Qual a natureza do homem: emoção ou razão?

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Nietzsche acredita que a nossa natureza é uma só: crescer, aumentar, expandir e se fortalecer. O que faz que tenhamos um objetivo universal e inevitável: a vontade de potência.

Você já se perguntou qual o sentido da sua vida? O que te move? Emoção ou razão? Emoção ou motivação? Qual o teu propósito? Você acredita que cada ser humano contém um propósito individual? Qual o valor da vida? Nietzsche diz que o valor da vida não pode ser avaliado, para isto precisaríamos estar mortos. E como sabemos, nenhum morto pode nos declarar qual o valor da vida, ao menos para os que acreditam em metafísica. Mas isto não nos impede em alguma medida, avaliar a nossa vida, assim como conferir sentido, apreciar, depreciar e interpretar (THOMASS, 2019).

Nietzsche acredita que a nossa natureza é uma só: crescer, aumentar, expandir e se fortalecer. O que faz que tenhamos um objetivo universal e inevitável: a vontade de potência. Assim como Nietzsche, Baba (Mestre espiritual) também acredita que temos um objetivo universal, que ele dá o nome de expansão de consciência e faz uma analogia com a árvore: a semente é o ego, e tem o objetivo de se desenvolver, amadurecer e gerar frutos. A raiz representa nossas memórias, nos mantém de pé. O tronco representa nossos valores e virtudes, quanto mais consolidadas, mais longe poderemos chegar. Os galhos são os desdobramentos de nossas virtudes e dons. As folhas são nosso impulso de vida e capacidade de renovação, e por fim, as flores e os frutos representam o que viemos fazer aqui.

Rogers (1947) diz que o sujeito tem uma Tendência Atualizante, condizente com a teoria de ´´vontade de potência“ de Nietzsche. Para Rogers, “descobrimos, dentro da pessoa, sob certas condições, uma capacidade para a reestruturação e reorganização do self, e, consequentemente, a reorganização do comportamento, o que tem profundas implicações sociais” (Rogers, 1947, p. 368). Ou seja, o indivíduo tem a capacidade se organizar e reestruturar de acordo com as limitações do meio. Ainda sobre a tendência atualizante, Rogers & Kinget (1965/1979) pontuaram:

(…) a tendência à atualização é a mais fundamental do organismo em sua totalidade. Preside o exercício de todas as funções, tanto físicas quanto experienciais. E visa constantemente desenvolver as potencialidades do indivíduo para assegurar sua conservação e seu enriquecimento, levando-se em conta as possibilidades e limites do meio (p. 41).

Fonte: encurtador.com.br/cGPQ4

Se for da nossa natureza a vontade de potência, expansão de consciência e tendência atualizante, o que nos limita? Seria o meio em que vivemos? Afinal influenciamos e somos influenciados pelo meio. Muitos teóricos da psicologia sustentam que a personalidade se fundamentada até os 7 anos de idade, ou seja, crenças instaladas podem permanecer por toda vida. Logo, se reproduzimos ignorância, procriamos ignorância. E muitas vezes as crenças que protegem, são as mesmas que isolam e causam maior distanciamento do ´´verdadeiro eu“ (que Jung chama de Self ou Si-mesmo), o que dificulta a evolução.

De acordo com John Locke o homem é uma tábula rasa, ou seja, se constitui por meio das experiências. Logo, uma criança nasce pura e sem máscaras, e a partir das normativas sociais, ela vai se moldando, se corrompendo ou se desenvolvendo. Desta forma, é preciso iniciar uma reforma pelos adultos, de maneira que estes curem suas mazelas e não transfiram as mesmas para os filhos, sobrinhos, alunos etc., a partir do que Freud chama de projeção narcísica. Antes de ter um filho é preciso ter autorresponsabilidade. Você tem vontade de ter um filho para cumprir um programa social, suprir a própria carência ou é algo que vem do coração? Quem em você quer ter um filho?

Tal cenário resulta em uma sociedade doente, dependente de medicamento e terapia. Afinal, se dinheiro, fama, poder e beleza fossem sinônimos felicidade não teríamos tantos famosos adoecidos mentalmente. Whindersson Nunes, que passou por um processo depressivo se questionou em entrevista ao fantástico: “Eu virei um cara que tenho as minhas coisinhas e tudo mais. Mas você chega naquele momento e fica: e aí? Dinheiro, dinheiro, dinheiro e aí?”.

