Evento une povos por amor à língua portuguesa

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Unir povos e homenagear a língua pátria. Esses são os objetivos do VI Encontro de Poetas da Língua Portuguesa, que acontece a partir do dia 5 de setembro, no Rio de Janeiro. O evento conta com palestras, apresentação poéticas, musicais e lançamento de antologia comemorativa. Além do Brasil, a edição será realizada na África, em Guiné-Bissau, dos dias 18 a 21, e na Europa, em Lisboa, de 26 a 28. Gratuito e aberto ao público, as inscrições são feitas pelo e-mail.

Segundo mentora e organizadora da iniciativa, a cantora e poetisa brasileira Mariza Sorriso, o projeto nasceu em 2013. Desde 2014, vem sendo realizado, anualmente, nas cidades do Rio de Janeiro, Lisboa e numa capital de língua portuguesa em solo africano. “Por exemplo, em 2017, foi em Maputo. Em 2018, em Luanda. A partir deste ano conta com o Apoio Institucional da CPLP”.

Mariza comenta que uma das propostas do projeto é promover a inclusão. Segundo ela, os encontros sempre apresentam poetas das mais variadas idades e níveis de vivência poética, renomados e premiados doutores e PHD’s em Letras, ao lado de poetas neófitos. “Mais de duas centenas tiveram seus dons poéticos despertados através dos nossos Encontros, alguns já com destaque internacional. Até a quinta edição contávamos com mais de 2000 poetas participantes”, revela.

Fonte: Divulgação

O evento também conta com o lançamento de uma antologia comemorativa: ‘A Poesia na Rota dos Camões’. O livro conta com a participação de 142 poetas dos países lusófonos. A obra faz homenagem a importantes artistas, como a poetisa e romancista brasileira Maria Firmina dos Reis, o poeta guineense Vasco Cabral e as portuguesas Sophia de Mello Breyner Andresen e Amália Rodrigues pelo centenário. 

Programação:

A abertura do VI EPLP acontecerá no Rio de Janeiro no dia 05 de setembro às 14 h. no Real Gabinete Português. Em seguida, nos dias 06 e 07, segue para o auditório do Museu da República.

Em Guiné-Bissau, o evento será nos dias 18 a 21 no Centro Cultural Brasileiro, no Centro Cultural Franco-Bissau Guineense, no Centro Cultural Português – GB e na Casa de Vasco Cabral. A organização do EPLP ainda visita a Instituição máxima da Cultura, Pindjiguiti, Fortaleza de Amura, Museu da Luta de Libertação Nacional, Presidência de República.

Fonte: Divulgação

Já em Lisboa, o projeto será realizado, dia 26, na Sede da CPLP, Fundação Casa de Amália Rodrigues, e, dia 28, na Biblioteca do Museu dos Desportos. 

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Museu da República recebe Encontro de Poetas da Língua Portuguesa

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EPLP chega a sua quinta edição com antologia comemorativa

A poesia celebra mais uma vez a língua portuguesa. A partir do dia 31 de agosto, será realizada a quinta edição do Encontro de Poetas da Língua Portuguesa (V EPLP). A abertura do evento será no Museu da República – Palácio do Catete, no Rio de Janeiro. Depois do Rio, as cidades de Olinda, Recife, Lisboa (Portugal) e Luanda (Angola) sediarão a edição. O evento é gratuito,aberto ao público e com classificação livre.

Segundo Mariza Sorriso, poeta e organizadora da iniciativa, o projeto, que teve seu princípio em 2013, visa integrar e reunir anualmente poetas de todos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), além de dar a conhecer a arte e a cultura de todo o mundo lusófono.

Fonte: https://goo.gl/SegE8k

Atividades

A abertura acontecerá no auditório do Palácio do Catete, a partir das 10h, no dia 31 de agosto. A programação da tarde vai contar com passeio literário guiado com visita à Associação Brasileira de Letras (ABL), Biblioteca Nacional e Real Gabinete Português de Leitura entre outros locais relevantes para a cultura.

