser paga e que ela está continuamente crescendo.

Qual o resultado de tudo isso? Para onde estamos indo enquanto civilização? Se realmente existimos para ser felizes e realizados, foi justamente aí que ocorreu o maior de todos os “golpes” da modernidade, um golpe histórico sem autoria determinada. Para uma completa e fluída ascensão da sociedade do consumo programado foi necessário reprogramar a noção de felicidade. Hoje, não é muito difícil perceber que ser feliz está diretamente atrelado á posse de bens materiais e a uma ideia de sucesso profissional. A ideologia do consumismo criou a falsa noção de que a felicidade pode ser atingida a partir da posse de bens. Muitos perseguem esta meta como cachorros de corrida tentando alcançar o coelho elétrico que sempre se distancia. A racionalidade substantiva, capaz de acessar o eu, foi impregnada pelo princípio da eficiência, sendo cada vez mais difícil separá-la da racionalidade instrumental. Assim, nos tornamos seres de essência calculista orientados pela máxima maquiavélica dos fins que justificam os meios. Como é possível ser mentalmente saudável e realizado estando preso a esta racionalidade artificial? É necessário e urgente desvelar e minar estas formas de pensar que nos limitam enquanto seres humanos, seja pela crítica, pela educação ou pela cultura (como manifestação popular). Quando nos tornarmos consumidores equilibrados atingiremos um grau maior de emancipação, dando um grande passo rumo a uma sociedade mais justa e livre.

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