Fonte: encurtador.com.br/orE36

Ainda para suprir o vazio, acabamos nos tornando carentes do outro, mendigando atenção.  Baba diz que não somos carentes de nada, mas crenças nos condicionam e acabamos a achar que somos mendigos de atenção. Logo, muitas vezes fingimos o que não somos, visando receber atenção/carinho. O que resulta em uma vida desperdiçada, baseada na tentativa de forçar o amor do outro. Este estado provoca raiva, e esta raiva volta a si próprio, pois de maneira clara ou não, a pessoa sabe que está a se ´prostituir`. Algumas vezes, para chamar a total atenção de uma pessoa em específico, o indivíduoaz papel de vítima com intuito de conquistar, dominar e manipular o outro. Sendo característica da necessidade de amor exclusivo. Mas de acordo com Sartre: inferno são os outros. Vale ressaltar, também, que se o inferno são os outros, nós também somos o outro (e o inferno) na vida de alguém.

Como você tem agido? De forma racional ou instintiva? Você é uma pessoa que usa a mente para entender o mundo ou apenas para justificar suas opiniões através da emoção? Me atrevo a dizer que pensar no outro, saindo da nossa zona de conforto é uma maneira de praticar sentimento, desta forma, enquanto procuramos a nós mesmos dentro de uma multidão, sigamos a filosofia de Mahatma Gandhi: Seja a mudança que você quer ver no mundo.

Referências

BABA,S. Propósito: a coragem de ser quem somos. Editora Sextante, 1ª edição, 2016.

FREUD, S. [1914]. Sobre o narcisismo: uma introdução. In:____. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas. 1. ed. Trad. Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1974, v. XIV, p. 85-119.

Globo. Whindersson Nunes sobre tratamento contra a depressão: ‘Hoje eu me sinto bem para falar’. https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2019/07/14/whindersson-nunes-sobre-tratamento-contra-a-depressao-hoje-eu-me-sinto-bem-para-falar.ghtml

THOMASS. B. Afirmar-se com Nietzsche. Vozes Nobilis; Edição: 1 (2010)

SALATIE, J. John Locke e o empirismo britânico – Todo conhecimento provém da experiência. Acessado em < https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/john-locke-e-o-empirismo-britanico-todo-conhecimento-provem-da-experiencia.htm?cmpid=copiaecola > no dia 09/08/19.

RAMOS, J. Os  tesouros da saúde. Acessado em < https://www.nova-acropole.pt/a_tesouros_saude.html  > no dia 09/08/19.

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O Aconselhamento Psicológico segundo Yolanda Forghieri e a Abordagem Centrada na Pessoa

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Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-tr3CKiymaow/T3TUkkvLdWI/AAAAAAAAK54/DUT_fM4AV1M/s1600/quebra%2Bcabeca.jpg

Para se entender o atual panorama do Aconselhamento Psicológico, é necessário buscar informações acerca dessa prática terapêutica a épocas primitivas e a forma de terapia que se utilizava, haja vista que o aconselhamento remete a tempos remotos, quando ainda nem se sabia o que seria o termo “aconselhar”. Além disso, é sempre interessante buscar a compreensão de um processo vigente e em constante desenvolvimento.

Levando ao plano da questão de saúde-doença, podemos observar, as “terapias” vigentes a épocas primitivas. Na pré-história, as doenças se remetiam a espíritos do mal e eram tratadas com trepanação ou rituais de feitiçaria. No Antigo Egito, a crença era de que as doenças eram causadas por demônios e punições de deuses, tendo como tratamento, a magia e algumas formas primitivas de cirurgia e higiene. Na China Antiga, acreditava-se que as doenças eram causadas em detrimento do desequilíbrio de forças da natureza e o tratamento consistia em ervas medicinais e acupuntura. Hoje, conhecemos esse tratamento como medicina chinesa tradicional (STRAUB, 2014).