No dia seguinte, 1º de setembro, será apresentada a palestra ‘A importância da integração dos poetas de língua portuguesa para a literatura’ pelo prof. Luiz Otávio Oliani. À tarde, haverá o lançamento da antologia comemorativa do encontro, intitulada ‘A Poesia do Fado e dos Tambores’ (Dowslley Editora).

– Apresentamos o fado representando o colonizador e os tambores as ex-colônias de Portugal. Ao todo, são 273 poemas de 135 poetas de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe – explica Mariza.

A mentora do encontro comenta também que o livro evidencia a diversidade cultural que compõe os países lusófonos e reforça ainda mais os laços. “Os ‘sentires poéticos’ cumprem o papel de profetizar a história e traduzir a sensibilidade humana”.

– Na edição deste ano, reverenciamos alguns poetas consagrados em cada país sede de realização do EPLP, pela sua contribuição à cultura lusófona. Homenageamos os brasileiros Gonçalves Dias e Castro Alves, a portuguesa Fernanda de Castro e o angolano A. Agostinho Neto – declara a mentora do projeto.

Mariza destaca ainda que o desejo é integrar o maior número de poetas lusófonos, incluindo alguns que, por questões socioeconômicas, não teriam chance de serem ouvidos ou lidos. “Por isso, unimos poetas das mais variadas idades e níveis de vivência poética, renomados e premiados, ao lado de estreantes na poesia”.

Fonte: https://goo.gl/vnRwPp

Programação nacional e internacional

Depois do Rio, em setembro, nos dias 14 e 15, quem recebe o projeto são as cidades de Olinda, no Artes & Serenatas, e em Recife, no Gabinete Português de Leitura de Pernambuco.

Em seguida, os poetas se encontram em Lisboa (PT), que conta com ampla programação entre os dias 19 e 21, culminando, no dia 22, com a cerimônia na Biblioteca do Museu Nacional do Desporto-IPDJ. E, por último, o evento acontece em Luanda (Angola), nos dias 28 e 29, no Instituto Camões e no Memorial António Agostinho Neto (MANN).

 

Serviço:

Inscrições pelo e-mail 

Certificado de participação somente para poetas, professores e estudantes de letras.

Prazo até dia 26 de agosto

Grátis e Aberto ao Público

Classificação: Livre

Museu da República

Sexta-feira dia 31.08.18

De 10h – abertura do evento – Museu da República

Das 10h30 às 12h – sarau com convidados

Às 13h – Pausa para o almoço

Às 14hs – início do circuito literário guiado nos principais pontos da literatura e poesia do Rio de Janeiro (ABL, Gabinete Português de Leitura, Colombo, Biblioteca Nacional). Saída a partir da Confeitaria Itajaí, centro do Rio.

 

Sábado – Dia 01.09

De 10h às 12h – Atividades culturais e palestras

De 12h às 13h30 – pausa para o almoço

A partir das 14h – Apresentação dos poetas e lançamento da antologia comemorativa

Às 17h – Apresentação musical de ritmos lusófonos

Às 18h – Confraternização e encerramento do evento

 

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A relação professor-aluno à luz da narrativa fílmica ‘Sociedade dos Poetas Mortos’

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“’Carpe Diem’. Aproveitem o dia.
Façam suas vidas serem extraordinárias.”

Do professor aos seus alunos em Sociedade dos poetas mortos

As reflexões promovidas pelo texto “A psicopatologia do vínculo professor-aluno: o professor como agente de socialização” e pela narrativa fílmica “Sociedade dos Poetas Mortos” nos possibilita compreender as representações tecidas a partir das relações entre professor e aluno e como se dá a configuração nos espaços escolares. É certo que na escola, com as relações estabelecidas entre os sujeitos, o processo de significação acaba por influenciar a identidade social e cultural do sujeito no grupo. Tomemos cuidado para a dimensão desses significados que ganham expressões como: o/a professor/a, o/a aluno/a, a educação, o ensino, as pedagogias.

O filme Sociedade dos Poetas Mortos nos apresenta um modelo de escola marcada por um tempo e um espaço cronificados pelo ritmo do relógio. O tempo é pontuado a cada atividade que se desenrola no internato. O espaço é racionalizado e cada minuto se faz importante para os fins da Educação; educar dentro dos limites da tradição. Torna-se evidente, nessa narrativa, que não importa o quão diferente os alunos possam ser em termos de classe, gênero ou raça, pois estarão representados como unidade de identidade por meio do exercício de diferentes formas de poder. Há códigos sendo utilizados para comunicar essas idéias: lembremos da posição dos alunos na sala de aula, da composição do ambiente e das cenas que representam as relações entre alunos, professores e administradores.

É notória a utilização de um regime disciplinar fortemente marcado que vai desde a entrada dos alunos no internato até as atividades como a utilização da biblioteca, o uso dos dormitórios, do refeitório; o tempo é segmentado e marcado por horários rígidos. As reflexões nos apontam que tradição, honra e disciplina institui um tipo de saber, próprio das pedagogias tradicionais. Para Bohoslavsky (1993) essas pedagogias, em que o poder disciplinar marcado pelo tempo e espaço também disciplina, produzem um saber determinado, um saber que é também tradicional, um saber que produz poder e ao mesmo tempo um poder que produz saber. Na concepção do autor, este saber, nessas pedagogias tradicionais, é um saber específico, é o saber científico.

Sociedade dos Poetas Mortos se desenvolve em um colégio americano de 1959 que tem como pilares a Tradição, a Honra, a Disciplina e a Excelência. No internato masculino, tido como “o berço dos futuros líderes da América”, não há espaço para o feminino: os professores são homens, a direção da escola é masculina. A narrativa mostra uma história de padronização, de regulação e da busca da excelência por meio da competição: cada aluno traz em si o peso de buscar ser o melhor, o mais eficiente, de ter as melhores notas, os melhores resultados.

O professor John Keating (Robin Williams) ao chegar a esse ambiente conservador, revoluciona os métodos de ensino ao propor que os alunos aprendam a pensar por si mesmos. Há nas atitudes do professor, críticas à educação tradicional. Ele representa um novo ideal pedagógico. Para se ter ideia, já no primeiro dia letivo, o professor entra em sala de aula assobiando, passa pelos alunos com ar despreocupado e desperta olhares curiosos, encaminha-se para uma outra porta, de saída para o corredor, todos os alunos ficam apreensivos e sem saber o que fazer. O professor faz um sinal, pedindo que os estudantes o acompanhem. Eles chegam numa sala de troféus. Há fotos de alunos, remontando ao início do século XX, fazendo-nos voltar ao começo das atividades da escola. O professor pede silêncio. Os alunos demonstram tensão e ansiedade. O professor solicita a atenção de todos e pede que eles se voltem para as fotografias e observem os rostos de todos os que frequentaram a tradicional instituição de ensino em que eles se encontram. Num tom desafiador, o professor questiona: O que aconteceu com eles? O que fizeram de suas vidas? Onde estão agora? Perguntas como essas são lançadas aos alunos.

Ações como essa indicam que o professor, ao se utilizar de outros espaços não convencionais, acaba promovendo atividades também pouco convencionais aos alunos, e isso proporciona uma convivência democrática, de contato afetivo e próximo com seus alunos.

O filme é uma obra prima que critica os modelos ultrapassados de educação. O modo como as discussões são lançadas nos prendem do início ao fim da narrativa, isso se deve ao roteiro, a composição das cenas, a interpretação dos atores, ao zelo da equipe que dirigiu e produziu o longa.  Na narrativa é estabelecida a relação metafórica da juventude com o desejo de mudança, que pode ser percebida nas angústias e nos medos que os jovens tem de conduzirem as suas vidas. No processo de (re)afirmação da sua própria identidade, tudo o que esses jovens, imersos num turbilhão de emoções, querem é o direito de discordar, argumentar, criar, exercer sua liberdade. Eles querem traçar seus próprios caminhos, desejam realizar seus sonhos.  É nesse contexto que o filme tece cena após cena um panorama de reflexões acerca do que rege a vida do sujeito.