Já na civilização grega, doença e terapia passam para o plano natural e científico. Vale ressaltar, nesse período, as significativas contribuições de alguns filósofos: Sócrates, Platão e Aristóteles. Hipócrates foi responsável por iniciar esse enfoque do ponto de vista racional, porém, há um retrocesso nessa visão, “assim, o tratamento das doenças mentais passou a ser sinônimo de exorcismo, representando uma união da demonologia primitiva e da mitologia cristã” (FORGHIERI, 2007, p.12).

 O ar contaminado e os humores do corpo eram as causas das doenças, na Roma Antiga. O tratamento utilizado era a flebotomia, banhos e enemas. Na Idade Média, a doença era vista como punição divina, devido aos pecados do indivíduo, e curada através de milagres, santos e também, a partir flebotomia. Já na Renascença, surge com Descartes a divisão entre mente e corpo (dualismo cartesiano ou dualismo mente-corpo), onde a causa da doença devia-se a uma condição física do corpo, sendo este último, separado da mente. Ou seja, mente e corpo funcionam separadamente, sem interação. Nesse período, utilizaram-se as primeiras técnicas cirúrgicas como tratamento das doenças. Na década de 1920, as causas das doenças tinham influência da mente e suas emoções (medicina psicossomática), sendo tratadas através da psicanálise (STRAUB, 2014).

Fonte:http://www.hs-menezes.com.br/images/PREV01.jpg?19

São diversas as terapias praticadas antigamente que podem ser consideradas como matrizes do Aconselhamento Psicológico, que surgiu como “uma ajuda terapêutica destinada a aliviar os sofrimentos existenciais dos seres humanos, com procedimentos variados, sem o estabelecimento de teorias ou regras rígidas” (FORGHIERI, 2007, p. 38). Sendo assim, mesmo que de forma indireta ou não, podemos perceber as contribuições de períodos primitivos da história para a origem do Aconselhamento Terapêutico.

Além disso, a partir do século XX, pode-se constatar que a origem do Aconselhamento Psicológico também está relacionada à orientação profissional e vocacional, haja vista o estabelecimento de uma relação terapêutica entre o profissional que auxilia na tomada de decisão e o indivíduo.

Forghieri (2007) diz que, devido às Grandes Guerras e as consequências trágicas de tais acontecimentos, um elevado número de pessoas necessitou de atendimentos psicológicos. Logo, apesar de apenas psiquiatras e médicos terem a autorização da prática psicoterápica, outros profissionais, tais como da área da enfermagem, assistência social e orientação educacional, também puderam exercer um papel de aconselhadores terapêuticos, a fim de dirimir a demanda. Foi com a publicação da obra de Carl Rogers, em 1942 nos Estados Unidos sobre Aconselhamento Psicológico (Cousenling Psychology) que foi reconhecida essa prática na comunidade científica da Psicologia. Porém, somente a partir da década de 1950, a APA (American Psychology Association) oficializa o Aconselhamento Psicológico como uma prática terapêutica.

O novo movimento encerra dados teóricos e técnicos da psicoterapia, inclui orientação profissional e ocupa-se sobretudo do indivíduo como indivíduo, procurando ajudá-lo a adaptar-se com sucesso aos vários aspectos da vida. Os aconselhadores ou orientadores, nesse ponto de vista, ocupam-se de pessoas normais podendo, ainda, cuidar daquelas que apresentam deficiências e são mal ajustadas, porém, de maneira diferente daquela que caracteriza a Psicologia Clínica (SUPER, 1955 apud FORHIERI, 2007, p.43-44).

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 O Aconselhamento Psicológico hoje

A atual conjuntura apresenta-se como um entrave nas escolhas acerca da vida. Os acontecimentos que antes eram isolados pelas distâncias que separavam as pessoas umas das outras, hoje, acontecem quase que em tempo real, pela rapidez dos meios de comunicação, redes sociais, entre outros. É nesse movimento frenético do ser humano, em busca de trabalho, da realização pessoal, de sua emancipação como pessoa na sociedade, que o aconselhamento psicológico acontece (FORGHIERI, 2007).