Há uma cena memorável na qual o professor solicita uma tarefa aos alunos para que eles criem poemas. Um dos alunos, o mais tímido do grupo, não acredita em seu talento para as palavras e não apresenta a tarefa. O professor não repreende, apenas acolhe as angústias e medos desse aluno, respeita o tempo dele, lhe passa confiança, e o convida a estar na frente e deixar seu recado.


O professor é o fundador da “Sociedade dos Poetas Mortos”, para ele os poetas mortos dedicavam-se a extrair a essência da vida. Encontros secretos passam a acontecer e numa das sessões da Sociedade – ambientada numa caverna, uma ode à Caverna de Platão – um dos seus alunos declama:

“Sonhamos com o amanhã e o amanhã não vem
Sonhamos com a glória que não desejamos
Sonhamos com um novo dia, quando este já chegou
E fugimos da batalha, uma que deve ser enfrentada
Mesmo assim dormimos

Ouvimos a chamada, mas não escutamos
Esperamos pelo futuro, quando não passa de planos.
Sonhamos com a sabedoria da qual fugimos diariamente
Oramos por um salvador quando a salvação esta nas nossas mãos

mesmo assim dormimos,
mesmo assim sonhamos,
mesmo assim tememos,
mesmo assim oramos,
mesmo assim dormimos.”


O professor em uma das sessões da Sociedade coloca que “medicina, advocacia, administração e engenharia são objetivos nobres, mas a poesia, o romance, o amor são para a vida toda. É para isso que vivemos!” O professor provoca os alunos a pensarem por si mesmos, a “tornarem as suas vidas extraordinárias” e institui como lema da Sociedade a máxima “aproveite o dia”, “Carpe Diem”.

Por meio das atitudes do professor, o vínculo é estabelecido. Seu relacionamento com os alunos traz possibilidades em tirá-los de sua passividade, provocando-os a uma reflexão sobre o conhecimento, sobre a vida. Questiona o professor: “Será que estamos fazendo valer nossa existência?” A narrativa mostra a história de um grupo de alunos que tem a oportunidade de trabalhar com um professor visionário, de atitudes inesperadas, que os instigou a pensar por conta própria. Professores como o do filme colocam as “estruturas” administrativas de qualquer instituição de ensino em alerta.

Bohoslavsky (1993) ilustra bem em sua produção quando afirma que ensinar os alunos a pensar e a exercer a reflexão crítica é uma meta que frequentemente mencionamos como inerente à função docente. No entanto, muitas vezes, alerta ele, isto não passa de uma formulação bem intencionada. A leitura do texto e a exposição do filme promovem reflexões acerca das pedagogias utilizadas nas escolas e universidades. Tais narrativas instigam quem ama a educação, quem busca ideal de reformulação, quem tem um profundo respeito e preocupação pelo aluno.  Estando num ambiente de Educação, seja como educando ou como educador, fica a inquietação: precisamos reformular nossas práticas, rever posturas e condutas e, principalmente, olhar para nós mesmos em busca daquilo que nos faça sentir orgulho do que fizemos e do que faremos com o que aprendemos.

Referência: 

BOHOSLAVSKY, Rodolfo H. A psicopatologia do vínculo professor-aluno: o professor como agente de socialização. In: PATTO, M. Helena S. (org.). Introdução à Psicologia Escolar. São Paulo: T.A. Queiroz, 1993.


FICHA TÉCNICA DO FILME

SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS

Nome Original: DEAD POETS SOCIETY
Elenco Principal: Robin Williams (John Keating), Robert Sean Leonard (Neil Perry), Ethan Hawke (Todd Anderson), Josh Charles (Knox Overstreet) entre outros.
Duração: 129 min
Direção: Peter Weir
Roteiro: Tom Schulman
Música: Maurice Jarre
Fotografia: John Seale
Gênero: Drama
Ano: 1989
Estúdios: Touchstone Pictures

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