O aconselhamento psicológico visa prestar ajuda de uma forma mais rápida ao indivíduo, no que tange às suas decisões relacionadas a escolha profissional, relacionamentos, família, entre outros. Preocupa-se, sobretudo, em auxiliar a pessoa a encontrar um norte para o seu existir, quanto esta se vê emaranhada pela tristeza, angústia e sem uma perspectiva de vida. Além disso, não consegue perceber em meio as dificuldades de seu cotidiano, uma solução que possa dirimir tais angústias.

Diante disso, Forghieri cita dois extremos envolvidos no processo de aconselhamento terapêutico

A saúde existencial consiste no bem-estar geral que cada um de nós experiencia no decorrer da própria existência, caracterizado por uma vivência global de liberdade, acolhimento e sintonia em relação a si, aos seus semelhantes e ao mundo em geral (…). Inversamente, o adoecimento existencial consiste em mal-estar, contrariedade e angústia, caracterizando-se por uma vivência global de impotência, insatisfação em relação a si mesmo, à proposta vida e aos seus semelhantes, e por uma revolta, ou uma apatia, um conformismo pessimista de que nada adianta fazer para melhorar ou mudar essa situação (…). Saúde e adoecimento existenciais fazem parte da vida de todos nós. São como dois polos constituintes da totalidade da existência. São maneiras de existir de certo modo opostas, paradoxais, que se alternam constantemente no decorrer de nossa vida, às vezes tão próximas que chegam a se entrelaçar (FORGHIERI, 2007, p.103).

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Sendo assim, o terapeuta do aconselhamento psicológico deve estar à escuta do cliente, compreendendo os fatores contextuais, o tipo de problema situacional ou a um desconforto emocional. Caso seja identificado algo patológico, o cliente deve ser encaminhado para a psicoterapia (atendimento em longo prazo), pois tal sentimento refere-se a um estado de passividade diante de uma situação que o indivíduo não consegue resolver sozinho.

O aconselhamento psicológico tem seu foco no acompanhamento breve onde o psicoterapeuta e o cliente desenvolvem um diálogo. A duração do aconselhamento psicológico/terapêutico é fixado entre o aconselhador e cliente. Logo, pode ser realizado em uma ou mais sessões. Vale ressaltar a importância de haver uma reciprocidade na relação entre terapeuta-cliente, sendo que o terapeuta deve-se mostrar disposto a ajudar o cliente e este, disposto a discorrer sobre suas dificuldades. (FORGHIERI, p. 127).

Ou seja, o cliente fala e o aconselhador vai dando devolutivas, no sentido de estar mobilizando o cliente a fazer o que só ele pode fazer por si mesmo, diante de algo que sua existência lhe apresenta. Essa escuta proporciona um clima para que o cliente comece a ressignificar sua vida, constituindo um comportamento de aceitação diante de suas necessidades. O cliente deve sentir-se acolhido pelo aconselhador, e este oferecer-lhe uma compreensão daquilo que se trata, deixando claro o quanto é importante e benéfico o aconselhamento psicológico, pois rememorar certas situações difíceis de sua vida o ajudará a transcender e tornar sua caminhada existencial mais prazerosa.

  Sobre Carl Rogers e sua teoria

Diante do exposto, o Aconselhamento Psicológico contempla os aspectos da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) de Carl Rogers (1902-1987). Tal abordagem possui suas bases na Psicologia Fenomenológica, oriunda da Fenomenologia de Husserl (1859-1938). A partir de protestos no século XX, este filósofo “colocou em questão a diversidade dos sistemas filosóficos da época, assim como o emprego exclusivo do método experimental pelas ciências na aquisição de conhecimento, que predominava nessa ocasião” (FORGHIERI, 2007, p.91).

A ACP não se constitui apenas como sendo de domínio psicológico, mas também é uma filosofia de vida, pautando seus princípios na “honestidade, a dedicação, o respeito e a consideração para com o outro como se o outro fosse você mesmo (…), promovendo cura, desenvolvimento, crescimento e aprendizagem (SANTOS; ROGERS; BOWEN; 2004, p.43).

Os principais fundamentos da ACP dividem-se em três etapas. A primeira delas é a congruência que consiste na ideia do terapeuta ser ele mesmo na relação com o cliente, de modo a dirimir as fronteiras profissionais e/ou pessoais com o outro, além de qualquer resistência por parte desse profissional. A segunda etapa consiste na aceitação positiva incondicional que o terapeuta deve ter para com o cliente, aceitando-o em sua integralidade sem julgamentos previamente estabelecidos. A terceira etapa refere-se a empatia, onde o terapeuta deve permitir-se entrar no mundo interno de seu cliente, ao compreender os sentimentos deste último e o significado dado a eles (ROGERS, 1987). Vale ressaltar que estas três etapas não seguem uma ordem cronológica dos fatos.

Essas etapas são apenas atitudes que Rogers se baseia para o bom desenvolvimento dos relacionamentos interpessoais que devem ser levadas em consideração. Enfim, congruência, aceitação positiva incondicional e empatia, contribuem para abertura do cliente em seu processo e avanço no atendimento psicológico, seja ele Aconselhamento Psicológico ou a Psicoterapia.

Justo (2002) diz que Rogers fez a escolha pela abordagem fenomenológica, haja vista que a mesma é menos suscetível a erros e eficaz na prática, sendo assim, mais concernente aos seus objetivos enquanto terapeuta. Assim sendo, a ACP leva o indivíduo, ao longo de sua existência, a uma tomada de consciência, ensinando-o a trabalhar sua própria dimensão psicológica, bem como seu lado emocional.

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Diante do exposto, podemos observar que as várias fases da saúde-doença, desde a pré-história até os tempos de hoje, contribuíram para a história e evolução do aconselhamento psicológico. Yolanda Forghieri utiliza-se do termo “Aconselhamento Terapêutico”, porém, nos utilizamos tanto desta denominação quanto “Aconselhamento Psicológico”. Além disso, essa autora teve influência de diversos filósofos, psicólogos e psiquiatras, sendo uma das precursoras dessa especialidade da Psicologia no Brasil.

O campo de aconselhamento ampliou-se focando na relação cliente- terapeuta, onde através da escuta e devolutivas, o terapeuta tem como objetivo ajudar o cliente a tomar decisões e não adoecer existencialmente. Yolanda (2007) diz que a relação entre terapeuta e cliente requer humanidade de ambos, mas também profissionalismo do terapeuta, a fim de auxiliar o indivíduo para que este se conheça melhor e exista no mundo de maneira satisfatória.

Tendo em vista que o indivíduo vive em busca de sua realização pessoal, o Aconselhamento Psicológico é um meio para auxiliá-lo nesse intento. Para tal, Rogers asseverou sua abordagem na “terapia centrada na pessoa”, com o intuito de auxiliar o indivíduo a encontrar respostas para suas indagações no seu próprio interior, pois é ele mesmo que possui condições de fazer suas próprias mudanças no que tange às suas necessidades; o terapeuta apenas o auxilia.

Nessa perspectiva, consideramos o Aconselhamento Psicológico, um campo de extrema importância para a Psicologia, conforme as considerações realizadas por Forghieri acerca dessa prática. Além disso, demonstramos aqui sua execução a partir da Abordagem Centrada na Pessoa de Carl Rogers, a qual possibilita um clima facilitador de crescimento na relação entre terapeuta e cliente.

REFERÊNCIAS:

ROGERS, C. Os fundamentos de uma abordagem centrada na pessoa. In: Um jeito de Ser. São Paulo: EPU, 1987.

 FORGHIERI, Y. C. Aconselhamento terapêutico: origens, fundamentos e práticas. São Paulo: Thomson Learning, 2007.

_____________. O aconselhamento terapêutico na atualidade. Rev. Abordagem Gestalt, Goiânia, v.13, n.1, p. 125-133, jun. 2007. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-68672007000100009&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em  21  de abril de  2016.

JUSTO, H. Abordagem centrada na pessoa: consensos e dissensos. São Paulo: Vetor, 2002.

SANTOS, A.M; ROGERS, C; BOWEN, M.C.V. Quando fala o coração: a essência da psicoterapia centrada na pessoa. São Paulo: Vetor, 2004.

STRAUB, R.O. Psicologia da saúde: uma abordagem biopsicossocial. Porto Alegre: Artmed, 2014.

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